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8 de out. de 2014

Orar: Uma questão de vida ou morte


Por Wallace Jaguaribe


A Bíblia ordena que o povo de Deus ore: “Clama a mim e responder-te-ei, anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes” (Jeremias 33.3); “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;” (Mateus 26:41); “Orai sem cessar.” (1 Tessalonicenses 5:17). Portanto, orar não é uma opção é um privilégio imprescindível, indispensável.

Todo cristão deve ser um imitador de Cristo. E o próprio Cristo vivia orando: “E, tendo-os despedido, foi ao monte a orar.” ( Marcos 6:46); “E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.” (Mateus 14:23); “E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.” (Lucas 6:12); “Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.” (Mateus 26:36). Orar era uma atividade intensa e comum na vida de Jesus.

Os apóstolos e as igrejas fundadas pelos apóstolos de Jesus, chamadas primitiva ou primeira, entenderam a importância da oração e também praticaram este exercício espiritual: “subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta (9 horas).” (Atos 10:9); A Igreja de Antioquia ao enviar Paulo e Barnabé como missionários o fez “jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.” (Atos 13:3); Paulo teve uma visão logo após sua conversão, e sabe o que ele estava fazendo? “E aconteceu que, tornando eu para Jerusalém, quando orava no templo, fui arrebatado para fora de mim.” (Atos 22:17); Paulo reúne-se com os presbíteros de Éfeso, em Mileto, o que fazem? “E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles.” (Atos 20:36). 

Os resultados das orações do povo de Deus nas Escrituras são fantásticos. Josué orou e o sol parou (Josué 10.12-15); Moisés orou, quando Deus estava decidido a consumir os israelitas como punição pelos seus pecados de idolatria, e Deus exerceu misericórdia (Êxodo 32:9-14); Ezequias orou, quando recebeu o aviso de Deus de que sua morte estava estabelecida, e Deus lhe acrescentou 15 anos de vida (Isaías 38:9-12); Eliseu orou e o filho da sunamita ressuscitou (II Reis 4.32-37); A Igreja orou por Pedro e Deus enviou um anjo para libertá-lo da prisão (Atos 12:1-12); A igreja orou por intrepidez para pregar o evangelho em meio à perseguição e as paredes tremem e todos ficam cheios do Espírito Santo (Atos 4:23-31).

A história da Igreja está repleta de exemplos de que os homens que foram grandemente usados por Deus eram homens que oravam e acreditavam nas promessas de Deus. “Martinho Lutero foi um homem de oração. Diz-se que o homem da reforma orava regularmente duas horas todos os dias e sempre que tinha muita coisa para fazer ele dobrava para quatro horas o seu tempo em oração. Para Lutero a oração é a maior obra do crente e um elemento chave da vida cristã, […]”.[1] Calvino afirmou que “a oração é o antídoto para todas as nossas aflições” [2]. 

Destaco a vida de Jonathas Edwards (1703-17580). Grande é o fruto da dedicação do lar em que Edwards nasceu e se criou. Seu pai foi o amado pastor de uma só igreja durante um período de sessenta e quatro anos. Sua piedosa mãe era filha de um pregador que pastoreou uma igreja durante mais de cinquenta anos.

Das dez irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas. Muitas foram as orações que os pais ofereceram a Deus, para que o único e amado filho fosse cheio do Espírito Santo, e que se tornasse grande perante o Senhor. Não somente oravam assim, fervorosa e constantemente, mas mostravam-se igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As orações, à volta da lareira, os estimularam a se esforçarem, e seus esforços redobrados os motivaram a orarem mais fervorosamente. O ensino religioso e permanente resultou em Edwards conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança. Quando Jônatas tinha sete ou oito anos, houve um despertamento na igreja de seu pai, e o menino acostumou-se a orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar outros da sua idade para orarem com ele. Jônatas Edwards costumava passar treze horas, todos os dias, estudando e orando. Sua esposa, também, diariamente o acompanhava na oração. Depois da última refeição, ele deixava toda a lida, a fim de passar uma hora com a família.

Certo é que na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos modernos. É igualmente certo que este movimento se iniciou, não com os sermões célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra direta que o Espírito divino faz na alma humana”. [3]

Orar, clamar, pedir a Deus conforme a sua vontade revelada nas Escrituras é um meio de avançarmos no crescimento espiritual e de vermos os grandes feitos de Deus em nossa vida, em nossa casa, em nossos dias. 

"A oração é um dever compulsório de todos os dias e de todos os momentos de nossa vida”, 
João Calvino [4]
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