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31 de out. de 2014

Perseverança dos Santos


Por Fred Lins 

"Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade." 

II Tm 2.19

“Uma vez salvos, salvos para sempre!”. A máxima mais conhecida entre os reformados define em poucas palavras, mas essencialmente a Doutrina da Perseverança dos Santos. O texto Bíblico citado chama-nos atenção para uma doutrina que se encontra dentro da TULIP (cinco pontos calvinistas). A perseverança dos santos é uma doutrina que nos transmite segurança e produz alento em meio às incertezas e adversidades deste mundo (II Tim 1.12). Então alguns que andam em uma vida libertina podem achar precedente para continuar em uma vida pecaminosa? Jamais! Como diz Paulo “De modo algum. Agora, porém transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim, a vida eterna...” (Rm 6.15,22).

A verdadeira Doutrina da Perseverança dos santos também nos incita e desafia à fidelidade, e à consagração pessoal por meio da palavra, da oração, da comunhão do exercício da disciplina cristã, enfim, todos os meio cooperam para que o fins sejam indubitavelmente alcançados (apresentados diante de Deus íntegros e irrepreensíveis).

Em razão de profundo amor e Justiça em Cristo temos este decreto fundamental e tão amplamente difundido nas Escrituras Sagradas. Trata-se da união inseparável dos remidos em Cristo, da contínua intercessão de Cristo por tais, e do Espírito e da semente da Deus habitando nos eleitos, jamais poderão de maneira definitiva, cair deste estado, mas conservados em Deus por meio de Cristo, mediante a Fé para salvação.

- Perguntas mais frequentes acerca da doutrina da Perseverança dos santos: 

É muito comum entre os cristãos das mais diferentes linhas doutrinárias e de confessionalidade fazerem determinados comentários ou despertarem algum tipo de dúvida em relação ao tema. Pensando nisso tentaremos responder a algumas das mais frequentes perguntas entre os cristãos e embasaremos todas as respostas em textos que fundamentam tal Doutrina.

1) A quem é garantida a conservação (perseverança dos santos) por meio de Deus em Cristo Jesus?

É garantida a todos e somente aqueles que foram eficazmente:

Chamados por Deus e em Cristo santificados. Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo(Fil. 1.6).

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Fiel é o que vos chama, o qual também o fará. (I Tes. 5.23-24). 

2) O eleito pode cair do estado de Graça?

É impossível para aqueles que um dia foram eleitos em Deus na Eternidade e chamados segundo a sua boa vontade cair do estado de Graça:

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo, Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas. (I Pe.1:3-9)

E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. (Jo. 10.28-29) 

3) Qual o papel da Trindade no desenvolvimento da conservação dos eleitos? 

A ação da trindade na conservação dos eleitos é evidente, a saber:

O livre e imutável amor de Deus o pai 

Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. (Ef 1.4-5) 

Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno. E confiamos quanto a vós no Senhor, que não só fazeis como fareis o que vos mandamos. Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.(II Tes. 3.3-5) 

A eficácia do mérito de Jesus Cristo e a sua intercessão 

Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hb 7.25)

Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. (Hb 9.12-15) 

A permanência do Espírito e da semente de Deus neles. 

Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. (I Jo 3.9)

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. (Jo. 14.16-17) 

4) A perseverança dos santos é coerente com a natureza do pacto e da Graça? 

À medida que somos completamente passivos para a salvação e entendemos que é fruto da Graça de Deus e da sua misericórdia, por conseguinte modo todos os demais processos envolvidos na obtenção da salvação também é fruto da Graça. Somente um Deus que é capaz de salvar, também é capaz de conservar em salvação, logo tanto a salvação quanto a sua conservação são produtos da Graça. 

E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.
(Jr. 32.40) 

Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo; E não ensinará cada um a seu próximo, Nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior. Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais. (Hb. 8.10-12) 

5) O salvo pode ser tentado? 

O Eleito não pode cair totalmente e nem finalmente da Graça, ou seja, voltar ao estado de não-regenerado, mas poderá a medida que negligencia as disciplinas eclesiásticas se submeter a um estado temporário de pecado, o salvo até pode pecar, mas, jamais o pecado terá domínio sobre a vida dele. 

Pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles restante e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas graças e confortos; têm os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicam e escandalizam ou outros e atraem sobre si juízos temporais. (confissão de Fé de Westminster 17:3)

6) Caso o salvo ceda a tentação o que acontece com o mesmo? 

Ele não perde a salvação, mas com certeza sofrerá as consequências temporais do deslize, tais como: 

- Desagrada a Deus (Is. 64.19).
- Entristecem o Espírito Santo (Ef. 4.30).
- Privados da Graça e do conforto de Deus (Sl 51. 8,10,12)
- Experimentam o sofrimento (Sl 32.3, 4; 51.8)
- Prejudica e escandalizam outros (II Sm 12.14)
- Atraem sobre si Juízos temporários ( II Sm 12.10, 14, 15; Sl 89.30-33) 
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Bibliografia utilizada: 

Calvinismo – As antigas Doutrinas da Graça – Paulo Anglada.
Teologia sistemática – Wayne Grudem.
Estudos Doutrinários – Eneziel Peixoto de Andrade – Cultura Cristã.