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2 de nov. de 2014

A Segurança Eterna da Salvação em Cristo

Por Thomas Magnum

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão."
João 10.27,28

Uma grande verdade das Escrituras é a segurança eterna dos santos, nesse texto do evangelho de João, lemos essa maravilhosa promessa da parte do Senhor. Embora tal ponto seja controvertido para muitos arminianos, que afirmam que o calvinismo toma por base a lógica do seu sistema de pensamento e dogmatiza sua dedução com pressupostos infundados, esse argumento prova por si mesmo que não é isso que o calvinismo diz. Iremos nos ater nesse texto de João e em alguns outros da Escritura para mostrar que a perseverança dos santos é um ensino genuinamente bíblico e que o Senhor Jesus nos ensinou com tamanha clareza que é impossível contradizer isso.

Ao examinarmos outros textos do Novo Testamento notaremos que o ensino da perseverança dos santos é transmitido de forma abundante por Paulo como também pelos apóstolos. O arminianismo assegura que um crente pode perder sua salvação, seu livre arbítrio pode ser usado para a rejeição da fé. No entanto o pensamento calvinista nos mostra com maior substancialidade bíblica e teológica que a doutrina da segurança eterna é ensinada nas escrituras de forma clara e enfática.

E os que predestinou, a eles também chamou; e os que chamou, a eles também justificou; e os que justificou, a eles também glorificou. Romanos 8.30

Paulo nos diz aqui que o Deus que predestina, chama, e o que chama, justifica, o que justifica, glorifica. Note que o tempo verbal aqui demonstra um ato já realizado, Deus glorificou seus eleitos, essa passagem nos mostra que a segurança de nossa salvação não depende da força que seguramos a mão de Deus, mas em sua mão que nos sustenta. Paulo continua:

Portanto, que poderemos dizer diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou nem o próprio Filho, mas, pelo contrário, o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas? Quem trará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica; quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou, pelo contrário, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou privação, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todos os dias; fomos considerados como ovelhas para o matadouro, Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois tenho certeza de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem autoridades celestiais, nem coisas do presente nem do futuro, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 8.31-39

Aqui nós podemos tirar alguns pontos interessantes sobre nossa segurança em Cristo.

1. O Sacrifico de Cristo é suficiente para nos sustentar e santificar e glorificar, Ele nos dará todas as coisas.

2. Em Cristo temos a justificação dos nossos pecados. Ninguém condenará os eleitos, ninguém terá triunfo sobre nossa salvação, para nos tirar da presença de Deus.

3. E que nada nos separará do amor de Cristo, nenhuma circunstância ou adversidade.

4. Cristo nos torna mais que vencedores.

No Evangelho de João

Podemos constatar isso em outras passagens, vejamos:

Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.
João 4.14

Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. João 5.24

Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. João 6.37-38

Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. João 6.40

Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. João 6.51

Eu sou o pão da vida. João 6.48

Podemos ver com esses textos que a vida eterna depende unicamente de Deus, não do homem, temos a expressa confirmação disso em João 1.13.

Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. João 1.13

Quem nos garante a vida eterna é o próprio Cristo, quanto aos afirmam que a salvação poderá ser perdida, estão invalidando as promessas e os decretos de Deus, Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo. 1 Pedro 1.5

Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês vai completá-la até o dia de Cristo Jesus. [1] Nos diz ainda o profeta Jeremias:

E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.
Jeremias 32.40

Voltemos agora para nosso texto base.

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. João 10.27,28

 D.A. Carson comenta essa passagem:

"Jesus, então, dá vida eterna para suas próprias ovelhas. Em termos de metáfora das ovelhas, Jesus já disse que Ele dá para elas vida plena (v.10); agora Ele afirma claramente que essa vida é sua própria vida eterna, frequentemente oculta no evangelho sob as figuras de água, luz, bom pastor. A consequência de Ele conhecer suas ovelhas e de lhes dar a vida eterna é que elas jamais perecerão [...] Mesmo assim, o foco não é o poder da vida em si mesmo, mas o poder de Jesus: ninguém as poderá arrancar da minha mão, nem lobo (v.12), nem ladrões, nem os assaltantes (vv.1, 8), nem ninguém. Pensar de outra forma acarretaria a conclusão que Jesus tinha fracassado na explicita atribuição dada a ele pelo Pai, de preservar a todos que foram dados a Ele. A segurança definitiva das ovelhas de Jesus baseia-se no bom pastor". [2]

Fica evidente nessa passagem que a atribuição para a segurança da fé, depende do pastor, operando eficazmente em suas ovelhas. Note que no texto de Paulo a Bíblia nos diz que nada nos separaria de Cristo, na fala de Jesus no evangelho de João nos diz que ninguém nos separaria dele.

A confissão de Fé de Westminster

I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos.

Fl. 1. 6; Jo 10. 28-29; I Pe. 1.5, 9.

II. Esta perseverança dos santos não depende do livre arbítrio deles, mas da imutabilidade do decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e intercessão de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles e da natureza do pacto da graça; de todas estas coisas vêm a sua certeza e infalibilidade.

II Tm. 2.19; Jr. 31.3; Jo 17.11, 24; Hb 7.25; Lc. 22.32; Rm. 8.33, 34, 38-39; Jo 14.16-17; I João 2.27 e 3:9; Jr. 32.40; II Ts. 3.3; I Jo 2.19; João 10.28. [3]

Essa certeza é que nos move a uma vida santa na presença do Senhor, buscamos a santidade não para sermos salvos, mas, porque fomos salvos e temos o profundo desejo gerado em nós pelo Espirito Santo de sermos mais parecidos com Cristo.

Como diz o Hino de H.M. Wright, 423, do hinário Salmos e Hinos:

Segurança do Crente

Oh! Quão preciosa e Rica promessa
De Jesus Cristo, celeste Rei!
Ao que confia na sua graça
Diz Ele: “Nunca te deixarei!”
Oh! Não temas! Oh, não temas!
Pois Eu contigo sempre serei.
Oh, não temas! Oh, não temas!
Porque Eu nunca te deixarei!
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[1] Filipenses 1.6- Bíblia Sagrada
[2] O Comentário de João, D.A. Carson- Ed. Vida Nova
[3] A Confissão de Fé de Westminster – Ed. Cultura Cristã.