Páginas

16 de nov. de 2014

Aliança da Preservação

Por Thiago Oliveira

Porei nas nuvens o meu arco.”

Gênesis 9:13

Vimos que Adão e Eva falharam em guardar o mandamento divino e com isso a humanidade caiu em desgraça. Não demorou muito para que o mundo conhecesse o efeito danoso do pecado. Caim mata Abel e mancha a terra com sangue (Gn 4.8). A resposta que Caim dá ao SENHOR quando perguntado sobre o que fez (Gn 4.9) nos mostra a frieza de um homem degenerado.

Continuando a leitura do Gênesis, lemos coisas nada animadoras com relação a humanidade: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal”. Gn 6.5.

O versículo nos mostra que todo o pensamento humano já estava pré-disposto a esquematizar práticas ilícitas. O homem escravizado pelo pecado tornara-se preso a uma cadeia de vileza da qual não podia sair. Deus então decide destruir a humanidade (Gn 6.6). Todavia, mostrou benevolência para com Noé (Gn 6.8), este seria salvo juntamente com a sua família.

GRAÇA, APENAS GRAÇA

Porque Noé? O que ele fez para ser poupado da destruição? A resposta é: absolutamente nada. Isto é graça. Graça é algo que é dado sem merecimento ou razão, e é, até certo ponto, incompreensível. No entanto, ela nos revela quem Deus é. Deus é soberano e bondoso. Não havia nada em Noé que chamasse a atenção de Deus. Nunca há em nenhum de nós. É nessa perspectiva que Paulo escreve: (Rm 3.9-12). Ninguém é bom para receber o favor do SENHOR. Tudo que Ele nos concede é por graça. É assim com cada um de nós, e assim foi com Noé.

FAMÍLIAS NA ALIANÇA

Fato importante, e que não pode passar despercebido, é que o favor de Deus a Noé, se estende para toda a sua família. Deus sempre se regozijou em salvar indivíduos e há festa no céu quando um pecador se arrepende (Lc 15.10), mas, podemos enxergar muito além disso. Deus, na perspectiva da aliança, salva famílias. Noé foi o cabeça da aliança, no entanto, quando Deus disse a Noé que ia cair o dilúvio sobre a terra, mandou que ele construísse a Arca para abrigar toda a sua casa (Gn 6.18).

Quando lemos o Novo Testamento, vemos que famílias eram salvas e batizadas. Observe o relato da conversão de Lídia (At 16.14-15) e do carcereiro em Filipos (At 16.31-34). Obviamente, pessoas solteiras não estão fora da aliança, como no caso do Eunuco batizado por Filipe (At 8.38). Contudo, devemos lembrar que na criação, Deus fez a família, macho e fêmea criou e autorizou o primeiro casal a serem fecundos. A família é um projeto de Deus desde o início. Assim também como criou, Deus também resgata famílias inteiras afetadas pelo pecado.

PRESERVAÇÃO

Passado o dilúvio, o caráter de aliança fica mais evidente. Como vimos no estudo anterior, a aliança é algo soberanamente administrado por Deus. Ele estabelece os termos. Com Noé a unilateralidade do pacto fica tão clara que é impossível conceber alguma ideia de cooperação humana. Noé e seus familiares nada fizeram. A aliança que vamos analisar é planejada, determinada, estabelecida, confirmada e executada por Deus: “Eis que estabelecerei a minha aliança convosco” (Gn 9.9).

1) Deus se compromete a preservar a ordem natural do mundo (Gn 8.22). Os dias e as noites, assim como as estações do ano são amostras da preservação.

2) Deus reestabelece a mordomia do homem (Gn 9.2-3). Noé recebe o mesmo mandato que Adão teve para cuidar do Jardim. Cabe ao homem sujeitar a Terra.

3) Deus institui uma lei para refrear a maldade (Gn 9.6). Para isso servem os governos (Rm 13.1-5).

4) Deus preserva o mundo da destruição (Gn 9.11).

O pacto da preservação nos enche de alegria por sabermos que é uma aliança perpétua e o seu caráter universal (Gn 9.9-11). Deus preservou a vida humana pelo desejo de redimi-la em Cristo. Apenas após a morte do seu Filho a salvação estaria consumada. Se todos fossem destruídos com o dilúvio, nenhum de nós seria comprado pelo sangue do Cordeiro. Isto quer dizer que Deus preservou a humanidade para que os seus pudessem ser resgatados das trevas e trazidos para o reino do Filho do seu amor (cl 1.13).

O sinal que Deus estabelece é mais uma demonstração de que tudo partiu dEle. Para demonstrar que a aliança não seria quebrada nunca, o arco-íris é posto no céu (Gn 9.13-16). Um sinal que está distante da capacidade humana construir. Um sinal que demonstra a fidelidade daquele que através das alianças se relaciona com os homens, mesmo quando esses revelam a sua rebeldia ou indiferença para com Deus. Como está escrito: “mas se somos infiéis, Ele, entretanto, permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo”. 2Tm 2.13.

APLICAÇÕES

Podemos aplicar esse estudo sabendo que:

- Deus é infinitamente gracioso. Tudo o que o SENHOR nos concede é graça e nada mais que isso. Sua bondade é tanta que estende o seu favor para justos e injustos. A nossa vida deve ser vivida em constante louvor ao nosso Deus. Dia após dia, a cada nascer e a cada pôr-do-sol, exultemos com a verdade de sermos amados e pelo fato do SENHOR zelar pela nossa vida.

- Há esperança para as nossas famílias. Desde o princípio Deus estabeleceu o relacionamento familiar para honrá-lo. Ele quer salvar famílias inteiras e não apenas indivíduos. Por mais que a situação em muitos lares seja caótica, não podemos duvidar do poder de Deus em regenerar o mais vil pecador. Ele pode fazer isso e se Ele quiser não há quem o impeça de fazê-lo.

- Temos garantia de vida eterna. Como foi dito, a aliança da preservação visava a redenção. Da semente de Noé, por meio de Sem, descendem os povos semitas, e dentre tais povos, os israelitas, de onde viria o Rei dos Reis. Quando Deus decide não mais destruir a humanidade, é porque Ele tinha planos de vida eterna. Não é à toa que no trono celestial o arco-íris se faz presente (Ap 4.3). A vida eterna nos foi graciosamente concedida, tal como Deus a concedeu a Noé e a sua casa.

Louvado seja Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário