Por Kevin DeYoung
Faz
todo sentido pensarmos que o Espírito Santo
desempenha papel primordial em nos tornar santos. De acordo com 1 Pe.1.2, somos
“salvos de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora
do Espírito”, para que sejamos obedientes a Jesus Cristo e borrifados por seu
sangue. A santificação, nesse sentido, possui dois sentidos. O Espírito nos
separa em Cristo para que sejamos
purificados por seu sangue (santificação definitiva), e ele opera em nós para que possamos ser obedientes a
Jesus Cristo (santificação progressiva). Através do Espírito recebemos uma nova
posição e somos infundidos com novo poder. Ou, para utilizar a linguagem
paulina, já que não estamos mais na carne e sim no Espírito, pelo mesmo Espírito
devemos mortificar os feitos da carne (Romanos 8.9-13).
Mas
voltando à pergunta prática: como é que o Espírito, de fato, opera em nós, tornando-nos santos? Uma das formas é nos
fortalecendo com poder em “o íntimo de nosso ser” (Ef 3.16). A obra do Espírito
está frequentemente associada a poder (Atos 1.8; Rm 15.19; 1Co 2.4; 1Ts 1.5).
Esse poder pode se manifestar em sinais e maravilhas, em dons espirituais para
edificar o corpo, e na capacidade de gerar fruto espiritual. O mesmo Espírito
que esteve presente na criação e fez com que você nascesse de novo, está agindo
para capacitar o íntimo de seu ser (ou seja, sua vontade ou coração) para que
você possa resistir aos pecados que não conseguia resistir anteriormente e para
fazer coisas boas que, de outra sorte, seriam impossíveis à você. Cristãos
derrotistas não lutam contra os pecados porque concluem que “nasceram assim”,
ou “jamais mudarão”, ou “não possuem fé suficiente”, e, por isso, não estão
sendo humildes. Eles desonram o Espírito Santo que nos capacita com poder
sobrenatural.
Mas
isso não é tudo que o Espírito faz para nos santificar. O Espírito é poder, mas
também é uma luz. Ele brilha nas trevas de nosso coração e nos traz convicção
de pecado (João 16.7-11). Ele é uma lâmpada a iluminar a Palavra de Deus,
ensinando-nos o que é verdade, fazendo com que isso nos salte aos olhos como
precioso (1Co 2.6-16). E o Espírito acende os refletores sobre Cristo, para que
possamos enxergar a glória Dele e sermos transformados (João 16.14). É por isso
que 2 Coríntios 3.18 afirma: “E todos nós, que com a face descoberta
contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo
transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito”.
Assim como Moisés teve a sua face transformada quando contemplou a glória do
Senhor no Monte Sinai (Ex 34.29; conf. 2Co 3.7), assim seremos transformados quando,
pelo Espírito, contemplarmos a glória de Deus na face de Cristo.
Resumindo,
então, o Espírito é para nós uma luz de três formas diferentes: (1) Ele expõe o
pecado para que possamos reconhece-lo e voltar-lhe as costas; (2) ele ilumina a
Palavra para que consigamos entender seu significado e captar suas implicações;
(3) ele remove o véu para que possamos contemplar a glória de Cristo e nos
tornarmos semelhantes àquele que contemplamos. Ou, em outras palavras, o
Espírito santifica ao revelar o pecado, revelar a verdade e revelar a glória.
Quando fechamos os olhos para essa luz, a Bíblia chama essa ação de resistir
(At 7.51), ou apagar (1Ts 5.19) ou entristecer o Espírito (Ef 4.30). Pode haver
pequenas nuanças entre estes três termos, mas todos fazem alusão a situações
onde não aceitamos a obra santificadora do Espírito em nossa vida. Se cedermos
ao pecado ou desistirmos da justiça, a culpa não é do poder do Espírito, mas
sim de nossa pelas trevas do mal e não pela luz do Espírito (João 3.19-20).
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Fonte: Extraído do capítulo 5 do livro "Brecha em nossa Santidade". Editora Fiel, 2013.
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