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17 de jan. de 2015

Avivamento e Reforma? Como assim?

Por Luciana Barbosa

Hoje falamos tanto em avivamento, pedimos tanto um avivamento, mas, um avivamento que é passageiro e emocional, onde agora nós choramos, nos emocionamos, gritamos, nos “arrependemos”, prometemos tantas coisas a Deus, no entanto, daqui a pouco nos esquecemos de tudo, nos levantamos, batemos o pó e seguimos levando a mesma vida que outrora clamávamos para Deus transformar. É um avivamento sem Bíblia, sem contrição, sem arrependimento genuíno e sem mudança genuína de vida. Isso é possível? Como você vê o avivamento? Precisamos de reforma e avivamento como foram de fato no passado. Quando falamos de avivamento temos que pensar no seguinte:

“A obra do Espírito Santo no sentido de restaurar o povo de Deus a uma vida espiritual, testemunho e trabalho mais dinâmicos, mediante a oração e a Palavra, após profundo arrependimento por seu declínio espiritual. Os elementos permanentes do avivamento são a Palavra, a oração, o Espírito Santo e um Deus soberano que usa o ser humano como seu instrumento.”

A frase acima é do E.E.CairnsJá C.E.Autrey diz:

“Avivamento é a reanimação daqueles que já possuem vida. No seu sentido estrito, diz respeito ao povo de Deus. Reaviva a vida espiritual que se encontra em um estado de declínio. È um instrumento de evangelização.”

João Calvino asseverou:

“O avivamento é uma onda que varre a igreja de tempos em tempos, despertando-a, tirando-a do marasmo. É a passagem da fé menor para a fé maior, do cálice pela metade para o cálice cheio, da entrega parcial para a entrega total, da mesmice de sempre para a novidade de vida, das obras da carne para os frutos do Espírito, da posse do Espírito para a plenitude do Espírito, em suma, geralmente menos durável do que uma reforma.”

O AVIVAMENTO NAS ESCRITURAS

O princípio do avivamento está presente na Bíblia. O vemos no Antigo Testamento: na época de Josias (2 Reis 22-23), de Zorobabel (Esdras 5-6):

Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?

Salmo 85.6

“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos

Isaías 57.15.

“Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a conhecida”

Habacuque 3.2

Outros textos são: Salmo 19.7; 51.10; 103.5; Isaías 40.31; Sofonias 3.17.

No contexto do Novo Testamento, temos avivamento no dia de Pentecostes (Atos 2), em Antioquia da Pisídia (Atos 13.48-52), ; Romanos 12.2; Efésios 4.23.

Já a Reforma...

A reforma não busca inovar, mas restaurar antigas doutrinas ou verdades bíblicas que haviam sido esquecidas ou obscurecidas pelo tempo e pelas tradições humanas. É chamar a atenção das pessoas para um retorno a importância das Escrituras e seus grandes ensinos, especialmente no que diz respeito à salvação e à vida cristã. Para que as Igrejas Evangélicas atuais possam manter-se fiéis à sua vocação, é preciso que julguem tudo pelas Escrituras, fazendo delas a sua regra de fé e prática de fato. É sair da teoria e ir pra prática e professar e cumprir, acolhendo o que é bom e lançando fora o que é mau. Os reformadores nos mostraram que o critério da verdade não são os ensinos humanos, nem a experiência espiritual subjetiva, mas o Espírito Santo falando na Palavra e pela Palavra, onde não pode haver separação entre o Espírito e a Palavra, pois, ambos andam de mãos dadas como afirmou o reformador João Calvino.

Estou farta de ler e escutar crentes pedirem avivamento, como se avivamento fosse falar em língua estranha, gritos e giros no meio da igreja. Quanto a reforma, não consigo imaginar uma em nossos dias onde, o antropocentrismo tem “reinado” nas nossas comunidades religiosas e a Escritura está tão negligenciada nos púlpitos. Então quando viermos a pedir algo a Deus nesse sentido, devemos pedi-lo no seu real sentido.

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