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3 de jan. de 2015

O Cristão pode jogar na Mega Sena?

Por Thiago Azevedo

Desde que me entendo por persona cristã que identifico uma dúvida presente na vida de alguns cristãos. Diversas pessoas sempre questionam seus respectivos líderes eclesiásticos com as seguintes indagações: É pecado jogar na Mega Sena? A Bíblia condena? A Bíblia não condena? E se jogar apenas no final do ano? E se alguém ganhar e me der uma parte do valor? Estas são as dúvidas mais corriqueiras dentro deste tema.

Em primeiro lugar: quando alguém pergunta muito se algo é pecado ou não é porque de fato ele tem um pé atrás com determinada prática. Querer que a Bíblia descriminasse de forma específica uma prática da sociedade atual (moderna e capitalista) seria um tanto quanto anacrônico. Mas o fato de a Bíblia não falar sobre o assunto de forma específica não significa dizer que podemos legislar sobre o mesmo de forma independente, isso seria um frágil argumento intitulado como argumento da ausência. Ou seja, por não ter textos se pode tomar a decisão que quiser. Se fosse assim, a Bíblia não possui nenhum texto que recomende a prática de jogar na Mega Sena – quer seja duas ou três vezes ou só no fim do ano – logo poderíamos deduzir que não se pode jogar.

O que se pode avaliar dentro de uma perspectiva bíblica é o princípio da transferência da fé. Ou seja, uma pessoa possui fé em Deus, mas esta pessoa transfere sua fé para quaisquer outras coisas. Foi isso que Israel fez ao confeccionar um bezerro de ouro e transferir para este toda sua fé (Êxodo 32). Israel transferiu sua fé – a fé em Deus de conduzir o povo, a fé em Deus de livrar dos inimigos, a fé em Deus de receber provisão etc. A transferência da fé é onde reside todo o problema. Quando alguém joga na Mega Sena ou outro jogo da loteria, de forma automática, esta pessoa está transferindo sua fé em Deus para um prêmio material – a condução da vida do cristão depende única e exclusivamente de Deus e quando alguém joga na Mega Sena está declarando com esta atitude que não tem confiança suficiente na pessoa divina para condução de sua vida. É como se o indivíduo apostador tivesse dando uma “forcinha a Deus”. A bíblia diz que “o justo viverá da fé; E, se ele recuar a alma do Senhor não tem prazer nele” (Hebreus 10:38).

A fé em Deus não pode ser transferida para nada, mesmo que seja apenas uma vez por ano como muitos fazem (apostando na Mega Sena da Virada). Quando alguém transfere sua fé da pessoa divina para o que quer que seja - recuando então - Deus não tem prazer neste indivíduo. Há uma palavra que é direcionada constantemente a quem realiza apostas, a saber, “fezinha” (de fé pequena). Quanto a isso gostaria de contar uma história da minha infância:

Meu pai era envolvido com a obra de Deus, mas sempre realizava suas apostas de fim de ano. Um belo dia fui com ele até a lotérica e o mesmo fez seu joguinho. Prontamente, ao terminar a aposta, a mulher do caixa se despediu do meu pai com as seguintes palavras: “Espero que sua ‘fezinha’ dê certo...”. Logo o questionei acerca daquela palavra e de seu significado, meu pai não soube responder. Depois que cresci descobri que “Fezinha” nada mais é que um escape, um plano B, um jeitinho brasileiro, uma transferência da fé da pessoa de Deus para algo material. O justo viverá da fé e essa fé não pode ser tida como uma “fezinha”. Isso sem falar na possibilidade desta prática se tornar um vício e neste caso as Escrituras condenam pesado a prática viciosa.

Podemos concluir com 1 Co 6:12 que nos mostra o seguinte texto: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas”. Assim, se alguém me pergunta se pode ou não pode jogar na Mega Sena, quer seja da virada ou durante outros dias do ano, prontamente responderia que pode, mas não deve. Pois, realizando este ato estará demonstrando sua transferência de fé da pessoa divina, a fé em algo sólido – Deus – para algo que não merece ser depósito de fé, algo material e pueril. No que diz respeito à última pergunta que tanto se tem visto nos meios cristãos, a saber, e se alguém ganhar e me der uma parte? Pois bem, alguém transferiu sua fé da pessoa divina para algo terreno e material – premiação – e à medida que aceito alguma parte desta premiação comungo de forma automática de sua transferência de fé – peco indiretamente. Portanto, Deus é quem deve ser a fonte de fé e de esperança de todos aqueles que se intitulam de cristãos. 

5 comentários:

  1. Isso se aplica a outros tipos de sorteios, tipo rifas? Pergunto isso porque às vzs as igrejas fazem rifas pra juntar dinheiro pra fazer determinada coisa (viagem missionária etc)

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  2. Olá Ana Luiza, boa tarde. Acredito que há um problema com as nomenclaturas. Ou seja, rifa é algo que corre pelo jogo do bicho, o que não seria muito condizível com o amiente evangélico. Acredito que a palavra sorteio seja mais afeiçoada. Um sorteio independente e sem vínculos, com causas específicas e bem determinadas não vejo problema no ambiente da igreja.

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  3. Ok! Entao vamos viver somente da fé! Não precisamos mas trabalhar. . Pois Deus disse q o justo viverá da fé. Eu tenho fé q nao preciso mas trabalhar! Pois sei q Deus vai providenciar meu pão de cada dia. :/
    Nao estou duvidando da palavra de Deus, muito menos da sua capacidade.
    Mas nao vejo problema algum em fazer uma ``fezinha`` Deus é bom! Ele nao limita sua bondade. . Si um filho seu lhe pedir um pão, vc lhe daria uma pedra? ?? Acredito q nao.
    Quanto mas nosso pai q esta no céu.

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  4. Ok! Entao vamos viver somente da fé! Não precisamos mas trabalhar. . Pois Deus disse q o justo viverá da fé. Eu tenho fé q nao preciso mas trabalhar! Pois sei q Deus vai providenciar meu pão de cada dia. :/
    Nao estou duvidando da palavra de Deus, muito menos da sua capacidade.
    Mas nao vejo problema algum em fazer uma ``fezinha`` Deus é bom! Ele nao limita sua bondade. . Si um filho seu lhe pedir um pão, vc lhe daria uma pedra? ?? Acredito q nao.
    Quanto mas nosso pai q esta no céu.

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