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9 de jun. de 2015

Como responder à Parada Gay?

Por Matheus Fernandes

Já está circulando em várias mídias as imagens de uma mulher (?) nua numa cruz durante a parada gay em prol da causa LGBT. Onde outrora havia a inscrição Rei dos Judeus feita pelos romanos, há um “Basta Homofobia. GLBT.” Diante de algumas postagens de cristãos, resolvi também manifestar meu posicionamento em relação a isso e como penso que devemos responder à parada gay.

Certamente não é a Marcha para Jesus que é a resposta. Primeiro porque nem sei se é para Jesus de fato, talvez seja para a idolatria e para a falsa espiritualidade vigente em nosso século. A marcha para Jesus é tão odiável para Deus quanto à marcha da Parada Gay, pois pecados estão sendo celebrados com máscaras de orgulho e satisfação. Insatisfação nos corações levam evangélicos a marcharem seguindo seus ídolos da mesma forma que o orgulho nos corações levam os defensores e simpatizantes da causa LGBT a marcharem. Francis Schaeffer diz:

“Se a igreja não estiver falando em termos fortes contra a apostasia e os pecados do nosso próprio tempo, nós não estaremos prontos para ver qualquer tipo de movimento revolucionário religioso em nossa geração. Nossa geração está doente exatamente por causa de palavras religiosas”.

Somos uma pobre geração que pensa que meras programações religiosas são significado de um avivamento. Igrejas estão saturadas de programações e eventos voltados para diversão. Jovens e adultos se ajuntam numa festividade pagã dentro da casa de Deus onde a liberdade pessoal, o auto-interesse, a busca por autorrealização e necessidade de satisfação e significado são celebradas como sendo um mover do Espírito Santo. Ao mesmo passo que não se vê uma Igreja que não só confessa seus pecados, mas que deveria também estar lamentando e chorando por ele. Pelos seus pecados e pelos pecados da cidade. O pecado teve seu significado diminuído em uma insatisfação do ser. A culpa moral do pecado foi transformada em uma culpa meramente psicológica, assim, a salvação se transformou numa simples consciência leve e sem culpa. Não lamentamos pelo pecado porque não mais sabemos sua gravidade.

Um avivamento é marcado por uma profunda compreensão da gravidade do pecado. O pecado é tão grave que matou o Filho de Deus. Foi em substituição do pecador que Cristo morreu na cruz. A crucificação não foi um exemplo moral, não foi uma mera libertação da culpa psicológica, apesar de inclui-la, não foi uma mera demonstração de como Deus odeia o pecado. Mas foi uma declaração do que o pecado traz e o que é necessário para aplacar a ira de Deus. A ira de Deus revelou-se de forma tal como o seu gritante e exuberante amor na cruz. Seu Filho foi o preço que foi exigido pela própria natureza de Deus para expiar os pecados e para fazer Deus propício aos pecadores. A morte do Homem-Santo na cruz revela que a ira de Deus está sobre o Homem-Pecador. Seja na marcha que exalta a idolatria do povo de Deus, à semelhança dos tempos de Isaias onde festas eram realizadas para Deus, mas o coração das pessoas estava longe de Deus e Deus não tinha prazer em nenhuma manifestação espiritual que faziam, seja na marcha da parada gay. A ira de Deus está sobre todos que não confessam a Cristo como Kyrios, o Senhor, de suas vidas, seja em obstinada rebeldia, seja servindo a outros ídolos modernos. Deus é único, assim demanda única adoração.

A pessoa que se encontra numa cruz durante o desfile revela nada mais que o seu pecado. Seu protesto volta-se contra si mesma como juízo. É por estar numa cruz imitando a Cristo que inconscientemente é revelado que o padrão LGBT é pecado. A declaração é gritante. A imagem que é chocante para evangélicos é um outdoor do quão grave é o pecado. Aquele que não conheceu em sua carne o pecado se fez pecado por nós para que nós sejamos feitos justos à sua imagem. O pecado ali escancarado é como a serpente que foi levantada no deserto, revelando a obstinação do coração do homem. E à semelhança da serpente no deserto, Cristo foi levantado numa cruz para que de igual forma todo e qualquer indivíduo que contemplar o seu pecado ali escancarado e, não com punhos obstinados e dentes cerrados o receber, mas com um coração quebrantado e mãos estendidas se prostrar em arrependimento, receber o perdão divino pelos seus atos.

Heterossexualidade não é a resposta para a homossexualidade. Um heterossexual adúltero é tão pecador e depravado quanto um homossexual. Um heterossexual viciado em pornografia é tão pecador quanto qualquer um dos que foram à parada gay. A santificação do homossexual não é meramente virar heterossexual, mas ser moldado conforme a imagem de Cristo. A santificação é afastar-se e lutar contra os pecados que antes dominavam sua vida, ainda que durante a vida toda. A luta contra o pecado, por não querer mais nos dobrar a ele nem estar sobre seu jugo é aquilo que traz a esperança da vida eterna. A esperança de não haver desapontamento por causa do amor que foi derramado na cruz, cobrindo toda ira e condenação, e confirmado pelo Espírito Santo conforme gradativamente haja transformação à imagem e semelhança de Cristo. Lutando contra o pecado e -mesmo que eventualmente caindo - encontraremos em Cristo o Advogado que por nós intercede, o Sumo-Sacerdote que em tudo foi tentado, porém sem pecar em nada, conquistou, para todos aqueles que nele creem, a confiança de poder se achegar ao trono da graça com alegria e prazer para poder achar misericórdia em Deus-Pai.

Quanto mais a igreja se comportar cada vez mais como o mundo, mais e piores protestos que ofendem a Deus virão. É por sermos uma geração mimada e exigente de regalias e lisonjas religiosas que o mundo tripudia como quer em cima de nós. Quando a igreja se comporta como promotora de festas, quando cultos viram simples aconselhamentos psicológicos e alívio de consciência, quando líderes de louvores pensam que estão em cima de um trio elétrico e pastores se comportam como palhaços, comediantes de stand-up e meros oradores de belas palavras é que o mundo não vê mais relevância na igreja. Quando a igreja deixa o seu papel e não invade o mundo, transformando a cultura, o mundo virá. Ele veio com Nabucodonosor, veio com Roma, veio com Constantino, veio com o Iluminismo, veio com o modernismo e agora continua vindo. Como ainda disse Schaeffer:

“Sempre que a igreja de Cristo se desvia do Deus vivo e da sua verdade proposicional, ela está representado a meretriz. Por estarem encerrados em seus pecados, mortos espiritualmente e se voltarem contra todos os que andam segundo o curso do mundo são culpados, mas igualmente culpada é a igreja quando não cumpre devidamente seu papel de ser aquela que levará o evangelho de Cristo até os confins da terra”.


Como devemos responder àquela pessoa que está numa cruz na parada gay? Devemos dizer: “olhe para onde você está e o que você está representando, Cristo fez disso mais que uma exposição de ideias, protesto ou espetáculo, ele fez disso a expiação pelo pecado que está aí representado, creia nisso você também, arrependa-se dos seus pecados e seja salvo, pois todo aquele que nele crê terá a vida eterna, porém quem não crê ainda permanece a ira de Deus (Jo 3:36).”
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