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20 de out. de 2015

Você faz parte de uma igreja perfeita?

Por Mark Jones

Você está em uma igreja fiel. Mas alguém reclama sobre isso, aquilo e aquilo outro e, por causa dessas coisas, quer sair. O que você diz?

#1 Eu concordo que a igreja não é perfeita…

#2 Essa igreja é perfeita, por que você sairia de uma igreja perfeita?

#1 e #2 são possibilidades, mas eu me simpatizo com o #2. Por quê?

Baseados no que a Escritura ensina sobre as igrejas locais do Novo Testamento, nós temos de ser realistas de que todas as igrejas possuem vários problemas (Apocalipse 2-3). A Confissão de Fé de Westminster chama a atenção, corretamente, para igrejas mais ou menos puras. No entanto, até a igreja de Corinto, com todos os seus problemas – e eram muitos -, era chamada de “a igreja de Deus em Corinto” (1 Coríntios 1.2).

Então, sim, nós poderíamos focar no fato de que a igreja por todo o mundo é assolada por problemas. Mas, também, poderíamos nos focar na realidade de que igrejas bíblicas e fiéis, nas quais existam as três marcas (de Atos 2.42), são, todavia, perfeitas.

Como isso é possível?

Há maneiras diversas de se entender o “ser perfeito”: perfeição da sinceridade; perfeição das partes; perfeição comparativa; perfeição evangélica; perfeição legal; perfeição sacerdotal. O que quero dizer?

Nós somos a menina dos olhos de Deus (Zacarias 2.8), seu tesouro mais precioso (Êxodo 19.5; Malaquias 3.17; 1 Pedro 2.9). Em Cristo, totalmente justificados e aceitos perante Deus, nós somos perfeitos – legalmente falando. E até mesmo em nossa santificação, há um tipo de perfeição que existe em meio ao povo de Deus, o qual possui o Pai, o Filho e o Espírito Santo habitando em seu coração (Mateus 5.45; confira o grego de Filipenses 3.15 [teleioi]; também veja Francis Turretin, Institutas, 17.2.4).

Cristo entregou a si mesmo pela igreja, com o fim de santificá-la, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, “para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5.25-27). Essa é a realidade presente.

Quando as pessoas estão descontentes com a sua igreja local, lhes faria bem uma dose saudável de realidade vista da perspectiva de Deus e de Cristo. Se Ele ama a igreja, apesar das deficiências, quem somos nós para odiá-la? Ele não conhece os pecados e os defeitos da igreja melhor do que nós? E, ainda assim, Ele a ama mais do que nós somos capazes. Você não pode amar a Cristo e odiar a sua noiva. E onde o Espírito de Cristo habita entre o seu povo, ali Cristo habita como se Ele estivesse fisicamente presente. Você deixaria a igreja mesmo com Cristo presente?

Cristo é o cabeça da igreja, mas nós, sua noiva, somos descritos como “a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Efésios 1.22-23). Pense nisso! Nós somos a plenitude do Deus-Homem. Sem nós, Cristo seria vazio. Agora, se isso for verdade, e eu acredito nisso, como uma igreja fiel e bíblica pode não ser perfeita?

Nós devemos, também, ter em mente que o pecado na igreja é necessário para que nós lidemos com os nossos próprios pecados. Nós devemos amar o povo de Deus – com todas as suas imperfeições – todo o tempo. Tente convidar a pessoa mais desagradável da igreja para um almoço. Quando alguém faz algo estúpido ou irritante, você não deveria mostrar paciência, amor e compaixão (Gálatas 5.22)?

Nós podemos aplicar isso a pastores fiéis. Realmente, eles são pecadores e cometem erros. Mas eles são pecadores dados por Deus para a sua igreja. Esses pastores alimentam as ovelhas de Deus fielmente, pregando o Salvador perfeito. Você faria bem em recordar de que se Deus lhe deu um pastor fiel, então ele é o pastor perfeito para você. De fato: a fraqueza dele pode ser um benefício para você (veja 2 Coríntios). Convenhamos: com tantos charlatões por aí mascarados de pastores, quando na verdade são ladrões e roubadores, não é muito inadequado dizer que você tem um pastor perfeito, se ele faz o que Paulo ordena a Timóteo, em 1 Timóteo 4.16.

As pessoas que estão procurando pela igreja perfeita muitas vezes ouvem que, se elas a acharem, então não será mais perfeita, uma vez que quem está procurando é pecador e agora está lá. Mas, talvez, quando essas pessoas estão se sentido mal humoradas, rejeitadas, não amadas ou subestimadas, etc, deveria se dizer a elas que já estão em uma igreja perfeita, porque, afinal de contas, não importa muito o que elas pensam, mas o que Cristo pensa.

E talvez, só talvez, se começássemos a olhar para a nossa igreja pela perspectiva do Pai, do Filho e do Espírito Santo, nós seríamos menos prontos a criticar um lugar que, na verdade, é perfeito para nós.


No fundo, minha inclinação natural e minha tentação é focar no #1 (os problemas e pecados da igreja). Mas eu preciso me concentrar no #2. Caso contrário, eu me deprimiria, desistiria e reclamaria o tempo todo. Você faz parte de uma igreja perfeita? Espero que sim.
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Fonte: Reforma21

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