Por Thiago Azevedo
O intento que visa esta
investigação é saber se é possível haver patologias na instituição corpo de
Cristo - essencialmente falando. Para este questionamento a resposta é
negativa. Ou seja, não há, nem nunca houve, mesmo enquanto Jesus esteve aqui na
terra, nada de maléfico ou patológico nas instituições estabelecidas pelo
Próprio. Como também, não há em seus mandamentos e nas palavras que saíram de
sua boca nada que seja de caráter maléfico ou patológico. Mas, naquilo que se
acredita erroneamente ser na atualidade o corpo de Cristo, a saber, algumas
instituições religiosas, a investigação deve ser criteriosa. Ou seja,
acredita-se que muitas das igrejas existentes na atualidade não dizem respeito ao
verdadeiro corpo de Cristo - essencialmente falando - nem ao que Ele instituiu
como comunidade dos santos, pois estas se distanciaram muito das
características verdadeiras do corpo de Cristo, e com isso, formam verdadeiras
anomalias que se dizem ser corpo de Cristo. Mas, na realidade, não são por
agirem de forma totalmente independente da cabeça do corpo.
Nestes corpos independentes,
nestas anomalias que se dizem corpo de Cristo, sem sombras de dúvidas, proliferam-se
diversas espécies de parasitas que destroem seu metabolismo e causam males dos
mais diversos em quem se agrega. No que tange a estas anomalias maléficas e mal
sucedidas, é possível atestar uma sorte de doenças das mais diversas onde a que
mais se destaca, neste pobre organismo, é uma espécie de câncer. Mas, quando a
observação é mais criteriosa percebe-se que não apenas um câncer, mas diversos
destes assolam estes organismos! A onda cancerígena começou com a invenção do
G-12 e suas células. Todavia, seus criadores, se esqueceram de que todo câncer
começa no interior de uma célula, e as células cancerígenas desta funesta visão
estão se proliferando cada vez mais em ambientes ditos evangélicos. Foi deste “ebola contemporâneo” chamado G-12 que as
mazelas da batalha espiritual, quebra de maldição, cobertura espiritual,
atos proféticos, cura interior, regressão, hipnose, cair no poder etc., surgiram
no cenário evangélico brasileiro. Não convém destacar e retratar todas estas
mazelas religiosas que adentraram nas anomalias que se dizem corpo de cristo,
mas apenas dar-se-á destaque a prática da regressão.
Nos cultos que enfatizam as
doutrinas desta seita, G-12, pratica-se a regressão, ou seja, pessoas devem se
concentrar e por meio de uma espécie de hipnose, regredirem até o suposto
período da vida em que foi acometido de algum mal. Alguns regridem até mesmo a
fase infantil, muitos até choram como sendo uma criança de fato. Na suposta
volta no tempo, ao encontrar o problema, devem deixá-lo no passado. Nestes
cultos é ensinado que a pessoa deve perdoar Deus, isso mesmo! Agora uma
pergunta básica: O que Deus fez para que eu o perdoe? Segundo os defensores
desta visão doentia, devemos perdoar Deus por Ele ter nos imposto um peso muito
grande chamado pecado e exigências pesadas demais a serem cumpridas. Isso é ou
não é um câncer, não no corpo, mas sim nas anomalias que se dizem corpo de
Cristo? Como conciliar estas alegações maléficas com textos bíblicos como Miquéias
7:19?
O fato é que isso revela a
situação caótica que se encontra o ambiente evangélico brasileiro da
atualidade, pois nem a própria psicologia faz uso mais da regressão, psicólogos
alegam que já se trata de uma prática obsoleta. No entanto, ai vem o “evangelho”
e se adapta de restos inúteis da psicologia (lamentável!). O que esta seita
propõe é na realidade refazer tudo aquilo que Cristo desfez o qual está
revelado em sua palavra. O cantor João Alexandre retrata na sua canção “É
proibido pensar” mais ou menos este ambiente precário. Isto é: querem costurar
o véu que Cristo rasgou, querem trazer de volta o que Cristo subjugou, e cospem
e pisam na graça. Por fim, com estas alegações maléficas, querem anular o
sacrifício de Cristo na cruz, pois a palavra de Deus alega que nenhuma condenação há para quem está em
Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito Rm 8:1.
Por que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo? Porque o sacrifício
na cruz do calvário realizado por Jesus é suficiente em todos e quaisquer
aspectos. Ou seja, todas as mazelas relatadas alhures não são necessárias para
os que estão em Cristo e que foram lavados pelo seu sangue. Mas o povo de Deus se perde por falta de
conhecimento – conhecimento da palavra (Os 4:6). Portanto, um dos cânceres
que afeta as anomalias que se dizem corpo de cristo é a visão G-12 e toda sua
bagagem.
Outro câncer que afeta as
anomalias que se dizem corpo de cristo é o dinheiro. A palavra de Deus não
condena o dinheiro em si, mas condena o amor a este (I Tm 6:10). Tem-se visto
instituições religiosas atoladas em problemas financeiros, débitos gigantescos,
folhas salariais astronômicas, e tudo isso para manter o que denomino de
sistema legalista eclesiástico, ou seja, existe um sistema legalista
eclesiástico onde vidas não são mais importantes, pessoas não são mais
importantes e o que de fato é importante é a manutenção deste sistema legalista
por meio de seu principal combustível chamado DINHEIRO.
É por meio do dinheiro que
pessoas são avaliadas, é por meio do dinheiro que pessoas são nomeadas aos
cargos, é por meio do dinheiro que pessoas são humilhadas e outras exaltadas. É
por conta do dinheiro que pessoas que erram grosseiramente não são punidas. É
por conta do dinheiro que não há mais disciplina nas igrejas, é por conta do
dinheiro que homens que possuem poder aquisitivo elevado mandam e desmandam nas
igrejas. E, por fim, é por meio do dinheiro que pastores e líderes abdicam da
fé e abrem mão de princípios e acabam convivendo em meio a práticas que não
condizem com os princípios das escrituras sagradas.
Pessoas que abrem mão da
verdade bíblica e penam sem se posicionar em troca de não ficar sem salário.
Isso sem falar no jogo partidário dentro destas instituições, politicagem etc.
etc. etc... Isso é ou não é um câncer em qualquer organismo, sobre tudo, nas
anomalias que se dizem corpo de cristo?
Há de fato uma preocupação
em se ter templos suntuosos que alimentam a sede de pastores com síndromes
megalomaníacas, e tudo isso, para alimentar a bolha burocrática sistemática legalista eclesiástica representada pela sigla B.B.S.L.E. Na
atualidade a pergunta não é mais se determinado jovem tem ou não vocação para
dirigir uma igreja, e sim, quanto ele quer ganhar. Se for pouco é um bom
negócio, mesmo que ele confunda Jesus com Genésio ou Habeas corpus com corpus
christis. Em algumas anomalias que se dizem corpo de cristo, que muitos erroneamente
chamam igreja, o dinheiro é quem dita às normas, à liturgia, às doutrinas, e,
em alguns casos, “compra até a salvação ou lugares no céu”. Este tem sido o
pior câncer, o mais devastador existente nestes ambientes.
Apontando já para o final da
nossa análise oncológica das anomalias eclesiásticas que se sentem no direito
de se auto intitularem membros do corpo de Cristo, destaca-se mais um câncer, a
saber, a má administração. Alguns acabam acreditando que Deus só pode ser
glorificado e exaltado por meio de louvores necessariamente. O caminho da
glorificação e da exaltação a Deus passa pelo louvor, só que este não é o único
caminho. Ou seja, eu posso ou não posso glorificar a Deus por meio de meu
testemunho? Eu posso ou não posso glorificar a Deus por meio de uma boa
administração eclesiástica? A resposta é SIM.
Alguns acabam esquecendo que
por meio de uma boa administração eclesiástica o nome de Deus é também glorificado
e exaltado. Parte daqui o dualismo que há nas instituições religiosas na
atualidade, ou seja, glorifica-se a Deus, exalta-se a Deus por meio das
palavras, mas a recíproca não é verdadeira nos atos – administração. A vida
humana é dotada de algo chamado juízo, este se dá na relação da linguagem com a
realidade. Ou seja, eu julgo verdadeiro aquilo que é falado em comparação com a
realidade. Por exemplo, se alguém diz que o céu é preto, logo todos vão
discordar, isso pelo fato do céu ser azul. Assim, o discurso não bate com a
realidade. É o que tem ocorrido com muitas instituições religiosas onde seus
respectivos líderes proferem belas palavras, dizem que está tudo bem, dizem que
adoram a Deus, mas a realidade é diferente.
Há de fato uma disparidade
entre discurso e realidade. Além disso, uns acabam que trazendo para o seio da
administração eclesiástica princípios políticos e partidários conforme já se
mencionou anteriormente. Isso é um mal antigo conforme I Co 3:3-6. No texto há
uma espécie de dissenção entre os irmãos de Corinto a escolher Paulo ou Apolo.
Mas, é no verso 6 que recai o principal princípio na administração eclesiástica,
a saber, o crescimento vem de Deus.
Por mais que Paulo plante e
Apolo regue o crescimento é dado pelo Senhor, e isso se estende ao ambiente do
lar conforme Sl 127:2 e a todos os ambientes da vida. As anomalias que se dizem
corpo de cristo estão permeadas de cânceres, e nestes, o crescimento não vem do
Senhor, e sim por meio da estratégia midiática de seus líderes em entreter e
flexionar o padrão do evangelho adaptando-o ao molde do freguês. Seria mais ou
menos um evangelho tipo self-service. Mas, no verdadeiro corpo de Cristo –
aquelas igrejas remanescentes –, que vivem a fé de forma correta e pautada nas Escrituras,
nestas, o crescimento vem única e exclusivamente da parte de Cristo, do Senhor.
Engana-se quem associa crescimento da parte de Deus com membresia numerosa. O
crescimento que provém da parte de Cristo está mais atrelado à qualidade do que
à quantidade. O crescimento que vem por meio de Senhor, no verdadeiro corpo de
Cristo e não nas anomalias que se dizem corpo de Cristo, não se assemelha a
inchaço, e sim a essência.
Segundo esta analise, é
possível concluir que as verdadeiras igrejas remanescentes, aquelas que podem
de fato ser classificadas como corpo de Cristo e não como anomalias que se
dizem corpo de Cristo, não possuem um abarrotamento de seu espaço físico por
fiéis. Ou seja, nas anomalias há um inchaço populacional: é só levantar a mão e
pronto, uma nova criatura surge novinha em folha, na hora, feito caldo de cana.
Deva ser por isso que o pseudo “IDH” nestas instituições, nas anomalias que se
dizem Corpo de Cristo, é tão elevado. No entanto, isso não implica dizer que a
verdadeira igreja de Cristo na terra, aquelas que são de fato parte do Corpo e
não anomalias, não crescem e não são desenvolvidas por terem poucos membros. O
verdadeiro crescimento se dá em essência e não em aparência Sl 119:160 (NVI).
No que diz respeito à
essência, à qualidade, e ao que verdadeiramente importa, o verdadeiro corpo de Cristo
se sobrepõe as anomalias. Com isso é importante que fique clara a distinção que
se faz neste texto entre ambos. Muitas instituições religiosas se avaliam como
corpo de Cristo, mas, de acordo com suas práticas e costumes, de acordo com a
relação do que se fala com a realidade, se percebe de forma bem clara que estas
de corpo de Cristo não têm nada. Estas, não passam de meras anomalias que se
dizem corpo de Cristo e que se reproduziram de forma independente – é possível
ver isso no seu desprezo à Bíblia. São nestas anomalias que pairam as maiores
mazelas da fé. Isso não significa dizer que nas verdadeiras igrejas,
verdadeiramente aquelas que podem ser classificadas como corpo de Cristo, não
haja problemas. Mas, além destes problemas serem em nível bem menor, os
problemas são resolutos. Se comparados, quando no máximo, a meros resfriados e
não chegam à esfera de um câncer.
No verdadeiro corpo de
Cristo, naquelas instituições que de fato podem ser vistas desta forma, não há câncer,
não há metástases, pois neste ambiente há antídoto contra estes males e o
principal é chamado Escritura Sagrada. Por isso estes males avassaladores não
se desenvolvem. De forma bem distinta ocorre nas anomalias que se dizem corpo
de Cristo, onde estes males – câncer com metástase – estão arraigados corroendo
tudo, pelo fato de não haver tratamento correto com o antídoto indicado –
bíblia. Portanto, após esta mera avaliação, fica a dica e a pergunta: Você
congrega no corpo de Cristo ou em uma anomalia que se diz ser o corpo Cristo?
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