Por Luciana Barbosa
Nos dias atuais percebo que crentes tem atribuído tudo o que lhes acontecem a Satanás. E digo mais, tenho até pena do coitado, pois, se tropeça, perde a hora, se atrasa ao ir para o culto, pneu fura; é Satanás. Mas, lamentável foi um dia em um velório, o pastor da igreja do falecido disse o seguinte: “... o diabo ceifou a vida do nosso irmão”. Para muitos há um duelo entre o bem e o mal, entre Satanás e Deus. E que nós vamos esperar para ver quem ganha esse duelo. Será que Satanás tem todo esse poder? O que as Escrituras nos afirmam? É diante desses questionamentos que trago três razões pelos quais afirmo que Satanás não tem todo esse poderia que lhe é atribuído. Ele é apenas mais um instrumento de Deus.
1. Deus é soberano sobre todas as coisas
A confissão de fé de Westminster no capítulo V SOBRE A PROVIDÊNCIA:
I. Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor. Ne, 9:6; Sl. 145:14-16; Dn. 4:34-35; Sl. 135:6; Mt. 10:29-31; Pv. 15:3; II Cr. 16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sl. 33:10-11; Ef. 3:10; Rm. 9:17; Gn. 45:5.
III. Na sua providência ordinária Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar sem eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbítrio. At. 27:24, 31; Is. 55:10-11; Os.1:7; Rm. 4:20-21; Dn.3:27; Jo 11:34-45; Rm. 1:4.
VI. Quanto àqueles homens malvados e ímpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece em razão de pecados anteriores, ele somente lhes recusa a graça pela qual poderiam ser iluminados em seus entendimentos e movidos em seus corações, mas às vezes tira os dons que já possuíam, e os expõe a objetos que a sua corrupção torna ocasiões de pecado; além disso, os entrega às suas próprias paixões, às tentações do mundo e ao poder de Satanás: assim acontece que eles se endurecem sob as influências dos meios que Deus emprega para o abrandamento dos outros. Rm. 1:24-25, 28 e 11:7; Dt. 29:4; Mc. 4:11-12; Mt. 13:12 e 25:29; II Rs 8:12-13; Sl.81:11-12; I Co. 2:11; II; Ex. 8:15, 32; II Co. 2:15-16; Is. 8:14.
2. Não existe duelo entre Deus e Satanás
Pense comigo: Diante de tudo isso que nos foi apresentado anteriormente, se Deus assim decretasse, ele poderia evitar a existência das tentações no mundo que lhe pertence. Ele tem todo o poder para fazer ou realizar tal coisa, impedindo, assim obras malignas. Todavia, Deus é suficientemente soberano para servisse de instrumentos segundo seus propósitos. A terra é o lugar que foi dado a Satanás para que ele pudesse trabalhar como instrumento de Deus. Sua finalidade é perturbar, humilhar, desassossegar e derrubar os cristãos. Porém, toda essa tentativa de Satanás é para cumprir o propósito divino de fortalecer a fé dos crentes, criando neles uma perseverança inamovível; é através das tentações que somos amadurecidos (Jó.1:5-22).
Quando falamos em Satanás não podemos esquecer que o seu reino é um reino parasita, isto é, um parasita não tem os meios e a capacidade de existir por eficácia dos seus métodos, ele é totalmente dependente do reino cósmico de Yahweh. Ele não é um ser autônomo, é um ser criado, tem limitações e a ele é dado um espaço, ele só pode ir até onde Deus permitir. A história de Jó é exemplo disso. Por Satanás ele também acabava com a vida de Jó, assim como fez com seus filhos, porém a permissão de Deus era que podia fazer tudo menos tocar em Jó. Deus não tem páreo, só ele é soberano e em suas mãos está todo o poder.
3. Satanás é inimigo da igreja
Como já foi dito pra Deus não existe páreo e Satanás sabe muito bem disso e ataca sua igreja - nós, os crentes salvos na pessoa de Cristo. As Escrituras nos mostram todo o ataque que sofremos diariamente. O Novo Testamento dá a Satanás títulos reveladores: Diabo, que significa “acusador do povo de Deus; (Ap 12.9-12); Apoliom, que significa “destruidor” (Ap 9.11); “Tentador” (Mt 4.3; I Ts 3.5); e “Maligno” (I Jo 5.18,19). “Príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11) e “deus deste século” (II Co 4.4). Todos esses títulos apontam para Satanás como aquele que preside contra o povo de Deus. Jesus disse que Satanás foi sempre um assassino e é o pai da mentira. Ele é identificado como a serpente que enganou Eva no Éden (Ap 12.9; 20.2). A malícia e a astúcia de Satanás devem ser levadas em conta seriamente, porém o cristão não precisa ficar tomado de terror servil por causa dele, porquanto ele é um inimigo derrotado. Satanás é mais forte do que os seres humanos, mas Cristo triunfou sobre ele (Mt 12.29), e os cristãos também triunfarão sobre ele, resistindo às suas investidas com as armas que Cristo nos proporciona (Ef 6.10-18; Tg 4.7; I Pe 5.9-10), “porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (I Jo 4.4).
Satanás é o hassatan de Deus, isto é, promotor de justiça que leva pra Deus informações a nosso respeito, nos acusando dos erros cometidos contra Sua lei e, apesar de ser o pai da mentira quando observamos a história de Jó, percebemos que ele não tenta enganar a Deus, ele apenas disse o que ele pensara que pudesse acontecer visto que ele não é onisciente. Que possamos crer totalmente na soberania de Deus, assim como cantamos em nossas igrejas "Tu és Soberano, sobre a terra, sobre os céus Tu és senhor absoluto"...Que isso venha ser uma verdade em nós.
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