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1 de fev. de 2015

A internet não é lugar para tratar de temas polêmicos, certo? Errado!

Por Alan Rennê Alexandrino

"A internet não é lugar para tratar de temas polêmicos! Em vez disso, por que não tratar de assuntos que edifiquem?"

A frase acima - ou variações dela - é muito comum nas redes sociais e em comentários de vídeos do YouTube. A ideia é que, em vez de tratar de assuntos polêmicos é preferível tratar de pontos pacíficos, não controversos, que agradem aos adeptos de todos os segmentos neste grande mundo que é o evangelicalismo brasileiro. Na verdade, este tipo de pensamento é um reflexo do politicamente correto que tanto tem imbecilizado a nossa sociedade. Os erros estão aí. Eles são gritantes. Aberrações são praticadas em nome de Deus - coisas como "se você crê digite 'amém'" -, mas ninguém pode dizer absolutamente nada! Por que não? Porque vai ofender a muita gente. Porque muitas pessoas vão se sentir atingidas, afinal de contas, já dizia Erasmo: "Todas as tolices, por mais grosseiras que sejam, sempre têm os seus sequazes". E são os sequazes das falsas doutrinas, das doutrinas de homens que vão se sentir atingidos e vão vociferar, "para toda a rede ouvir", que aquele que levanta as questões está perdendo a oportunidade de falar do evangelho e de tratar daquilo que edifica.

Mas, será isso mesmo? Será que expor os erros é algo que não edifica?
De fato, o apóstolo Paulo nos ensina que em tudo aquilo que fazemos devemos buscar a edificação uns dos outros:

"Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Romanos 14:19).
"Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação" (Romanos 15:2).
"Há muito, pensais que nos estamos desculpando convosco. Falamos em Cristo perante Deus, e tudo, ó amados, para vossa edificação" (2Coríntios 12:19).
"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem" (Efésios 4:29).
A palavra "edificação", como é sabido, traz a ideia de uma construção, do levantamento de um edifício. O Thayer's Greek Lexicon diz que o uso metafórico da palavra fala "do ato de promover o crescimento de outra pessoa na sabedoria, piedade, santidade e felicidade cristã". Ora, se edificação é isso, então, gostaria de perguntar: Expor o erro e ensinar a verdade não edifica? O que mais pode edificar uma pessoa senão a verdade? É na verdade que somos santificados: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17.17).
Alguns podem argumentar usando o já citado texto de Romanos 14.19: "Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros". Eles podem dizer: "Está vendo? Precisamos seguir as coisas da paz". "Assuntos polêmicos" - assuntos que desmascaram o engano -, dizem eles, "não contribuem para o objetivo de buscarmos aquilo que é da paz!" E eu pergunto: Que paz pode existir quando o erro, a mentira, o engano, as falsas doutrinas e o falso culto permanecem encobertos e intocados? É atribuído a Lutero o seguinte dito: "A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço". É isso! Não há paz real e verdadeira na mentira! O que existe é conveniência! Apenas isso! Assim, quando o apóstolo Paulo fala de buscarmos as coisas da paz, certamente, ele não tem em mente deixar o engano intocado!
Para edificar, em muitos casos, é preciso destruir a superestrutura de um edifício que está caindo aos pedaços. Chega-se ao ponto de, até mesmo, ter de mexer nos alicerces. Um alicerce ruim é prejudicial! O mesmo é verdade em relação ao nosso desejo de que os nossos irmãos cresçam na piedade, no conhecimento e na graça de nosso Senhor Jesus Cristo!
Por isso, para edificarmos uns aos outros naquilo que é agradável ao Senhor Jesus, se preciso for, marretemos com força as paredes construídas com o cimento da mentira e rebocadas com a lisonja do engano maligno!

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