Por Thiago Azevedo
Frequentemente
se tem visto pessoas proferirem os seguintes relatos: “Faço parte desta igreja por que fica próxima da minha residência”. “
Congrego aqui por que meu pai é pastor”. “ Faço parte da família que fundou a
igreja e por isso não posso sair!”. “Não posso sair desta igreja por ser
obreiro remunerado”. “Minha namorada frequenta esta igreja e por isso não saio”.
Entre outros. Percebe-se que o
congregar nas instituições religiosas, atualmente, se dá por conta de uma
comodidade e não por conta da doutrina ensinada. Ou seja, funciona mais ou
menos da seguinte forma: O líder da instituição religiosa pode até negar a Trindade
ou confundir Jesus com Genésio, o que importa de fato é se a instituição
religiosa é próximo da residência ou qualquer outra coisa que seja cômoda. Na
realidade, estas pessoas, os ditos cômodos, estão presentes nestas instituições
fisicamente, mas no que tange ao âmbito espiritual, já estão ausentes há tempo.
Todo o problema de quem age desta forma é que na realidade não consegue
interpretar que está comprometendo sua fé em nome de uma comodidade fútil.
O que há na
atualidade é o que denomino de Matrix Litúrgica, duas realidades –
se dá quando o culto público é aparentemente perfeito, mas a verdade de seus bastidores
é conhecida verdadeiramente por poucos. É justamente este quantitativo que se
faz conhecedor dos bastidores de tal instituição religiosa que não consegue
cultuar de forma pura, plena e sincera a Deus, e mesmo em meio a este contexto,
entendem que o frequentar esta instituição religiosa deva se pautar pela
comodidade que lhe convém. É aqui que começa o ato de corrupção da fé. Com a fé corrompida o cristão não é
mais o mesmo. Com a fé corrompida o cristão vai perdendo o senso da importância
de estar aos pés de Cristo. Com a fé corrompida o cristão não olha mais para o
alvo. Com a fé corrompida o cristão passa a descredibilizar o que é importante.
Com a fé corrompida Deus começa a ser questionado. Com a fé corrompida o
cristão passa a não acreditar na seriedade das pessoas (generaliza tudo). E,
por fim, com a fé corrompida, o cristão anda as mínguas.
O estágio de corrupção da fé é muito perigoso,
pois a percepção de que a fé está sendo corrompida só é possível com muita
sensibilidade e se alguém de fora o percebe, geralmente, é descredibilizado
também. Quando uma pessoa fica presa a frequentar uma instituição religiosa
apenas pela comodidade disponível que lhe atrai, geralmente começa-se a surgir
atitudes antes não vistas, a saber: não
se tem mais vontade de frequentar os cultos, não se tem mais vontade de
dizimar, não se tem mais vontade de se envolver nas programações eclesiásticas,
não se tem mais vontade de orar, de ler a bíblia, etc., aqui a luz de perigo já acendeu, mas o indivíduo mal
percebe. Nesta fase a comodidade deve ser superada e a busca de um novo
horizonte litúrgico deve ser almejado.
Por fim, Hebreus
11:1 define fé como o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das
coisas que não se veem. Se tirarmos a fé do cristianismo tiramos a respiração
da vida biológica, tiramos algo que é vital e logo as consequências serão
percebidas. Um cristão com a fé corrompida - ou se corrompendo - não terá mais
a esperança da vinda de Cristo e dos efeitos de sua morte e ressurreição no
nosso meio. A tendência de quem vem sofrendo uma corrupção da fé é chegar há um
estágio de escassez total desta. Nesta situação agradar a Deus se torna impossível
(Hebreus 11:6). Talvez encontremos nesta comodidade grande parte dos males que
o evangelho na atualidade vem sofrendo, a saber, competição, busca por notoriedade,
disputas midiáticas, desprezo às escrituras, falta de temor e tremor a Deus, ênfase
financeira etc. Tudo isso são indícios de cristãos que adentraram no processo
de corrupção da fé, em muito por uma comodidade fútil, e não se deram conta e talvez
nunca deem.
Conclui-se que
crivo correto para se avaliar se uma instituição religiosa é ou não de
procedência não é, e nem nunca pode ser, a comodidade que lhe envolve, mas sim
seu envolvimento e sua dedicação com o ensino das Escrituras Sagradas. O perigo
está exposto e denunciado, é sutil e em muito assintomático, mas possui um
poder de devastação elevado – a comodidade que corrompe a fé. Fiquemos atentos
a mais este mal.
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