Por Thomas Magnum
Todos os anos nós
publicamos alguns textos comemorativos sobre a Reforma Protestante. Acreditamos
que o dia 31 de Outubro é uma data que deve ser celebrada pelos cristãos
evangélicos - principalmente por nós que professamos a fé reformada. A reforma
foi sem dúvida um divisor de águas na história da Igreja e da humanidade. Sendo
então um movimento de reforma eclesiológica seus princípios não morreram e
permanecem a nos ensinar em pleno século 21.
Temos hoje milhares de mídias que são utilizadas como ferramentas como transmissão da fé reformada. Os cinco pontos do calvinismo são quase que comuns diariamente nas redes sociais. Documentos antes somente estudados para quem ia a um seminário teológico agora são acessíveis a qualquer pessoa na internet. É claro que essa efervescência da teologia reformada no Brasil tem causas e efeitos: incomodo com o conformismo evangélico, a desvalorização da doutrina e da pregação, a secularização, o pós-modernismo, a “mundanidade” de muitas igrejas ditas protestantes causou e tem causado inconformismo em muitas pessoas e um misticismo sincrético que tem sido comum nas igrejas históricas - e isso como consequência do pentecostalismo e do neopentecostalismo. Alguns pontos interessantes nos chamam atenção: a tecnologia como meio de difusão da teologia reformada, o inconformismo religioso como combustível para um posicionamento de protesto contra a heresia, contra uma ortodoxia morta e contra o liberalismo teológico e moral nas igrejas.
Vemos na história da
reforma como a tecnologia foi importante para a proclamação da fé nos escritos
dos reformadores. Posteriormente lemos que já na era dos puritanos o
inconformismo com o cerimonialismo anglicano levou a uma reforma na igreja
inglesa com pensadores e pregadores de peso e também o surgimento de
denominações e grupos reformados como os não-conformistas ou independentes - que hoje formam os Congregacionais assim como
seus descendentes diretos.
Todo esse sentimento de
santa revolta com uma ortodoxia morta e a teologia cristã sendo substituída por
vários outros fatores levaram sempre a um posicionamento de reforma na igreja. Mas,
existe algo que permaneceu também e não foi diferente nos anais das reformas
eclesiológicas e teológicas na história da igreja – O discurso divorciado da
prática.
Sim, isso ainda permanece.
Reformados de internet e de redes sociais que são críticos ferrenhos da igreja,
mas, não fazem nada por ela. Teólogos de Facebook que se acham os donos da
dogmática reformada, jovens que nunca nem leram Calvino ou Lutero e se acham
autoridades em teologia. Seminaristas que mal leram uma teologia sistemática e
se acham peritos em exegese bíblica. E o que tem feito pela igreja? Como se tem
contribuído para com a igreja local? Quem são seus pastores? Essas são
perguntas que dever ser feitas não de forma retórica, mas, respondidas. Um
protestantismo que não preza nem ama a igreja não é sadio nem recomendável.
Reforma deve vir acompanhada de piedade. Vemos comumente reformados mais
preocupados com se podem fumar ou não, beber ou não, cair na gandaia ou não. O
secularismo está à espreita querendo engolir aqueles que se acham muito maduros
e que tem sido imaturos e prejudicado a igreja de Deus. Temos liberdade cristã,
mas, não devemos esquecer que minha liberdade não pode ferir a consciência
fraca do meu irmão. Em nome de uma imprecação reformada, o amor cristão tem
sido relegado à sarjeta por um tipo de ortodoxia estranha aos ensinos da
Escritura principalmente no Novo Testamento.
Qual o motivo da reforma?
Para que reforma? Que consequências uma reforma deve trazer a igreja? Atentemos
para os seguintes pontos:
1- Uma reforma que não se
preocupa com a obra evangelizadora da igreja não é reforma;
2- Uma reforma que não
demonstra santidade de vida e retidão de caráter não é reforma;
3- Uma reforma em que Deus
não é o centro do culto cristão não é reforma;
4- Uma reforma que não se
limita ao sola scriptura e que se
enlaça de tradições claramente contra a Palavra de Deus não é reforma;
5- Uma reforma sem oração
e zelo pela doutrina bíblica não é reforma;
6- Reforma sempre é
acompanhada de avivamento;
7- Uma reforma em que a
Bíblia não é a suficiente Palavra de Deus não é reforma.
Excelente artigo e um alerta extremamente necessário, principalmente no contexto protestante brasileiro atual. Faço parte de uma denominação pentecostal e mesmo tendo sido edificado pelo trabalho de muitos irmãos piedosos e compromissados com a Palavra de Deus, também tenho sofrido ao longo dos anos ao presenciar práticas estranhas à sã doutrina. Precisamos sim, de um avivamento real que tenha como foco primordial as Sagradas Escrituras(Até porque não existe avivamento que não comece pela Palavra). Que o Senhor se apiede de nós. Gostaria de parabenizar a equipe responsável pelo site, tenho sido enriquecido pelo trabalho dos irmãos. Estarei orando por vocês!
ResponderExcluirExcelente!!!
ResponderExcluirMuito bom texto, precisamos que o povo que se denomina de Deus saibam qual o verdadeiro sentido da reforma.
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