Por Thomas Magnum[i]
O passo mais
importante para o cristão é tornar-se informado sobre a cosmovisão cristã,
uma visão abrangente e sistemática da vida e do mundo como um todo. Nenhum
crente hoje pode ser realmente eficaz na arena das ideias até que tenha sido
treinado a pensar em termos de cosmovisão. (Ronald Nash)
Não raro, a aplicação do estudo
teológico as mais variadas esferas da vida humana se limitam a comunidade
cristã local e a seu calendário de programações semestrais ou anuais; com
conferências, congressos, simpósios etc. Não sou contra essas programações,
pelo contrário participo tanto ouvindo, como falando em eventos assim e acho
benéfico, mas, o problema é que esse tipo de reflexão não pode se limitar a
períodos programados.
Ao pedir que cristãos leigos ou
mesmo seminaristas apliquem o estudo teológico de forma contextual a sociedade,
arte, música, família, relacionamentos, atividade profissional e atividades
intelectuais ou acadêmicas deve-se saber que esbarraremos em grandes muralhas
que precisam ser transpostas. A aplicação da teologia na vida prática muitas
vezes é um grande dilema para muitos cristãos. Como ser um profissional para
glória de Deus ou como ser um pai ou mãe par glória de Deus? Ou mesmo, como ser
um pintor ou escultor ou poeta para glória de Deus? Por vivermos num contexto
secularizado e como dizia Francis Schaeffer pós-cristão, temos dificuldades
enormes para equiparar nossa vida de forma integral com o ensino do
cristianismo. Ao falarmos da visão teológica é necessário que esclareçamos
alguns pontos importantes. Todo homem possui a semen religionis
(semente da religião), todo homem ou mulher tem afeições religiosas,
sejam essas direcionadas corretamente ao Deus da Bíblia ou a um deus criado
pela imaginação humana.
Ao tratarmos de culto e cultura
estaremos em campos paralelos, à prática cultural é identificável pela prática
religiosa de indivíduos, grupos sociais, cidades, países ou num contexto
mundial. A visão teológica está presente em todos os contextos culturais, o
missiólogo e antropólogo Ronaldo Lidório nos diz que
Observar a cultura
como ela é (a partir de uma observação êmica) e estudá-la à luz de um processo
bíblico (observação teológica) é um exercício válido para todos os que lidam
com a exposição e a vivência do evangelho com outras culturas, a fim de
entender bem como aquele valor bíblico está de fato sendo compreendido e
aplicado pelo grupo receptor [ii].
A observação pelo espetro
sócio-cultural como diz Lidório em seu livro Comunicação e Cultura não pode ser
apenas pelos primas ético e êmico, a partir de meus valores culturais e a
partir somente dos valores culturais do outro, daquele que será receptor da
mensagem do evangelho, mas sim, por uma observação êmico-teológica num contexto
missiológico. A cultura também é beneficiada pela graça comum de Deus em muitos
aspectos, no nosso caso no Ocidente temos uma forte influência da moral cristã.
O pensamento social e político em muitas esferas nacionais são fruto da
cristandade. No entanto há uma dificuldade de empregabilidade dos ensinos
cristãos a uma prática ética, esta prática não tem compromisso com a Escritura
Sagrada. Quando um contabilista é tentado a realizar manobras ou transações que
chocam com o ensino cristão? O que fazer? É evidente que a resposta a essa pergunta
é a mesma para toda a ética ensinada pelo cristianismo que são fruto da lei de
Deus, não furtarás.
A Bíblia é a lente pela qual devemos ler o mundo. O cristianismo é a única forma correta de ler a sociedade em todas as suas camadas – famíliar, política, educacional, artística, relacional. Nosso grande desafio de fato é uma visão teológica teoreferente. No desenvolvimento do pensamento cristão a cristandade foi tentada a mudar sua referência teológica de Deus para uma referência antropocêntrica, houve uma convergência para o homem, centralizando a criatura.
Precisamos ter uma visão teoreferente,
Deus como referencial não só para a vida em comunidade de fé, mas, nosso papel
na sociedade, na academia, na vizinhança, na família. Essa visão será fruto
inicialmente de uma correta apreensão da criação descrita nas Escrituras
Sagradas.
A doutrina da criação é de grande
importância para uma cosmovisão teoreferente, se não houver uma correta
abordagem da origem do mundo e do homem não se obterá uma completa e correta
concepção do propósito para o qual o homem fora criado, para o qual o mundo
fora criado. A criação ex nihilo é
nosso ponto de partida para uma cosmovisão cristã bíblico-teológica tendo Deus
como o ponto central de sua gênese ao seu sentido último. Franklin Ferreira nos
diz que
Esse Deus criou por seu poder todas as
coisas do nada, e, originalmente, toda a criação era boa. Essa noção da criação
do nada é importantíssima para a fé cristã. A expressão latina é ex
nihilo. Deus não precisou de nada preexistente para criar. O Deus Eterno
cria tudo do nada, sem precisar de nenhuma ajuda. Portanto, não havia nenhuma
matéria prévia ao lado de Deus na criação. Deus cria a matéria. Aliás, Deus
cria o próprio tempo. Deus cria a história. Tudo foi criado por Ele. Deus criou
toda a criação muito boa. Gênesis 1.1-31 afirma esta verdade seis vezes. Deus
cria e diz: “É bom” (Gn 1.10,12,18,21,25,31). Deus cria, e é bom. E no final do
relato bíblico, Deus cria e diz: “Muito bom”. E Deus cria todas as coisas para
que estas anunciem sua glória, amor e bondade [iii].
Deus não precisava criar, afinal, Deus
não precisa de nada, se precisasse não era Deus. Ele decidiu criar em um ato de
soberania e sabedoria divina e o propósito dessa criação é sua glória. Deus
criou do nada, seu eterno poder criou de forma boa, sua criação segue seu
propósito, seu decreto estabelece a história da humanidade, sua providência
guia o mundo a encarnação do seu eterno propósito, trazendo a cabo o que foi
estabelecido por seu decreto eterno.
O estudo dos decretos leva naturalmente
à consideração da sua execução, e esta começa com a obra da criação. É a
primeira, não somente em ordem cronológica, mas, também como prioridade lógica.
É o começo e a base de toda revelação divina e, consequentemente, é também o
fundamento de toda vida ética e religiosa. A doutrina da criação não é exposta
na Escritura como uma solução filosófica do problema do mundo, mas, sim, em seu
significado ético e religioso, como uma revelação da relação do homem com seu
Deus. Ela salienta o fato de Deus é a origem de todas as coisas, e de que todas
as coisas Lhe pertencem e Lhe estão sujeitas. O conhecimento desta doutrina só
se obtém da Escritura e se aceita pela fé (Hb 11.3)[iv].
Fica entendido que por nossa
perspectiva teológica é incoerente interpretar a criação e seu propósito sem o
decreto de Deus. Como nos disse Berkhof : o estudo dos decretos nos
levam à consideração lógica da sua execução. Sem essa compreensão a
partir do decreto de Deus na criação toda ordem do mundo é adulterada, somente
através do que diz a Bíblia sobre o mundo e a finalidade de sua existência
podemos ter um verdadeiro entendimento da criação e sua ordem missional [v]. Como dito anteriormente essa adoração do universo e
toda a criação de Deus lhe é prestada como finalidade, o telos. Deus,
sendo Deus não precisa de nada nem de ninguém como Hodge afirma:
[...] À luz da auto-suficiência
absoluta de Deus, deduz-se que a criação não foi designada para suprir ou
satisfazer qualquer necessidade de sua parte. Ele não é mais perfeito ou mais
feliz por haver criado o mundo. Além disso, deduz-se da natureza de um ser
infinito que a razão (ou seja, tanto o motivo quanto o fim) da criação deve
estar nele mesmo. Como todas as coisas são dele e por meio dele, assim
também são para ele[vi].
O fato da criação não alterar em nada o
caráter de Deus nos é um tema caro na teologia sistemática, Deus não se tornou
criador, mas é o eterno criador. Deus é imutável e antes do tempo existir Deus
era Deus, auto-suficiente, o Eu Sou o que Sou. Essa independência de Deus e sua
suficiência nele mesmo o eleva a um Ser necessário para explicar o sentido da
criação. Nos diz Bavinck que
[...] Deus é o Eterno: nele não há
passado nem futuro, nem transformação e nem mudança. Tudo o que ele é, é
eterno: seu pensamento, sua vontade, seu decreto. Eterna nele é a ideia do
mundo, que ele pensa e expressa no Filho; eterna nele também é a decisão de
criar o mundo; eterna nele é a vontade de que o mundo seja criado no tempo;
eterno nele também é o ato de criar como um ato de Deus, uma ação
tanto interna quanto imanente. Deus não se tornou Criador, de modo que,
primeiro , por um longo tempo, ele não criou e depois criou. Em vez disso ele é
o Criador Eterno, e, como Criador, ele era o Eterno, e como o Eterno, ele criou [vii].
A observação por meio sociocultural não
é suficiente para uma conceituação antropológica.
O estudo teológico não tem por
obrigação somente a instrução dos cristãos no âmbito devocional e eclesiástico.
Toda construção teológica desembocará em resultados práticos na vida de um
receptor, daquele que for recipiente do discurso dogmático. A teologia não
serve como um depósito de debates infindáveis e sem utilidade (embora tenha
sido assim em muitos casos), a teologia deve atender e responder questões
ligadas a Deus, a sua igreja, ao homem como ser criado e onde ele está inserido
– a sociedade – a teologia versa ou dialoga com todas as áreas do conhecimento,
sobrepujando-as, a teologia é por assim dizer superior a todos os campos de
conhecimento, por ter como objeto de estudo a revelação escrita de Deus. Com
isso não estou invalidando a importância dos variados campos do saber, pelo
contrário, Deus tem dois “livros” que o revelam, a revelação geral e a
especial/histórico-redentiva. As duas, com distinta importância, mas, a última
como superior a primeira conforme nos mostra o Salmo 19.
A teologia reformada tem sido um
baluarte desde a reforma protestante. Lutero, Calvino e os demais reformadores
foram pensadores sociais também, sua teologia era missional, encarnacional,
aplicada a realidade de sua época de forma que o Evangelho responde questões
referentes ao homem e seu habitat. Toda construção da antropologia social irá
versar sobre questões contingentes e não contingentes em relação à vivência
humana ou a seus aspectos observacionais, psicológicos. Conquanto muitas vezes
ou a maioria delas, essas observações são tomadas como axiomáticas de forma que
tais observações acabam ser tornando “canônicas” na determinação de quem é o
homem, o que ele faz aqui, qual é sua função no âmbito social e qual é o
propósito de sua vida. Toda essa construção tem um viés ideológico e
espiritual, tudo que promove exame da persona irá atrelar-se
ou pelo menos tentar ligar-se a realidade, o problema é que a realidade acerca
do que é o homem e seu propósito escatológico somente pode ser determinado por
uma conceituação fora do homem. A forma de saber quem é o homem e porque ele
está aqui é algo espiritual, nem o epicurismo, nem o marxismo, nem o freudismo,
nem o psicologismo, nem o sexismo, nem o feminismo, nem socioconstrutivismo tem
condições de determinar o que é o homem, a antropologia através de suas
investigações observacionais pode até eximir algum raio de luz em relação ao
que é o homem, mas, não pode de forma observacional apenas, dizer o que é o
homem. O ser humano não pode ser apenas observado eticamente
[viii], nem êmicamente [ix], mas, de forma que seja
observado por um prisma maior e eficaz, em que a ética e a observação êmica serão
julgados por um exame êmico-teológico.
Um arcabouço
doutrinário/teológico frouxo nunca poderá produzir um pensamento social e
político coerente com o Ser de Deus revelado nas Escrituras. Uma teologia que
mina a soberania de Deus e a vileza e o estado caído do homem e sua total
inabilidade para alcançar a Deus, produzirá um sistema de pensamento contrário
ao cristianismo bíblico. Toda teologia que defende a autonomia da razão humana
será um pressuposto para sistemas políticos totalitários, opressores, ímpios, e
promotora de atitudes contrárias a uma ética que sobrepuje a construção
ideológica.
Sem uma correta abordagem teológica
viabilizada pela dogmática cristã não podemos construir ou descobrir qual é o
modelo correto de sociedade, política, abordagens artísticas, métodos
educacionais, crescimento dos campos do saber. A teologia irá nos mostrar
através de suas abordagens do dogma cristão, como Deus deseja que sua criação
funcione. É entendível que não há na Bíblia uma fórmula sagrada para a
composição de sinfonias, ou uma determinação musical sagrada para a utilização
de determinados compassos, ou para uma sacramentalização de determinados
instrumentos musicais. Como não há uma fórmula bíblica para técnicas de artes
plásticas, ou uma aprovação teológica ao impressionismo ou expressionismo
quanto escolas de arte, não há uma ordenança bíblica para se tomar o cubismo ou
dadaísmo como escolas de arte cristãs ou mesmo o surrealismo como algo
fundamental para a cristandade. O que teremos nas Escrituras é o
estabelecimento de uma cosmovisão criacional e redentora. A partir da criação e
dos mandatos estabelecidos em Gênesis 1.26-30 temos todo um fundamento para a
visão cristã de mundo que será desenvolvido e aplicado em todas as Escrituras.
Podemos concluir que a cosmovisão
cristã é fundamentalmente criacional e redentora. O motivo básico cristão de criação
– queda – redenção é muito importante para uma correta leitura teológica
que estabelecerá a ponte para percepções cristãs de mundo. Essa percepção
cristã do mundo se exalta sobre toda e qualquer cosmovisão concorrente. Como
nos diz Ronald Nash:
Óculos corretos são capazes de por
o mundo em foco mais claro - e a cosmovisão correta pode funcionar de um modo
muito parecido. Quando alguém olha o mundo pela perspectiva da cosmovisão
errada, o mundo não faz muito sentido. Ou o que a pessoa pensa fazer sentido
estará, na verdade, errado em aspectos importantes. Aplicar o esquema
conceitual correto, isto é, ver o mundo através da cosmovisão correta, pode ter
repercussões importantes para o resto da compreensão da pessoa de
acontecimentos e ideias [x].
Com essa afirmação de Nash podemos
dizer que em grande medida cosmovisões não cristãs tem sua dose de niilismo.
Não há propósito último. Numa cosmovisão cristã que se desenvolve a partir de
uma abordagem criacional temos claramente uma ordem básica de entendimento em arche,
ethos e escathon. Existe um criador de todas as coisas e esse criador
estabeleceu leis para o funcionamento de todas as coisas e para suas criaturas,
essas leis sejam elas as leis naturais que estarão ligadas ao uma abordagem da
teologia natural ou leis preceituais ligadas a revelação especial de Deus, uma
teologia redentiva, uma revelação que leva a humanidade a salvação. Essa
revelação está em Jesus Cristo encarnado, verbo de Deus e nas Sagradas
Escrituras. Com isso estabelecido é evidente que todo esse plano criacional tem
um fim, um escathon. Aqui está a importância da progrecividade
e organicidade da revelação de Deus aos homens, a Bíblia, a teologia da
revelação é crescente e progressivamente dirigida ao clímax da história da
redenção de toda criação, essa redenção final contempla tanto os homens como o
mundo criado, a restauração de todas as coisas cumpre o escathon de Deus. Sem
uma cosmovisão criacional e redentora não chegaremos a uma compreensão
escatológica do plano divino.
O passo mais importante para os
cristãos é tornar-se informado sobre a cosmovisão cristã, uma visão abrangente
e sistemática da vida e do mundo como um todo. Nenhum crente hoje pode ser
realmente eficaz na arena das ideias até que tenha sido treinado a pensar em
termos de cosmovisão [xi].
Ronald Nash mais uma vez nos
esclarece a importância da cosmovisão para o mundo visto por óculos redentivos.
Sem essa compreensão cristãos não terão condições de cumprirem devidamente sua
missão, que não é apenas evangelizar, mas, glorificar a Deus entre todas as
nações. Por isso nos diz o Salmo 98:
Cantem ao Senhor um novo
cântico, pois ele fez coisas maravilhosas; a sua mão direita e o seu braço
santo lhe deram a vitória!
O Senhor anunciou a sua vitória e revelou a sua justiça às nações.
Ele se lembrou do seu amor leal e da sua fidelidade para com a casa de Israel; todos os confins da terra viram a vitória do nosso Deus.
Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra! Louvem-no com cânticos de alegria e ao som de música!
Ofereçam música ao Senhor com a harpa, com a harpa e ao som de canções,
com cornetas e ao som da trombeta; exultem diante do Senhor, o Rei!
Ressoe o mar e tudo o que nele existe, o mundo e os seus habitantes!
Batam palmas os rios, e juntos, cantem de alegria os montes;
cantem diante do Senhor, porque ele vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com retidão.
O Senhor anunciou a sua vitória e revelou a sua justiça às nações.
Ele se lembrou do seu amor leal e da sua fidelidade para com a casa de Israel; todos os confins da terra viram a vitória do nosso Deus.
Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra! Louvem-no com cânticos de alegria e ao som de música!
Ofereçam música ao Senhor com a harpa, com a harpa e ao som de canções,
com cornetas e ao som da trombeta; exultem diante do Senhor, o Rei!
Ressoe o mar e tudo o que nele existe, o mundo e os seus habitantes!
Batam palmas os rios, e juntos, cantem de alegria os montes;
cantem diante do Senhor, porque ele vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com retidão.
Salmos 98 (NVI)
[i] O autor é bacharel em teologia
pelo Centro de Estudos Teológicos Brasileiro; Bacharel em Comunicação Social
pela Faculdade Joaquim Nabuco; Mestrando em Estudos Teológicos pelo Mints
International Seminary, Miami. É professor de Teologia Sistemática no
Seminário Congregacional do Nordeste (Campus Recife e Maceió) e no Seminário
Presbiteriano Fundamentalista do Brasil, campus Recife. É presbítero na Igreja
Evangélica Congregacional de Casa Amarela na cidade do Recife em Pernambuco.
[iii] Franklin Ferreira – O Credo
dos Apóstolos – As doutrinas centrais da fé cristã, p.110,111. Ed. FIEL.
[v] Ao tratar de ordem missional na
criação ressalto que tudo que foi criado por Deus rende glória ao Criador, a
criação adora ao Criador e lhe obedece às ordens que são manifestadas como obra
da providência, sejam de forma ordinária ou de forma extraordinária, logo
concluo que a criação também atende a um chamado missional no que se refere a
proclamar a glória de Deus (Salmos 19).
[viii] Me refiro ao julgamento cultural
baseado em valores culturais peculiares de um povo, ao utilizar o termo ética
aqui não há ligação com o julgamento da ético-teológico, mas, a um sistema de
costumes e valores de um povo sendo ou não antagônicos ao cristianismo.
[ix] Ao me referir e usar o termo
êmico, bem trabalhado pelo antropólogo e missiólogo, Ronaldo Lidório, verso
sobre a observação do homem pela lente dele mesmo, observando a cultura por
pela ótica do nativo, isolando tal análise de um exame teológico.