Por Samuel Alves
“Não
tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente
o que tomar o seu nome em vão” Êxodo 20:7. [i]
Eu sei que muitos cristãos se sentem
constrangidos quando ouvem ou veem piadas que vão de encontro à fé que professam
ou ao Deus que seguem. Neste texto nossa intenção é abordar a falta de
observância de muitos cristãos que quebram constantemente o 3º mandamento sem
observar a seriedade, severidade e exigência do mesmo. A observância e a obediência
deste mandamento estão ligados estritamente ao nosso relacionamento correto com
Deus, é o verdadeiro testemunho da santidade de Deus e, também, está
relacionado ao nosso culto pessoal ao Deus triúno.
Neste 3º mandamento aprendemos sobre a
santidade de Deus e que o mau uso do nome de Deus é irreverência. Todo cristão
sério deve pensar e se expressar levando em consideração a devida sobriedade e
reverência. Não se deve difamar o nome de Deus ou jurar falsamente em nome de
Deus, nem muito menos usar piadas levianas levando o nome do Deus Santo. Somos
instados pelas Escrituras a cultuar a Deus com a disposição de espirito que
seja compatível com a dignidade e solenidade de tal exercício, levando em
consideração a majestade de Deus com sinceridade, humildade e reverência. “Para temeres este nome glorioso e temível,
o Senhor teu Deus” (Deuteronômio 28.58).
Precisamos entender que o nome de Deus
diz muito a respeito de sua natureza e seus atributos. O nome de Deus é tomado
em vão quando o usamos sem a devida consideração e reverência, quando lemos a
Bíblia podemos observar que os serafins velam seus rostos diante da infinita
majestade e glória de Deus. A.W Pink [ii] nos diz:
Existem apenas duas finalidades que
podem autorizar o nosso uso de qualquer um de seus nomes, títulos e atributos:
para a sua glória e para a nossa própria edificação e de outros. Qualquer coisa
além disso é frívolo e perverso, não fornecendo base suficiente para fazermos
menção de tão grande e santo nome, que é cheio de glória e majestade.
A citação acima aponta a seriedade e
profundidade deste mandamento, precisamos afastar de nós toda hipocrisia. Precisamos
destacar que é pecado seríssimo quando professamos hipocritamente em relação ao
nome de Deus. O pecado do povo de Israel muitas vezes foi usar o nome de Deus e
não obedecer à revelação contida neste nome, assim violava o mandamento.
O cristão deve levar em consideração a
solenidade do nome santo de Deus, assim evitaríamos sermos chamados de
levianos, irreverentes e praticantes do crime de perjúrio. R. Alan Cole [iii] comentando a passagem de
Exôdo 20.7, nos diz o seguinte:
Não tomarás... em vão. No judaísmo mais
recente, esta proibição envolvia qualquer uso impensado e irreverente do nome
YHWH. Este só era pronunciado uma vez por ano, pelo sumo-sacerdote, ao abençoar
o povo no grande Dia da Expiação (Lv 23:27). Em sua forma original, o
mandamento parece ter-se referido a jurar falsamente pelo nome de YHWH (Levítico
19:12). Este parece ser o verdadeiro sentido do texto hebraico.
Ao voltarmos para o texto bíblico somos
exortados a pensar seriamente e solenemente sobre nosso Deus e como nos
relacionamos com Ele e com as pessoas em nosso dia a dia. É quase impossível
andar nas ruas e não ouvir o nome de Deus sendo tratado com desprezo blasfemo.
As novelas, programas televisivos e redes sociais são terríveis detratores do
nome de Deus. Cabe a nós como povo de Deus, eleitos em Cristo, honrar e cultuar
o nome santo do nosso Deus. Cessem todas as piadas e brincadeiras inoportunas
usando o nome santo de Deus.
Portanto, a finalidade do 3º mandamento
é afirmar a santidade de Deus. Não devemos profana-lo nem trata-lo
irreverentemente. Este mandamento proíbe qualquer uso do nome de Deus de forma
leviana, blasfema e insincera. Devemos reverenciar o nome divino porque tal
nome revela o próprio caráter de Deus.
Soli
Deo Gloria
***
[ii] Pink, Artur Walkington, 1986-1952.
Os Dez Mandamentos; Tradução Claudino Batista Marra e Felipe Sabino de Araújo
Neto – Brasília, DF: Publicações Monergismo, 2009. p.36.
[iii] R. Alan Cole, Exôdo. Ed. Vida
Nova, 1981, p. 151.