Por Thiago Oliveira
1 João 1
1.O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam — isto proclamamos a respeito da Palavra da vida.2.A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada.3. Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.4.Escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa.5.Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma.6.Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.7.Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.8.Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.9.Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.10. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
Prefácio
(1-4)
Em concordância com o
evangelho de sua autoria, o apóstolo João endossa a pré-existência de Cristo. “O que era desde o princípio” soa
semelhante ao “No princípio era o Verbo,
o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Jesus é novamente apresentado
como a Palavra viva de Deus, criadora de todas as coisas. Ele é a própria vida,
e nele está toda a plenitude para que o homem, através dele, viva completamente
preenchido de sentido. João se coloca como testemunha ocular, alguém que sabe
do que está falando porque viu, ouviu, apalpou... Os anos em que conviveu com o
Senhor, e dele aprendeu, sendo comissionado pelo próprio Jesus para o ofício
apostólico faz com que João seja uma autoridade ao falar a respeito do
evangelho.
Esta carta é endereçada a
Igreja para reforçar a comunhão que foi conferida ao corpo de Cristo. Todos os
que fazem parte da Igreja tem um relacionamento íntimo e verdadeiro com Deus
Pai, Deus Filho, e mesmo não citado aqui, com o Santo Espírito. Esta comunhão
enche o apóstolo João e os demais (reparem que ele fala no plural) de alegria. Mas,
para que haja verdadeira comunhão entre Deus e os homens é necessário que
Cristo ilumine todo aquele que está em trevas.
Luz
e Trevas (5-7)
João passa a transmitir um
resumo da mensagem que ele e os demais apóstolos anunciam pelo mundo. O versículo
5 deixa claro que a mensagem não é uma invenção humana, mas é vinda do próprio
Cristo. “Deus é luz” é uma sentença
curta, todavia, expressa muitas verdades. Ela fala dos atributos divinos e
descreve o SENHOR como um ente majestoso e santo que se revelou aos homens.
Usando a sua peculiar linguagem de contraste, o apóstolo dá ênfase ao fato de
Deus ser luz dizendo logo em seguida que “nele
não há treva alguma”. A luz representa a verdade, enquanto que as trevas
são o engano. Ademais, podemos tratar dessa questão no campo moral:
LUZ
= PUREZA
TREVAS
= INIQUIDADE
Por isso, aqueles que
pertencem as trevas não podem dizer que tem comunhão com Deus. Eles estão
mentindo ao fazer tal afirmação. Não importa se mentem para eles mesmos, estão
fora da verdade, sendo assim, destituídos estão da presença do Altíssimo. Sendo
assim, a forma de se conectar ao Criador é através do “sangue de Jesus, seu Filho”. Pois, Jesus é a luz dos homens e se
seguirmos os seus passos andaremos na luz (ver João 8.12). Como sua palavra é
verdadeira e sua conduta foi sem pecado algum, ele é capaz de nos dar acesso ao
Santo dos Santos. E através de seu sangue temos a purificação dos nossos
pecados.
Quem
nós somos (8-10)
O que precisamos entender
é que nossa natureza é pecaminosa. Isaías profetizando ao povo de Israel diz o
seguinte: “Mas as suas maldades separaram
vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso
ele não os ouvirá”. (Is 59:2). O apóstolo Paulo na carta aos Romanos é
enfático: “pois todos pecaram e estão
destituídos da glória de Deus” (Rm 3:23). João segue o que é o ensino
bíblico e adverte aqueles que dizem que não pecam. A verdadeira conduta do
cristão é reconhecer sua natureza caída que herdou de Adão. Não existe
super-crente! O que precisamos é de humildade e colocar nossas vidas nas mãos daquele
que é o único capaz de vencer o pecado: Jesus Cristo!
Se nos achegarmos até ele,
com confissão e contrição, encontraremos perdão. João diz que ele nos dá esta
dádiva por ser fiel e justo. Não é uma fidelidade a nós, mas sim fidelidade a
sua palavra. Cristo prometeu nos dar vida e isto só é possível quando estamos
conectados com Deus. Esta conexão só é viável quando os nossos pecados são
purificados e uma vez puros podemos participar da pureza de Deus. Cristo é
justo e só ele pode nos conceder justiça, eliminando a injustiça que há em nós.
Caso alguém insista que não tem pecados, faz de Deus mentiroso, pois, é a Sua
palavra que nos acusa de sermos pecadores. Isto é blasfemo e resultará num
severo castigo pela ofensa dirigida ao SENHOR.
Aplicações
Compreendemos
que a Palavra de Deus é verdade, e que aquilo que anunciamos, o Evangelho, são
palavras de vida eterna? Se sim, então que possamos anunciar com ousadia e
contentamento. Pregar é um dever, uma responsabilidade do cristão, todavia, é
também um privilégio e neste anúncio podemos encontrar satisfação.
Entendemos
que Deus é um ser puríssimo e que ele não comunga com o pecado? Sigamos a
Cristo que nos purifica e nos possibilita termos comunhão com Deus. Apenas nele
temos este acesso e esta vida plena. Abandonemos o caminho de mentira e de
impureza. Sigamos a verdade que liberta e santifica.
Reconheço
minha condição de pecador e vivo clamando pela graça divina? Todo aquele que
chora pelo seu pecado e vai correndo aos pés da cruz arrependido clamando por
misericórdia será perdoado, purificado, guardado naquele que é refúgio e
fortaleza. Quando caímos, um Deus fiel e justo é capaz de nos levantar e nos
fazer andar novamente, com passos cada vez mais firmes.