Por Alan Rennê Alexandrino
Certo
dia o apóstolo Paulo, numa visita ao Brasil, resolveu participar de um
congresso sobre Liderança promovido por uma igreja evangélica. Na propaganda do
congresso constava a informação de que o principal palestrante seria o filósofo
e educador brasileiro, Mário Sérgio Cortella. Paulo percebeu que dentre as
qualificações de Cortella se destacava o seu doutorado em Educação, obtido em
1997, na PUC-SP, sob a orientação do patrono da educação brasileira, Paulo
Freire. O apóstolo Paulo deveras ficou curioso e decidiu participar da
programação.
Chegado
o grande momento, Paulo ocupava um assento na primeira fileira, regalia obtida
por ser um membro do verdadeiro colegiado apostólico. O palestrante, Mário
Sérgio Cortella, abordava o tema A ARTE
DE LIDERAR. A palestra caminhava para o seu final e, no geral, o apóstolo
Paulo considerou a palestra interessante e com insights perspicazes. É verdade
que muito do que Cortella afirmou era fundamentado no marxismo esposado por
ele, mas, ainda assim, algumas colocações foram bastante úteis. No entanto, na
conclusão da palestra, Cortella fez uma afirmação que, imediatamente, despertou
sentimentos variados na mente do apóstolo Paulo. Cortella repetiu uma frase sua
já bem conhecida: “Elogie em público e corrija em particular. Um líder corrige
sem ofender e orienta sem humilhar”.
Imediatamente
o público irrompeu em efusivos aplausos e ovacionou a sabedoria de Mário Sérgio
Cortella. Ao testemunhar a aceitação irrestrita do ensinamento de Cortella, bem
como a maneira acrítica como seminaristas e futuros pastores presentes receberam
a frase sobre correção, Paulo não pôde fazer outra coisa senão se entristecer
diante do estado da igreja evangélica. Ele percebeu que aquelas pessoas
apoiavam a ideia do “Elogie em público e corrija em particular” como sendo
verdadeira.
Foi
aí que, discretamente, ele subiu ao palco do auditório e tomou em suas mãos o
microfone. Ao ver a cena, o público, atônito, calou-se e ficou a observar.
Paulo disse as seguintes palavras: “Ó
gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus
Cristo exposto como crucificado?” (Gálatas 3.1). Ele continou: “Não
recordais? Não lembrais, de quando Cefas foi a Antioquia e foi necessário que
eu lhe resistisse face a face porque se tornara repreensível? De como ele se
envergonhou de comer com gentios como vocês e, quando os judeus chegaram, ele
fez de conta que não tinha nenhuma relação com aqueles gentios? Quando, porém, vi que não procediam
corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se tu, sendo
judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem
como judeus?” (Gálatas 2.14).
Ouvindo
isto, o público começou a se retirar do auditório. Alguns até vaiaram o
apóstolo. A única reação de Paulo foi dar um suspiro de tristeza e dizer ao
Pai: “Tende misericórdia, Senhor!”
Kyrie
eleison!