Por Mark Jones
“Se você quer saber quem domina você, descubra quem você está proibido
de criticar” (Voltaire)
Se as três irmãs da graça
são fé, esperança e amor, também podemos dizer que as três irmãs da carne são
sexo, poder e dinheiro.
Anos atrás, eu fui
alertado sobre essas irmãs da carne.
Todos nós somos
constituídos de maneira diferente em corpo e alma. E nossas constituições
naturais alimentam desejos particulares, pois o corpo e alma possuem um
relacionamento orgânico entre si. Além disso, a posição social de uma pessoa
também tem implicações para os tipos de pecado que ela comete: aqueles que são
prósperos são inclinados a certos pecados, aqueles que são pobres a outros.
Aqueles que têm grande intelecto são inclinados ao orgulho. Os pais devem ser
cuidadosos antes de chamar seus filhos de o próximo Einstein.
Certos pecados são mais
dominantes em diferentes estágios da vida. Uma criança possui um coração que
será inclinado a certos pecados somente mais tarde. Além disso, os desejos
pecaminosos dos indivíduos duram de acordo com suas variadas vocações. Judas
roubou porque ele era pecador, e também porque, como tesoureiro, foi colocado
diante de uma oportunidade fácil de roubar.
Para responder à objeção
de que certos pecados são contrários a outros e que os homens não são dados a
todos os tipos de cobiça, Thomas Goodwin explica que as pessoas são inclinadas
a diferentes pecados em diferentes estágios de suas vidas. Assim, o jovem
pródigo pode tornar-se cobiçoso quando for idoso. Também é verdade que algumas
pessoas têm antipatia por certos pecados, mas essa antipatia não é moral, mas
física, “ou porque seus corpos não suportam ou por algum outro incômodo que
eles veem naquilo” (Goodwin). Um hipocondríaco pode não visitar uma prostituta
por temor de ficar doente, em vez de temor de Deus.
A tentação para Davi ter
Bate-Seba foi fortalecida pelo fato de que ele podia ter Bate-Seba. Essa
tentação para a lascívia foi obviamente diferente para Davi quando ele era velho.
Se nós pudéssemos ter qualquer mulher que quiséssemos, provavelmente lutaríamos
muito mais com tentação sexual do que fazemos. O quaterback bonitão da
universidade normalmente tem tentações maiores com mulheres que o
capitão-assistente da equipe de xadrez.
Talvez nós devamos
agradecer a Deus agora porque não somos particularmente atraentes ou bonitos;
nós podemos agradecer a Deus porque não desfrutamos de muito sucesso; nós
podemos descobrir um dia que ele nos manteve pobre (ou com a aparência relativamente
mediana) para nos salvar e guardar de muitos pecados.
Nós podemos não achar que
dinheiro é tentação até que a porta para o dinheiro se abra um pouquinho. Logo,
como um leão provando sangue pela primeira vez, a porta se abre, nossos bolsos
começam a ficar cheios daquilo que nos controla, e estamos indefesos contra a
putrefação que se iniciou. Tudo isso para dizer que não sabemos o quanto amamos
o dinheiro até que se torne realmente uma tentação real. Fique alerta: aqueles
que lhe dão dinheiro provavelmente também controlam você de alguma forma. E,
assim, você rapidamente é incapaz de criticá-los de qualquer maneira, forma ou
jeito. Você se torna cada vez mais cego, como os ídolos a quem você serve (Sl
115). Eu fico feliz que meu empregador é a igreja local e nenhuma organização
tem controle sobre mim porque me pagam um monte de dinheiro.
Nós podemos não achar que
amamos o poder até que tenhamos um gosto do poder. Tudo o que eu tenho visto
até agora em círculos reformados tem somente me convencido que não somente o
dinheiro corrompe, mas o poder corrompe ainda mais. De fato, quanto mais dinheiro,
mais poder. Aqueles que estão no poder podem rapidamente cultivar uma cultura
do medo. Como Voltaire disse, “Se você quer saber quem domina você, descubra
quem você está proibido de criticar”. Eu acho que alguns de nós poderiam achar
esse exame bastante desconfortável.
M’Cheyne disse bem: “As
sementes de todos os pecados estão em meu coração e talvez o mais perigoso é
que eu não as vejo”. Imagine ter amigos que realmente desafiarão você e lhe
dirão que você está sendo estúpido!
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Fonte: Reforma21