Por Erik Raymond*
Domingos são muito comuns por natureza. Levanto-me
no mesmo horário e sigo a mesma rotina. Minha esposa e meus filhos também têm
suas rotinas. Fazemos as mesmas coisas todas as semanas. Então, vamos ao mesmo
lugar e vemos as mesmas pessoas. Além disso, quando chegamos lá, normalmente
fazemos as coisas que fizemos no Domingo passado.
Encaremos o fato: a igreja é muito comum. Porém, não percamos isto: o fato dela ser comum não significa que não tenha importância!
Encaremos o fato: a igreja é muito comum. Porém, não percamos isto: o fato dela ser comum não significa que não tenha importância!
Conforme eu estava meditando no último Dia do
Senhor eu fui apanhado por uma série de coisas que me encorajaram. Deus se encontrou
conosco na igreja de maneira comum e nos mostrou sua fidelidade extraordinária,
sua graça, beleza, e poder. Eu compilei dez breves observações sobre o que,
particularmente me afetou nessa semana (Estou encurtando minha lista). Que tais
observações possam te encorajar a apreciar aquilo que é comum na sua igreja
local.
1. As pessoas se revelam. Este ponto
parece especialmente comum, porém, é enganosamente profundo. Meu entendimento
da depravação conta-me que não saímos da barriga de nossas mães cantando
"Quão Grande És Tu", mas "Quão Grande Eu Sou". O fato de
Deus ter pessoas louvando seu nome na adoração pública deveria nos maravilhar
em Sua Graça. Não é diferente do
primeiro relato de pessoas reunidas, nos dias de Sete, "naquele tempo
pessoas começaram a invocar o nome do Senhor" (Gen 4:26)
2. Orações Respondidas. Durante o culto
notei uma mãe balançando sua nova garotinha. Fui lembrado de como nós, enquanto
igreja, oramos por aquela família ter filhos quando parecia que eles não
poderiam ter. Deus respondeu estas orações não somente com uma, mas com duas
crianças. Enquanto ela alegremente
balança seu novo bebê, sua oração foi respondida. Ela me faz lembrar que Deus
ouve e se deleita em responder nossas orações.
3. Chamado à adoração. No inicio do
serviço nós lemos Salmos 135:1-3 e voltamos nossas mentes e corações para a
prioridade de adorar a Deus juntos, como igreja. Estávamos sendo chamados à
adoração. Fui lembrado que o próprio Deus procura verdadeiros adoradores (Jo
4:23-24). Na medida em que estamos unidos no reino num prédio comum, em um
tempo comum, estamos dizendo algo profundo: Declaramos que Deus é
suficientemente glorioso e digno de nossa adoração.
4. Louvando. Cantamos hinos que nos lembram que Deus é fiel ("Grande é a Sua Fidelidade"), que a cruz é suficiente ("Agora, por que temer?), e que isso é algo pessoal ("Meu Jesus, Eu te amo"). Cada uma dessas músicas me levam para fora das minhas circunstâncias e levam meus lábios até o horizonte do Céu, onde completo as belas promessas de Deus e seu caráter imutável. Outra nota sobre os cânticos, somos conduzidos pelos músicos de nossa família, a igreja. Estas são pessoas comuns a quem Deus criou e moldou com habilidade musical para nos ajudar a ver e experimentar a Cristo. Isto pode parecer não ter sentido, entretanto, como um pastor sem habilidades musicais eu louvo a Deus por estes homens e mulheres que semanalmente conduzem nossa igreja, Monte Sião (Mt. Zion).
5. Diversidade. Conforme eu olhava em volta, via
pessoas de uma enorme variedade de idades e experiências. Havia ali pessoas que
têm sido cristãos por décadas e alguns que são totalmente novos na fé. Eu vi
jovens e anciãos interagindo com a pregação da Palavra como se fosse a primeira
vez que eles ouvissem um sermão. Eu conversei com as pessoas sobre o sermão e
ouvi uma diversidade de maneiras nas quais Deus confrontou a Igreja com a
verdade. Louve a Deus por esta prática comum de nos reunirmos.
6. Propósito. Neste sermão, no meio da cena horrível do assassinato de Abel por seu irmão, fui lembrado que a vitalidade das promessas de Deus são sempre melhores vistas em meio às cinzas da destruição. O sofrimento de Adão e Eva, sem dúvidas, foi terrível. Entretanto, Deus usa o sofrimento para seus propósitos. Podemos nos contentar que no meio das cinzas que Deus não para de trabalhar para a sua glória e nosso bem. Portanto, ficamos preocupados ou lembremos, descansemos, e nos regozijemos nas promessas de Deus.
7. Oração. Um dos nossos pastores orou para que o nome de
Deus fosse honrado e sua vontade fosse feita. Ele orou, citando os nomes de
muitos membros de nossa igreja que estavam sofrendo e se regozijou nas bênçãos
evidentes de Deus em responder orações. Ele orou por outras igrejas, e pela
pregação do Evangelho em nossa cidade. Eu fui lembrado que a beleza e
intimidade da nossa comunhão local e também da nossa amizade com outras
igrejas. O reino está se expandido aqui e em outros lugares.
8. Pecados foram confessados. Priorizando a Ceia
do Senhor, confessamos nossos pecados como igreja. Isto me lembrou novamente da
santidade de Deus e a necessidade que temos de vir até Ele, de maneira
consistente com sua santidade. Também
fui lembrado que Deus vê todas as coisas o tempo todo, e, portanto, devemos
confessar nossos pecados regularmente.
9. Perdão foi assegurado. Após a oração de
confissão fomos conduzidos a Ceia do Senhor onde fomos lembrados, novamente, de
uma verdade que normalmente esquecemos: Nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus (Rm 8:1). Oh, quão facilmente nos esquecemos disso. E se eu não
me esqueço, certamente minimizo ou obscureço. Eu preciso segurar o pão e o
vinho. Eu preciso ser lembrado como eu estava lá sentado na última ceia, onde
Cristo bebeu o cálice da Ira para que eu pudesse beber o cálice da benção. Seu corpo foi quebrado para que o meu fosse
curado. Além disso, eu olhei em volta e vi meus irmãos e irmãs juntos comigo.
Somos uma igreja que tem por objetivo amar, servir, e sermos responsáveis uns
pelos outros. Neste momento de renovação da aliança estamos dizendo, ao comer e
beber: "Estamos com Cristo e esta igreja: Quão glorioso"!
10. Doxologia. Cantamos a
doxologia conforme concluíamos. Isto me lembrou da extensão do louvor de Deus
por sua glória insuperável. Nos unimos aos anjos e a criação para dizer que
Deus é a fonte de todo o bem. Devemos tudo que nós temos a Ele. Nosso louvor se
une numa bendição de toda a benevolência dele para conosco.
Eu poderia escrever um artigo
como este toda semana. Toda semana, servir é como uma pintura fresca sobre
minha alma. Deus nos encontra no comum, rotineiro, e familiar. Ele faz isto
para surpreender, encorajar, fortalecer, e nos abençoar. Somos abençoados por
Deus quando nos reunimos. Ele fala conosco na Palavra e na Ceia.
Então, sim, a igreja é bem comum. Porém, lembremos que: "o fato dela ser comum não significa que não tenha importância!"
Então, sim, a igreja é bem comum. Porém, lembremos que: "o fato dela ser comum não significa que não tenha importância!"
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Erik
Raymond* é
pastor sênior da Igreja Bíblica de Emmaus, em Omaha. Ele e sua esposa Cristie
tem seis filhos.
Tradução: César Augusto