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17 de set. de 2015

A Autodefinição do Cristão

Por Vincent Cheung

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por ordem de Deus… (1 Timóteo 1.1)

É comum as pessoas se definirem pelas coisas que são importantes para elas, aquelas das quais se orgulham, e que as têm mudado. Por essa razão, não é incomum elas se definirem em termos de nacionalidade, raça, treinamento e ocupação, sexo, status marital, e assim por diante. Elas frequentemente acham natural e necessário, e até mesmo recomendável, definirem a si mesmas por essas categorias. Aqueles que passaram por experiências notáveis ou até mesmo traumáticas poderiam também permitir que essas coisas as definam. Assim, há aqueles que se definem como sobreviventes ao câncer, ou a holocaustos, ou sobreviventes ao estupro, abuso, e assim por diante.

Isso é inaceitável para a fé cristã. Problemas ocorrem quando as pessoas definem a si mesmas por essas categorias humanas, e então permitem que estas estruturem a forma como percebem o mundo e se relacionam com os outros. Por exemplo, uma pessoa que se defina primariamente por sua raça poderia até mesmo se recusar tornar-se um cristão. Ouvi dizer sobre uma mulher que recusou crer em Cristo porque o Filho de Deus em sua natureza humana não era chinês. A verdade era secundária, mas a raça suprema. Sem dúvida, os judeus tinham um problema análogo, visto que hesitaram em aceitar alguém de Nazaré. E certo pastor chinês tentou provar que os chineses tinham de fato sangue judeu. Se isso soa ridículo, então assim o é também o Cristianismo “Messiânico”, e o Cristianismo “Negro”. Sabemos que eles são cristãos pobres no momento em que se definem por esses rótulos. A repreensão que Jesus deu a Pedro se aplica a eles, pois têm em mente não as coisas de Deus, mas as coisas dos homens.

É difícil simpatizar com a forma de pensamento deles. Cristo deve ser tão central em nossa autodefinição que ele deveria sobrepujar e obscurecer todos os outros fatores humanos. Podemos estar cientes desses fatores humanos, mas eles deveriam se tornar relativamente insignificantes em como nos definimos. Se Cristo é Senhor em sua mente, e se ele é tudo em todos, como pode sua relação com ele ser definida por sua raça, sexo ou educação?

Se alguém tivesse razão para se orgulhar sobre as coisas da carne, este seria Paulo. Mas ele disse que considerava todas as suas credenciais humanas como lixo, até mesmo como estrume, para que pudesse ganhar a Cristo. Ele não era um judeu que por acaso era um cristão, mas era um cristão que por acaso era um judeu. Ele não era um erudito que também cria em Cristo, mas como um crente em Cristo, ele era por acaso um erudito também. Isto é, ele não definia sua fé cristã em relação a algum fator humano, tais como família, educação ou ocupação; antes, ele se definia e tudo sobre ele mesmo em relação a Cristo e o seu lugar no reino de Cristo. E via tudo no mundo a partir dessa perspectiva.

Você é um americano? Maravilha, mas considere isso lixo para que possa ganhar a Cristo. Se você é de fato cristão, você é um cristão que por acaso é um americano, e não o contrário. Você é em primeiro lugar um cidadão do céu. Você é negro? Tudo bem, mas esqueça isso. Se você é um cristão, você é uma nova criatura em Cristo, uma raça única dos escolhidos de Deus. “Espere”, diz você, “não deveria me orgulhar da minha raça?”. Certamente não. Quem lhe disse essa tolice? O mundo lhe ensinou isso, não a Bíblia. Se você deve se orgulhar de ser negro, então não se queixe quando outros expressam o orgulho deles serem brancos ao invés de negros como você. Então, sem dúvida, o resultado é divisão e não unidade em Cristo. Qual é a sua ocupação? Um psicólogo? Ótimo, mas não pense que a psicologia pode explicar tudo, e não leia a Bíblia com a mentalidade de um psicólogo. Antes, julgue a psicologia com a mentalidade de um cristão. Raça, sexo e classe não fazem diferença alguma, mas somente o ser uma nova criatura em Cristo Jesus.

Você pode se queixar que é impossível abordar algo, incluindo a fé cristã, sem trazer conosco nossos próprios panos de fundo e pressuposições. Isso é verdade. Mas se você é um cristão, então você é uma nova criatura em Cristo – você tem um novo pano de fundo. E se você é um cristão, então a Bíblia ordena que você renove a sua mente – obtenha uma nova série de pressuposições. Reoriente o seu pensamento, e entronize Cristo em sua mente como o ponto de referência pelo qual você define a si mesmo e tudo o mais.
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Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto. 

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