Por Mark Jones
Sabei
que o vosso pecado vos há de achar. (Números 32:23)
Ashley. Madison.
Duas palavras que não
serão esquecidas por milhões de pessoas enquanto elas viverem. Em algumas
cidades, advogados de divórcio não estão sequer respondendo seus telefones. Hackers
estão sendo celebrados e vindicados. Milhões de homens e mulheres estão em
estado de pânico. Pessoas estão sendo chantageadas. O ativista e personalidade
cristã Josh Duggar admite que é um hipócrita. E esposas e filhos de casais
casados estão prestes a ter suas vidas arruinadas. Por quê?
Porque quase 39 milhões de
pessoas são membros anônimos da página “Ashley Madison”, que permite que casos
extraconjugais sejam “fáceis” e “livres de riscos”. E essa página foi hackeada,
o que deixou milhões de pessoas expostas. Como um artigo destaca:
O slogan de Ashley
Madison, um site que organiza conexões extraconjugais é “A vida é curta. Tenha
um caso”. Sua página inicial mostra uma mulher com um dedo tapando seus lábios.
Tudo pela promessa de guardar segredos. No último mês, um grupo de hackers
chamado Impact Team [Equipe Impacto] roubou o banco de dados e histórico de
transações desse site até 2007 e, nesta semana, eles os liberaram online: mais
de 30 mil nomes de usuários, endereços e detalhes pessoais, além coordenadas de
GPS e preferências sexuais.
Pessoas estão pagando para cometer adultério. Oh,
triste ironia.
Infidelidade conjugal é um
pecado seríssimo. Nunca é um pecado isolado. O adultério ataca quase todo
mandamento e, no caso dos cristãos, esse pecado é hediondo, especialmente no
caso de ministros. além de quebrar os primeiros três mandamentos, o adúltero
(7o mandamento) é: um assassino (6o – Odeia seu próximo, esposa, filhos),
ladrão (8o – Rouba o que não é seu), mentiroso (9o) e cobiçador (10o). E,
quando você comente tantos pecados, é provável que você seja descoberto cedo ou
tarde (Pv 10.9).
Francamente, eu não quero
ouvir sobre amor que é divorciado de fidelidade porque esse tipo de amor
somente leva a corações partidos uma hora ou outra.
As bênçãos que Deus
derrama sobre seu povo são contingentes não simplesmente ao seu amor, mas ao
seu amor em termos de sua fidelidade à aliança (1 Co 1.9; 2 Tm 2.13; Gn 28.15;
Dt 7.9). O que torna Deus um Deus de amor é sua fidelidade. Da mesma forma, se
cristãos têm amor, eles devem necessariamente ter um amor fiel.
Eu acho que, às vezes, os
cristãos não entendem tanto Gálatas 5.22-23 como eles deveriam. Sim, Paulo diz
“fruto”, não “frutos”. Mas o que isso significa? Significa que nosso amor é
amor alegre. Significa que nossa paciência é paciência alegre. Significa que
nosso domínio próprio é um domínio próprio benigno. Significa que nosso amor é
amor fiel. Isso significa que não podemos ser pacientes sem sermos benignos.
Mas aqueles que não têm o
Espírito de Cristo vivem segundo a carne:
Porque
as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação,
impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações,
iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como
já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus.
Gl 5.19-21
Basicamente, Paulo
descreve “Ashley Madison” bem antes dos hackers de computadores terem feito
muitos de nós saber que um site assim existia. Mas as palavras de Paulo também
nos dizem que aqueles que pagam para cometer adultério pagarão, no fim das
contas, um preço muito maior, se não se arrependerem.
Seja qual for o comentário
que lermos – e haverá muitos expondo a hipocrisia, estupidez e tristeza de todo
o caso – não nos esqueçamos que uma das grandes marcas da religião cristã é a
fidelidade.
Com toda essa conversa
sobre amor e graça hoje, não ouvimos tanto quanto deveríamos sobre fidelidade.
Nós temos um Deus fiel que
exige que seu povo viva fielmente. Não somente em relação a nossos cônjuges,
mas também em relação a tudo que fazemos. Nós trabalhamos duro; nós adoramos a
cada Dia do Senhor; nós criamos nossos filhos para o Senhor; nós oramos; nós,
que somos ministros, buscamos servir ao rebanho de Cristo; e tudo isso deve ser
feito com fidelidade.
Assim como você não pode
ter paz sem santidade (Hb 12.14), você também não pode ter amor sem fidelidade.
O mundo quer paz, mas o mundo não quer santidade. O mundo quer amor. Mas, a
julgar pelo “Ashley Madison”, o mundo certamente não quer fidelidade também.
Com resultado, o mundo não quer realmente o amor que realmente importa: um amor
fiel, construído sobre o fundamento de um Deus fiel e amoroso.
Um amor fiel é um amor que
custa, e é por isso que esse tipo de amor é tão raro hoje, mesmo na igreja. Mas
o único amor digno de se ter é o amor que custa. “A vida é curta, tenha um
caso” ou “A vida é eterna, viva fielmente”. Escolha o seu.
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