Por Thomas Magnum
Num conflito de visões sócio-políticas entre o que é
restrito e o que é irrestrito, com duas fontes fundamentais nesses dois pontos
de partida, para um entendimento do que ocorre no Brasil, temos no pressuposto
da visão restritiva o pensamento judaico-cristão fundamentando o ethos. No outro polo temos uma
fundamentação ideológica romântica roussoniana que invalida e inviabiliza e
busca aniquilar o conceito de pecado defendido pela tradição cristã histórica.[i]
Ao implementar essa questão, se está partindo de um
princípio autônomo da razão, aniquilando um padrão restritivo à malignidade e
vileza do homem pecador. Ao retirar de uma visão política o conceito de pecado, como faz o marxismo, abre-se a porta para todas as mazelas ideológicas, sejam
elas advindas da direita como da esquerda.
Um posicionamento cristão conservador[ii]
na política preservará essa questão crucial sobre o pecado e não uma ilusão
utópica de uma bondade inerentemente humana que se desenvolverá sob um espectro
do evolucionismo social que irá se utilizar de fatores como a teoria Queer e
ideologia de gênero, irá fomentar o feminismo, a revolução afetiva, a guerra de
classes, a banalização do aborto e a redução do valor da vida humana sob um
prisma de energia, força e matéria.
Enquanto não tivermos cristãos intelectualmente
preparados para versar sobre política teremos na fundamentação da teoria
política predominante um conceito ateu e reducionista do valor da vida, da
realidade, da verdade e da autoridade.
Ao se negociar a validade da verdade verdadeira, como
dizia Schaeffer, a questão gira em torno do estabelecimento da verdade como
instrumento político que possa validar a vida humana e que não dissolva aquilo
que o Ocidente tem herdado do Cristianismo. Ao deflagrar a ética do Cristianismo do Ocidente
teremos um caos moral e intelectual instaurado nas mais variadas esferas da
humanidade. Podemos citar o método de ensino que tem sido utilizado no Brasil
com bases lançadas pelo socioconstrutivismo que inevitavelmente vai desembocar
num pressuposto ateísta/materialista.
Se a realidade é negada como no caso da Ideologia de
Gênero, teremos um colapso social, político e moral. Se a realidade é negada e
no caso da ideologia o é, diz-se que, o que é não é. Se está dizendo que a
realidade não é real, e isso causará uma desgraça sem precedentes. É obvio que
tal engenharia social é fruto dos calabouços do gramscismo. A invasão e a
onipresença da ideologia esquerdista/revolucionária destrona todo padrão
defendido pelo Conservadorismo seja ele qual for. Para o gramscismo vale tudo para
a obtenção do poder. Ao fundamentar-se numa filosofia epicurista se irá negar
um julgamento ético por parte das organizações superiores e isso constatará e
remontará na negação de um juízo vindo da parte de Deus pelos atos malignos dos
homens. Sobre essa autoridade do Estado em legislar no âmbito moral e até
religioso Schaeffer diz:
Deus estabeleceu o
Estado como autoridade delegada; ele não é uma autoridade autônoma. O Estado
deve ser um agente da justiça para restringir o mal, punindo o malfeitor, e
para proteger os bons na sociedade. Quando ele faz o inverso, não tem
autoridade legitima. Ele se torna uma autoridade usurpada e, como tal, se torna
ilegal e é tirania.[iii]
Ao olharmos não muito longe vemos no Brasil um
aparelhamento estatal, uma instrumentalização do poder. O Partido dos
Trabalhadores tem usurpado o poder do povo e levado o país a bancarrota. Uma
economia devastada e detonada pelos buracos causados pela bandidagem encabeçada
pelos membros do PT e por partidos aliados na roubalheira. Temos um verdadeiro
problema no país também no que se refere a oposição que não tenha uma ideologia
socialista. As Universidades são os grandes berços da nova esquerda. As
Instituições Federais de ensino são o
monastério da religião civil do marxismo. Dali saem médicos, sociólogos,
filósofos, jornalistas, advogados, professores, todos com uma ideologia
socialista revolucionária tendo sido discipulados pelos grandes representantes
do marxismo cultural. E onde eles estarão atuando? Em todas as camadas da
sociedade. Mesmo como uma esquerda caviar que pretensamente defende um
pensamento de esquerda, mas, não deixa de vestir roupas caras e comer em bons
restaurantes, defendem Cuba, Venezuela e Bolívia, e andam de carros importados.
Não é uma contradição? Não, não é. Essa é a ideologia revolucionária, é a
implementação de um totalitarismo. Qual é a utilidade de um marco civil para
internet? Para manter o controle da mídia que na internet é o único lugar que
não pode ser controlada pelo Estado, ou pelo menos não deveria poder. O governo exerce
poder sobre a mídia, sobre as instituições de educação, sobre a política e com
tudo isso utilizando-se do meio artístico para corroborar a engenharia social,
comprando artistas como é sabido de todos nós. Atores, comediantes, cantores
que são financiados pelo governo para apoiá-lo, para que? Para promover uma
convergência cultural para um sentimento de paternalismo, para manipular as
massas, aprisiona-las, colocar cabresto sobre elas.
A ideologia revolucionaria visa ser o grande coronel
da história. Novelas sendo utilizadas como promotoras da revolução sexual,
promovendo o sexismo, homossexualidade, feminismo, ideologia de gênero,
adultério, divórcio e muitos outros fatores que o Cristianismo combate como
manifestação do pecado e que são fatores destruidores da sociedade. O
pensamento da esquerda socialista diz que o homem é bom, que ele é fruto do
meio, que ele pode tornar-se ruim pela imposição de fatores sociais. O homem é caído. Pecador. Ao retirar-se o
pecado de uma filosofia política o que restará serão os cacos de uma sociedade? E isso vale tanto para os revolucionários como para reacionários. O pecado não
pode ser retirado da reflexão social e da vivencia sociopsicológica do homem.
Se não existe pecado não existe ética, e o fato desse argumento ser levado tão a sério pelo pensamento revolucionário do
marxismo cultural é que o rombo nos cofres públicos não são um problema ético
para partidos socialistas, podem ser um problema econômico, mas, não ético.
O agendamento referendado pela ideologia
revolucionária sobre a revolução sexual comtempla sem nenhum problema moral a
pedofilia, zoofilia e o que mais você puder imaginar. Isso nada mais é (o
padrão moral cristão) do que tabus que dever ser transpostos por uma nova elevação
de valores. Logo se existir amor (dizem eles) entre um homem de quarenta e
cinco anos e um menino de sete anos nada impede que tenham uma relação amorosa e sexual.
A Engenharia Social é uma das mais eficazes
ferramentas do marxismo cultural e também de outros esquemas de pensamentos
totalitários. As vertentes da Engenharia Social estão em vários setores da
sociedade como educação, política, artes, mídia, literatura, cinema e quaisquer
outros meios de difusão de informação possíveis.
O campo de atuação da Engenharia social tem sido
extremamente intenso na psicopolítica e biopolítica. Também temos claras
atuações na política econômica e geopolítica e nas relações internacionais. Em
nosso contexto temos uma atuação do Brasil como ponto focal para o fortalecimento
de países da América Latina com o capital comercial que promoverá um suporte
econômico para a proliferação do ideário revolucionário.
O método de ensino socioconstrutivista oriundo do
romantismo de Jean Jaques Rousseau também é importante para as considerações a
respeito do esquema que visa controlar e agendar a modificação cultural da
sociedade que tem antecedentes cristãos em sua cultura Ocidental. Provindos das
penas de Piaget e Vygostsky. Um conhecimento construído por abstrações fugindo
do método clássico de ensino que perdurou por séculos. Nas últimas décadas o
Brasil tem adotado tal cosmovisão de ensino causando males extremos na formação
intelectual de crianças e jovens, com um fundo epicurista e niilista na
educação, uma inundação de pressupostos éticos completamente desprovidos do
mínimo de moral e distanciados de um abismo colossal dos princípios
judaico-cristãos sobre educação e formação intelectual, moral e religiosa de
crianças e jovens.
A Engenharia Social visa remodelar a cultura, ou
promover uma revolução cultural como idealizada por Antonio Gramisci, a
superestruturação do marxismo cultural através do pensamento de Gramisci surge
de baixo para cima, tomando espaço em todas as camadas da sociedade criando
assim uma estrutura de camada sobre camada de piso sobre piso. Implementando
uma ideologia monstruosa de manipulação de massas e escravidão moral,
psicológica e espiritual.
Não é difícil vermos casos de escolas públicas que
estão adotando material didático e paradidático de conteúdo duvidoso e até
satânico. A ideologia de gênero tem sido subliminarmente colocada nesses
materiais, isso demonstra o tamanho da covardia e sordidez de gente que se diz
educador e implanta monstruosamente na mente de crianças, padrões de
reconstrução moral e social.[iv]
Na ideologia do marxismo cultural a negação da
autoridade, realidade e verdade são fundamentais para a sustentação do edifício
ideológico. A cosmovisão marxista necessita de uma estruturação e uma superestrutura
para mover-se e implementar-se nas mais diversas esferas sociais.
Uma negação da autoridade tanto de Deus como causa
primária, como dos pais em segunda instância, será sem dúvida os primeiros motes
da ideologia de gênero. O plano de engendrar na mente de crianças através da
educação como pela defesa da ideologia pelos meios massivos de comunicação
minam a estrutura familiar cristã estabelecida nas Escrituras Sagradas,
promovendo uma confusão na mente da criança com o fim de causar uma revolução
em relação à autoridade dos pais na educação dos filhos.
Negando que o menino não tem sexo masculino, mas, gênero,
temos uma negação da realidade. Se está dizendo para a criança que o que é não é.
A solução para isso claro, será dizer que a sexualidade é construída socialmente.
Um argumento que não se mantém de pé diante de vários fatores. Primeiro, se a
sexualidade não é determinada com o nascimento do sexo masculino e feminino, qual
o motivo que se nasce com órgãos genitais diferentes? Por puro acidente
natural? Se for por acidente natural por que não houve evolução nessa área genética?[v] Se
é por acidente natural, haveria outro meio de a humanidade continuar procriando
se não por esses dois sexos? Homem e Mulher? De que forma então seria possível uma
continuidade da raça humana sem a junção sexual de homem e mulher no coito? Qual
é a referência então que uma criança (que como dizem os ideólogos de gênero) terá
para saber seu sexo? Não seria os sexos que eles observam, Homem e mulher? Ora,
se o modelo que eles observam são o parâmetro para a “escolha” qual é o motivo
então que não se tem uma sexualidade neutra, para servir como parâmetro para a
criança? Se o modelo são homem e mulher e a forma para que a procriação
continue é através do ato sexual entre homem e mulher não tem sentido se
defender que a opção contrária à heterossexualidade está correta. A heterossexualidade
é criacionalmente necessária, filosoficamente necessária para a perpetuação da
raça humana.
Ao negar-se tanto a realidade como a autoridade[vi]
se negará a verdade. Ao negar-se a verdade estamos numa areia movediça. Judith
Butler que é a principal ideóloga da teoria Queer funda suas ideias em negação
do que é, e advoga que o que não é é, e o que é não tem sentido de ser. É uma
reconstrução metafisica, é uma alteração ontológica de fatos estabelecidos e
imutáveis. Logo, quando o pensamento de esquerda no Brasil tem se colocado
contra o estatuto da família, tem persistido na ideologia de gênero e principalmente
pra que o Plano Nacional de Educação advogue a causa e o material didático nas
escolas adotem a filosofia, se está defendendo a mentira, a negação da verdade,
da realidade e da autoridade. Isso faz parte da agenda gramsciana do marxismo
cultural que promove uma reestruturação social, alterando paradigmas e implantando
uma falsa realidade que causará grandes males ao mundo. Em nenhum lugar do
mundo o marxismo trouxe bem, não é possível ser marxista cultural e crer no
cristianismo bíblico, há um confronto de cosmovisões, pois são antitéticas.
[i]
Vide, Conflitos de Visões do Economista Thomas Sowell, publicado pela É
Realizações Editora.
[ii]
Ao utilizar o termo conservadorismo cristão, fujo de uma mera denominação
ideológica ligada ao conservadorismo. Na verdade existem muitos
conservadorismos que podem ser ligados a vários tipos de cosmovisões calcadas
em pressupostos muito diferentes. Para uma triagem do que aponto aqui recomendo
o livro de João Pereira Coutinho – As Ideias Conservadoras, pulicado pela
editora TRÊS ESTRELAS. É importante que numa leitura política do
Conservadorismo se distinga qual é a base do pensamento vigente. Outro exemplo
claro de um pensamento Conservador Cristão é o livro – O Manifesto Cristão de
Francis Schaeffer. O Conservadorismo Cristão ampara-se no conjunto de valores
do Cristianismo e não é uma ideologia, mas, uma tentativa de fundamentar uma
filosofia política baseada no ensino dos preceitos Bíblicos.
[iii]
O Manifesto Cristão – Publicado em conjunto com outros livros de Schaeffer pela
editora Cultura Cristã com o Titulo: A Igreja no Século 21, p.208.
[iv] https://www.youtube.com/watch?v=ieCksdxllcI - Livros didáticos Satânicos nas Escolas e
Veja o vídeo da entrevista do procurador da república Guilherme Schelb -https://www.youtube.com/watch?v=W6LmrpqtII0
– que tem combatido essa engenharia social nas escolas que tem destruído muitas
vidas. As escolas e faculdades brasileiras se tornaram verdadeiros centros de
doutrinação do marxismo cultural. Em inúmeros casos não há nem menção do nome
de Marx por exemplo, mas basta fazer uma triagem no currículo acadêmico para
constatar que as bases políticas, sócias e psicológicas da maioria dos cursos
universitários tem fundamentação marxista. Para um mapeamento dos intelectuais
mais importantes do marxismo recomendo o livro: Pensadores da Nova Esquerda do
filósofo e jornalista britânico Roger Scruton publicado pela É Realizações.
[v] Refiro-me
a evolução pelo fato de o marxismo está ligado ao materialismo e
sequencialmente as teorias evolucionárias seja na ciência natural como nas ciências
sociais.
[vi] Ao
retratar a questão da autoridade vale apontar aqui não somente a causa religiosa
do fato contrariado pela ideologia de gênero, mas a própria autoridade
cientifica. A humanidade necessita de relacionamentos heterossexuais, esse é o
modelo ideal para a humanidade, não temos como discutir contra essa questão. A homossexualidade
é uma questão afetiva que não podemos negar que exista afeições verdadeiras no
sentido de reciprocidade relacional nas partes, mas, que possui uma distorção e
uma desafinação com o que Deus criou e planejou para os relacionamentos entre
os sexos. Homem e mulher foram feitos por Deus para que se complementem. A
criação do homem e mulher é complementar, é necessário. A homossexualidade não é
necessária do ponto de vista criacional, destoa do que foi originalmente dito
por Deus.