Por Isla Andrade
Neste último final de semana
tivemos o Exame Nacional do Ensino Médio 2015 (ENEM). A prova dispensa
apresentações, mas ainda assim é importante ressaltar que desde 2009 passou a
ser usada como mecanismo de seleção para acesso as universidades federais e
estaduais, até mesmo algumas universidades privadas. Resumindo, não há
escapatória. Quem deseja entrar nas universidades tem que passar por ela.
Todos os anos –
posteriormente a aplicação das provas – questões são disponibilizadas e
discutidas em jornais e na internet e esse ano não foi diferente. A grande
questão – que me chamou atenção – é o fato de que nas questões postas, havia
uma temática nada neutra, nem muito menos científica. A “velha” e ainda assim
atualíssima temática da ideologia de gênero, além das críticas ao modelo de
produção capitalista e os processos de globalização econômica, dando ênfase ao
recorrente discurso marxista.
Alguém aí pode se perguntar:
mas qual o problema em trazer esse tipo de temática ou por que deveríamos nos
preocupar se na prova tem texto de Simone de Beauvoir? Bem, respondo: A prova do ENEM (depois dessa edição apelidada de Exame
Nacional do Ensino Marxista) tem que cobrar em seus textos aquilo que os
professores ensinam nos cursinhos e no ensino médio, não sendo assim a prova
perderia todo o sentido. Logo, a prova avalia através do conteúdo trazido se o
aluno realmente aprendeu aquilo que foi ensinado pelos professores. Então, é a
partir daí que questionamos: qual o conteúdo passado pelos professores em sala
de aula?
As
temáticas marxistas e progressistas contidas na prova é apenas um reflexo do
que os alunos aprendem em sala e vão responder na prova, para posteriormente
adentrar nas universidades e passar por uma segunda lavagem cerebral muito mais
intensificada. Aí você faz outra pergunta: mas qual o problema de ensinar a
ideologia marxista e de gênero nas escolas ou universidades? Teria que fazer
outro texto para detalhar melhor os argumentos, mas que a princípio poderia
dizer que a ideologia marxista é completamente perversa e antidemocrática, que
tem em seu cerne a defesa da supressão da família, das igrejas, a ampliação do
Estado e “igualdade” em detrimento da liberdade do indivíduo. Para confirmação
dos argumentos citados basta ler esse post (clique aqui)
Quanto à
questão da ideologia de gênero, se defende o conceito de que os dois sexos –
masculino e feminino – são considerados construções culturais e sociais, de
modo que, embora existindo um sexo biológico, cada pessoa tem o direito de
escolher o seu sexo social (gênero). É uma teoria que não tem evidência
científica alguma (em primeiro lugar) e que não apenas surgiu como mais uma
corrente de pensamento, mas está se impondo como uma teoria amplamente
dominante e que em casos de discordância por parte das pessoas tem como
consequência uma dura represália por aqueles que consentem com essa crença
(falo aqui por experiência própria), além do risco de punição por parte do
Estado para pais e professores que tratem a criança como menino ou menina, já
que isso poderia ser considerado uma “opressão” - considerando que eles ainda
não decidiram o que vão ser. É importante ressaltar que não condenamos que o
indivíduo em sociedade seja livre para fazer as suas escolhas, contudo impor
por força de lei – como é o caso do Plano Nacional da Educação (PNE) – que a
sociedade tenha que concordar ou aceitar esse tipo de pensamento é ir de
encontro à liberdade pensamento e de religião.
Há muito
tempo que as escolas e universidades públicas não são mais neutras (se é que um
dia já foram) e estão basicamente a serviço de uma ideologia que não é nada
democrática. Não aceita a divergência de pensamento, nem o pluralismo de
ideias. A liberdade defendida é a liberdade para que eles se posicionem, todavia,
se você pensar de maneira diferente será reprimido ou até mesmo ameaçado.
Eu não sei
você leitor, mas acredito que democracia e liberdade de expressão, bem como religiosa
são valores muito importantes para se perder por causa de ideologias tão
perigosas como as mencionadas. Nós, enquanto cristãos infelizmente somos
obrigados a passar horas lendo, escrevendo e até mesmo apresentando trabalhos
que defendem essa ideologia dominante e que discordamos totalmente, poderia
dizer que no meio acadêmico passamos a metade do tempo ouvindo doutrinação e a
outra metade mentindo, afirmando que concordamos com ela. Infelizmente,
atualmente é o que temos que fazer se quisermos conseguir nosso diploma,
contudo isso não nos impede de divulgarmos nossas ideias e nossa crença seja
pelas redes sociais ou para um grupo de amigos. É importante não se calar, pois
se as coisas chegaram aonde chegaram é justamente porque a omissão prevaleceu.
Se deseja mudar o cenário atual, faça algo.
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P.S. Temos aqui algumas recomendações de livros importantes para quem deseja se aprofundar mais
na discussão:
a) O outro lado do feminismo de Suzanne Venker e Phyllis Schlafly.
b) A nova era e a revolução cultural de Olavo de
Carvalho.