Por Israel Ávila Rosendo
Introdução
Antes de iniciar com meu
texto, gostaria apenas de ressaltar que não desejo de modo algum, fazer aqui nenhuma
sentença afirmando que cristãos que se envolvem em tal prática são apóstatas e
estão se tornando inimigos da cruz. Mas ele tem o simples propósito de alertar
para armadilhas que estão disponíveis em grande escala, e que assolam a vida e
a integridade física, mental e até espiritual de muitos.
Definições
principais
Pirâmide
financeira: É tida como ilegal no Brasil e em outros países
ela se sustenta pelo dinheiro de vários indivíduos que convidam uns aos outros,
e que são ativadas em uma rede de relacionamento, pagando cada um, assim taxas
mensais para se manter ativo. No final, sempre o que está no topo da pirâmide
(no caso os sócios) se beneficia do dinheiro dos demais. O que acaba
sustentando a pirâmide é a entrada de capital das pessoas por si mesmas.
Marketing
Multinível: É tido como legal, e que no caso essa rede
de relacionamentos se sustenta com a venda de produtos, e que o vendedor que
adere recebe parcelas, bate metas, etc. Nesse caso o que sustenta é a própria
venda de produtos, não sendo a simples ativação de membros com dinheiro que
faça ela sobreviver.
O grande problema nisso é
que muitas empresas que são pirâmides financeiras estão se apresentando como
marketing multinível, o que já virou alvo do Ministério Público Federal em alguns
casos. Elas se escondem debaixo da legalidade, e apresentam produtos para
“maquiar” a situação, mas no fim das contas o que faz as redes de
relacionamentos sobreviverem é a entrada com a ativação dos membros,
sendo o produto mostrado apenas como cortina de fumaça para uma série de
desmandos e golpes.
Sendo ilegal ou não, ambas
se apresentam como perigosas e letais devido as ilusões que oferecem envolvendo
dinheiro fácil sem muitos esforços, disseminando ganância, suposta prosperidade
fácil, e até felicidade.
Em meados de agosto de
2013, várias empresas foram investigadas pelas autoridades competentes
brasileiras por se beneficiarem desses esquemas, e isso gerou na imprensa uma
relevância enorme diante de inúmeros escândalos envolvendo até pessoas famosas
no meio de tais atos, algumas delas até tendo que se retratar na internet em
vídeo.
Caráter
“Evangelístico” das “Pirâmides, Correntes, Marketing Multinível, de
relacionamento e afins”
Muitos dos irmãos que leem
este texto devem conhecer pelo menos um pouco da natureza de tais segmentos
citados. Embora exista uma leve diferença entre as denominações de negócio que
eu citei, o propósito se apresenta muito semelhante: Agregar mais indivíduos e
produzir supostos lucros e mais lucros. Ao me deparar com isso, enxergo
bisonhamente uma analogia entre esses segmentos da indústria do marketing de
rede como uma espécie de “evangelismo” contendo:
Os “Apóstolos” que
seriam os sócios, chefes mais influentes dessas redes, e que nas reuniões de
divulgação divulgam fotos em cruzeiros marítimos, cidades europeias, carros
importados de última geração, helicópteros e etc; os quais pregam a “mensagem”
de inclusão e de “conversão” para os ouvintes.
Seus “púlpitos”
são as reuniões de abertura (espécies)
que acontecem em algum auditório grande na cidade e os quais eles exibem as
demais fotos, supostas vantagens e contagiam os ouvintes com empolgação acima
do normal, e que elas lancem fora o “velho homem” que teria sido um fracasso
nos negócios, ganhando “pouco” ou simplesmente não sendo “milionários”.
Seus
“obreiros/evangelistas” são as vítimas/convencidas de tais
benefícios e que de dia e noite “proclamam/convocam” as pessoas para as
reuniões de abertura, ou elas mesmas na maioria dos casos anunciam as supostas
vantagens com seus planos variados.
Testemunho: E não poderiam
faltar as “experiências maravilhosas” que cada um teve, e que sua vida era
amarga, frustrante, infeliz e após conhecer a rede de relacionamento eram dali
em diante “novas criaturas”, ou sendo mais direto: felizes, satisfeitas
financeiramente e socialmente.
Apelo: Não poderia faltar à
chamada para os que estão lá visitando, e se recusar o convite, ligações não vão
faltar.
De modo algum quero me utilizar
de sarcasmo quanto à essa questão, mas de verdade é o que parece quando nos
deparamos em determinadas reuniões.
Um
pouco de observação pessoal
a) Diversas vezes fui
desafiado e encorajado a aderir tais sistemas como esses. O que vi muito em
encontros abertos que tinham vista os oferecimentos foi a disseminação clara de
apego ao dinheiro como base para todas as coisas (1 Tm 6:10). Como frases de
que “você nasceu para ser milionário”, até livros blasfemando o nome de Deus,
afirmando que “ELE quer que você seja Milionário”.
b) Fui, por muitos,
desestimulado como um estudante de faculdade, pois o curso que eu fazia, no
caso, Direito, não me daria satisfação, e não me tornaria alguém satisfeito na
vida e que eu iria fraquejar (1 Co 10:31).
c) Em várias
oportunidades, via as pessoas publicarem em suas redes sociais jargões
populares terrívei,s exaltando o amor à inveja para com os outros, que “os outros iriam te ver lá em cima e iriam te
exaltar” (Leia Pv 14:30, 27:4, Ec 4:4, Gl 5:26).
d) Via pessoas que tinham
emprego estável, com uma vida centrada na família, com boas condições, jogando
tudo fora para aderirem a tais redes como essas e no final das contas colocaram
muito dinheiro a perder. Outras estavam bem encaminhadas na faculdade, fazendo
um curso firme e proveitoso de uma hora para outra relaxaram e entraram nesses
movimentos, perdendo tempos preciosos.
e) E o mais grave: Pessoas
esfriando na Fé, e rejeitando as coisas de DEUS, e da Sua Igreja para se
tornarem servos, para não dizer escravas (Lc 16:13) dessas práticas
manipuladoras.
Considerações
finais
1. Amados irmãos, todos
nós sabemos que Cristo é Suficiente em nossa vida, e que o seu propósito é nos
apresentar imaculados diante do Pai (Jd 1:23-24), e que nos guardará até o fim
(Jo 10:28). Nele se encontra nossa Esperança (Cl 1:27).
2. Sabemos que a riqueza
muitas vezes é benção de Deus (Jó 42:12-17), e que ele a utiliza para os seus
propósitos, mas que jamais coloquemos ela como fonte de supremacia (1 Tm
6:17-18). Busquemos a recompensa em nossos empregos, pois “digno é o
trabalhador de seu salário (Lc 10:7) e que possamos trabalhar, estudar para a
Glória de Deus. (Pv 12:14, Ef 6:5-9).
3. Você, irmão em Cristo, que
ainda está sendo convocado para essas redes, ou está inserido, se desvincule o
mais rápido possível, e não perdendo tempo com tais futilidades use todo o seu
intelecto e seu potencial para produzir de maneira saudável o que possa lhe
trazer mais perto de Cristo e não para distante.