Por Alan Rennê
Alexandrino
"A internet
não é lugar para tratar de temas polêmicos! Em vez disso, por que não tratar de
assuntos que edifiquem?"
A frase acima - ou
variações dela - é muito comum nas redes sociais e em comentários de vídeos do
YouTube. A ideia é que, em vez de tratar de assuntos polêmicos é preferível
tratar de pontos pacíficos, não controversos, que agradem aos adeptos de todos
os segmentos neste grande mundo que é o evangelicalismo brasileiro. Na verdade,
este tipo de pensamento é um reflexo do politicamente correto que tanto tem
imbecilizado a nossa sociedade. Os erros estão aí. Eles são gritantes.
Aberrações são praticadas em nome de Deus - coisas como "se você crê
digite 'amém'" -, mas ninguém pode dizer absolutamente nada! Por que não?
Porque vai ofender a muita gente. Porque muitas pessoas vão se sentir
atingidas, afinal de contas, já dizia Erasmo: "Todas as tolices, por mais
grosseiras que sejam, sempre têm os seus sequazes". E são os sequazes das
falsas doutrinas, das doutrinas de homens que vão se sentir atingidos e vão
vociferar, "para toda a rede ouvir", que aquele que levanta as
questões está perdendo a oportunidade de falar do evangelho e de tratar daquilo
que edifica.
Mas, será isso mesmo? Será que expor os erros é algo que não edifica?
Mas, será isso mesmo? Será que expor os erros é algo que não edifica?
De fato, o
apóstolo Paulo nos ensina que em tudo aquilo que fazemos devemos buscar a
edificação uns dos outros:
"Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Romanos 14:19).
"Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Romanos 14:19).
"Portanto,
cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação" (Romanos
15:2).
"Há muito,
pensais que nos estamos desculpando convosco. Falamos em Cristo perante Deus, e
tudo, ó amados, para vossa edificação" (2Coríntios 12:19).
"Não saia da
vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que
ouvem" (Efésios 4:29).
A palavra
"edificação", como é sabido, traz a ideia de uma construção, do
levantamento de um edifício. O Thayer's Greek Lexicon diz que o uso metafórico
da palavra fala "do ato de promover o crescimento de outra pessoa na
sabedoria, piedade, santidade e felicidade cristã". Ora, se edificação é
isso, então, gostaria de perguntar: Expor o erro e ensinar a verdade não
edifica? O que mais pode edificar uma pessoa senão a verdade? É na verdade que
somos santificados: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade" (João 17.17).
Alguns podem
argumentar usando o já citado texto de Romanos 14.19: "Assim, pois,
seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os
outros". Eles podem dizer: "Está vendo? Precisamos seguir as coisas da
paz". "Assuntos polêmicos" - assuntos que desmascaram o engano
-, dizem eles, "não contribuem para o objetivo de buscarmos aquilo que é
da paz!" E eu pergunto: Que paz pode existir quando o erro, a mentira, o
engano, as falsas doutrinas e o falso culto permanecem encobertos e intocados?
É atribuído a Lutero o seguinte dito: "A paz, se possível, mas a verdade,
a qualquer preço". É isso! Não há paz real e verdadeira na mentira! O que
existe é conveniência! Apenas isso! Assim, quando o apóstolo Paulo fala de
buscarmos as coisas da paz, certamente, ele não tem em mente deixar o engano
intocado!
Para edificar, em
muitos casos, é preciso destruir a superestrutura de um edifício que está
caindo aos pedaços. Chega-se ao ponto de, até mesmo, ter de mexer nos alicerces.
Um alicerce ruim é prejudicial! O mesmo é verdade em relação ao nosso desejo de
que os nossos irmãos cresçam na piedade, no conhecimento e na graça de nosso
Senhor Jesus Cristo!
Por isso, para
edificarmos uns aos outros naquilo que é agradável ao Senhor Jesus, se preciso
for, marretemos com força as paredes construídas com o cimento da mentira e
rebocadas com a lisonja do engano maligno!