Por Mark Jones
Todos
os cristãos professos oram com a mesma eficácia? Nossa santidade ou a falta
dela afetam nossas orações em termos da influência que elas têm sobre a
resposta de Deus a elas?
Não
há dúvida de que nosso pecado tem o poder de criar obstáculos para nossas
orações (Sl 66.18; Pv 28.9; Is 59.2; Jo 9.31; Tg 4.3; 1 Pe 3.7).
Então,
se o pecado pode criar uma barreira invisível entre Deus e o seu povo ou um
indivíduo, e quanto ao contrário?
Quando
falamos sobre as orações de um justo em Tiago 5.16, por exemplo, eu creio que
não estamos falando necessariamente de todo cristão professo. (Embora todo
cristão possa e deva aproximar-se do trono de graça em nome de Cristo). Tiago
parece estar abordando algo diferente. Provavelmente, ele tem em mente a ideia
de que alguns cristãos possuem uma eficácia peculiar em suas orações porque
eles são peculiarmente piedosos. Essas pessoas têm grande fé e possuem um dom
para orar frequente e fervorosamente. Nem todos os cristãos têm o mesmo dom de
oração fervorosa no Espírito. Se ele não tinha isso em mente, ele poderia
simplesmente dizer: “ore por você mesmo”.
Pense
nisso a partir da perspectiva de Cristo, o homem de oração par excellence.
As
orações de Cristo eram eficazes por diversas razões. Ele orava fervorosa e
frequentemente, sempre em fé. Mas ele também entendia a vontade de Deus. Muito
antes de Cristo, Elias orou para que a chuva fosse detida. Ele não pediu isso
porque lhe pareceu uma boa ideia. Pelo contrário, sua petição se baseava nas
Escrituras: Deus ameaçou várias maldições contra o povo, inclusive seca (Dt
28.22,24).
Tiago
menciona a exemplar “oração feita por um justo”, Elias, para mostrar que ela
“pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Se Elias continua sendo esse exemplo
para nós, quanto mais Jesus em suas orações terrenas.
Em
João 17, Jesus pediu que Deus cumprisse suas promessas feitas a ele como o
Filho. Ele não era presunçoso, uma tendência particularmente abominável que
aflige o povo de Deus, mas diligente em “lembrar” seu Pai de suas promessas a
Jesus e seu povo. Essa persistência não parou depois que ele ofereceu sua
oração sumo-sacerdotal, mas continua no céu até que tudo esteja consumado
(conforme corretamente argumentou Jacob Armínio!).
Cristo
foi prometido aos gentios (Is 49.1-12), então ele intercedeu por eles (Jo
17.20). A ele foi prometido glória (Dn 7.13,14), então ele a pediu (Jo 17.1-5).
Nós não temos razão para duvidar que ele, durante sua vida terrena, pediu por
tudo que foi legitimamente prometido a ele.
Falta
de fé impediu os discípulos de conseguir expulsar um espírito imundo de um
garoto (Mc 9.17-23). Cristo, o homem de oração e homem de fé, pôde fazer o que
os discípulos incrédulos não poderiam. As orações e fé de Cristo foram
responsáveis, juntamente com o Espírito (veja Mt 12.28), pela expulsão do
demônio. Em outras palavras, Cristo não esperava uma coisa dos discípulos e
algo diferente para si.
Em
outro lugar, lemos sobre as orações de Cristo e a razão por que ele era ouvido:
ele era ouvido por causa de sua reverência (Hb 5.7).
Esse
princípio também tem relação conosco ou Tiago está simplesmente se referindo a
todos os cristãos porque todos os cristãos possuem a justiça imputada de
Cristo?
Considere
as palavras do Apóstolo João: “… E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a
receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável
à sua vista” (1 Jo 3.22). Esse verso deixa claro que receber de Deus está
conectado com obedecer a Deus.
Em
outras palavras, ambicione as orações dos justos (Lc 1.6, 23.50). Ambicione as
orações daqueles que cumprem a vontade de Deus, não daqueles que afirmam
pertencer a Deus mas negligenciam sua vontade (Mt 7.21).
Deus
ouve o piedoso e ele responde suas orações. Mas, quanto àqueles que não cumprem
sua vontade, as Escrituras não poderiam ser mais claras.
Assim,
concordo plenamente com Sinclair Ferguson, que escreve:
“É
por isso que a verdadeira oração nunca pode ser divorciada de santidade real. A
oração da fé somente pode ser feita pelo homem ‘justo’ cuja vida está sendo
mais e mais alinha da com a graça da aliança e os propósitos de Deus. No
domínio da oração também… a fé sem obras é morta”.
Portanto,
- Há
alguns cujas orações são impedidas por várias razões.
- Há
alguns que conhecem a vontade de Deus, oram com grande fé, guardam os
mandamentos de Deus e, assim, têm orações eficazes. É por isso que o homem,
Jesus Cristo, orou com tanta eficácia.
Se
Satanás treme quando vê o mais fraco cristão de joelhos, imagine quando Cristo
estava de joelhos.
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Fonte: Reforma 21