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9 de jan. de 2015

Autoconversão: Um sedativo que leva ao Inferno


Por Fernando Carvalho

Dia após dia nos deparamos com notícias a respeito de pessoas que “se converteram” ao Senhor Jesus demonstrando terem entendido essa atitude como um bom caminho a ser seguido. Essas pessoas atribuem sua conversão à vários motivos: uma situação financeira complicada, enfermidades, remorso e talvez o que seria mais comum hoje, pertencer a um grupo de pessoas que pensam igualmente sobre um mesmo conceito religioso.

Antes de me aprofundar na reflexão, permita-me esclarecer uma posição. Talvez um ou outro motivo descrito acima possa apontar um caminho para que determinada pessoa se depare com o próprio fracasso e incapacidade de prosseguir a vida sem uma esperança maior e assim compreender a necessidade de um redentor que possa oferecer alívio às cargas que o próprio pecado gera no homem. Porém acho arriscado que apenas isso seja um sinal genuíno de conversão a Cristo.

Pois bem, o que vemos hoje na grande maioria dos casos é o que intitulo: autoconversão, que nada mais é do que o engano de pessoas que acreditam serem convertidas a Cristo até por alguns motivos e intenções certas, mas na verdade elas nunca tiveram um real encontro com o Salvador mediante uma regeneração no espírito morto pelo pecado (Efésios 2:1) acompanhado de arrependimento e nojo pela vida que antes levavam sem o conhecimento da salvação. Logo, esse indivíduo que se autoconverteu continua levando a mesma vida de antes com um selo gospel, após ter repetido uma oração ou levantado a mão na frente da igreja e assim se intitula salvo. 

Entenda que enfrentaremos lutas terríveis contra o pecado mesmo depois de salvos, chegando à compreensão que antes o que gerava deleite na alma agora causa terríveis dores em nós, pois foi esclarecido pela verdadeira conversão, que o pecado entristece o Espírito Santo de Deus. 

Essas pessoas autoconvertidas são um caso muito diferente, pois continuam exatamente os mesmos com uma nova roupagem religiosa. Não há frutos de mudanças consequentes de uma nova vida no Senhor e geralmente existe pouca ou nenhuma renuncia daquilo que os prendem ao pecado. Pessoas convertidas genuinamente ao Senhor apresentam como primeiro indício o tomar a cruz e seguir ao mestre, experimentando através do padecer, as mudanças provocadas pelo encontro com Aquele que agora é o Senhor e governador de suas ações a partir de uma real entrega de vida.

O pior desta autoconversão, onde o próprio indivíduo continua sendo a voz diretiva de sua vida é que isto o cega para o verdadeiro evangelho, pois julga já ser seguidor de Cristo por reduzir essa “conversão” a apenas algumas falsas mudanças morais e tratá-la como um dos setores da vida - no caso o religioso - a serem mudados. Errado! 

Isso é um terrível engano que o impede de reconhecer a sua rebelião e a real necessidade de justificação dos pecados pelo sangue de Cristo, já que o mesmo se justificou pela suposta mudança, tornando-o agora um feitor de boas obras separado de Deus.

Há pouco tempo foi anunciado pela mídia que um cantor de funk havia se convertido através de outro cantor gospel. Bem, você pode até estar pensando a seguinte máxima: Quem sabe se realmente houve conversão é Deus! Sabemos que isto é verdade, mas a conversão vem acompanhada de todo o fruto do Espírito que conhecemos (Gálatas 5: 16) e não de apenas uma simples declaração pública e logo mais, uma possibilidade de carreira gospel.

Talvez possam existir pessoas moralmente melhores que eu e você que jamais provarão a salvação em Cristo Jesus, por não conhecerem através da revelação do Evangelho a necessidade de arrependimento e de terem suas vidas assenhoreadas por Cristo. 

A autoconversão funciona como um sedativo que engana os seus adeptos sobre a morte e o real estrago que a queda gerou ao homem, maquiando a degeneração na alma causada pelo pecado. A conversão genuína a Jesus Cristo de imediato gera no salvo o desejo de imediatamente separar-se de todas as ações antes cometidas, que afrontam e zombam da pureza do sacrifício de Cristo pelos pecados.

Oremos para que o Evangelho possa ser pregado fielmente revelando o real estado pecador do homem e assim promover uma real conversão ao Senhor Jesus Cristo. Para meditação de todos deixo o texto de Atos 19: 18-20 que relatam as consequências de verdadeiras conversões muitos raras em nosso tempo.

“Muitos dos que creram vieram confessando e denunciado publicamente as suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinquenta mil denários. Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente.”

Na paz de Jesus Cristo.

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