Por Thiago Oliveira
Hoje estamos vivendo um período em que as pessoas acham que a Igreja deve fazer de tudo para agradar os fiéis. Mudar antigas convenções não tem a motivação de glorificar a Deus. Absolutamente! Mudam-se as coisas para atrair mais pessoas.A Igreja precisa ser ao gosto do freguês. O segmento evangélico transformou-se num bandejão, onde você degusta o que quiser e por fim escolhe o prato que mais lhe agrada. Nesse afã de querer agradar a gregos e a troianos, o culto tem se transformado num verdadeiro circo. Além de aparecerem diversas manifestações artísticas de qualidade duvidosa, temos também as pregações transformadas em palestras motivacionais, e o que é pior: apresentações humorísticas.
Estava eu no Facebook e me aparece uma sugestão de página para curtir. Tratava-se da página de um Senhor que tem por slogan: "Um Pastor Cheio de Graça".Eu já conhecia o sujeito, pois o vi dar uma entrevista num talk show. Ele costuma ministrar para casais e sua peculiaridade é fazer piadas. Depois que ele apareceu na TV, muitos foram os vídeos do YouTube que apareceram na timeline de amigos meus, nas redes sociais, elogiando a sua forma engraçada de transmitir a Palavra.
Estava eu no Facebook e me aparece uma sugestão de página para curtir. Tratava-se da página de um Senhor que tem por slogan: "Um Pastor Cheio de Graça".Eu já conhecia o sujeito, pois o vi dar uma entrevista num talk show. Ele costuma ministrar para casais e sua peculiaridade é fazer piadas. Depois que ele apareceu na TV, muitos foram os vídeos do YouTube que apareceram na timeline de amigos meus, nas redes sociais, elogiando a sua forma engraçada de transmitir a Palavra.
Francamente,não vejo com bons olhos um pregador que coloca um slogan de humorista para projetar o seu ministério, se é que posso chamar assim. Não quero aqui dizer que este homem não é cristão. Também não digo que ele está mal intencionado. O grande problema é que também erramos com boas intenções. Faço minhas as palavras do Dr. Martyn Lloyd-Jones quando ele diz em seu livro (Pregação e Pregadores, p.224) que: “O indivíduo que força a si mesmo para ser divertido é uma abominação e jamais deve ter permissão de ocupar o púlpito. Esta opinião se aplica ao homem que faz isso deliberadamente, para obter as boas graças de seus ouvintes”.
Muitos de nós esquecemos que o culto é para Deus, e este deve ser o princípio regulador.Não devemos nos pautar em princípios sentimentais, estéticos e mercadológicos.O culto é uma demonstração de fé, gratidão e louvor ao Deus que nos amou primeiro e nos transportou das trevas para o Reino do Filho do seu amor. Só o SENHOR é digno de ser adorado e para isto a Igreja se reúne periodicamente. O culto feito ao nosso bel-prazer, para nosso deleite, não é aceito por Deus. Ele só se compraz da adoração que O glorifica, não sendo assim, Ele rejeita a nossa maneira de cultuar, por mais agradável que ela nos pareça.
Quando moldamos o culto segundo as nossas preferências, corremos o risco de contrair a ira divina sobre nossas cabeças. Se não obedecermos o que Deus predeterminou em sua Palavra, estamos em apuros. Um exemplo claro é o que aconteceu com Uzá (leia 2 Sm 6. 1-11). Ele foi fulminado porque tocou a arca da aliança. A arca estava sendo transportada num carro de boi, quando na verdade, ela deveria estar sobre os ombros dos sacerdotes, tal como Deus havia estabelecido. Uzá morreu, mesmo bem intencionado, por causa do amoldamento que foi feito a uma questão litúrgica. E nós, porque achamos que podemos moldar o culto da forma como bem entendemos?
Deus é glorificado através da séria exposição da Sua Palavra. Ele é glorificado a cada vez que o pregador deixa claro que não está levando uma mensagem que é fruto de sua imaginação, e sim a própria voz divina que é capaz de converter os pecadores de seus maus caminhos. Não é preciso muito. Importa sermos fiéis as Escrituras e deixar que o Espírito Santo trabalhe para edificar, consolar e converter os que ali se fazem presentes. O pregador precisa ter cuidado com gracejos, anedotas e ilustrações, pois muitas vezes, eles tiram o foco na Palavra e os ouvintes se acostumam a ouvir o pregador apenas porque se identificam com seu apurado senso de humor, ou pela sua aguçada imaginação .
Não estou dizendo que no púlpito o mensageiro deve ser carrancudo e enfadonho. Ele pode ser alguém simpático, de aparência leve e até vibrante. Todavia, precisa compreender que sua missão não é fazer com que as pessoas o considerem engraçado ou atraente, mas sim levar cativas ao SENHOR a mente dos seus ouvintes. Todos precisam olhar para si, enxergar sua pequenez diante da grandeza e da glória de Cristo e humildemente se aproximarem do trono da graça com orações e súplicas.
Charles Haddon Spurgeon, um dos maiores pregadores que passou por este mundo, era alguém muito bem humorado e que contava algumas histórias engraçadas em seus sermões. Certa vez, uma irmã o repreendeu por isso. Spurgeon não ficou ofendido e confessou aquela senhora que se ele não se controlasse e podasse a si próprio, corria o risco de contar muito mais gracejos. O que esse episódio nos ensina? Que é necessário podar nossa personalidade (Spurgeon era alguém engraçado por natureza) para que não seja ela a maior evidencia em nossos sermões. A glória deve ser exclusiva para Deus, é necessário que Ele cresça e que nós diminuamos.
Termino alertando a você – pregador - que busque a Deus em oração, pedindo para que Ele venha moldar sua maneira de estudar, preparar e pregar o seu sermão, de uma forma que suas mensagens sejam tão cristocêntricas que você seja sempre ofuscado pelo brilho do Filho de Deus. Alerto também aos crentes de modo geral a se perguntarem: Estou cultuando a Deus ou estou satisfazendo as minhas preferências? Se a resposta for a primeira, então amém. Se for a segunda, ore para que o SENHOR venha mudar o teu coração e que você encontre satisfação na Palavra de Deus, sem necessitar de nenhum subterfúgio a mais.
A Deus,somente, toda a glória!