Por Luciana Barbosa
Hoje falamos tanto em avivamento, pedimos tanto um
avivamento, mas, um avivamento que é passageiro e emocional, onde agora nós
choramos, nos emocionamos, gritamos, nos “arrependemos”, prometemos tantas coisas
a Deus, no entanto, daqui a pouco nos esquecemos de tudo, nos levantamos,
batemos o pó e seguimos levando a mesma vida que outrora clamávamos para Deus
transformar. É um avivamento sem Bíblia, sem contrição, sem arrependimento
genuíno e sem mudança genuína de vida. Isso é possível? Como você vê o
avivamento? Precisamos de reforma e avivamento como foram de fato no passado.
Quando falamos de avivamento temos que pensar no seguinte:
“A obra do Espírito Santo no sentido de
restaurar o povo de Deus a uma vida espiritual, testemunho e trabalho mais
dinâmicos, mediante a oração e a Palavra, após profundo arrependimento por seu
declínio espiritual. Os elementos permanentes do avivamento são a Palavra, a
oração, o Espírito Santo e um Deus soberano que usa o ser humano como seu
instrumento.”
A frase acima é do E.E.Cairns. Já C.E.Autrey diz:
“Avivamento é a reanimação daqueles que já
possuem vida. No seu sentido estrito, diz respeito ao povo de Deus. Reaviva a
vida espiritual que se encontra em um estado de declínio. È um instrumento de
evangelização.”
João Calvino asseverou:
“O avivamento é uma onda
que varre a igreja de tempos em tempos, despertando-a, tirando-a do marasmo. É
a passagem da fé menor para a fé maior, do cálice pela metade para o cálice
cheio, da entrega parcial para a entrega total, da mesmice de sempre para a
novidade de vida, das obras da carne para os frutos do Espírito, da posse do
Espírito para a plenitude do Espírito, em suma, geralmente menos durável do que
uma reforma.”
O AVIVAMENTO NAS ESCRITURAS
O princípio do avivamento está presente
na Bíblia. O vemos no Antigo Testamento: na época de Josias (2 Reis 22-23), de Zorobabel
(Esdras 5-6):
“Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu
povo?”
Salmo 85.6
“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome
de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e
abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o
coração dos contritos”
Isaías 57.15.
“Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e no
decurso dos anos faze-a conhecida”
Habacuque 3.2
Outros textos são: Salmo 19.7; 51.10; 103.5; Isaías
40.31; Sofonias 3.17.
No contexto do Novo Testamento, temos avivamento no dia
de Pentecostes (Atos 2), em Antioquia da Pisídia (Atos 13.48-52), ; Romanos
12.2; Efésios 4.23.
Já a Reforma...
A reforma não busca inovar,
mas restaurar antigas doutrinas ou verdades bíblicas que haviam sido esquecidas
ou obscurecidas pelo tempo e pelas tradições humanas. É chamar a atenção das
pessoas para um retorno a importância das Escrituras e seus grandes ensinos,
especialmente no que diz respeito à salvação e à vida cristã. Para que as
Igrejas Evangélicas atuais possam manter-se fiéis à sua vocação, é preciso que
julguem tudo pelas Escrituras, fazendo delas a sua regra de fé e prática de
fato. É sair da teoria e ir pra prática e professar e cumprir, acolhendo o que
é bom e lançando fora o que é mau. Os reformadores nos mostraram que o critério
da verdade não são os ensinos humanos, nem a experiência espiritual subjetiva,
mas o Espírito Santo falando na Palavra e pela Palavra, onde não pode haver separação
entre o Espírito e a Palavra, pois, ambos andam de mãos dadas como afirmou o
reformador João Calvino.
Estou farta de ler e escutar crentes pedirem
avivamento, como se avivamento fosse falar em língua estranha, gritos e giros
no meio da igreja. Quanto a reforma, não consigo imaginar uma em nossos dias
onde, o antropocentrismo tem “reinado” nas nossas comunidades religiosas e a
Escritura está tão negligenciada nos púlpitos. Então quando viermos a pedir
algo a Deus nesse sentido, devemos pedi-lo no seu real sentido.