Por Thiago Oliveira
Quão triste é ter que
escrever sobre tais coisas. Novamente sei que muitos que são adeptos do “não julguem”
irão me julgar e dizer que eu não deveria criticar estes (pseudos) pastores.
Mas como me calar quando a Sã Doutrina é vilipendiada grosseira e cinicamente? Primeiro,
o Silas Malaia não satisfeito com os hereges que aqui estão, convida um dos
Estados Unidos para mercadejar na cara dura uma “unção misteriosa”. Sábado,
dia 02/05/2015, Morris Cerullo, apresentado como um homem de Deus e portador de
bênçãos, diz que é necessário ter fé, ou seja, ofertar dinheiro para ver os
milagres acontecerem.
Cerullo diz que as bênçãos
de Deuteronômio 28 serão liberadas aos que doarem as quantias nos valores
estipulados de R$ 500, R$ 1000, R$ 5000 e RS 10.000. Usa o texto bíblico para
pregar a vitória financeira, destruindo com todo e qualquer princípio
hermenêutico no intento de faturar mais grana. Como tais homens tem feito mal a
causa do Evangelho. Como tem zombado de Deus e de sua revelação. Cegos pela
influência de Mamon, tais homens tem arrastado milhares de milhares para o
Inferno, pois não é a graça que eles oferecem. Eles ensinam as mesmas teses de
Satanás quando tentou Jesus, oferecendo materialismo explícito.
O texto de Deuteronômio 28
é o relato dos hebreus prestes a entrar na terra prometida. Eles estavam
acampados na planície de Moabe, de lá podiam avistar Canaã. Moisés já velho faz
o seu último discurso para aqueles que herdariam a terra que seus pais não
puderam herdar, pois foram mortos no deserto por causa de sua incredulidade e
rebelião. Analisando o texto numa perspectiva aliancista, em que aquele é o
povo de Deus, vemos que a condição de prosperarem na terra que mana leite e
mel seria obedecer ao SENHOR, andar segundo os seus mandamentos e não prestar
culto a nenhuma outra divindade. Não existe barganha financeira. Deus não diz
que seriam prósperos se dizimassem ou dessem uma oferta especial. Há apenas o
óbvio preceito de que a fidelidade ao SENHOR faria com que o povo gozasse de
suas bênçãos. Sabemos que Canaã é uma ilustração da Canaã celestial. A passagem
do Egito para Terra Prometida alude a passagem do cativeiro para a liberdade,
isto é, da condenação do pecado para a liberdade através de Cristo, nos
permitindo morarmos com ele em seu reino.
O que o Cerullo faz - com o
aval do Silas, que tem se mostrado mais calhorda a cada ano que passa - é o
mesmo que fez o mago Simão. Este, um místico samaritano, ao ver que Pedro e João
concediam o dom do Espírito Santo aos convertidos pela pregação de Filipe,
ofereceu dinheiro aos apóstolos para receber o dom também. Eis o que Pedro lhe disse diante dessa proposta:
“O teu dinheiro seja
contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.
Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto
diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para
que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; Pois vejo que
estás em fel de amargura, e em laço de iniquidade”.
Atos 8:20-23
É, meus irmãos, não sou eu quem digo, mas a Palavra atesta que os que agem segundo Malafaia e sua corja estão
em iniquidade e, a não ser que se arrependam, terão lugar cativo no inferno. Como
diz o escritor aos Hebreus: “Horrenda coisa
é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).
E no domingo, dia
03/05/2015, pregando na Conferência dos Gideões Missionários, o bivocacional
Marco Felicano diz com todas as letras que os cristãos são “deuses”. Num sermão
interminável, Feliciano grita, abusa em pedir que os ouvintes repitam o que ele
diz e faz até as pessoas chacoalharem uns aos outros. Além de revelar que suas
pesquisas para consultar o hebraico são realizadas rapidamente (palavras dele)
no Google. Um show de horrores!
Baseando-se no salmo que
diz “Deus está na congregação dos poderosos;
julga no meio dos deuses”. Salmos 82:1, Feliciano começa especulando que
esses “deuses” não são os anjos. Daí ele segue uma linha de raciocínio do tipo
que “enche linguiça” e com muita especulação diz que Deus funde a essência dos anjos com os
animais racionais para formar o homem. E numa frase que dá nojo ele arremata
que Deus não é soberano, pois vai dizer o seguinte: “(...) porque se Ele
tivesse naquele momento a plena consciência do que estava fazendo eu não sei se
ele teria continuado com o plano. Porque o que Deus faz agora é a raça mais
incrível no universo. É uma raça que tem dentro dela o céu e a terra. É uma
raça que tem a eternidade e a vida passageira”.
Após dizer tamanha
barbaridade é possível ouvir brados de “glória a Deus” vindos da plateia. Como
é possível tanta falta de discernimento? O homem acaba de atacar a soberania
divina e o pessoal vibra. Como a igreja brasileira está longe dos princípios
confessionais. Tal como está registrado na Confissão de Fé de Westminster (V-1): “Pela sua muito sábia providência,
segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho da sua
própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da
glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta,
dirige, dispõe e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as
coisas, desde a maior até a menor”.
Deus fez todas as coisas
para sua glória, obviamente Ele sabia o que estava fazendo do princípio ao fim:
“O Senhor fez todas as coisas para
atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal”. Assim
está escrito em Provérbios 16:4. Insinuar que Deus não tinha noção do que
estava fazendo é negar-lhe o atributo da onisciência.
Continuando com sua
heresia, Feliciano evoca que as irmãs orem e que espera não escandalizar os que
estão ali presentes. Para respaldar sua doutrina espúria ele lê Êxodo 7.1: “Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te
tenho posto por deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta”. Não
precisa ser muito inteligente para reconhecer que o que está aqui presente é a ideia de que Moisés representaria Deus diante de faraó. Ademais, o termo deus também
evoca autoridade temporal, o que provavelmente é o caso do Salmo 82. A relação
entre a divindade e os príncipes pode ser vista em Êxodo 22, principalmente no
verso 8. No Novo Testamento vemos que Paulo tem essa mesma compreensão (ler Rm
13.1-2). No caso, “ser posto por deus
sobre Faraó” em hipótese alguma quer dizer que havia divindade em Moisés. O
que havia era a incumbência de ser um representante divino, portando Sua
mensagem com autoridade. O próprio Moisés dirá isso para o seu sogro – Êx 18.15,16).
Não somos divindades, somos
criaturas portadoras da imagem de Deus. Isso é totalmente diferente. E essa
imagem foi borrada quando Adão pecou no Éden. O Deus triúno é incomparável. Ele
está acima de suas criaturas, tanto é que proíbe os homens de representá-lo com
imagens. Podemos até pintar Deus como um homem com um corpo simetricamente
ajustado, forte, de olhar imponente, sentado num trono, com boas vestes e
cercado de joias. Mesmo assim, seria uma figura abaixo da Sua majestade e do
seu poder.
Feliciano acaba sua
mensagem da pior maneira possível. Ele canta, e ainda por cima escolhe "Raridade" para ser a música entoada. É a celebração do homem ao invés da auto humilhação.
Que tipo de culto é esse? Que pregação é essa? Que Evangelho é esse? A resposta
para as três indagações se resume numa só palavra: Antibíblico. Ou melhor,
utilizando o termo paulino: Anátema!
Silas Malafaia e Marco
Feliciano. Dois figurões do evangelicalismo brasileiro. Metidos na política.
Presença constante na televisão. Basta eles aparecerem e muitos dizem que eles
são seus representantes. Que são os defensores da família e blábláblá. Entendam
de uma vez por todas que quem deve nos representar e quem defende a família
realmente não pode distorcer a sã doutrina, não podem negociar a fé. Não podem
ser essas figuras abomináveis. Quem nos representa é quem segue a Palavra, pois
ela é a nossa única fonte autoritativa. Sejamos guiados somente pela Escritura.
Que Deus se apiede desta nação!