Já está circulando em
várias mídias as imagens de uma mulher (?) nua numa cruz durante a parada gay
em prol da causa LGBT. Onde outrora havia a inscrição Rei dos Judeus feita
pelos romanos, há um “Basta Homofobia. GLBT.” Diante de algumas postagens de
cristãos, resolvi também manifestar meu posicionamento em relação a isso e como
penso que devemos responder à parada gay.
Certamente não é a Marcha
para Jesus que é a resposta. Primeiro porque nem sei se é para Jesus de fato, talvez
seja para a idolatria e para a falsa espiritualidade vigente em nosso século. A
marcha para Jesus é tão odiável para Deus quanto à marcha da Parada Gay, pois
pecados estão sendo celebrados com máscaras de orgulho e satisfação.
Insatisfação nos corações levam evangélicos a marcharem seguindo seus ídolos da
mesma forma que o orgulho nos corações levam os defensores e simpatizantes da
causa LGBT a marcharem. Francis Schaeffer diz:
“Se
a igreja não estiver falando em termos fortes contra a apostasia e os pecados
do nosso próprio tempo, nós não estaremos prontos para ver qualquer tipo de
movimento revolucionário religioso em nossa geração. Nossa geração está doente
exatamente por causa de palavras religiosas”.
Somos uma pobre geração
que pensa que meras programações religiosas são significado de um avivamento.
Igrejas estão saturadas de programações e eventos voltados para diversão. Jovens
e adultos se ajuntam numa festividade pagã dentro da casa de Deus onde a
liberdade pessoal, o auto-interesse, a busca por autorrealização e necessidade
de satisfação e significado são celebradas como sendo um mover do Espírito
Santo. Ao mesmo passo que não se vê uma Igreja que não só confessa seus
pecados, mas que deveria também estar lamentando e chorando por ele. Pelos seus
pecados e pelos pecados da cidade. O pecado teve seu significado diminuído em
uma insatisfação do ser. A culpa moral do pecado foi transformada em uma culpa
meramente psicológica, assim, a salvação se transformou numa simples
consciência leve e sem culpa. Não lamentamos pelo pecado porque não mais
sabemos sua gravidade.
Um avivamento é marcado
por uma profunda compreensão da gravidade do pecado. O pecado é tão grave que
matou o Filho de Deus. Foi em substituição do pecador que Cristo morreu na
cruz. A crucificação não foi um exemplo moral, não foi uma mera libertação da
culpa psicológica, apesar de inclui-la, não foi uma mera demonstração de como
Deus odeia o pecado. Mas foi uma declaração do que o pecado traz e o que é
necessário para aplacar a ira de Deus. A ira de Deus revelou-se de forma tal
como o seu gritante e exuberante amor na cruz. Seu Filho foi o preço que foi
exigido pela própria natureza de Deus para expiar os pecados e para fazer Deus
propício aos pecadores. A morte do Homem-Santo na cruz revela que a ira de Deus
está sobre o Homem-Pecador. Seja na marcha que exalta a idolatria do povo de
Deus, à semelhança dos tempos de Isaias onde festas eram realizadas para Deus,
mas o coração das pessoas estava longe de Deus e Deus não tinha prazer em
nenhuma manifestação espiritual que faziam, seja na marcha da parada gay. A ira
de Deus está sobre todos que não confessam a Cristo como Kyrios, o Senhor, de suas vidas, seja em obstinada rebeldia, seja
servindo a outros ídolos modernos. Deus é único, assim demanda única adoração.
A pessoa que se encontra
numa cruz durante o desfile revela nada mais que o seu pecado. Seu protesto
volta-se contra si mesma como juízo. É por estar numa cruz imitando a Cristo
que inconscientemente é revelado que o padrão LGBT é pecado. A declaração é
gritante. A imagem que é chocante para evangélicos é um outdoor do quão grave é
o pecado. Aquele que não conheceu em sua carne o pecado se fez pecado por nós
para que nós sejamos feitos justos à sua imagem. O pecado ali escancarado é
como a serpente que foi levantada no deserto, revelando a obstinação do coração
do homem. E à semelhança da serpente no deserto, Cristo foi levantado numa cruz
para que de igual forma todo e qualquer indivíduo que contemplar o seu pecado
ali escancarado e, não com punhos obstinados e dentes cerrados o receber, mas
com um coração quebrantado e mãos estendidas se prostrar em arrependimento,
receber o perdão divino pelos seus atos.
Heterossexualidade não é a
resposta para a homossexualidade. Um heterossexual adúltero é tão pecador e
depravado quanto um homossexual. Um heterossexual viciado em pornografia é tão
pecador quanto qualquer um dos que foram à parada gay. A santificação do homossexual
não é meramente virar heterossexual, mas ser moldado conforme a imagem de
Cristo. A santificação é afastar-se e lutar contra os pecados que antes
dominavam sua vida, ainda que durante a vida toda. A luta contra o pecado, por
não querer mais nos dobrar a ele nem estar sobre seu jugo é aquilo que traz a
esperança da vida eterna. A esperança de não haver desapontamento por causa do
amor que foi derramado na cruz, cobrindo toda ira e condenação, e confirmado
pelo Espírito Santo conforme gradativamente haja transformação à imagem e
semelhança de Cristo. Lutando contra o pecado e -mesmo que eventualmente caindo
- encontraremos em Cristo o Advogado que por nós intercede, o Sumo-Sacerdote
que em tudo foi tentado, porém sem pecar em nada, conquistou, para todos aqueles
que nele creem, a confiança de poder se achegar ao trono da graça com alegria e
prazer para poder achar misericórdia em Deus-Pai.
Quanto mais a igreja se
comportar cada vez mais como o mundo, mais e piores protestos que ofendem a
Deus virão. É por sermos uma geração mimada e exigente de regalias e lisonjas
religiosas que o mundo tripudia como quer em cima de nós. Quando a igreja se
comporta como promotora de festas, quando cultos viram simples aconselhamentos
psicológicos e alívio de consciência, quando líderes de louvores pensam que
estão em cima de um trio elétrico e pastores se comportam como palhaços,
comediantes de stand-up e meros
oradores de belas palavras é que o mundo não vê mais relevância na igreja.
Quando a igreja deixa o seu papel e não invade o mundo, transformando a
cultura, o mundo virá. Ele veio com Nabucodonosor, veio com Roma, veio com
Constantino, veio com o Iluminismo, veio com o modernismo e agora continua
vindo. Como ainda disse Schaeffer:
“Sempre
que a igreja de Cristo se desvia do Deus vivo e da sua verdade proposicional,
ela está representado a meretriz. Por estarem encerrados em seus pecados,
mortos espiritualmente e se voltarem contra todos os que andam segundo o curso
do mundo são culpados, mas igualmente culpada é a igreja quando não cumpre
devidamente seu papel de ser aquela que levará o evangelho de Cristo até os
confins da terra”.
Como devemos responder
àquela pessoa que está numa cruz na parada gay? Devemos dizer: “olhe para onde você está e o que você está
representando, Cristo fez disso mais que uma exposição de ideias, protesto ou
espetáculo, ele fez disso a expiação pelo pecado que está aí representado,
creia nisso você também, arrependa-se dos seus pecados e seja salvo, pois todo
aquele que nele crê terá a vida eterna, porém quem não crê ainda permanece a
ira de Deus (Jo 3:36).”
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Fonte: Vida de Graça