A Influência pagã tem sido infelizmente uma marca na história do cristianismo e da igreja. Desde os tempos mais longínquos o povo israelita, mesmo possuindo referências divinas, manteve um costume de reter referências pagãs na sua caminhada. A idolatria do povo de Israel pode ser vista como o principal indício desta alegação. Em dias que evidenciam o clima natalino não há como não se lembrar do enxerto de referências pagãs que esta data, o natal e o seu real significado, sofreu.
Sabe-se que na realidade o mês que Jesus nasceu de fato não foi Dezembro, mas, ao que tudo indica, foi Março. Até mesmo o ano do nascimento do salvador do mundo é questionado entre os estudiosos. Existe até um ditado entre os historiadores: “Jesus nasceu dois ou três anos antes de Cristo”. No decorrer da história houve uma transferência da data do nascimento de Cristo para o mês de Dezembro por diversos motivos; políticos, religiosos e até econômicos. Antes de se comemorar de fato o nascimento de Cristo no mês de Dezembro na tradicional data comemorou-se várias outras festividades, a saber, o culto ao deus do sol: Mitra – mitraísmo. De origem persa, um dos ensinos desta crença era o real desprezo às mulheres, ato que o cristianismo não comungava. Logo o cristianismo sobrepõe o mitraísmo. Outra festividade pagã que também concorreu a tão disputada data de Dezembro foi a Saturnália Romana que era um festival romano em honra ao deus Saturno que ocorria no mês de dezembro, mais provavelmente no dia 17 do referido mês. Acredita-se que o festival passou a ser prolongado por toda a semana chegando à data 25 de Dezembro. Nesta festividade escravos eram temporariamente colocados na posição de senhores e de forma temporária eram livres. Ou seja, os escravos eram livres, mas só o tempo que durasse a festividade.
Tendo por base o que foi exposto acerca das duas festividades pagãs se pode estabelecer algumas distinções com o verdadeiro Cristianismo. Primeiro: enquanto no Mitraísmo excluíam-se as mulheres, o Cristianismo traz na sua essência a importância destas. Maria concebe o Messias prometido e entra para o rol dos grandes expoentes da fé cristã. Como se não bastasse, Jesus ao ressuscitar aparece primeiro para mulheres Mt 28:1-9. Ou seja, Maria, mãe de Jesus, participa de forma direta tanto no inicio do ministério terrestre de Cristo, como também é testemunha do ministério celeste do mesmo.
No que tange a Saturnália e sua pseudo e temporária liberdade concedida a homens, o Cristianismo também o sobrepõe. A liberdade que Cristo concede não é falsa nem muito menos temporária, e sim eterna. Qualquer semelhança desta última festividade pagã com o bom velhinho – “Papai Noel” – não é mera coincidência. Tudo isso nada mais é que a tentativa embutida no paganismo de ofertar uma felicidade ou uma sensação de liberdade falsa/temporária. A morte de Cristo na cruz do calvário concede ao pecador liberdade perene, seu nascimento significa esperança. É como um farol no meio da madrugada guiando os barcos à terra firme e segura. Natal significa que nasceu o salvador e libertador do mundo. Esta mesma liberdade também está no bojo de toda obra divina; no Egito Deus guia seu povo por meio da coluna de fogo e da nuvem, isso depois de ordenar que as casas fossem marcadas pelo sangue do cordeiro na praga dos primogênitos, fato que levaria a libertação do povo do Egito. No nascimento de Cristo Deus guia os reis magos por meio de uma estrela, esta estrela apontaria mais uma vez para liberdade, mas agora uma liberdade perene – diferentemente da liberdade proposta pela Saturnália que é provisória.
Natal é salvação, natal é liberdade, natal é compreender que em Cristo se alcança tudo isso. Não há promoção, compras, presentes ou banquetes que superem esta verdade. O nascimento de Cristo não deve ser evidenciado na vida dos cristãos em um dia específico, mas sim em toda a vida. Até mesmo porque não tem como precisar a data de seu nascimento. Deve ter sido por isso que Deus na sua soberania manteve o sigilo desta informação, pois mesmo sem ter certeza da data do real nascimento do Messias, pessoas enxertam tanto sentido pagão e pueril e conseguem ocultar a verdadeira essência do natal – nascimento do verdadeiro salvador e libertador do mundo.