Por Daniel Clós Cesar
“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até
quandoenvelhecer não se desviará dele.”
Provérbios 22.6
A
maioria vê este provérbio apenas como um ensino para pais que educam
naturalmente seus filhos. Mas você já parou para pensar que ele também deveria
ser posto em prática pelos pastores e por todos aqueles que servem na Casa de
Deus em prol daqueles que se achegam ao Trono da Graça?
O
autor de Hebreus (Cap. 5) faz uma comparação dos novos convertidos com
crianças, e aperta os hebreus ao afirmar que eles ainda se comportam como
crianças e ainda precisam de leite ao invés de comida sólida. Aos efésios (Efésios
4.14), Paulo diz que meninos é que são levados por todo vento de doutrina, pois
são inconstantes. Agora tracemos uma linha entre esses textos citados até
agora.
O
que a igreja tem ensinado as crianças na fé (neófitos) que têm chegado a
igreja? Uma agenda com extensa programação afim de ocupar suas mentes e corpos?
Um menu de ministérios para que eles, ingressando em algum, sintam-se mais uma
vez ocupados e então ligados e aceitos na igreja?
A
alternativa da igreja contemporânea tem sido buscar ideias estúpidas em um
mundo caído e depravado para suprir as necessidades de homens carnais na
igreja. Assim, a igreja está cheia de homens carnais que tem seus desejos satisfeitos
mesmo em um lugar onde a santidade deveria ser buscada. Homens e mulheres que
assumem compromissos com a igreja instituição, mas não com a Igreja Noiva do
Cordeiro.
O
que acontece é o desastroso resultado que já vemos nas igrejas brasileiras. Se
há, pelo menos o IBGE diz isso, um enorme crescimento do evangelicalismo no
Brasil, não há um crescimento do Cristianismo. Se nós cristãos fizéssemos uma
pesquisa quanto ao crescimento do Cristianismo, teríamos um resultado
totalmente diferente daqueles apontados pelo IBGE.
Perceberíamos
que a maioria dos evangélicos brasileiros não têm nenhuma capacidade de fazer o
básico em relação ao Evangelho: “Estejam sempre preparados para responder a
qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” [1 Pedro
3.15]. Veja, não estou falando de Teologia profunda, estou falando dos
rudimentos do Evangelho. Não é incomum em grupos de discussão na internet ver
pessoas que se denominam cristãos com algum tempo de caminhada, terem dúvidas
quanto a Trindade (afirmar que é um Deus e não três deuses), acreditar na
transubstanciação na Ceia e não compreender a necessidade da Cruz vendo nela
ainda um motivo de confusão e não de Glória.
Soma-se
a isso - o que talvez seja o maior problema de muitos pastores - seus membros
são volúveis a todo vento doutrinário. Pastores contemporâneos estão mais
preocupados em captar membros de outras igrejas e depois de conseguirem,
iniciam a frenética guerra para não perde-los para outra denominação. Cristãos
com poucos anos de conversão são muitas vezes veteranos em transferências entre
denominações que não possuem nenhuma relação doutrinária ou teológica,
mostrando um total desconhecimento do Evangelho por parte desta verdadeira
massa de manobra.
Pastores
e ministros que desejam manter seus cargos, e portanto não entram em conflito
com esses falsos pastores, aceitaram abandonar o Ensino das Escrituras em favor
de um ensino humanista que promove a confissão positiva, métodos de crescimento
e de autoajuda. Não se ouvem mais os passos de Cristo, Paulo ou Pedro nas
igrejas, mas os gritos e a confusão de Freud, Joice Meyer e etc., ou ainda,
algum ignóbil promoter de livros (de autoajuda)
com a carteirinha de membro de alguma igreja.
Coloco
o abandono do ensino das Escrituras como o primeiro dos 7 pecados que postarei
nesta série. O motivo? O profeta Oséias recebeu de Deus a seguinte sentença: “Meu
povo perece porque lhes falta conhecimento...” (Oséias 4.6). Os pecados
que serão postos a seguir são o resultado não de uma interpretação inadequada
do texto sagrado, mas de um deliberado abandono da nossa maior herança
material.