Por
Luciana Barbosa
"No ano em que o rei Uzias morreu, eu
vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o
templo. Acima dele estavam serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas
cobriam o rosto, com duas cobriam os pés, e com duas voavam. E proclamavam uns
aos outros: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está
cheia da sua glória. Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o
templo ficou cheio de fumaça. Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou
um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os
meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então um dos serafins voou até
mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz.Com ela
tocou a minha boca e disse: Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua
culpa será removida, e o seu pecado será perdoado. Então ouvi a voz do Senhor,
conclamando: Quem enviarei? Quem irá por nós? E eu respondi: "Eis-me aqui.
Envia-me!"
Is.6:1-8
Estudando
essa passagem de Isaías, extraí duas lições importantíssimas para nós cristãos
genuínos, e que serve também para aqueles que ainda não tem a verdadeira
compreensão da doutrina da antropologia (doutrina do homem). Algo que
ultimamente tem me incomodado ao conversar com crentes e que também escuto
dentro da igreja, é um ensino antibíblico, onde o homem acha-se a última
bolacha do pacote, colocando-se no lugar de Deus, ou seja, invertendo os
padrões bíblicos, colocando Deus na posição de servo e o homem de Senhor.
Dividiremos esse trecho de Isaías em duas partes: O conhecimento de Deus
(versículos de 1-4) e o de nós mesmos (versículos de 5-8).
O conhecimento de Deus ou como Deus se apresenta a Isaías:
Trono
sublime - aqui destacamos a soberania, isto é, o atributo pelo qual Deus possui
completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que
desejar (Ne.9:6; Ex.18:11; Dt.10:14,17; ICr.29:11; Jr.27:5; At.17:24-26; Jd.4;
Sl.22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap.19:6). Ele está
acima de tudo e de todos.
Santidade
- Santo quer dizer "separado". Deus é separado de nós em dois
sentidos: Primeiro, ele é o Criador e nós somos suas criaturas; Deus é santo
isso trata de sua relação com o pecado. Ele é puro e certo, acima de todo
pecado e toda maldade. Por esse motivo, Ele é separado dos homens pecadores. A
santidade é uma qualidade central de Deus que engloba todos os outros atributos
que lhes pertencem. Ele não apenas decide o que é certo; Ele mesmo é certo!
Vemos os serafins dizendo: “santo, santo, santo” e ao contrário do que muitos
dizem a respeito dessa parte, que se refere à santíssima trindade, aqui os
serafins estão dizendo que Deus é Santíssimo (a repetição é o equivalente hebraico
para o nosso superlativo). Temos que buscar a santidade, assim como o apóstolo
Paulo nos exorta:
"Tendo,
pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da
carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus"
2Co.7:1
O conhecimento de nós mesmos adquirido
com a revelação do próprio Deus:
O
homem jamais pode ter claro e real conhecimento de si mesmo, se primeiro não
contemplar a face do Senhor, pois, sempre nos julgamos bons, justos,
verdadeiros, merecedores de todas as coisas boas e a não ser que, o Senhor se
revele a nós e sejamos convencidos de que somos injustos, insensatos, maus,
impuros e merecedores do inferno. Mas não seremos convencidos se só dermos atenção
a nós mesmos, e não ao Senhor. Enquanto não olharmos para além de nós mesmos ou
dos outros que estão ao nosso redor e enxergarmos a Deus como nosso
referencial, sempre ficaremos na mediocridade espiritual. Outra coisa que
aprendemos nesse texto é que a santidade de Deus mostra desespero ao homem,
onde Isaías, temendo, afirma que vai morrer: Então gritei: Ai de mim! Estou
perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de
lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!
É
exatamente essa reação que a presença de Deus deve causar no homem que
reconhece seu pecado e a santidade do Senhor. Depois dessa aparição de Deus ao
homem e o reconhecimento de sua indignidade, resta agora ao Ser Santo retirar a
culpa desse homem e torná-lo pronto para ouvir e responder a esse chamado:
Então
ouvi a voz do Senhor, conclamando: Quem enviarei? Quem irá por nós? E eu
respondi: Eis-me aqui. Envia-me! Is.6:8