Por Augustus Nicodemus Lopes
1. Todas as pessoas são carentes de salvação, pois
todas elas, sem qualquer exceção, são pecadoras. Isto significa que elas, em
maior ou menor grau, quebraram a lei de Deus e se tornaram culpadas diante
dele. Esta lei está gravada na consciência de todos, disposta nas coisas
criadas e reveladas claramente nas Escrituras - a Bíblia. Ninguém consegue
viver consistentemente nem com seu próprio conceito de moralidade, quanto mais
diante dos padrões de Deus. Como Criador, Deus tem o direito de legislar e
determinar o que é certo e errado e de julgar a cada um de acordo com isto.
2. Ninguém é bom o suficiente diante de Deus para
obter sua própria salvação ou de fazer boas obras que o qualifiquem para tal. O
pecado de tal maneira afetou a natureza do ser humano que sua vontade é
inclinada ao mal, seu entendimento é obscurecido quanto às coisas de Deus e sua
fé não consegue se firmar em Deus somente. Sem ajuda externa - a qual só pode
vir do próprio Deus - pessoa alguma pode obter ou receber a salvação da
condenação e do castigo que seus próprios pecados merecem.
3. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo ao mundo para
morrer por pecadores, de forma que eles pudessem obter esta salvação a qual, de
outra forma, seria inalcançável. Jesus Cristo, por determinação e desígnio de
Deus, morreu na cruz como sacrifício completo, perfeito, único, suficiente e
eficaz pelos pecados. Ele ressuscitou física e literalmente de entre os mortos
ao terceiro dia, vencendo a morte e o inferno, e subiu aos céus. Assim, somente
em Jesus Cristo as pessoas podem encontrar a salvação da culpa e condenação de
seus pecados. E fora dele, não há qualquer possibilidade de salvação, diante
dos pontos 1 e 2 expostos acima.
4. As pessoas tomam conhecimento da pessoa e da obra
de Cristo mediante o Evangelho, o qual é pregado ao mundo todo. Sem o
conhecimento do Evangelho, é impossível para as pessoas se salvarem. Cristo é a
luz do mundo, o caminho, a verdade e a vida, e ninguém pode ir ao Pai senão por
ele. Este Evangelho está claramente exposto na Bíblia, e é por ouvir a Palavra
que vem a fé em Jesus Cristo. Com respeito àqueles que nunca ouviram falar de
Cristo, o Deus justo haverá de tratá-los sem cometer injustiça e em
conformidade com a luz que receberam, quer da sua própria consciência, quer da
natureza. Todavia, não poderão alegar desconhecer a lei de Deus.
5. Mediante a fé em Jesus Cristo, como seu único e
suficiente Salvador, as pessoas, quem quer que sejam, de qualquer país ou
cultura, sem distinção alguma de raça, sexo, posição social ou educação, são
perdoadas completamente de seus pecados, aceitas por Deus como filhos e recebem
o Espírito de Deus como selo e penhor desta salvação, iniciando assim uma nova
vida neste mundo. Nesta nova vida, elas demonstram arrependimento pelas obras
más cometidas, humildade e constante penitência diante de Deus, aliadas a uma
grande alegria e gratidão a Ele por tão grande e completa salvação. A certeza
que eles têm aqui nesta vida de terem sido salvos da condenação eterna não
decorre de seus méritos ou obras - os quais eles não possuem - mas da graça e
do favor de Deus. Por isto falam desta salvação não em termos arrogantes, mas
humildemente, como pessoas que foram misericordiosamente salvas do justo
castigo que mereciam.
6. A fé salvadora não é uma força emocional mística.
Antes, é a confiança que parte de um coração regenerado por Deus em todas as
suas promessas, principalmente aquela de vida eterna na pessoa de Jesus Cristo,
Seu Filho. Esta confiança envolve uma compreensão básica do que o Evangelho nos
diz sobre Cristo e sua morte e ressurreição e um assentimento intelectual a
estes fatos. Como nem esta compreensão e nem mesmo a fé têm origem na
capacidade humana, afetada como está pelo pecado, segue-se que a salvação,
tendo custado um alto preço que foi a morte de Cristo, é dada gratuitamente por
Deus. Ela não depende de obras, mérito, esforço ou qualquer outra coisa que
tenha origem no ser humano. É puramente pela graça, mediante a fé.