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23 de nov. de 2014

Aliança da Promessa

Por Thiago Oliveira 

“Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão”.
Gênesis 15:1b

Abraão era, sem sombra de dúvidas, um homem de fé. Romanos 4.11 e Gálatas 3.7 dizem que ele é o pai de todos os que creem no Evangelho. Sua história começa quando ele ainda se chamava Abrão (Pai Exaltado). No capítulo 12 de Gênesis começa a sua história como o patriarca escolhido por Deus. Ele sai de sua terra rumo a um lugar que o SENHOR havia lhe prometido, juntamente com uma numerosa descendência.

Abraão passa anos peregrinando e durante esse tempo sofre alguns infortúnios. Deus havia lhe feito algumas promessas, todavia, estas pareciam distantes... Será mesmo que ele teria um filho? E uma terra? Como saber disso, afinal? Abraão acabara de ter travado uma guerra e diante do cenário ainda ameaçador Deus aparece dizendo: “não tenha medo. Eu o protegerei de todo perigo e lhe darei uma grande recompensa.”

Abraão depois de tantas adversidades não parece mais aquele homem que prontamente largou tudo e seguiu os conselhos no SENHOR. Ele mesmo ainda sendo um homem de fé, tem muitas interrogações em sua cabeça. Como ser pai de uma nação se o seu escravo é seu único herdeiro? (Gn 15.3). Como saberia que herdaria a terra prometida? (Gn 15.8).

A RESPOSTA DE DEUS

Para responder todos esses questionamentos, o Soberano prepara uma cerimônia que nos parece estranha, todavia, Abraão a compreendia muito bem. Era costume dos povos do oriente selar um acordo com o esquartejamento de um animal e o derramamento do seu sangue. Quando dois homens andavam entre as partes do sacrifício, se comprometiam em preservar o pacto até o final, caso contrário, teriam um destino semelhante ao do animal morto.

De uma maneira surpreendentemente graciosa, Deus está se comprometendo ao ponto de se autodestruir caso não fossem cumpridas as partes do concerto. E mais surpreendente ainda é que o SENHOR faz com que Abraão caia em um profundo sono (Gn 15.12) e numa forma (teofania) de tocha passeia pelos animais mortos e faz assim uma aliança com Abraão (Gn 15.17,18).

O COMPROMISSO DIVINO

Não devemos deixar passar despercebido o fato de que só quem passeou entre os cadáveres foi Deus. Isto quer dizer que apenas Ele se comprometeu, e se comprometeu não só por Sua parte, como também pela parte de Abraão. Isto significa que até mesmo pela falha de Abraão, seria Deus quem pagaria as consequências. Ora, isso nos remete a imprescindível doutrina da expiação: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).

Jesus Cristo, morreu como um substituto do homem pecador. Ele é Deus sob forma humana, o Ser Divino encarnado (Jo 1.1, Fl 2.6 e Cl 1.17), que tornou-se como um de nós (Fl 2.7). Jesus é o Divino que recebe o salário que o ser humano merecia pela sua desobediência. Quando Deus fez o pacto com Abraão, ele sabia que o sangue daqueles animais apontava para o sangue do Filho vertido na cruz do calvário.

Jesus pagou com sangue a dívida dos pecadores a quem Deus desejou remir: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (1Pd 2.24).

UM SINAL

Mesmo após toda essa demonstração, Abraão ao invés de esperar no SENHOR, meteu os pés pelas mãos e com Agar, sua serva, teve um filho. Por esse deslize, Deus institui um sinal permanente para a aliança. A circuncisão então é estabelecida como um sinal da promessa (Gn 17.10-13). Este sinal representava:

1) Propriedade: Deus estava formando um povo para si.

2) Pureza: Deus estava purificando um povo para si.

3) Certeza: Deus estava mostrando que Sua palavra para o Seu povo seria cumprida.

Temos o Batismo como sendo –atualmente– o sinal que evidencia que somos da comunidade de Deus e que por Ele fomos purificados de nossos pecados. O texto que corrobora isso é Colossenses 2.11,12. O Batismo é o símbolo de que fomos sepultados com Cristo e com ele ressuscitamos. Assim a justificação e a adoção que conquistamos graciosamente pela morte e ressurreição do Salvador estão simbolizadas no rito do batismo, que superou a circuncisão. Desta não mais necessitamos. Paulo, escrevendo aos Gálatas enfatiza: “Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará” Gl 5:2.

No capítulo 21 de Gênesis lemos sobre o nascimento de Isaque, o filho da promessa. Ele seria da linhagem messiânica. Ele recebe o selo da aliança e através dele seriam benditas todas as famílias da terra, pois através da linhagem de Isaque (não a de Ismael, o filho bastardo) o Cristo nasceria para desfazer a obra do Diabo, que pecou desde o início (1Jo 3.8), quando induziu Adão a quebrar a aliança do Éden.

APLICAÇÕES

As aplicações para este estudo são as seguintes:

- O Deus da Bíblia é um Deus comprometido com a sua palavra. Cada promessa que provém do SENHOR se cumprirá. Por isso, não devemos viver ansiosos, basta descansarmos em Deus. O que começou a boa obra irá completá-la (Fl1.6)

- Cristo nos resgatou da maldição. É isto que nos diz Gálatas 3.13, por isso não devemos viver com medo de sermos amaldiçoados. Ele já recebeu este salário por nós e a Escritura deixa isso claro quando nos mostra que Deus se comprometeu a receber o pagamento caso Abrão, ou seus descendentes) desobedecesse.

- Somos propriedade exclusiva de Deus. Esta verdade deve fazer nosso coração vibrar de tanta alegria. Paulo diz isso em 1Co 6.20. Fomos comprados pelo sangue de Cristo, somos sua posse (de todos os povos, vide Ap 5.9). O seu sangue derramado inaugurou a nova aliança, redimindo nossos pecados de uma vez por todas. Assim, livres do pecado, podemos estar com o Santo dos Santos no Reino da Graça.

Louvado seja Deus!

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