Por Thiago Oliveira
“Não temas, Abrão, eu
sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão”.
Gênesis 15:1b
Abraão
era, sem sombra de dúvidas, um homem de fé. Romanos 4.11 e Gálatas 3.7 dizem
que ele é o pai de todos os que creem no Evangelho. Sua história começa quando
ele ainda se chamava Abrão (Pai Exaltado). No capítulo 12 de Gênesis começa a
sua história como o patriarca escolhido por Deus. Ele sai de sua terra rumo a
um lugar que o SENHOR havia lhe prometido, juntamente com uma numerosa
descendência.
Abraão
passa anos peregrinando e durante esse tempo sofre alguns infortúnios. Deus
havia lhe feito algumas promessas, todavia, estas pareciam distantes... Será
mesmo que ele teria um filho? E uma terra? Como saber disso, afinal? Abraão
acabara de ter travado uma guerra e diante do cenário ainda ameaçador Deus
aparece dizendo: “não tenha medo. Eu o
protegerei de todo perigo e lhe darei uma grande recompensa.”
Abraão
depois de tantas adversidades não parece mais aquele homem que prontamente
largou tudo e seguiu os conselhos no SENHOR. Ele mesmo ainda sendo um homem de
fé, tem muitas interrogações em sua cabeça. Como ser pai de uma nação se o seu
escravo é seu único herdeiro? (Gn 15.3). Como saberia que herdaria a terra
prometida? (Gn 15.8).
A RESPOSTA DE DEUS
A RESPOSTA DE DEUS
Para
responder todos esses questionamentos, o Soberano prepara uma cerimônia que nos
parece estranha, todavia, Abraão a compreendia muito bem. Era costume dos povos
do oriente selar um acordo com o esquartejamento de um animal e o derramamento
do seu sangue. Quando dois homens andavam entre as partes do sacrifício, se
comprometiam em preservar o pacto até o final, caso contrário, teriam um
destino semelhante ao do animal morto.
De uma
maneira surpreendentemente graciosa, Deus está se comprometendo ao ponto de se autodestruir caso não fossem cumpridas as partes do concerto. E mais
surpreendente ainda é que o SENHOR faz com que Abraão caia em um profundo sono
(Gn 15.12) e numa forma (teofania) de tocha passeia pelos animais mortos e faz
assim uma aliança com Abraão (Gn 15.17,18).
O COMPROMISSO DIVINO
O COMPROMISSO DIVINO
Não
devemos deixar passar despercebido o fato de que só quem passeou entre os
cadáveres foi Deus. Isto quer dizer que apenas Ele se comprometeu, e se
comprometeu não só por Sua parte, como também pela parte de Abraão. Isto significa
que até mesmo pela falha de Abraão, seria Deus quem pagaria as consequências.
Ora, isso nos remete a imprescindível doutrina da expiação: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado
por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).
Jesus
Cristo, morreu como um substituto do homem pecador. Ele é Deus sob forma
humana, o Ser Divino encarnado (Jo 1.1, Fl 2.6 e Cl 1.17), que tornou-se como
um de nós (Fl 2.7). Jesus é o Divino que recebe o salário que o ser humano
merecia pela sua desobediência. Quando Deus fez o pacto com Abraão, ele sabia
que o sangue daqueles animais apontava para o sangue do Filho vertido na cruz
do calvário.
Jesus
pagou com sangue a dívida dos pecadores a quem Deus desejou remir: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos
pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver
para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (1Pd 2.24).
UM SINAL
UM SINAL
Mesmo
após toda essa demonstração, Abraão ao invés de esperar no SENHOR, meteu os pés
pelas mãos e com Agar, sua serva, teve um filho. Por esse deslize, Deus
institui um sinal permanente para a aliança. A circuncisão então é estabelecida
como um sinal da promessa (Gn 17.10-13). Este sinal representava:
1)
Propriedade: Deus estava formando um povo para si.
2)
Pureza: Deus estava purificando um povo para si.
3)
Certeza: Deus estava mostrando que Sua palavra para o Seu povo seria cumprida.
Temos o
Batismo como sendo –atualmente– o sinal que evidencia que somos da comunidade
de Deus e que por Ele fomos purificados de nossos pecados. O texto que
corrobora isso é Colossenses 2.11,12. O Batismo é o símbolo de que fomos
sepultados com Cristo e com ele ressuscitamos. Assim a justificação e a adoção
que conquistamos graciosamente pela morte e ressurreição do Salvador estão simbolizadas no rito do batismo, que superou a circuncisão. Desta não mais
necessitamos. Paulo, escrevendo aos Gálatas enfatiza: “Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo
de nada vos aproveitará” Gl 5:2.
No
capítulo 21 de Gênesis lemos sobre o nascimento de Isaque, o filho da promessa.
Ele seria da linhagem messiânica. Ele recebe o selo da aliança e através dele
seriam benditas todas as famílias da terra, pois através da linhagem de Isaque
(não a de Ismael, o filho bastardo) o Cristo nasceria para desfazer a obra do
Diabo, que pecou desde o início (1Jo 3.8), quando induziu Adão a quebrar a
aliança do Éden.
APLICAÇÕES
APLICAÇÕES
As
aplicações para este estudo são as seguintes:
- O
Deus da Bíblia é um Deus comprometido com a sua palavra. Cada promessa que
provém do SENHOR se cumprirá. Por isso, não devemos viver ansiosos, basta
descansarmos em Deus. O que começou a boa obra irá completá-la (Fl1.6)
- Cristo nos resgatou da maldição. É isto que nos diz
Gálatas 3.13, por isso não devemos viver com medo de sermos amaldiçoados. Ele
já recebeu este salário por nós e a Escritura deixa isso claro quando nos
mostra que Deus se comprometeu a receber o pagamento caso Abrão, ou seus
descendentes) desobedecesse.
- Somos propriedade exclusiva de Deus. Esta verdade deve
fazer nosso coração vibrar de tanta alegria. Paulo diz isso em 1Co 6.20. Fomos
comprados pelo sangue de Cristo, somos sua posse (de todos os povos, vide Ap
5.9). O seu sangue derramado inaugurou a nova aliança, redimindo nossos pecados
de uma vez por todas. Assim, livres do pecado, podemos estar com o Santo dos
Santos no Reino da Graça.
Louvado seja Deus!