O Ciberespaço principalmente no que se refere as redes
sociais, e com ênfase no facebook, tem sido uma poderosa plataforma para a
difusão da informação. Nenhuma empresa que se prese hoje, pode tratar de
assuntos relacionados a marketing digital se não estiver em sua pauta a gestão
de sua página no facebook e das mídias sociais.
Desde a explosão das redes e devemos considerar como ponto de
situação geográfica o Orkut, podemos notoriamente visualizar um considerável
crescimento de conteúdo evangélico. A questão é de grande importância sob um
ponto de vista científico social. A integração e participação na opinião
pública por parte dos evangélicos aumentou consideravelmente. Sob esse prisma a
presença evangélica na rede vem traçando novos caminhos e projeções para a
chamada mídia cristã e socialização das opiniões dos evangélicos no Brasil.
Com a explosão das páginas, perfis, canais, vlogs, blogs,
sites, dentre tantos recursos virtuais para a propagação de informação e
conteúdo, podemos contabilizar ainda alguns fatores interessantes. Num contexto
de vinte anos, pentecostais eram incentivados por seus líderes a não possuírem
aparelhos de Televisão, mais a frente, não possuírem nem aparelho celular. Há
pouco tempo atrás um pregador pentecostal clássico utilizar um tablet para
pregar num domingo a noite seria considerado pecado de vaidade e amor ao mundo,
hoje a realidade é outra. Está se tornando cada dia mais comum os cristãos nem
andarem mais com Bíblias convencionais, mas Bíblias digitais. Nos cultos das
mais variadas denominações evangélicas a utilização de recursos digitais é
quase que obrigatório, em vez dos antigos hinários impressos, agora tudo é
projetado numa tela, inclusive os textos bíblicos para leitura.
Diante desse contexto que estamos inseridos, meu objetivo não
é traçar críticas aos meios usuais que as igrejas tem feito da tecnologia, mas
o que precisamos refletir é a eficácia de tais ferramentas. Por exemplo, é
muito comum e saudável igrejas terem seu portal na internet, com isso além do
trabalho com a comunidade local a igreja pode prestar outros serviços que não
caberiam no culto público. Através de uma página podemos fazer um considerável
trabalho de evangelização. A publicação de artigos escritos pelos pastores das
igrejas, convite para conferências, cultos especiais, trabalhos sociais, campanhas
missionárias. A rede social nos trás um alcance muito maior do que nossos
antigos boletins denominacionais, jornais, revistas e informativos. O alcance
de uma página é muito amplo e poderoso do que mídias impressas. Um jovem de
quinze anos dificilmente leria o jornal de uma denominação histórica, mas,
leria e compartilharia artigos do site da igreja que foram publicados no
facebook. As igrejas que tem sites ou blogs, ou até mesmo no próprio facebook
podem alcançar muitas pessoas com esclarecimentos bíblicos de muitos assuntos
que comumente não são tratados nas igrejas, seja por falta de tempo, espaço ou
contexto.
No entanto, devemos ponderar alguns fatores dessa explosão
evangélica nas redes sociais. Grande parte de páginas na rede não tem uma sólida
caracterização cristã, do ponto de vista doutrinário, ético, social e
circunstancial. Ao acompanhar algumas páginas que possuem muitos seguidores
pude perceber como existem artigos implacáveis, insensíveis à dor do próximo. Existem
páginas evangélicas que trabalham como concorrentes midiáticos, e querem
aparecer mais do que as outras. Muitos “escritores” que vivem catando fatos
inusitados no meio cristão para bombardear alguém. Com essa fala não estou
recuando na apologética, mas tecendo uma crítica aos que julgam pelo prazer de
julgar e não pelo zelo evangelístico.
A igreja pode e deve, fazer uso das mais diversas plataformas
midiáticas para a pregação do evangelho, isso é bom, é saudável. Esse trabalho
deve ser feito com amor, graça e com um profundo desejo de glorificar a Deus. Outro
fator importante de mencionarmos é a excelência do trabalho na internet, tudo
que fazemos deve ser para glorificar a Deus, e isso não isenta o trabalho no
ciberespaço. A maioria das páginas evangélicas seja de igrejas ou organizações
paraeclesiásticas são medíocres na sua apresentação estética no que se referem
a seus sites, blogs, páginas. As igrejas devem procurar pessoas habilitadas
para a construção de suas ferramentas de trabalho online. A Bíblia nos diz que
trabalhadores do rei de Tiro, Hirão (IRs 9.11) vieram para a construção do
templo de Salomão, em Israel não existiam homens com aquela habilidade, mas o
trabalho tinha que ser feito com excelência e assim aconteceu.
Outro fator que devemos repensar é na qualidade de informação
que se tem difundido nas redes. O ciberespaço é sem dúvida uma grande
ferramenta, mas uma faca pode servir para tratar um peixe e também assassinar
alguém. Devemos realizar nosso trabalho com decência e ordem como nos diz a
Palavra de Deus. De fato o que devemos ter cuidado é para não sermos engolidos
pela cibercultura. Como servos de Cristo não podemos estar sob julgo, inclusive
da tecnologia. Existem várias pesquisas que apontam pessoas viciadas em redes
sociais e aparelhos tecnológicos, isso é pecado. Nada pode nos aprisionar,
somos cativos somente a Cristo. Tais vícios, sabemos, causam reais dependências
psicológicas, muitas pessoas que perdem o celular por exemplo se sentem
perdidas e desamparadas se não estiverem conectadas, isso é muito ruim e sem
sombra de dúvida é pecado de idolatria. A temperança é um dos gomos do fruto do
Espírito, devemos exercer autocontrole. Esse tipo de vício pelo ciber deve ser
tratado e a igreja não deve ser refém disso, devemos usar as redes para a
divulgação sadia do evangelho e crescimento de relacionamentos sadios com o
próximo.
Muitas igrejas têm transmitido seus cultos online, isso tem
sido um grande avanço. Pessoas que estão em lugares que não tem uma igreja, mas
tem internet podem assistir os cultos. No entanto a igreja também deve orientar
seus membros a não substituir o culto presencial pelo online.
Portanto, devemos utilizar sim os recursos tecnológicos, mas,
tudo seja feito para glória de Deus. Sejamos prudentes e sóbrios em nossos
passos e no trabalho das nossas mãos.