Por Samuel Alves
Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou. Êxodo 20:8-11
Viver na pós-modernidade tem sido um grande desafio para os cristãos, principalmente aqueles que sofrem da influência do neopentecostalismo que tornou o evangelho uma mercadoria e o culto, entretenimento. Muitas são as desculpas daqueles que em pleno domingo, dia do Senhor, resolvem cultuar a si mesmo. Trocam a introspecção, a santificação, a adoração do culto solene ao Deus triúno, pela corrida de formula 1, o futebol, o shopping center, os estudos, o trabalho extra... desculpas, desculpas e desculpas.
Antes de ser acusado de legalista pelos antinomistas, (gr. Anti=contra; Nomos=lei, literalmente contra a Lei ou contra o sistema da Lei), fiz questão de citar acima Êxodo 20:8-1 e destacar o caráter imperativo do texto bíblico. A santificação do dia do Senhor não é idéia de nenhum teólogo ou reformador, mas do Deus criador dos céus e da terra, a instituição deste dia tem por princípio o bem da sociedade humana. Existe o perigo de observamos este dia de modo legalista (Rm 14.5), mais não é nosso interesse falar de legalismo. Logo, não observar o dia da vitória do Senhor, não cultuá-lo, não adorá-lo, não estar na comunhão dos santos, perderemos a noção daquele dia em que nosso descanso será eterno. (Ap. 21.4; 1 Jo 4:17). Gostaria de elencar alguns pontos acerca do quarto mandamento.
1- Este mandamento é qualificado como um presente do Senhor, este dia é apresentado como um dom de Deus, que visa o descanso de seu povo. Deus depois de sua grande obra na criação descansou e por isto deseja que seu povo descanse.
2- Depois da parte positiva temos agora a parte inibidora “...não farás nenhum trabalho...” Ex. 20.10, quando não observamos este mandamento estamos em pecado, em Ex 31:14; 35.2, vemos a conseqüência da não observância deste mandamento. Deus requer de seu povo escolhido, a santificação de seu dia, tão importante quanto não matar e não roubar é guardar o dia do Senhor.
3- Outro aspecto importante é que precisamos de um dia de descanso, não somos homens-máquina, mesmo gozando de plena saúde física, futuramente sentiremos em nossos corpos o peso de não descansar.
4- O dia do Senhor é uma instituição divina para nosso bem, teremos benefícios tais como: recuperação, introspecção, e distanciamento daqueles afazeres que não são primordiais em detrimento de nosso descanso.
5- O dia do Senhor também é o dia de fazer o bem, não somos libertinos e fazemos aquilo que queremos ou antinomistas, mas agimos pela fé e amor (Gl 5.6).
O quarto mandamento nos ensina a morrer para os nossos desejos pessoais, a santificação do dia do Senhor nos ajudará a carregar a bateria para todo o resto da semana, é o ponto de partida para o trabalho no dia seguinte e a profanação do domingo é a origem da corrupção do trabalho. Muitas são as desculpas. Dor de cabeça, passividade, preguiça e etc. Um mero legalismo não resolve este problema, basta entendermos que o domingo não é o domingão do Faustão, mas o dia do Senhor, é o dia da ressurreição, dia mais esperado da semana. O dia que a comunidade dos santos se reúne solenemente e adora ao Deus todo poderoso, criador dos céus e da terra, Digno de toda honra, glória e louvor. Por que o fim principal do homem é adorar a Deus e gozá-lo para sempre.
Soli Deo Gloria!