Por Augustus Nicodemus Lopes
O liberalismo teológico
nasceu, alimentou-se e vive como um parasita, usando o corpo, as energias, os
recursos e a vida das organizações eclesiásticas fundadas e financiadas por
conservadores. Os primeiros liberais, surgidos na Europa no séc. 18, eram
ministros de denominações conservadoras – embora já minadas pelas ideias do
Unitarismo e do Iluminismo – de onde tiraram seu sustento e onde ganharam
respeitabilidade. Mesmo que tenham mudado suas crenças, não largaram o corpo de
onde se alimentavam. Pois não teriam para onde ir.
O liberalismo nunca
plantou igrejas, nunca aumentou número de membros e nem a receita financeira
das igrejas. Só conseguiu reproduzir outros liberais, os quais por sua vez
precisavam também sobreviver. O liberalismo teológico sempre teve que achar um
hospedeiro que pudesse sugar até que o mesmo morresse, drenado. Hoje assistimos
aos estertores mortais das últimas denominações históricas na Europa e nos
Estados Unidos que um dia o abrigaram.
O liberalismo sobreviveu à
custa do esforço missionário, do zelo expansionista e do sacrifício financeiro
dos cristãos bíblicos, que fundaram igrejas, criaram organizações, ajuntaram
fundos missionários, abriram escolas teológicas, todas elas ocupadas depois
pelos liberais. Sei que isso não ocorreu do dia para a noite e que houve um
processo durante o qual as doutrinas basilares do Cristianismo histórico vinham
sendo corroídas lentamente nessas denominações. De qualquer forma, o
liberalismo plenamente desenvolvido não abriu novas igrejas, não inaugurou
novos campos missionários e nem abriu novas escolas. Não conheço nenhum curso
de teologia hoje nos Estados Unidos e na Europa que seja liberal e que funcione
numa universidade que tenha sido criada por liberais. Harvard, Chicago, Union,
Princeton, Yale, Amsterdã, Oxford... todas foram criadas por conservadores das
mais diferentes linhas.
O caráter parasitário do
liberalismo teológico se deve ao fato de que os liberais não acreditam em
evangelismo e missões. Acreditavam em fazer obra social, em ensinar as pessoas
a cultivar as terras, a se organizar politicamente contra a opressão, a abrir
poços, a organizar sociedades de tecelões, etc. Embora essas coisas sejam
louváveis, não produzem novas igrejas, não aumentam o número de crentes
comprometidos e nem trazem retorno financeiro. Como parasitas, os liberais
sempre precisaram de hospedeiros para sobreviver enquanto levam avante a sua
agenda de desconstrução de tudo aquilo que os hospedeiros um dia creram e
praticaram.
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