Por
Fernando Carvalho
Diante
do comportamento de muitos (incluindo o meu, às vezes), começo a visualizar uma
caricatura de um novo “deus” nesse presente século.
O
Facebook virou a medida de equivalência para se compreender o estado emocional
e até espiritual dos demais usuários. Deixe-me explicar melhor: Se determinada
pessoa passa um tempo longe desse mundo virtual fantasioso logo poderá ser
interpelado por questionamentos do tipo: “Você está bem?” “O que houve?” Ou
basta não ter um certo número de curtidas em um determinado post, que logo nos
sentimos mal e com pouca popularidade.
Direcionamos
coisas do coração que deveriam estar no altar da graça e não na apoteose dos
nossos dedos para expectadores do nosso gueto. Quero com tudo lembrar-lhes que
o apostolo Pedro em sua primeira epístola (5.7) nos diz:
“Lancem
sobre Ele toda sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (NVI).
O
que vemos hoje é que essa espécie de “baal” moderno dita costumes e
comportamentos, toma o tempo precioso das refeições, provoca brigas em
relacionamentos com todo o tipo de flerte e o principal: torna-se o muro das
lamentações de muitos cristãos. Podendo ser usado com o propósito de levar a
palavra de Deus, assim como esta e muitas páginas reformadas, tornou-se também
infelizmente, plataforma de autopromoção para todo tipo de mimo.
Quando
dirigimos nossas dores ao Senhor ele cuida para que nossa autocomiseração seja
transformada em aprendizado e não em correntes que estancam nossa fé. Mas
quando nos dirigimos ao Facebook já esperamos os tapinhas nas costas que podem
nos tornar pessoas melancólicas e sem fé.
Busquemos
algum momento de solidão como nos diz A W Tozer no texto abaixo:
“Os
grandes santos caminharam em solidão. A solidão parece ser o preço a ser pago
por todos que buscam a santificação. Na aurora da criação- ou deveríamos dizer
nas trevas que acometeram o homem após a criação – o piedoso Enoque andou com
Deus e Deus o levou para si. Embora não conste no texto bíblico, presume-se que
Enoque viveu diferente de seus contemporâneos”.[1]
O
texto não fala de isolamento, mas sim de buscar dEle a santificação a sós,
diante de um mundo tão barulhento e de uma ferramenta que nos impele a revelar
tudo o que fazemos para louvor próprio.
Que
o Senhor nos ajude e nos capacite a direcionarmos a nossa vida em Sua obra sem
aguardarmos qualquer aplauso dos homens, mas a aprovação Daquele que conhece
todas as intenções do coração.
Soli
Deo Glória.
___________________
[1]
A W Tozer - Os Santos têm que caminhar a sós - O Melhor de A. W Tozer ed. Mundo
Cristão.