Por Russell Shedd
Os melhores líderes cristãos são
aqueles que mais bem refletem o caráter do Mestre. Não são apenas cristãos que
elogiam a liderança de Jesus. O mundo secular, que não tem nenhum compromisso
com sua pessoa, reconhece nele o máximo, quando se busca qualidade e impacto de
líderes.
Considere o material humano que Jesus
escolheu para formar seus sucessores: homens sem formação intelectual, sem
experiência no mundo, sem escolaridade ou criatividade. A pescadores, Jesus
adicionou um fiscal de impostos e Simão, um "sicari" (terrorista).
Outros discípulos, sem profissão conhecida, formaram o grupo conhecido como
"os Doze".
Fazer diferença nas pessoas, segundo
Anthony de Souza, do Instituto Haggai de Liderança Avançada, distingue o líder
de verdade; então, Jesus foi um líder par excelençe.
Em primeiro lugar, Jesus não se
precipitou no seu ministério de formar os homens que seriam os futuros líderes
da igreja que edificaria. Sua liderança começou com seu batismo, a descida do
Espírito Santo sobre ele e a declaração do agrado de Deus Pai: Tu és o meu
Filho amado; de ti me agrado (Mc 1.10,11). Uma das ênfases de João é que Jesus
não agiu independentemente do Pai.
Enquanto a liderança secular procura
sua formação nas mais conceituadas universidades para sugar dos professores a
melhor maneira de criar e administrar uma empresa, o 'MBA' bíblico exalta o
aprendizado pela íntima comunhão com Jesus (At 4.13). Daí se descobre as
repetidas referências em João: Como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo
(Jo 17.18; 20.21). Não foram eles que escolheram a Jesus, mas foi ele que os
escolheu para irem e darem fruto que permaneça (Jo 15.16).
Em segundo lugar, Jesus trabalhou o
caráter dos discípulos. Note o destaque que ele dá nas
"Bem-aventuranças". A soberba exclui o pecador do Reino dos céus,
enquanto os pobres em espírito, possuem o Reino (Mt 5.3). Jesus amorosamente
convidou os cansados e sobrecarregados a vir para ele e aceitar o seu jugo.
Assim, eles aprenderiam a ser humildes e mansos (Mt 11.28,29). O discípulo que
se arrepende dos seus pecados, será consolado. Os mansos herdarão a terra.
Jesus repreendeu Tiago e João por desejarem chamar fogo do céu para punir os
samaritanos que recusaram receber Jesus em seu povoado (Lc 9.54).
Os discípulos de Jesus foram sempre
intimados por Jesus a sentir fome e sede de justiça. A satisfação de Jesus se
cumpriu na profecia de Isaías – Depois do sofrimento de sua alma, ele verá a
luz e ficará satisfeito (Is 53.11a). O sofrimento de Cristo pelos pecados do
mundo trouxe justiça: meu servo justo justificará a muitos, e levará a
iniquidade deles (v.11b). Jesus repreendeu Pedro pela sua incompreensão da missão
do Mestre, a qual exigiria as agonias da cruz para se cumprir (Mt 16.21,22).
Os discípulos tomaram passos iniciais
no aprendizado sobre o exercício de misericórdia em muitas ocasiões: a mulher
adúltera perdoada (Jo 8.11-11); a bênção das criancinhas (Mc 10.13-16); a
compaixão de Jesus diante da fome da multidão (Mt 14.14); na resposta que ele
deu para Pedro à pergunta, Quantas vezes é necessário perdoar quem pecou contra
nós?!
Jesus elevou a definição de pureza de
coração a um nível muito mais alto do que a Lei exigia quando explicou que
desejar uma mulher que não seja a esposa comete adultério com ela no coração
(Mt 5.28). Para os pacificadores Jesus prometeu que receberiam o rótulo filhos
de Deus (Mt 5.9). Muitos outros trechos da Palavra de Deus mostram como a
prática e o ensino de Jesus tiveram a finalidade de preparar seguidores com
atitudes semelhantes às atitudes dele (cf. Fp 2.5). Os melhores líderes
cristãos são aqueles que mais bem refletem o caráter do Mestre.
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Fonte: Cristianismo Hoje