Por Thiago Azevedo
A pilantropia[1]
da fé é um movimento moderno que surgiu no início do século XX nos Estados
unidos com o advento do neopentecostalismo. Como o Brasil, em muitos casos, tem
recebido uma descarga cultural dos EUA ao longo dos tempos, não demoraria muito
para que o neopentecostalismo aterrissasse em solo brasileiro. Esta descarga
ocorre com certa frequência. Basta olhar os programas que figuram na telinha da
TV brasileira como sucesso. Estes, nada mais são que franquias de programas que
nasceram nos EUA, tais como: The voice,
Master chefe, Mega Senha, bem como uma gama das pegadinhas que se vê em
programas diversos que tem por função entreter o povo.Todos estes proveem do
ambiente norte-americano. Tudo isso e mais um pouco é fruto de criatividade –
se é que pode ser chamada assim – alheia e dos dotes intelectuais daqueles que
habitam na Terra do Tio Sam.
Este dado seria a comprovação que
o Brasil, o país do futebol, – agora não se sabe se ainda pode ser chamado
assim – não possui nenhuma criatividade televisiva, ao menos no presente
momento. Ou seja, tudo que se assiste no
Brasil é imitação de outros países, sobretudo, dos EUA. Uma comprovação deste
fato é a crescente das vendas dos pacotes das empresas de TV por assinatura no
país, isso nem sempre é a solução, mas funciona como um paliativo eficaz para
quem gosta de assistir uma boa programação. Inclusive, estes pacotes também
estão repletos de programas norte-americanos, o que enfatiza ainda mais a
alegação da descarga estadunidense em solo brasileiro.
É desta descarga e deste desague que
ocorre em solos brasileiros que muitos dos costumes estranhos à fé
alcançaram-nos, dentre estes, a pilantropia da fé. O movimento da pilantropia
da fé adentrou o solo brasileiro a partir dos sucessivos desagues e descargas,
das mais diversas localidades do mundo, que a caixa receptora chamada Brasil
recebe. Estes têm influenciado, com peso, a cultura religiosa do país. Por
exemplo, um grande mal que veio da Colômbia com seu pioneiro Castellanos
Dominguez chamado G 12 desgraçou a fé dos brasileiros – esta que já não andava
muito boa. Foi com este mal introduzido em solos brasileiros que começou as
mais estranhas manifestações em ambientes eclesiásticos: cair no espirito,
regressão, batalha espiritual etc. Isso sem falar no complexo megalomaníaco que
os adeptos deste movimento possuem, Basta ver seus suntuosos templos por ai. Neste
vácuo, o movimento é fortalecido pela exacerbada ênfase no lucro.
Os pilantrópicos usam e abusam de
suas versatilidades mecanizadas para angariar recursos para suas instituições
pilantrópicas. Mas, ao passo que os pilantrópicos tomam vulto – como uma
pandemia – seus seguidores também crescem e aparecem. O contingente de fiéis
que seguem estes pilantrópicos é cada vez maior, como explicar? Primeiro a
própria bíblia já mostra em Os 4:6, mas há outra explicação e esta remonta
justamente a questão da síndrome de Estocolmo. Esta síndrome fora criada por um
psicólogo e criminólogo chamado Neils Bejerot, que investigou o assalto do
Kreditbanken em Norrmalmstorg na Suécia. Este assalto perdurou por cinco dias e
contou com algo inusitado até o momento neste tipo de crime, a saber, o
comportamento dos reféns. No caso, os reféns se apegarem aos criminosos. Isso
mesmo! Algumas pessoas quando são expostas a situações de risco e de pressão
psicológica por um período de tempo longo acabam que se apegando aos seus
opressores. Segundo alguns psicólogos, a presente síndrome se dá pela junção de
um estresse físico emocional intenso e a convivência com quem provoca este
estresse. Quando a história se finda de
forma positiva, isto é, com a prisão dos criminosos, algumas pessoas, ainda
acometidas deste mal, prestam até depoimento a favor dos criminosos, isso pelo
fato de acreditar que são bons.
O caso mais conhecido desta
síndrome em uma personagem é na história do conto francês que virou o filme “A
bela e a fera”, onde a mocinha se apaixona pelo monstro. Pois bem, há muitos
fiéis que se apaixonam pelos monstros chamados pilantrópicos da fé que lhe
extorquem cada vez mais. Estes fiéis ao invés de reprimi-los, cada vez mais se
apaixonam por tais monstros. Esta é a combinação explosiva, mais que positiva, para
que cada vez mais o movimento da pilantropia da fé não pare de crescer.
Geralmente os pilantrópicos pervertem doutrinas bíblicas, mudam textos
bíblicos, dizem que estão recebendo novas revelações... E tudo isso para cativar
cada vez mais seus reféns de essência bestial. Assim como um animal não tem a
plena noção de que está sendo conduzido ao abate, estas pessoas se portam como
os reféns do Kreditbanken na Suécia. A saber, amam seus algozes mesmo com armas
apontadas para suas frontes. E muitos destes, ainda defendem os pilantrópicos se
preciso for numa audiência pública. Tudo isso poderia ser resolvido com apenas
uma questão: qual árvore se alimenta de seu próprio fruto? A resposta é
nenhuma. A função da árvore é alimentar e não se auto alimentar como fazem os
pilantrópicos da fé com suas pilantropias que cada vez mais comem seus próprios
frutos (dinheiro) enquanto os fiéis estão privados destes.
Portanto, cuidado com o movimento
da pilantropia. Cuidado com a síndrome de Estocolmo que anda acometendo o povo
cristão, estes fatores têm contribuído muito para que os pilantrópicos desenvolvam suas pilantropias. Estes fazem
isso sempre travestidos de amor e carinho, mas na realidade são bandidos
perigosos que destroem e trucidam vidas sem o menor indício de arrependimento. São
feras que se esfaimados não pensam duas vezes em devorar suas presas para
saciar suas necessidades. Postura bem distinta tomou o pastor dos pastores
chamado Jesus Cristo ao tecer a seguinte frase: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor
dá a sua vida pelas ovelhas” Jo 10:11 (grifo meu).
O bom pastor dá a vida pelas
ovelhas e não tira ou disseca suas vidas. O bom pastor cuida e não malvada. O
bom pastor prover e não extorque. O bom pastor dá o alimento e não se alimenta
com as carnes e o sangue de suas ovelhas. O bom pastor é aquele que visualiza
todas as ovelhas como sendo iguais, caso contrário, Ele não tinha ido atrás
apenas de uma deixando as outras 99 expostas ao mesmo risco da que se perdeu Lc
15:4. O bom pastor se enquadra com o exemplo da árvore perfeitamente, ou seja,
ele alimenta tão somente. Conclui-se que há indícios que mostram quem é
verdadeiramente o bom pastor e quem é o pilantrópico da fé que dissemina sua
pilantropia por toda parte. Esteja atento!