Por Franklin Ferreira
O estado intermediário refere-se à
condição dos homens entre a morte e a ressurreição. A respeito dessa questão, a
Escritura afirma que as pessoas na morte permanecem conscientemente vivas. O
cristão aguarda a ressurreição final num estado consciente, na presença do
Senhor.
Em 1Tessalonicenses 4.14, a palavra “dormir”
é usada de maneira figurada para falar dos mortos. Não obstante, Jesus os trará
consigo quando ele vier. Isso quer dizer que, agora, eles estão no céu com ele,
conforme Filipenses 1.23, que diz que, ao sair da terra, o crente estará com
Jesus. Em Apocalipse 6.9 e 20.4, temos uma referência clara a mártires que
foram assassinados e que já desfrutam da benção de estar diante de Deus, antes
da ressurreição final.
Não temos na Escritura uma descrição
completa da natureza dessa comunhão com cristo após a morte, mas, “uma vez que
não estaremos mais no corpo, deveremos ser libertos dos sofrimentos,
imperfeições e pecados que afligem a vida presente”. Tendo considerado nossa
glorificação anteriormente, somos lembrados agora que esta não se completará
até que tenha acontecido a ressurreição do corpo. Por causa disso, a condição
dos crentes, no estado intermediário, “é uma condição de ser incompleto, de
antecipação, de felicidade provisória”. [1]
Essa doutrina se relaciona com outros
aspectos da escatologia individual. O ensino sobre esse estado não deve ser
separado do ensino sobre a ressurreição do corpo e sobre a renovação da
criação. Aguardamos uma existência eterna e gloriosa com Cristo após a morte,
uma existência que culminará na ressurreição.
Portanto, o estado intermediário e a
ressurreição devem ser considerados como dois aspectos de uma esperança única.
Esse ensino nos lembra que nossa vida atual é um estar ausente do Senhor, uma
espécie de peregrinação. Entretanto, para o cristão, a morte é o chegar em
casa. É o fim de sua peregrinação, o retorno à sua verdadeira casa (2Co 5.6-8).
(Fonte: Teologia Cristã, Edições Vida Nova.)
(Fonte: Teologia Cristã, Edições Vida Nova.)
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[1] Antony Hoekema, A Bíblia e o Futuro, p. 129.