Por Wayne Grudem
A Visão de que os cristãos devem se
dedicar ao evangelismo, e não à política, é equivocada por mais um motivo: “o
evangelho todo” inclui transformação social. Sem dúvida devemos proclamar o
perdão dos pecados pela fé em Cristo somente. Sem dúvida este é o único modo
pelo qual o coração das pessoas será verdadeiramente transformado.
Contudo, o perdão dos pecados não é a
única mensagem do evangelho. Isso porque Jesus quer vidas transformadas, e por
meio delas, um mundo transformado. “Para isto o Filho de Deus se manifestou:
para destruir as obras do Diabo.” (1Jo 3.8). A boa-nova do evangelho resultará
em vidas transformadas, mas Jesus quer que resulte, ainda, em famílias
transformadas. E, quando o evangelho transforma vidas, também deve resultar em
bairros transformados. E em escolas transformadas. E em negócios transformados.
E em sociedades transformadas. Logo, não é natural que “o evangelho” também
resulte em governos transformados? Claro que sim!
Será que as igrejas devem ensinar a
seus membros o que a Bíblia diz sobre a vontade de Deus para suas famílias? Para
seus negócios? Para a educação de filhos? Claro que sim! E alguns cristãos são
chamados a aplicar esses ensinamentos de modo a exercer influência positiva
sobre governos.
A meu ver, a visão de que os cristãos
devem se dedicar ao evangelismo, e não à política, interpreta de modo
equivocado aquilo que é importante para Deus, como se apenas coisas espirituais
(não materiais, não deste mundo) importassem para Ele, e não, também, as circunstâncias
reais da vida física e material das pessoas neste mundo. Trata-se de um ponto
de vista filosófico semelhante ao platonismo e a um desvio antigo da fé cristã
chamado gnosticismo; não é, contudo, o ponto de vista bíblico.
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Fonte: Política
Segundo a Bíblia: Princípios que todo cristão deve conhecer. Edições Vida Nova.