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2 de mai. de 2015

Guardai-vos das distrações

Por Morgana Mendonça dos Santos

Na caminhada cristã, tenho observado como existem distrações e/ou adições irrelevantes no culto ao Senhor. Com alguns convites para pregar em várias denominações tenho observado o andamento do culto solene em várias igrejas. E sempre lembrando de uma frase que um dia escutei de um piedoso professor: "O culto ao Senhor deve ser a manifestação do Sagrado".

18 de abr. de 2015

Conselhos Práticos para Grupos de Louvor

Por Thiago Oliveira e Thomas Magnum

A vaidade é algo comum em todo ser humano, mas, gostaríamos, com esse texto, chamar a atenção dos músicos: instrumentistas e cantores. Esta é uma categoria que tem ganhado muita notoriedade com o boom da música gospel e vem moldando a forma de cultuar da Igreja. Anteriormente, a congregação cantava embalada por hinários e um organista. Isto foi mudando e após a revolucionária década de 1960 a sonoridade pop invadiu as liturgias, com isso boa parte das igrejas aderiu ao que chamamos de “liturgia contemporânea”.

Embora gostemos das letras contidas nos hinários, pois teologicamente são bem robustas, não desprezamos a musicalidade de nossa época. Os louvores podem sim ter uma melodia que comportem serem tocadas por instrumentos como guitarra, bateria e baixo. Quanto a isso, não há nada de errado em si. O foco importante deve estar no comportamento do grupo de louvor e, sobretudo, no conteúdo daquilo que se canta. Fica a pergunta no ar: Os louvores contemporâneos são bíblicos? 

5 de fev. de 2015

O Covil de Ladrões dos Tempos Bíblicos e suas Filiais nos Tempos Modernos

Por Thomas Magnum

Disse-lhes: Está escrito: A minha casa será casa de oração; mas vocês fizeram dela um covil de ladrões. Lucas 19.46

Essa passagem das Escrituras nos mostra claramente a abominação que tinha se tornado o culto judaico. Ao lermos o livro do profeta Malaquias aproximadamente quatrocentos anos antes desse evento já identificamos a podridão que tinha se tornado o culto de Israel, tinha se tornado uma mera prática ritualística e vazia. Animais coxos, mancos, doentes, oferta maculada. Agora temos uma continuidade daquelas abominações que perduravam por séculos, não era só uma questão de roubo nos dízimos como o caso de Malaquias, mas, a prática de comércio na casa de Deus.

A ridicularizarão promovida pelo neopentecostalismo nas figuras de Macedo, Soares e companhia, os seguidores desses propagadores do falso evangelho, mensagem essa que provém de fontes da confissão positiva, budismo, hinduísmo e forte influência das religiões africanas, animismo e materialismo e o antigo gnosticismo. Temos uma mistura entre filosofias materialistas e práticas religiosas pagãs. E qual é o grande interesse disso tudo? Porque eles pregam tanto sobre prosperidade, cura e exorcismos? Essa é a grande sacada descoberta pelos ideólogos da prosperidade. Quais são as maiores necessidades e temores dos povos latinos? Dinheiro, saúde e paz.

A pregação e denuncia do Senhor ainda ecoam aos nossos ouvidos: ladrões, ladrões, ladrões. Não me refiro às contribuições financeiras apenas, mas também, ao roubo da verdade, da justiça, do temor, do evangelho. Tais homens darão conta de seus ensinos e atos corruptos e imorais. A bíblia nos diz:

Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda. 

2 Pedro 2:3

Mas eles difamam o que desconhecem e são como criaturas irracionais, guiadas pelo instinto, nascidas para serem capturadas e destruídas; serão corrompidos pela sua própria corrupção! Eles receberão retribuição pela injustiça que causaram. Consideram prazer entregar-se à devassidão em plena luz do dia. São nódoas e manchas, regalando se em seus prazeres, quando participam das festas de vocês. 

2 Pedro 2:12-13

O falso evangelho propagado pela turba é palha, madeira, feno que não resistirá ao juízo de fogo no dia do julgamento. O culto a Deus não é um show da fé, não é uma ostentação de grandes construções, não é uma barganha do toma lá da cá. O culto a Deus é estabelecido por Ele e para Ele. Como nos diz a Escritura:

Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. 

Mateus 15:8

O culto a Deus não é uma mera troca de favores, Deus não está desesperado por nossos favores, ao contrário nós é que dependemos dele. O fato é que muitos que estão a afiliar-se a grupos como esses estão em busca do pragmático, do que funciona, do sucesso. A vida com Deus não é uma carreira profissional bem sucedida, é uma vida espiritual bem sucedida. Os valores estão sendo invertidos e ainda ouvimos:

"A minha casa será casa de oração; mas vocês fizeram dela um covil de ladrões".

27 de jan. de 2015

Sobre Pregadores Engraçadinhos


Por Thiago Oliveira

Hoje estamos vivendo um período em que as pessoas acham que a Igreja deve fazer de tudo para agradar os fiéis. Mudar antigas convenções não tem a motivação de glorificar a Deus. Absolutamente! Mudam-se as coisas para atrair mais pessoas.A Igreja precisa ser ao gosto do freguês. O segmento evangélico transformou-se num bandejão, onde você degusta o que quiser e por fim escolhe o prato que mais lhe agrada. Nesse afã de querer agradar a gregos e a troianos, o culto tem se transformado num verdadeiro circo. Além de aparecerem diversas manifestações artísticas de qualidade duvidosa, temos também as pregações transformadas em palestras motivacionais, e o que é pior: apresentações humorísticas.

Estava eu no Facebook e me aparece uma sugestão de página para curtir. Tratava-se da página de um Senhor que tem por slogan: "Um Pastor Cheio de Graça".Eu já conhecia o sujeito, pois o vi dar uma entrevista num talk show. Ele costuma ministrar para casais e sua peculiaridade é fazer piadas. Depois que ele apareceu na TV, muitos foram os vídeos do YouTube que apareceram na timeline de amigos meus, nas redes sociais, elogiando a sua forma engraçada de transmitir a Palavra.

Francamente,não vejo com bons olhos um pregador que coloca um slogan de humorista para projetar o seu ministério, se é que posso chamar assim. Não quero aqui dizer que este homem não é cristão. Também não digo que ele está mal intencionado. O grande problema é que também erramos com boas intenções. Faço minhas as palavras do Dr. Martyn Lloyd-Jones quando ele diz em seu livro (Pregação e Pregadores, p.224) que: “O indivíduo que força a si mesmo para ser divertido é uma abominação e jamais deve ter permissão de ocupar o púlpito. Esta opinião se aplica ao homem que faz isso deliberadamente, para obter as boas graças de seus ouvintes”.


Muitos de nós esquecemos que o culto é para Deus, e este deve ser o princípio regulador.Não devemos nos pautar em princípios sentimentais, estéticos e mercadológicos.O culto é uma demonstração de fé, gratidão e louvor ao Deus que nos amou primeiro e nos transportou das trevas para o Reino do Filho do seu amor. Só o SENHOR é digno de ser adorado e para isto a Igreja se reúne periodicamente. O culto feito ao nosso bel-prazer, para nosso deleite, não é aceito por Deus. Ele só se compraz da adoração que O glorifica, não sendo assim, Ele rejeita a nossa maneira de cultuar, por mais agradável que ela nos pareça.

Quando moldamos o culto segundo as nossas preferências, corremos o risco de contrair a ira divina sobre nossas cabeças. Se não obedecermos o que Deus predeterminou em sua Palavra, estamos em apuros. Um exemplo claro é o que aconteceu com Uzá (leia 2 Sm 6. 1-11). Ele foi fulminado porque tocou a arca da aliança. A arca estava sendo transportada num carro de boi, quando na verdade, ela deveria estar sobre os ombros dos sacerdotes, tal como Deus havia estabelecido. Uzá morreu, mesmo bem intencionado, por causa do amoldamento que foi feito a uma questão litúrgica. E nós, porque achamos que podemos moldar o culto da forma como bem entendemos?

Deus é glorificado através da séria exposição da Sua Palavra. Ele é glorificado a cada vez que o pregador deixa claro que não está levando uma mensagem que é fruto de sua imaginação, e sim a própria voz divina que é capaz de converter os pecadores de seus maus caminhos. Não é preciso muito. Importa sermos fiéis as Escrituras e deixar que o Espírito Santo trabalhe para edificar, consolar e converter os que ali se fazem presentes. O pregador precisa ter cuidado com gracejos, anedotas e ilustrações, pois muitas vezes, eles tiram o foco na Palavra e os ouvintes se acostumam a ouvir o pregador apenas porque se identificam com seu apurado senso de humor, ou pela sua aguçada imaginação .

Não estou dizendo que no púlpito o mensageiro deve ser carrancudo e enfadonho. Ele pode ser alguém simpático, de aparência leve e até vibrante. Todavia, precisa compreender que sua missão não é fazer com que as pessoas o considerem engraçado ou atraente, mas sim levar cativas ao SENHOR a mente dos seus ouvintes. Todos precisam olhar para si, enxergar sua pequenez diante da grandeza e da glória de Cristo e humildemente se aproximarem do trono da graça com orações e súplicas.

Charles Haddon Spurgeon, um dos maiores pregadores que passou por este mundo, era alguém muito bem humorado e que contava algumas histórias engraçadas em seus sermões. Certa vez, uma irmã o repreendeu por isso. Spurgeon não ficou ofendido e confessou aquela senhora que se ele não se controlasse e podasse a si próprio, corria o risco de contar muito mais gracejos. O que esse episódio nos ensina? Que é necessário podar nossa personalidade (Spurgeon era alguém engraçado por natureza) para que não seja ela a maior evidencia em nossos sermões. A glória deve ser exclusiva para Deus, é necessário que Ele cresça e que nós diminuamos. 

Termino alertando a você – pregador - que busque a Deus em oração, pedindo para que Ele venha moldar sua maneira de estudar, preparar e pregar o seu sermão, de uma forma que suas mensagens sejam tão cristocêntricas que você seja sempre ofuscado pelo brilho do Filho de Deus. Alerto também aos crentes de modo geral a se perguntarem: Estou cultuando a Deus ou estou satisfazendo as minhas preferências? Se a resposta for a primeira, então amém. Se for a segunda, ore para que o SENHOR venha mudar o teu coração e que você encontre satisfação na Palavra de Deus, sem necessitar de nenhum subterfúgio a mais. 

A Deus,somente, toda a glória!

15 de jan. de 2015

E-mail a um dirigente de louvor

Por Augustus Nicodemus 

De: Augustus Nicodemus Lopes
Para: lenita@louvorceleste.br
Enviada em: 13/01/2015
Cc:
Assunto: RES: Perguntas sobre ministração do louvor
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Prezada Lenita,

Recebi seu email contendo várias perguntas sobre a "ministração" do louvor. Desculpe não ter respondido antes, foi falta de tempo mesmo.

Você me diz que é uma levita em sua igreja e que ministra o louvor durante os cultos. Sim, de fato é um privilégio poder participar do culto a Deus servindo na parte da condução dos cânticos. Eu teria um pouco de dificuldade em considerar você como levita (apesar de você ter um nome parecido, hehe), pois para mim os levitas faziam muito mais do que conduzir o louvor no templo: eles matavam e esfolavam animais, limpavam o sangue, a gordura, o excremento e os restos dos animais sacrificados e levavam uma parte para queimar fora. Além disto, arrumavam o templo, cuidavam da mobília e utensílios, etc. Se você quiser ser levita como aqueles de Israel, terá de se tornar a zeladora da igreja, rsrsrs!

Bom, vamos agora às suas perguntas. Coloquei as suas perguntas entre aspas, para facilitar:

1) "Até que ponto posso manifestar minhas emoções ao cantar pra Deus?" - Desde que sejam manifestações autênticas, sem problemas. O que incomoda muito é quando se percebe que o dirigente está fingindo, ou fazendo força para demonstrar o que não está sentindo. A maioria dos membros das igrejas não se emociona fortemente quando cultua. As emoções nem sempre estão presentes. Por isto, eles podem ficar meio desconfiados quando o dirigente do louvor, nem bem começou a primeira música, já está virando os olhos, chorando e embargando a voz. Mas, se as emoções forem legítimas, elas podem ser expressadas sem muita afetação.

2) "Levantar as mãos!! Posso? É errado?" - Não, não é errado, o problema é que às vezes parece uma forçação de barra, algo superficial e ensaiado, que não consegue convencer o povo de que é uma expressão sincera de adoração, Portanto, recomendo sabedoria e cuidado. É preciso deixar claro para o povo que não serão as mãos levantadas que tornarão o louvor mais espiritual ou mais aceitável diante de Deus. Não há qualquer relação direta na Bíblia entre posturas físicas e espiritualidade.

3) "Posso pedir para a igreja levantar as mãos em um dado momento da música, por exemplo?" - Veja a resposta que dei à pergunta anterior. Eu acrescentaria que pode ficar meio constrangedor pedir para a igreja levantar as mãos durante um cântico, pois tem gente que não estará sentindo nada e outros que não se sentem bem fazendo isto. A melhor coisa é deixar que seja espontâneo, que parta do povo mesmo. Gosto da regra, "não estimule; não proíba".

4) "Balançar de um lado pro outro, mesmo numa canção lenta é errado?" - Creio que não, desde que não vire dança ou rebolado sensual, provocando a imaginação dos rapazes, que lutam para se concentrar na letra e na música.

5) "Se me emocionar e chorar?" - Como eu disse, se for autêntico não haveria problemas, mas lhe confesso que é constrangedor ver dirigentes de louvor chorando como se aquilo fosse expressão máxima de espiritualidade ou comunhão com Deus. Quem não chora vai se sentir carnal, frio ou não convertido. Eu evitaria.

6) "Em relação à ministração entre uma música e outra, posso falar sobre a palavra, citar versículo e até explanar de uma forma muito rápida e objetiva?" - Poder, pode, mas se você não tiver uma boa base teológica vai acabar dizendo abobrinha, como eu ouço direto. Não é fácil falar em público e dizer coisas que realmente edifiquem. Sua função é ajudar o povo a adorar a Deus através da música. Estas "ministrações" entre músicas soam às vezes forçados, pois geralmente se tenta fazer uma ponte entre o tema da música e uma passagem da Bíblia, e isso fica forçado e artificial.

7) "Falar aleluia ou glória a Deus, claro que com reverência, sem gritar, por exemplo, é permitido?" - Não vejo problemas. Mais uma vez, todavia, é preciso ter certeza que são manifestações autênticas e não artificiais.

Lenita, o problema todo é esta superficialidade de alguns dirigentes de louvor que ficam se emocionando, chorando, revirando os olhos, gemendo lá na frente durante o louvor, e que uma vez encerrado este período, ficam do lado de fora da igreja batendo papo com os componentes da banda enquanto o culto continua acontecendo. Fica óbvio para todo mundo que era apenas fingimento.

Acho que os dirigentes de louvor seriam uma bênção maior se fizessem apenas isto mesmo, dirigir o louvor, ajudando o povo a entoar os louvores a Deus. Qual o propósito destas demonstrações de êxtase e enlevo fortemente emocionais à frente da Igreja? Ajuda em quê? Não quero generalizar, pois seria injusto, claro - mas às vezes fica a impressão que é apenas uma maneira de auto-promoção. Pense nisto.

No mais, que o Senhor continue a abençoar sua vida preciosa.

Um abraço!

Augustus

[Trata-se de um email fictício, embora baseado em fatos reais]

13 de dez. de 2014

Louve com Sobriedade e Sensibilidade

Por Luiz Sayão

Vivemos na era da música digital. Os muitos sons nos fazem delirar. Foi muita mudança tecnológica, rítmica e cultural que revolucionou e modificou o cenário evangélico na área de louvor e adoração. Diante do novo contexto, as opiniões se dividem. O louvor contemporâneo é melhor do que o antigo dos hinários? As mudanças foram para bem ou para mal?

A mudança da hinódia das igrejas tradicionais foi nítida nos últimos vinte e cinco anos. Durante décadas as igrejas tradicionais (batistas, presbiterianas, metodistas e assembleianas) usaram quase que exclusivamente os hinários com seus hinos bicentenários em sua maioria. Apesar de muitos aspectos excelentes e positivos dos antigos hinários, como a organização temática, a teologia saudável e equilibrada há também aspectos que facilitaram uma rejeição gradual dos mesmos, aliada a uma crescente aceitação de cânticos e hinetos mais recentes. Por que tantos belos hinos caíram em desuso? Algumas das principais razões podem ser aqui mencionadas:

1. Os hinos eram estrangeiros: A grande maioria dos hinos das igrejas tradicionais foram compostos nos EUA, na Inglaterra e na Alemanha há pelo menos mais de um século. Com o tempo, foram aumentando sua estranheza cultural para os ouvidos tupiniquins. Para muitos brasileiros, tais hinos passaram a soar como algo pouco atraente para as novas gerações.

2. Os hinos tornaram-se repetitivos: Hinos célebres como “Morri na Cruz por Ti”, “Oh, Quão Cego eu Andei” e “Vencendo vem Jesus” eram cantados com muita freqüência. O fato é que poucos hinos tradicionais eram muito cantados, repetindo-se muitas vezes a mesma melodia. Começou a faltar criatividade e os hinos amados tornaram-se enfadonhos.

3. Anacronismo:  Com o passar do tempo, a nova geração não conseguiu adaptar-se aos hinos mais antigos e buscou novas formas de expressão musical. Muitos dos hinos usavam uma linguagem mais difícil e melodias anacrônicas, perdendo capacidade de comunicação para os mais jovens. Um dos hinos antigos, por exemplo, dizia em sua primeira estrofe: “Numa orgia nefanda o rebelde Belsazar”.

4. A grande revolução litúrgica que pegou desprevenidos os grupos tradicionais e pentecostais clássicos no Brasil teve lugar a partir da década de 1950. A chegada da Igreja Quadrangular e o surgimento de igrejas como o Brasil para Cristo, Igreja Nova Vida e Igreja Deus é Amor mudaram o perfil litúrgico nacional. Foi por meio da nova onda carismática que o cenário mudou. Que tipo de mudança tivemos?

1. Instrumentação e ritmo: Os novos grupos carismáticos e, depois, os neopentecostais romperam com a hinódia tradicional (inclusive pentecostal – Harpa Cristã), compondo hinetos mais simples, mais curtos, repetitivos, acompanhados de palmas e instrumentos comuns (tidos como “menos sacros” como o órgão e o piano). O momento do louvor deixou de ser reflexivo e meditativo e passou a ser mais corporal e efusivo.

2. A Nacionalização: Os novos hinetos carismáticos foram, na maioria, compostos por brasileiros e em ritmos populares nacionais ou em ritmos importados mais comuns em nosso contexto. A verdade é que as novas igrejas eram autenticamente brasileiras. Não tinham necessidade de honrar uma tradição estrangeira. Cânticos em ritmo de samba e marchinha passaram e proliferar, acompanhados das criticadas palmas!

Que dizer dessa nova tendência? Os mais tradicionais sempre a criticaram, afirmando que a qualidade musical diminuiu (o que é fato), que as músicas se tornaram mundanas e que estávamos diante de cânticos impróprios para um culto verdadeiro. No entanto, é preciso ressaltar aspectos positivos da nova tendência.

- A Alegria Comemorativa: Enquanto os tradicionais cantavam “bendita a hora de oração”, de olhos bem fechados, os novos grupos começaram a “fazer festa”, pulando, movendo braços e pernas e até dançando! Por mais que se possa questionar tal atitude, há de se entender que ela tem força de apelo para o contexto brasileiro e para a nova geração. Além disso, condiz também com a maneira judaica de expressar fé. Por isso, muitos cânticos hebraicos começaram a invadir igrejas mais tradicionais a partir da década de 80, como “exaltar-te-ei, ó, Deus meu e rei”.

- Uma Adoração Contemplativa: Nos novos cânticos houve uma busca intensa pela presença divina. Esta adoração contemplativa é sempre acompanhada de imagens que nos convidam a estar “diante de Deus”, ”perante o trono”, “na presença do Senhor”. Houve um processo de “pictorialização” da relação com Deus. Em vez de enfatizar os feitos de Deus ou elementos teológicos importantes, ressaltou-se muito a transcendência divina, que deveria ser buscada, e sentida.

- A Retomada do Antigo Testamento: Os novos hinetos apresentaram uma forte tendência ao Antigo Testamento, enfatizando uma idealização de Israel. Querendo expressar uma fé mais concreta, os novos grupos encontraram nos Salmos e no Antigo Testamento muito de sua inspiração, muitas vezes sem qualquer transposição cristã, fundamentada na interpretação teológica do Novo Testamento. Além disso, especialmente sob a influência da escatologia pré-milenista, enfatizou-se muito o povo de Israel como fonte de inspiração. Motivos judaicos invadiram o mundo evangélico. Candelabros, estrelas de Davi, óleo de Jerusalém, etc. passaram a fazer parte do cotidiano evangélico.

No entanto, o novo cenário litúrgico também mostrou diversas fragilidades e problemas. Desde os dias do louvor ao som do iê-iê-iê dos anos 60 até o chamado louvor profético ou ungido (unção de inspiração animal), muitos problemas precisam ser mencionados.

1. Heresias: Como são compostos por gente sem boa formação teológica, muitos cânticos afirmam verdadeiras tolices: Ouvimos coisas como “eu navegarei no oceano do Espírito”, “(no céu) não entram irmãs que usam saia acima do joelho!”, “a casa de Deus, onde flui o amor”, e etc. Infelizmente muitas igrejas cantam diversos cânticos apenas porque gostam da melodia, sem observar se a letra tem ou não o mínimo fundamento bíblico e teológico.

2. Pobreza de Letra: Ainda que não seja o caso de todos, há cânticos que não chegam a dizer nenhuma heresia, porque não tem nada a dizer! Vários são os cânticos que trazem frases simplistas, quase sem nenhum conteúdo. Esses cânticos geralmente possuem bastante ritmo e algumas poucas frases são repetidas continuamente. Não é possível que se possa louvar a Deus com entendimento, usando letras tão pobres e vazias de conteúdo. Além disso, devemos reconhecer que se queremos oferecer um louvor a Deus, precisamos fazê-lo com mais qualidade.

3. Abuso do Ritmo: Todos têm consciência de que é possível e perigoso fazer manipulação emocional. Isso é diferente de louvar a Deus com as emoções. Quando momentos de louvor chegam a quase uma hora, quase sempre repletos de cânticos eufóricos, o público fica emocionalmente desequilibrado. O fato é que depois de tanto tempo, muita gente já nem é capaz de fazer uma crítica do que está acontecendo. A grande maioria dos cânticos de reuniões como essas são bem ritmados e repetitivos. A verdade é que em alguns casos a repetição de hinetos torna-se quase hipnótica. O público fica muito eufórico, chega a suar, alguns até manifestam certa sensualidade e acabamos tendo uma massa de pessoas altamente manipulável. Parece-nos claro que tal procedimento não trará edificação. Muitos são os casos de pessoas que são muito “animados” na hora do “louvorzão”, mas que nada manifestam em sua própria vida. Alguma coisa está errada neste tipo de louvor.

4. O uso incorreto do Antigo Testamento: Há uma crença generalizada de que podemos cantar todo e qualquer texto bíblico, pois estamos cantando a Palavra de Deus. É exatamente nesse ponto onde vemos a necessidade do estudo da hermenêutica (interpretação bíblica). Não podemos cantar qualquer versículo por diversas razões: às vezes o versículo traz uma ideia incompleta (veja At 15.1); às vezes o texto traz as palavras de Satanás (Jó 1.9-10), dos fariseus (Jo 8.48); apresenta uma teologia ultrapassada pelos ensinos cristãos (Nm 15.32,36); traz declarações que precisam ser corretamente interpretadas (Sl 137.9). Os cânticos que não tenham base bíblica e teológica não podem ser aceitos. Não devemos cantar: “persegui os inimigos e os alcancei, persegui-os e os atravessei” (Sl 18.37.38), quando o Senhor Jesus ordena que devemos perdoar e amar os nossos inimigos (Mt 5.44,45). Não podemos exaltar a guerra, a vingança, o templo, a cidade santa, pois tudo isso é teologia ultrapassada, conforme os ensinos do Novo Testamento. Temos ouvido um grande número de cânticos que usam direta ou indiretamente textos (ou a teologia) do Antigo Testamento indevidamente. Isso precisa mudar.

Diante do cenário descrito, é importante ter bom senso e equilíbrio. É claro que precisamos de uma renovação permanente de nossa hinódia. No entanto, não se pode mudar por mudar, prejudicando a igreja e seu futuro. No meio dessa situação conturbada, parodiando a banda Skank, não podemos “perder a cabeça, nem perder a amizade”. Por isso, louvemos ao Senhor com bastante sobriedade, sem perder, porém, a sensibilidade.

3 de nov. de 2014

Cante a Palavra e somente a Palavra


Por Luciana Barbosa

“Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele. É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: "Quem se gloriar, glorie-se no Senhor".

1Co1:27-31

Quando refletimos sobre este tema, percebemos que os louvores ou as músicas cantadas hoje nas igrejas evangélicas em sua maioria estão bem distantes do tema proposto acima. Os louvores de antigamente eram a Bíblia cantada. Passagens inteiras eram citadas nos louvores de grupos como: Vencedores por Cristo, grupo Logos, Leni Silva, onde o foco, o centro era Cristo, a glória, a exaltação, a honra, o poder, tudo girava em torno Dele. Hoje os louvores são antropocêntricos, onde o homem faz e acontece, e tudo é para o homem. Nos livre Senhor dos valores invertidos! Com base nessa temática vamos tentar entender em três tópicos o que significa a centralidade da cruz nos louvores.

A centralidade de Cristo nas músicas – e aqui está a maior dificuldade que encontramos nos louvores cantados nas igrejas, pois, o genuíno louvor é aquele que glorifica a Cristo por meio da Palavra. Esse é o grande problema, pois, hoje canta-se de tudo menos a Palavra; os louvores tem que ter base bíblica, isto é, texto. Desafio você a encaixar essas músicas em algum texto bíblico: “diante de ti da vontade de pular, dançar, gritar” (Is.6:5); “eu escolho Deus” (Jo.15:16); “bater a porta na cara de Deus”; “Jesus crucificado e o inferno em festa se alegrou” (Mt.4); “ restitui EU QUERO DE VOLTA O QUE É MEU”; “vem assim como estás para adorar”; “ sabor de mel”. Essas são apenas algumas das milhares de músicas que o centro é o homem, tudo é para o homem, e Cristo é o servo do homem.  Deus não recebe esses louvores, pois, não há Sua Palavra neles. NÃO HÁ VERDADEIRO CULTO SE CRISTO NÃO FOR O CENTRO.

Existem várias canções que exaltam a pessoa de Cristo e, muitas delas são textos extraídos. Vejamos alguns exemplos:

“Porque Dele ,Por Ele”

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! Rm11:33-36

“Quem nos separará”

Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Rm.8:36-39

“Celebrai com júbilo ao Senhor”

Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração. Sl.100

A centralidade de Cristo em nossa adoraçãoadorar é reconhecer o que o Senhor é: Senhor, salvador, eterno, bondoso, poderoso, justo, fiel e adorar a Sua obra,ou seja, tudo o que Ele fez e faz por nós. Essa música de Leni Silva faz um belo relato que antecede a crucificação de Cristo, a maior obra que Ele nos concedeu que foi a salvação; e o melhor é que essa canção é a narração de Lucas 22:39- 23.

Silêncio fazia lá no Jardim,
Quando Jesus orou assim,
Oh meu Pai, oh meu Pai,
Passa esse cálice de mim se possível for,
Faça-se a tua vontade.
Dali Jesus foi conduzido a presença de Pilatos
E a turba gritava crucificai-o
Como um cordeiro não se queixou,
A crueldade Ele aceitou
Sofrendo por mim com grande amor.
A TERRA TREMEU, O SOL ESCURECEU, NÃO PODE CONTEMPLAR.
A terra estremeceu o sol não deu, o sol não deu,
O sol não deu o seu calor,
O véu do templo se rasgou de alto a baixo protestou
Jesus deu o brado e expirou.
A TERRA TREMEU, O SOL ESCURECEU, NÃO PODE CONTEMPLAR.
Deus meu, Deus meu, Deus meu, Deus meu por que me desamparaste?
NEM MESMO DEUS DOS ALTOS CÉUS PODE CONTEMPLAR.
Elohim, Elohim, Elohim, Elohim, Lama sabactani,
NEM MESMO DEUS DOS ALTOS CÉUS PODE CONTEMPLAR.
Deus meu, Deus meu, Deus meu, Deus meu,
Lama sabactani
Por que me desamparaste? Por que me desamparaste?
Por que me desamparaste?
“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade.”

Lm 3:22,23

Você sabe o que significa misericórdia? Misericórdia é Deus não nos dá o que merecemos, ou seja, o inferno! Reflita nas canções que você canta, independente de ter um ritmo ou uma melodia gostosa de se ouvir; cante a Palavra e somente a Palavra.