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9 de abr. de 2015

Deus na Caixa

Por Thiago Oliveira

Não me recordo do que era a propaganda, só sei que dizia: “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”. Vi, numa fonte não muito confiável, que essa frase usada numa obra publicitária era do Albert Einstein. É uma boa frase e faz sentido. Todavia, se a isolarmos, podemos concluir erroneamente que as respostas não são importantes. E elas são. Toda interrogação que se levanta anseia por uma exclamação. Logicamente, nem sempre as encontrará, mas está em busca. Afinal, quem estaria disposto a dar uma vida por uma interrogação sabendo que nunca encontraria uma resposta? A humanidade anseia por respostas, e elas têm valor semelhante ao das perguntas.

Esse texto surge para contrapor uma ideia que vem sendo propagada na teologia e, através da internet, ganha adeptos nas fileiras das igrejas. Nomes como os de Caio Fábio e Ricardo Gondim[1] ventilam a ideia de que questionar é bem mais válido do que afirmar. Para esses e outros nomes da “teologia do livre pensamento”, termos ou expressões, tais como: soberania divina, inerrância bíblica, ortodoxia, apologética, dogmática e etc., não fazem mais sentido e poderiam até mesmo ser abolidos, pois – como afirmam – não é possível limitar Deus dentro de um sistema teológico. Há uma frase que gostam muito de usar: “Deus não cabe dentro de uma caixa”. Mas, será esse o xis da questão?

22 de nov. de 2014

A Igreja é uma vagabunda? Resposta ao Ariovaldo Jr.

Por Thiago Oliveira

O Ariovaldo Júnior é o tipo de pessoa que adora polemizar. Recentemente ele publicou a seguinte frase em seu Facebook: “Falam sobre casamento perfeito, mas não falam que casamento perfeito não existe. A noiva de Cristo é uma vagabunda. E dá certo”. Pois bem, depois que disse tal bobagem, muitos se manifestaram favoráveis e muitos outros, contra. A discussão foi infindável. E como o Ariovaldo é um típico narcisista, ao invés de botar panos quentes na polêmica, ele alimenta o fogo e solta mais uma: “Sou odiado por dizer a verdade, na luta por desmistificar conceitos tão simples que os Doutores da Lei fazem questão de manter bem longe do homem comum”.

Alguns homens, tais como o Ariovaldo, tentaram “desmistificar conceitos tão simples” e acabaram presos num emaranhado de pensamentos que desbocou em heresia. Ele que já tem como ponto negativo a autoria da Bíblia Freestyle, continua usando a rede social com o objetivo de “causar”. Ariovaldo, vai com calma aí homem! Tratando da comparação da Igreja como uma prostituta (foi nesse sentido que ele usou o termo vagabunda), uma análise de alguns textos bíblicos refutará essa ideia equivocada do Sr. Polêmico.

Vamos começar por Efésios 5:25-27 que diz:

“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”

Os termos santificar (hagiazō / γιάζω) e santo (hagnos / αγιος) trazem em seu bojo a pureza física, inocência moral e consagração religiosa. Isso se assemelha a uma prostituta? Muito pelo contrário, né? A Igreja é santa porque Cristo a santificou, e fez isso por meio de sua morte vicária. Ele desceu do céu e pagou o dote para casar com a Igreja. O Senhor concomitantemente a declara justa e a purifica. Aí temos um ato e um processo que não são apenas escatológicos, isto é, futuros. A purificação é evidenciada pela “lavagem da água, pela palavra”. O apóstolo se refere ao ritual do batismo. Mas o batismo santifica? Por si só, não. Aqui o batismo está associado a palavra ministrada pelo Espírito Santo no coração dos que creem. Os que receberam de bom grado a palavra de Deus foram batizados. É assim que ocorre a purificação.

Um outro texto é 1 Coríntios 6:20 que fala o seguinte:

“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”

O assunto em pauta aqui é fornicação. Como Cristo comprou a sua Igreja, os vossos membros são os membros do próprio Cristo. Este é o argumento que Paulo utiliza para mostrar que não é lícito um cristão envolver-se com uma prostituta. Fazer isso seria o mesmo que levar Jesus para deitar-se com uma meretriz (o que é absurdo!). Sendo a Igreja o corpo de Cristo, chamá-la de vagabunda, como fez o Ariovaldo Júnior, é insultar o Senhor da Igreja. Conseguem compreender a gravidade da situação? É meus irmãos, “o tolo não tem prazer no entendimento, mas sim em expor os seus pensamentos” (Pv 18:2). Postar coisas na rede social no intento de angariar notoriedade é algo que pode ser muito prejudicial, ainda mais quando o texto sagrado é escarnecido. Discernimento é preciso, e hoje em dia, é coisa rara.

Todavia, precisamos ser honestos. A Igreja que conhecemos tem problemas? Sim, óbvio que tem e não devemos tapar o sol com a peneira. Composta por indivíduos que ainda pecam eventualmente, há respingos da pecaminosidade individual na vida da congregação. Só que daí a taxá-la de vagabunda/prostituta é algo totalmente diferente. A prostituta é alguém que deliberadamente vive em pecado. A sujeira moral é a sua rotina. Uma pessoa que se prostitui está num estado de trevas, em rebelião com Deus. Assim estão os crentes? A resposta é um sonoro “não!” Pecamos e não podemos ser farisaicos ao ponto de negarmos isso, no entanto, o pecado na caminhada cristã é um acidente de percurso eventual (não rotineiro) que gera, após sermos confrontados pela palavra, arrependimento e abandono. Eis a diferença abismal. O Cristianismo é mudança de vida, mudança de status quo, se antes nos prostituíamos, após o resgate de Cristo a nosso favor, não podemos mais sermos taxados dessa maneira. Estamos limpos para a glória de Deus. 

O livro de Apocalipse ressalta a diferença entre a Grande Prostituta e a Noiva do Cordeiro (capítulos 17 e 19). São figuras antagônicas e não podemos confundi-las. A primeira será derrotada por Cristo (Ap 17:14), desolada e nua queimará no fogo (Ap 17.16). Já a segunda, é bem-aventurada por participar das bodas do Cordeiro. Ela já está pronta, vestida e adornada para o seu Senhor (Ap 19: 7-9). Agora como se desfaz esse nó Ariovaldo? Apocalipse apresenta a “vagabunda”, só que esta não é a Igreja. Cabe agora a “difícil decisão”: Ficar com a afirmação bíblica ou com a afirmação feicibuquiana do Sr. Freestyle? Uma está alicerçada na rocha e a outra na areia. A importância do fundamento é a de que se ele estiver numa base sólida, o edifício está seguro, caso contrário, tudo desabará sobre nossas cabeças.

Mas guardo para o final a história de Oséias e Gômer. Muitos vão querer respaldar a frase do Ariovaldo Júnior com o enredo deste livro, ou até mesmo, com a fala de outros profetas que compararam Israel a uma prostituta (Is 1:21 e Jr 3:3). Então vamos lá:

1- Embora Israel seja a congregação de Deus no contexto veterotestamentário, não podemos aplicar estas palavras a Igreja neotestamentária. A primeira congregação não havia sido comprada por Cristo, por isso mesmo o rejeitou. Ela teve o reino tirado de suas mãos e dado a outra nação (celestial e composta de todas as etnias) que mostra os frutos do Espírito (Mt 21:43).

2- Deus abandonou propositadamente a Nação de Israel, Jesus disse que a casa dos israelitas ficaria deserta (Mt 23:38). E Deus destruiu o templo e o sacerdócio, deixando visível que o Israel do Antigo Testamento não era o povo exclusivo de Deus, parte dele foi inserido na Igreja Universal, composta por gente de várias partes do mundo (Ap 5.9). As ovelhas remanescentes do Israel étnico formam agora um único aprisco com as outras ovelhas, ambas tendo o mesmo pastor, a saber: Cristo Jesus (Jo 10:16).

3- Mesmo no Antigo Testamento, sabemos que “nem todos os descendentes de Israel são Israel” (Rm 9:6). Nunca que a totalidade (pessoa por pessoa) representou o verdadeiro povo de Deus. Apenas uma parcela dos israelitas estava salva. Apenas os da linhagem da promessa e que possuíam a fé messiânica de Abraão (Rm 9:8). Aos gálatas, Paulo dirá: “se vós sois de Cristo, sois descendência de Abraão.” (Gl 3.29).

Diante do que foi exposto, endosso que comparar a Igreja com uma prostituta, e querer citar o contexto do Antigo Testamento para tentar comprovar esta profanação contra o Corpo de Cristo é não entender, à luz das Escrituras, quem somos no Reino de Deus. Ao Ariovaldo Júnior e seus seguidores digo que ainda dá tempo de voltar atrás e assumir o erro. E que lembremos todos de que quando falamos de ortodoxia, não é algo que compete a mim e a você, é algo que compete a Deus, pois Ele é o autor do texto sagrado. 

30 de set. de 2014

À noite, todos os gatos são pardos

Por Augustus Nicodemus Lopes

Confesso que no fundo de meu coração tenho medo de um dia vir a afastar-me de Deus e de Sua verdade.
Tenho medo, explico, porque vejo no fundo de meu coração uma tendência constante para afastar-me de Deus. Sinto que a tentação para a heterodoxia e para a liberação total são perigos reais que me cercam diariamente. Vejo com muita clareza que submeter-me às Escrituras e crer em Deus é um milagre na minha vida.
Vi a apostasia acontecer muito de perto ao longo da minha vida. Um famoso professor de Bíblia do Recife, que foi a pessoa que me encaminhou ao seminário, abandonou a fé cristã depois de trair a mulher e abandoná-la com nove filhos. Eu estava no primeiro ano! Três colegas meus de classe, no seminário, entre os mais brilhantes da turma, hoje nem professam mais o cristianismo. Um jovem promissor que chegou ao Evangelho por minha instrumentalidade, e que posteriormente chegou até a estudar no L’Abri, com Francis Schaeffer, renegou o cristianismo histórico. Uma conhecida minha, desde a infância, que é missionária no estrangeiro, acaba de comunicar aos pais que não é mais cristã, depois de começar a viver com um homem casado. Líderes que conheci e admirei e segui durante os primeiros anos de minha vida, não deixaram as denominações evangélicas, mas já não crêem mais naquilo que me ensinaram.
Há advertências constantes nas Escrituras contra a apostasia. Apostatar significa afastar-se da verdade de Deus revelada nas Escrituras, como resultado de uma mudança de pensamento, e levantar-se em rebelião aberta contra ela. O que leva uma pessoa a fazer tudo isso, a abandonar a fé bíblica, seguir a heterodoxia, renegar os valores morais do cristianismo e pregar a liberação total?
Não pretendo entrar aqui na delicada questão acerca da salvação do apóstata. Talvez noutro post eu tente esclarecer os motivos para acreditar que um apóstata, no sentido real da palavra, nunca foi verdadeiramente salvo. Creio na perseverança final dos santos, dos eleitos.
O que eu gostaria é de inquirir acerca dos motivos que levam uma pessoa a abandonar a fé histórica do Cristianismo, após ter pregado e defendido essa fé por muito tempo. É evidente que não poderei inquirir aqui sobre os desígnios misteriosos de Deus. A minha inquirição é apenas psicológica, espiritual e teológica.
O Novo Testamento nos dá vários motivos pelos quais as pessoas se desviam da fé. Na parábola do semeador, lemos acerca dos que creram por um tempo e depois se desviaram, por causa dos cuidados desse mundo e por causa das perseguições que começaram a experimentar por causa do Evangelho. São aqueles que não acolheram sinceramente a verdade para serem salvos. A eles, o próprio Deus envia a operação do erro e da mentira (2Ts 2.9-11). Há também os que, depois de algum tempo, passaram a dar ouvidos a doutrinas de demônios (1Tm 4.1). Outros, se desviaram da fé para professar uma doutrina que acharam que era mais intelectual (1Tm 6.20-21). Com mais freqüência, há os que foram levados pela cobiça, como Judas, Balaão e Demas, que amou o presente mundo. A demora, a relutância, a indolência e a negligência em romper definitivamente com o pecado e o erro são causas prováveis de apostasia, conforme o autor de Hebreus ensina em toda a sua carta. Ele avisa que a dureza de coração e a incredulidade são capazes de afastar alguém do Deus vivo (Hb 3.12-13).
Em resumo, os motivos externos são vários: amor ao dinheiro, orgulho, problemas morais não resolvidos, vaidade intelectual, falta de coragem para assumir a verdade e desejo de novidades. A raiz de tudo isso, ao meu ver, é a falta de um coração regenerado, um motivo que os autores bíblicos estão sempre prontos a admitir.
O apóstata pode permanecer muitos anos na igreja e no ministério cristão sem jamais revelar a apostasia que já aconteceu em seu coração. Outros, assumem a apostasia e rompem abertamente com a fé cristã histórica, e geralmente adotam outras doutrinas que mesmo aparecendo com cara de novas e revestidas de respeitabilidade intelectual, nada mais são que as velhas heresias teológicas e morais que a Igreja já enfrentou ao longo dos anos. Eu não me espantaria se por detrás dos grandes desvios teológicos da história encontrássemos pecados não resolvidos, orgulho, vaidade intelectual, soberba, dureza de coração e – obviamente – corações não regenerados. É claro que nunca saberemos ao certo. A história não registra essas coisas que sempre são abafadas, escondidas e quase nunca declaradas.
Até onde entendo, só há uma coisa que mantém o cristão na verdade: o temor a Deus, a humildade e um coração quebrantado. Os que verdadeiramente se humilham diante de Deus e tremem de sua Palavra, mesmo que errem em pontos secundários, que caiam eventualmente em pecados, jamais se afastarão definitivamente de Deus e da sua palavra. O verdadeiro crente não pode mais abandonar a Deus. Nem que queira. Nem que em momentos terríveis diga a Deus que nunca mais o servirá. Ele acaba voltando. O apóstata vence essa barreira. Ele consegue passar o limite. Ele consegue pular a cerca. Ele não receia o que poderá acontecer. Pois no fundo ele realmente não acredita.
A apostasia é uma realidade muito mais presente nos meios evangélicos brasileiros do que se deseja perceber. O falso conceito de tolerância, o relativismo, a falta de convicções doutrinárias, o liberalismo teológico travestido de ciência, tudo isso favorece um quadro cinza e enevoado onde os contornos do verdadeiro Cristianismo não são percebidos com clareza. À noite, todos os gatos são pardos.

24 de set. de 2014

Por que Seminaristas perdem a fé?

Por Augustus Nicodemus Lopes

Não quero dizer que acontece com todos. Mas, acontece com muitos. Conheço vários casos, inclusive próximos a mim, de jovens cristãos fervorosos, dedicados, crentes, compromissados com Deus, que gostavam de orar e ler a Biblia, que evangelizavam em tempo e fora de tempo, e que depois de entrar no seminário ou faculdade de teologia, esfriaram na fé, se tornaram confusos, críticos, incertos e até cínicos. Como Tomé, não conseguem crer (espero que ao final venham a crer, como graciosamente aconteceu com Tomé).
Existem algumas razões pelas quais casos deste tipo têm se tornado cada vez mais comum. Coloco aqui as que considero mais relevantes, sempre lembrando que muitos seminários e escolas de teologia levam muito a sério a questão da ortodoxia bíblica e do cultivo da vida espiritual de seus alunos. Não é a eles a que me refiro aqui.
1) Acho que tudo começa quando as denominações mandam para os seminários e faculdades de teologia jovens que não têm absolutamente a menor condição de serem pastores, professores, obreiros e pregadores. Muitos são enviados sem qualquer preparo intelectual, espiritual e emocional. Alguns mal fizeram 17 anos e foram enviados simplesmente porque eram líderes destacados dos adolescentes de sua igreja, eram líderes do grupo de louvor ou filhos de pessoas influentes da igreja. Não é sem razão que Paulo orienta que o líder não pode ser neófito, isto é, novo na fé (1Tim 3.6). Eles não têm a menor estrutura intelectual, bíblica e emocional para interagir criticamente com os livros dos liberais e com os professores liberais que vão encontrar aos montes em algumas das instituições para onde serão mandados.
2) Acho também que a culpa é das denominações que mantêm professores liberais ou conservadores frios espiritualmente nas cátedras de suas escolas de teologia. O que um professor que não acredita em Deus, nem que a Bíblia é a Palavra de Deus, não ora, tem para ensinar a jovens que estão na sala de aula para aprender mais de Deus e de sua Palavra? Há seminários e escolas de teologia que mantêm no corpo docente professores que nem vão mais à uma igreja local, que usam o título de pastor apenas para ocupar uma vaga na cátedra dos seminários. Nunca levaram ninguém a Cristo e nem estão interessados nisso. Não têm vida de oração, de piedade. Que exemplo eles poderão dar aos jovens que sentam nas salas de aula com a mente aberta, ansiosos e desejosos de ter modelos, exemplos de líderes para começar seus próprios ministérios?
3) Alguns desses professores têm como alvo pessoal destruir a fé de todos os seus estudantes antes mesmo que terminem o primeiro ano de estudos. Começam desconstruindo o conceito de que a Bíblia é a infalível e inspirada Palavra de Deus. Com grandes demonstrações de sapiência e erudição, eles mostram os erros da Bíblia e o engano da Igreja Cristã, influenciada pela filosofia grega, em elaborar doutrinas como a Trindade, a Divindade de Cristo, a Expiação. Mesmo sem usar linguagem direta -- alguns usam, todavia -- lançam dúvidas sobre a ressurreição literal de Cristo de entre os mortos. A pá de cal na sepultura da fé desses meninos é a vida desses professores. Além de não terem vida devocional alguma, alguns deles ensinam os seus pobres alunos a beber, fumar e freqüentar baladas e outros locais. Eles até lideram o grupo Noé (que se encheu de vinho) e o grupo Isaías ("e a casa se encheu de fumo") nos seminários!!
4) Bom, acredito que uma fé que pode ser destruída deve ser destruída mesmo, pois não era autêntica e nem sólida. Quanto mais cedo ela for destruída e substituída por uma fé robusta, enraizada na Palavra de Deus, melhor. Acontece que os professores liberais e os professores conservadores mortos só sabem destruir; eles não têm a menor idéia de como ajudar jovens candidatos ao ministério pastoral a cultivar uma mente educada, uma fé robusta e uma vida de devoção e consagração a Deus: os primeiros, porque lhes falta fé; os segundos, devoção. Ao fim de quatro anos de estudo com professores assim, vários desses jovens saem para serem pastores, mas intimamente -- alguns, abertamente -- estão cheios de dúvidas quanto à Bíblia, quanto a Deus e quanto às principais doutrinas da fé cristã. Estão confusos teologicamente, incertos doutrinariamente e cínicos devocionalmente.
5) Não podemos deixar de lembrar que ao final, se trata de uma guerra espiritual feroz, em que Satanás tenta de todos os modos corromper a singeleza e sinceridade da fé em Cristo, atacando a mente e o coração dos futuros pastores (2Cor 11:3). Usando professores sem fé e professores sem vida espiritual, ele procura minar as convicções, a certeza, o fervor e a dedicação dos jovens que se preparam para o ministério. Aqui é pertinente o lema de Calvino, orare et labutare. Pela oração, os seminaristas poderão escapar da tendência dos estudos teológicos de transformar nossa fé em um esquema doutrinário seco. E pela labuta nos estudos poderão se livrar das mentiras dos professores liberais, neo-ortodoxos, libertinos e marxistas.
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Fonte: Facebook do Autor.

23 de set. de 2014

Pense Biblicamente



Por Morgana Mendonça dos Santos

Mundo pós-moderno, era do relativismo, tendência idolatra na totalidade das esferas da sociedade. Reinado terreno do hedonismo e pluralismo, todos contra as Escrituras Sagradas. Falar da verdade absoluta é contra indicado, motivo de zombaria e escárnio. As ideologias humanistas nas universidades e o pragmatismo nas igrejas afastam cada vez mais o povo da centralidade das Escrituras. Nesses últimos dias fazendo uma análise geral da minha conta na rede social, percebi como os valores estão invertidos ou deturpados. Grandes embates filosóficos e teológicos tem destruído relacionamentos mais do que dignificado o nome do Senhor. (Tito 3.9)

Basta olhar em nossos murais do feed de notícias, não precisa ser especialista ou pesquisador da ordem interativa, nossos olhos percebem os agraves. Tolos discursos pelos neófitos, por intelectuais “feicebuquianos”, relacionamentos partidos e pessoas bloqueadas, por não usarem ao menos o respeito e a inteligência humilhada (Fp 2.3). Todos dispostos a fazer uso excessivo do argumento ad hominem, tempo desperdiçado e vergonha, ou escândalo para o Reino de Cristo. Estava em um debate sobre a legalização da maconha, cristãos declarando o uso legal e para a glória de Deus, baseando o argumento na criação divina, que "tudo que Deus criou é bom", "Ele criou as ervas, frutos, árvores...", logo, "se a maconha é uma erva, é boa, posso fazer uso". Falacioso não?

Incrível, como a igreja tem sido afetada por todo tipo de filosofias vãs, como tem sido afetado o corpo de Cristo pelo fato de não mais pensar biblicamente. A grande questão é: como pensar biblicamente, se nunca me dediquei no aprendizado das Escrituras? É urgente a necessidade da aplicabilidade das Escrituras nos dias atuais, o prumo escrituristico tem sido desnorteado e os cristãos tem perdido as orientações da bússola. Pensar biblicamente, entender que devemos obedecer a lei moral de Deus, que existe um padrão e devemos nos submeter. O relativismo e o liberalismo tem devastado a mente e corrompido o comportamento dos cristãos pós-modernos.

Muitos utilizando do argumento da criação, vivem desordenadamente. "Deus criou o sexo, e tudo que Deus criou é bom, então posso desfrutar!" Sim, Deus criou todas as coisas, mas existe o tempo e o modo como isso deve ser aproveitado para que tenhamos satisfação plena. Quando a carteira de motorista é emitida, dando assim a liberdade de tráfego, existem leis e normas que não podem ser descumpridas, a multa existe em caso de descumprimento da lei. O padrão divino foi estabelecido pelo próprio Criador, não pode ser desvalorizado, na verdade não é passageiro. As palavras permanecem para sempre.

Na história da reforma, a ênfase "Sola Scriptura" teve seu papel fundamental em seu tempo, mas essa declaração antes de ser do reformador Martinho Lutero, é bíblica e eficaz. Somente as Escrituras devem nortear nossas vidas, a base de todas as decisões e comportamentos, a ética e a moral, no que diz respeito a todas as coisas deve ser "Sola Scriptura". Toda a Escritura deve renovar a nossa mente, uma mente cativa e um coração devoto as Escrituras Sagradas podem sim, trazer um novo tempo para a Igreja Brasileira. A milícia está formada contra as Escrituras, o distanciamento da Palavra de Deus é o reflexo, causado pela negligência das disciplinas espirituais.

As Escrituras de forma infalível, inerrante e suficiente testificam de si mesma:

"Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra".

2 Timóteo 3.16-17

O apóstolo Paulo, inspirado divinamente declara:

"E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus".

Romanos 12.2

"Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;"

Colossenses 2.8

O próprio Cristo declara a natureza da sua palavra de forma absoluta: 

"Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade". 

João 17.17

Aqui, é nítido que somente as Escrituras deve ter a primazia sobre todas as coisas, única verdade, somente e toda as Escrituras. O zelo e amor pelas Escrituras Sagradas deve ser alimentado pela própria palavra de Deus em nós.

"Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo."

Salmos 119.97

Podemos pensar, temos uma fé racional, um culto racional, crer também é pensar (Stott), no entanto pensar biblicamente é nosso dever! O autor de hebreus declara sobre essa verdade algo de grande valor: 

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração."

Hebreus 4.12

A conclusão deve ser portanto um alerta, um aviso urgente. Sobre tudo que tem acontecido nos últimos dias, sobre guerra de Israel e Palestina, sobre templo de Salomão (parece brincadeira mas não é), sobre eleições 2014, sobre tigre que morde criança, sobre perseguições e mortes aos cristãos, epidemias com possibilidade de ter efeito mundial, sobre tudo isso, começar pensando bíblicamente é o ponto chave! Não use a força do argumento, não force os textos bíblicos, não pule a grade do perigo eminente, não abandone as disciplinas espirituais como oração, jejum, meditação nas Escrituras. Renove sua mente pela palavra da verdade!

Soli Deo Glória, Rm 11.36.

8 de set. de 2014

Liberais e Parasitas


Por Augustus Nicodemus Lopes

O liberalismo teológico nasceu, alimentou-se e vive como um parasita, usando o corpo, as energias, os recursos e a vida das organizações eclesiásticas fundadas e financiadas por conservadores. Os primeiros liberais, surgidos na Europa no séc. 18, eram ministros de denominações conservadoras – embora já minadas pelas ideias do Unitarismo e do Iluminismo – de onde tiraram seu sustento e onde ganharam respeitabilidade. Mesmo que tenham mudado suas crenças, não largaram o corpo de onde se alimentavam. Pois não teriam para onde ir.

O liberalismo nunca plantou igrejas, nunca aumentou número de membros e nem a receita financeira das igrejas. Só conseguiu reproduzir outros liberais, os quais por sua vez precisavam também sobreviver. O liberalismo teológico sempre teve que achar um hospedeiro que pudesse sugar até que o mesmo morresse, drenado. Hoje assistimos aos estertores mortais das últimas denominações históricas na Europa e nos Estados Unidos que um dia o abrigaram.

O liberalismo sobreviveu à custa do esforço missionário, do zelo expansionista e do sacrifício financeiro dos cristãos bíblicos, que fundaram igrejas, criaram organizações, ajuntaram fundos missionários, abriram escolas teológicas, todas elas ocupadas depois pelos liberais. Sei que isso não ocorreu do dia para a noite e que houve um processo durante o qual as doutrinas basilares do Cristianismo histórico vinham sendo corroídas lentamente nessas denominações. De qualquer forma, o liberalismo plenamente desenvolvido não abriu novas igrejas, não inaugurou novos campos missionários e nem abriu novas escolas. Não conheço nenhum curso de teologia hoje nos Estados Unidos e na Europa que seja liberal e que funcione numa universidade que tenha sido criada por liberais. Harvard, Chicago, Union, Princeton, Yale, Amsterdã, Oxford... todas foram criadas por conservadores das mais diferentes linhas.

O caráter parasitário do liberalismo teológico se deve ao fato de que os liberais não acreditam em evangelismo e missões. Acreditavam em fazer obra social, em ensinar as pessoas a cultivar as terras, a se organizar politicamente contra a opressão, a abrir poços, a organizar sociedades de tecelões, etc. Embora essas coisas sejam louváveis, não produzem novas igrejas, não aumentam o número de crentes comprometidos e nem trazem retorno financeiro. Como parasitas, os liberais sempre precisaram de hospedeiros para sobreviver enquanto levam avante a sua agenda de desconstrução de tudo aquilo que os hospedeiros um dia creram e praticaram. 
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Fonte: