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30 de jan. de 2015

Palavra de Deus: Amo, logo medito

Por Fred Lins

Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.
Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão sempre comigo.
 Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação.
Sou mais prudente que os antigos; porque guardo os teus preceitos.
Desviei os meus pés de todo caminho mau, para guardar a tua palavra.
 Não me apartei dos teus juízos, pois tu me ensinaste.
 Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel à minha boca.
Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.

Sl 119.97-104

Em tempos que o nominalismo, perde-se a capacidade de perceber a ação de Deus por meio da sua essência, pois, o homem a ofusca pela necessidade arrogante de si mesmo. Falar da Palavra de Deus torna-se desagradável, provoca coceira nos ouvidos (I Tm 4.3b) e reduz a Igreja a um balcão medíocre de pedidos, onde, Deus atende e simplesmente peço o que quero (fast-food da fé). Apesar de todo contexto desfavorável que constatamos na Igreja contemporânea é possível perceber a ação de Deus preservando a sua Palavra e movendo o coração de homens e mulheres em favor de amar e meditar todos os dias de maneira contínua em seus decretos e juízos.

O salmo 119 é o maior capítulo da Bíblia: Possui 176 versículos, divididos em 22 grupos, grupos estes iniciados pelas letras do alfabeto hebraico (um salmo acróstico), cada grupo possuindo assim 8 versículos. Em uma métrica perfeita, não percebida em nossas versões e traduções. Este maravilhoso texto é exemplo de profunda celebração e exaltação aos decretos divinos (Bíblia). Em todo capítulo - das mais variadas maneiras - o salmista usa diversos sinônimos e os emprega de maneira muito peculiar deixando assim o exemplo de amor e dedicação ao livro que revela quem é Deus e os seus propósitos.

A porção acima destacada (versículos 97-104) mostra pelo menos cinco razões pelas quais vale a pena amar e meditar nas sagradas letras. O salmista inicia o seu poema fazendo uma declaração de amor ao texto sagrado, deixando muito claro que é impossível amar essa palavra sem que isso redunde em meditação, haja vista, que Aquele que tem os mandamentos de Deus e os guarda este é o que o ama (Jo 14.21). Amar a Deus tem como resultado amor e devoção a sua palavra que, por conseguinte modo leva-nos a meditar (extrair verdades espirituais). Esta é maravilhosa equação:

Meditação = Amar a Deus + Amar a sua Palavra

A meditação, produz em nós, segundo o texto, cinco reações, vejamos cada uma delas:

1.    Mais sabedoria - Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão sempre comigo (v.98).

É inquestionável pensar em sabedoria e rapidamente não vir a nossa mente Salomão. A sabedoria que foi uma característica notadamente dada por Deus a Salomão (II Cr 9.23) surtiu maravilhosos efeitos nele e em parte dos seus 40 anos de reinado. A evidência dessa maravilhosa sabedoria consegue ser percebida em todas as atitudes de uma vida aliançada a Deus e tem como início o temor a Deus (Pv 9.10a).

2.    Mais entendimento - Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação (v.99).

A origem deste termo tem uma relação direta com o uso da razão, da mente, da consciência, da inteligência... Existe uma relação menos conflituosa do que a maneira como este conflito é pintado e que há muito tempo, desde idade média, vem sendo debatido: Fé x Razão. Na realidade há menos conflitos entre estas duas realidades e há mais similaridades que possamos imaginar. O entendimento da Escritura passa pela mente, mas necessita de fé para ser compreendida, não consiste na eliminação de uma destas verdades para validação da outra, mas uma relação de profunda cumplicidade entre dois termos que se harmonizam para uma compreensão correta e sadia das sagradas letras.

3.    Mais prudênciaSou mais prudente que os velhos; pois guardo os teus preceitos (v.100).

O termo que traduz de maneira mais aproximada a palavra prudência seria percepção correta. E na realidade é isso que a palavra de Deus tem a capacidade de nos oferecer. Ela nos empresta o olhar divino e nos ensina a andar sobre uma nova percepção, um novo olhar, uma nova capacidade de entendimento (além da razão, mas sem excluí-la). Traduz a mesma ideia que Jesus deixa aos seus discípulos quando na grande missão expõe o seguinte: Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudente como as serpentes e inofensivos como as pombas. (Mt 10.16).

4.    Livramento - Desviei os meus pés de todo caminho mau, para guardar a tua palavra (v.101).

Quando Jesus está ensinando os seus discípulos orar e os ensina a oração do Pai Nosso, trabalha a ideia de livramento na mesma perspectiva deste salmo, que tem o sentido de empurrar, puxar, tirar a força. O nosso desejo enquanto natureza é pecaminoso, o que pensamos e fazemos é contaminado pelo pecado e por nossas concupiscências, ou seja, não há bem em nós, mas o livramento de Deus nos condiciona a andar em seus preceitos e obedecer a sua Lei, não por nós, mas pela manifestação da sua bondade, Graça e misericórdia.

5.    Firmeza através do ensinamento - Não me apartei dos teus juízos, pois tu me ensinaste (v.102).

Uma das melhores coisas que Deus nos permite experimentar é o conhecimento, e me refiro a conhecimento macro, geral, científico. O conhecimento é libertador, é edificante, é envolvente, tal como o conhecimento de Deus que também é libertador. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (Jo 8.32). Grande parte do contexto de fé que vivenciamos tem abdicado do ensino, negligenciado a doutrina e cedido aos pressupostos da pós-modernidade, do conhecimento pessoal e intuitivo.
O salmista encerra esta série com duas maravilhosas declarações: declarando que o sabor da palavra de Deus é doce, é agradável, é palatável. De fato só é possível dizer isso quando por essa palavra se é transformado, liberto. Somente assim tais verdades fazem sentido e tornam-se doces como mel e não amargos como fel. A segunda declaração está com o afastamento do caminho mal que vem também como resultado do conhecimento e entendimento adquirido por essa palavra.
Que o nosso Deus conceda a sua Igreja - por meio do seu Santo Espírito - a preservação e direção que são providenciados por meio da sua verdade e seus estatutos e que ela seja a nossa luz e lâmpada em meio ao mundo enegrecido pelo pecado e turvado pelas transgressões.

31 de dez. de 2014

Indicação de Livros: Só Autores Reformados



Hoje é o último dia de 2014. Foi um ano diferente. Copa do Mundo, eleições e tantas coisas que agitaram o nosso país. Foi diferente também, por ter surgido este blog.  Começamos em Janeiro como uma fanpage lá no Facebook. Daí, em Setembro iniciamos o Blog e desde então estamos nessa luta para divulgar um conteúdo com qualidade. Evangelho puro e simples, ao alcance de todos, para a edificação da Igreja de Cristo.

Nossos articulistas se juntaram outras vezes para fazerem indicações de teólogos relevantes. Dessa vez a proposta foi um pouco diferente. Eles se reuniram para indicar um livro que eles leram neste ano e querem compartilhar com vocês, nossos leitores, um pouco do entusiasmo deles com cada uma das obras lidas. Ao clicar no título de cada obra, você será redirecionado para uma loja virtual ou página da própria editora para ver mais detalhes, e se possível, efetuar a compra.

Que essa lista possa ser de grande utilidade. Deus abençoe a todos!

Até 2015...


Leitura excelente para a compreensão do zelo pela pregação e pelo púlpito. O Lawson descreve maravilhosamente a piedade de Calvino na exposição da Escritura. Boa leitura para nosso tempo, onde a pregação da palavra está sendo tão negligenciada nos púlpitos de nossas igrejas. "ir ao púlpito é pisar em terra santa". Este é sentimento que devemos ter .

Fernando Carvalho leu e recomenda “O Spurgeon que foi Esquecido” do Iain Murray:

Recomendo “O Spurgeon que foi esquecido”, pelo apontamento dos perigos da doutrina Arminiana dentro da igreja, assim como o zelo do pregador Spurgeon com o púlpito em uma época de perseguição, dentro da própria convenção onde o mesmo fazia parte. Ele não negociava negligência bíblica em troca de popularidade, além de sofrer várias calúnias no desempenho do ministério da pregação.

Thomas Magnum leu e recomenda “A Força Oculta dos Protestantes” do André Biéler:

Um livro indispensável aqueles que desejam compreender dentro do contexto histórico, social, econômico e teológico a força do pensamento da reforma protestante e como a reforma no século dezesseis e principalmente na cosmovisão calvinista foi além da soteriologia, pregando o reino de Deus e sua soberania a todas as esferas da vida humana. Um livro indispensável para a biblioteca de estudantes da bíblia, seminaristas, pastores e professores de escola dominical.

Morgana Mendonça leu e recomenda “A Batalha Pertence ao Senhor” do K.S. Oliphint:

Um livro boníssimo, na área da apologética pressuposicional, contribuindo com bastante utilidade na nossa literatura teológica. Um livro que você "não pode passar dessa vida sem ler" como diz o Rev. Jonas Madureira. O autor leva o leitor a compreensão da sua responsabilidade em defender a fé usando como base as Escrituras e entendendo que toda a batalha pertence ao Senhor. Um texto claro e que realmente deve ser indicado aos cristãos atuais. Pastores, missionários, professores, teólogos, eis um livro que não pode faltar na sua estante! A leitura começa incrível e termina espetacular!

Samuel Alves leu e recomenda “A Doutrina do Arrependimento” do Thomas Watson:

Escrito pelo puritano Thomas Watson, este livro é um clássico, leitura indispensável. Atualmente, é este livro que tem me exortado...

Thiago Azevedo leu e recomenda “A Oração Muda as Coisas?” do R.C. Sproul:

Este livro traz à tona a importância da principal prática cristã, mas mesmo sendo a principal, é também, a mais negligenciada. Uma frase que muito me marcou é a seguinte: " A oração está para a o cristão como o ar está para vida"! Eis um pequeno livro que fala grandes verdades!

Fred Lins leu e recomenda "Você se torna aquilo que adora" do G. K. Beale:

G. K. Bale nos traz uma maravilhosa análise de um lado da idolatria que pouco conhecemos ou talvez pouco assumimos, que é quando a idolatria não são as imagens, as coisas, mas sim, aqueles ídolos que estão dentro de nós mesmos e que nos consomem e usurpam o verdadeiro sentido de uma adoração  que deve ser inteiramente de e para Deus

Bruno Silva leu e recomenda “Poder pela Oração” do E.M. Bounds:

O livro trata acerca de cultivar uma vida de oração e ter mais intimidade com Deus. Fala também de homens que viveram esta jornada, desafiados a buscar incessantemente a poderosa e santa presença de Deus.

Wallace Jaguaribe leu e recomenda “Apóstolos” do Augustus Nicodemus:

Li recentemente e recomendo. "Apóstolos" é uma leitura muito gostosa. Embora trate de um assunto que já tenha sido bem trabalhado no passado, apresenta uma clareza que o torna indispensável.


O que você faria se soubesse que tinha apenas algumas semanas de vida? O Dr. James Boice decidiu escrever um livro para defender as doutrinas da graça como sendo essenciais para o evangelicalismo, e para isso chamou o amigo e companheiro ministerial Philip Ryken. O texto é incrível. Além de uma sólida defesa dos 5 pontos do calvinismo, tem também um pouco da contribuição do calvinismo para a história e traça o perfil de piedade que todo calvinista deveria adotar. Um dos melhores livros que já li na vida. 

29 de nov. de 2014

O Prazer do Bem-Aventurado

Por Fred Lins 


Tenho refletido detidamente e me debruçado sobre o Salmo 1. Claro que não apenas o ele, mas todo o livro de Salmos e o seu uso no culto judaico. Desta feita, quero me dedicar e dividir com cada um dos leitores as profundas lições obtidas deste texto. Não espere nada novo, nada que talvez nunca tenha percebido, nada que te chame atenção a ponto de saltar os olhos da nossa Teologia, no entanto a perspectiva pela qual se olha este texto e a lente obtusa da nossa própria existência nos faça ofuscar as verdades Espirituais contidas neste maravilhoso e profundo texto. 

O Salmo 1 ao contrário do que muitos dizem não foi composto por Davi e nem há traços semânticos, nem presença textual que confirme tal autoria. Mas Talvez atribuímos ao mesmo, por apresentar características presentes nesse admirável personagem Bíblico. Há no “varão bem-aventurado” um alto nível de piedade, de satisfação, de dedicação, de firmeza, como há algum tempo não vejo no nosso atual contexto eclesial. Outra característica presente no livro de Salmos - e está presente no texto em apreço - é a presença de paralelismos, sejam eles: antitéticos, sinonímicos, emblemáticos... Por certo é algo que torna peculiar e de singular sentido neste maravilhoso livro.

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
(Sl 1.1)

O caminho do varão infeliz (contrário de bem-aventurado) é trilhado por uma progressão de escolhas que inicia-se a partir do conselho. Obviamente, não é qualquer conselho, mas o conselho do impiedoso, do incircunciso, daqueles que nada tem haver com Deus. O conselheiro leva tal infeliz a imitar (termo usado pela versão NVI, substituindo detém) uma conduta e como já disse, progressivamente, o leva a compactuar com as ideias agora compartilhadas. Quem nunca vivenciou tal realidade, nunca percebeu irmãos na caminhada sendo seduzidos por conselhos e por práticas pecaminosas que nos levam de maneira progressiva a conviver com o pecado. Outra faceta desse mau conselho é reconhecer que apesar de estarmos dentro de uma comunidade cristã, somos por vezes surpreendidos com “crentes” que possuem um conselho impiedoso. Senhor, ajude-nos a enxergar em Ti e naqueles que te servem o conselho que necessitamos.

Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite.
(Sl 1.2)

Não há como negar que a progressão da prática pecaminosa desenvolve uma certa sensação de prazer (falsa). Não é a toa que o versículo 2 inicia exatamente com esta expressão: “sua satisfação” (seu prazer), justamente indicando que o prazer do bem-aventurado está no Senhor, nas Sua Palavra e na meditação diária da mesma. Alguns comentários afirmam que uso da expressão “meditação de dia e noite” possivelmente revela uma prática comum entre os judeus, o uso dos filactérios (tefilins). Os filactérios eram pequenas caixas que possuíam correias na sua extremidade e poderiam ser atadas na mão esquerda ou na testa. Nestas pequenas caixinhas haviam um conjunto de quatro textos que enfatizavam o cuidado na preservação da Lei do Senhor e de seus decretos (Ex. 13.1-10, Ex 13.11-16, Dt 6.4-9, Dt 11.13-21). Este cuidado deu origem a Shemá: no qual se diz שמע ישראל י-ה-ו-ה אלוהינו י-ה-ו-ה אחד (Shemá Yisrael Ado-nai Elohêinu Ado-nai Echad - Escuta ó Israel, Ado-nai nosso Deus é Um (Dt 6.4-9). O cuidado na manutenção da Lei do Senhor no coração e na mente dos judeus era o zelo do próprio Deus com o Seu povo. Que hoje também tenhamos jovens, homens e mulheres zelosos pela palavra de Deus e com ávido desejo de meditação diária.

Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.

Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. 
(Sl 1.3-4)

Esses dois textos estão relacionados entre si. Obviamente que uma árvore plantada em um terreno regado por águas dará certamente seu fruto e as suas folhagens são conservadas (não murcham). Enquanto que os ímpios são como grãos soltos e sem sustento e fundamento. De um lado encontramos firmeza, força e certeza do futuro. Do outro encontramos incerteza, fraqueza e inexistência de futuro. Que a Graça de Deus nos ofereça segurança, certeza, firmeza, profundidade e certeza na Esperança futura.

Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá.
(Sl 1.5-6)

Estes dois versículos tanto podem ter o significado de merecimento e recompensa tanto para o justo (bem-aventurado) quanto para o ímpio, como uma dimensão escatológica. Seremos por Deus julgados e por Deus absolvidos ou condenados. Por fim, o justo vive sobre uma condição de prosperidade (plenitude e completude em Deus). De fato somente em Deus é possível ter certeza de toda a recompensa que os justos, segundo Ele, podem receber. Que esta certeza esteja presente em nosso coração e nos encha a mente de toda a sua justiça.

24 de nov. de 2014

Indicação de Teólogos Reformados Brasileiros


Olá pessoal, aqui vai mais uma lista de teólogos reformados, só que dessa vez serão indicados apenas os que produzem em solo tupiniquim. Então, esperamos que vocês gostem das indicações e corram atrás de estudarem através destes sábios homens de Deus. 

Abração!!!

Fred Lins indica Jonas Madureira

Ultimamente tem sido um dos tantos teólogos de destaque no contexto brasileiro, que mais me impressiona, não apenas pela intelectualidade, pelo academicismo aflorado, mas, sobretudo, pela capacidade de tornar acessível conhecimentos complexos tanto no campo da Filosofia quanto da Teologia. Defensor de uma ação mais efetiva e eficaz de cristãos nas universidades e círculos acadêmicos. É autor do nono volume da série, Curso Básico de Teologia Vida Nova. Também é autor de diversos artigos veiculados em revistas e palestras vinculadas na internet podendo ser facilmente acessadas no You Tube.

Thomas Magnum indica Hermisten Maia

Ao falar do Dr. Hermisten Maia estamos falando de um intelectual cristão profícuo, com vasta experiência acadêmica. Tem escrito abundantemente sobre Bíblia, teologia sistemática, educação cristã, história, teologia confessional e teologia contemporânea. Seu trabalho merece atenção ímpar por parte dos estudantes de teologia e também de cristãos que versam por outras áreas da academia. Hermisten também é uma das maiores autoridades na literatura de João Calvino no Brasil, a leitura de sua obra certamente é enriquecedora. Não somente um teólogo, cientista da religião e pedagogo, mas, um pastor que tem contribuído na edificação da igreja de Cristo e na formação de obreiros, recomendo sua obra entusiasticamente.

Wallace Jaguaribe indica Augustus Nicodemus Lopes

Para mim, o Augustus Nicodemus é o mais importante teólogo brasileiro, no momento. Sua obra mais recente, Apóstolos: verdade bíblica sobre o apostolado, é bem apropriada para o período em que vivemos no país; Um alerta para pastores e ovelhas das recentes gerações. Fiquemos alertas, pois, lobos disfarçados de ovelhas estão atacando o rebanho.

Morgana Mendonça indica Paulo Anglada

Seu trabalho como escritor na área da Manuscritologia e Hermenêutica tem me proporcionado um maior conhecimento das Escrituras. Excelente escritor e professor, além de um admirável pregador. Seus livros têm enriquecido nossa teologia reformada brasileira. Anglada é autor de várias obras importantes. No entanto seus últimos livros que tive o privilégio de ler foram Manuscritologia Do Novo Testamento e Sola Scriptura. Suas pregações estão disponíveis e seu arcabouço literário deve ser lido por cristãos, não só para acadêmicos pois seu trabalho tem sido para todo o público interessado na obediência das Escrituras. Por que indicar o Rev. Paulo? Minha resposta é simples: além de ser um grande teólogo reformado, é também, um cristão comprometido com o Reino.

Bruno Silva indica Hernandes Dias Lopes

Indico o Pastor Hernandes Dias Lopes, por ser um homem comprometido com a exposição das Escrituras, e por ser conhecido pela sua devoção e piedade. Possui uma extensa lista de obras publicadas, contudo, gostaria de indicar o livro “Homens de Oração”, escrito em conjunto com Arival Dias Cassimiro.

Thiago Oliveira indica Leandro Lima

Indico o Leandro Lima por seu trabalho na área da escatologia amilenista. Suas exposições sobre o Apocalipse possuem bastante respaldo bíblico. Ele também é brilhante na defesa do calvinismo, denunciando os excessos dos chamados hipercalvinistas. Assinando com L.L. Wurlitzer, publicou Olam, uma obra de literatura fantástica, gênero em que John Bunyan, C.S. Lewis, J.R. Tolkien, Alister McGrath, e muitos outros cristãos já exploraram. É autor de Razão da Esperança, dentre outros.

Luciana Barbosa indica Heber Carlos Campos

Indico reverendo Heber Campos e suas excelentes obras nas mais diversas áreas da teologia. Sobre teontologia temos “O Ser de Deus e Seus Atributos”, na antropologia temos a série de sete livros sobre “O Habitat Humano”, começando em Gênesis, especificamente no Éden (o paraíso criado), e terminando em Apocalipse 21 (o paraíso restaurado), na Cristologia temos “As Duas Naturezas do Redentor” entre outras obras. Por que indico a leitura do Heber? Porque é uma leitura fascinante e de riquíssimo conhecimento.

Fernando Carvalho indica Russell Shedd

Indico o Dr. Russell Shedd por ser um relevante teólogo em nosso tempo, alinhando ensino teológico e aplicabilidade, isto é, testemunho prático. Um dos homens mais piedosos que já conheci, e embora sendo filhos de norte-americanos e tenha se formado em teologia nos EUA, o Dr. Shedd está há muito tempo no Brasil e sua obra extensa foi produzida em território nacional.

Thiago Azevedo indica Elcias Martins

Minha indicação vai para Elcias Martins, professor do S.T.P.N e pastor da 2º igreja Batista em Casa amarela (Recife-PE). Além de ser mentor da minha caminhada no aperfeiçoamento da fé cristã Elcias é um teólogo equilibrado e que possui um domínio como poucos de um dos temas mais importantes do cristianismo, a saber, a graça de Deus. É autor da obra “Como vai sua administração? Uma reflexão prática sobre Mordomia Cristã”. Uma obra que aborda questões práticas sobre mordomia. Possui em andamento uma obra prefaciada pelo Reverendo Hernandes Dias Lopes.

Samuel Alves indica Franklin Ferreira

Indico o Franklin, pastor batista e profundo conhecedor da Palavra e da história da Igreja Cristã. É autor de pérolas da literatura teológica nacional, tais como: “Agostinho de A a Z”, “Servos de Deus”, “A Igreja Cristã na História” e co-autor, juntamente com Alan Myatt, de uma Teologia Sistemática publicada por Edições Vida Nova, editora na qual realiza o importante trabalho de consultor teológico.

31 de out. de 2014

Perseverança dos Santos


Por Fred Lins 

"Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade." 

II Tm 2.19

“Uma vez salvos, salvos para sempre!”. A máxima mais conhecida entre os reformados define em poucas palavras, mas essencialmente a Doutrina da Perseverança dos Santos. O texto Bíblico citado chama-nos atenção para uma doutrina que se encontra dentro da TULIP (cinco pontos calvinistas). A perseverança dos santos é uma doutrina que nos transmite segurança e produz alento em meio às incertezas e adversidades deste mundo (II Tim 1.12). Então alguns que andam em uma vida libertina podem achar precedente para continuar em uma vida pecaminosa? Jamais! Como diz Paulo “De modo algum. Agora, porém transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim, a vida eterna...” (Rm 6.15,22).

A verdadeira Doutrina da Perseverança dos santos também nos incita e desafia à fidelidade, e à consagração pessoal por meio da palavra, da oração, da comunhão do exercício da disciplina cristã, enfim, todos os meio cooperam para que o fins sejam indubitavelmente alcançados (apresentados diante de Deus íntegros e irrepreensíveis).

Em razão de profundo amor e Justiça em Cristo temos este decreto fundamental e tão amplamente difundido nas Escrituras Sagradas. Trata-se da união inseparável dos remidos em Cristo, da contínua intercessão de Cristo por tais, e do Espírito e da semente da Deus habitando nos eleitos, jamais poderão de maneira definitiva, cair deste estado, mas conservados em Deus por meio de Cristo, mediante a Fé para salvação.

- Perguntas mais frequentes acerca da doutrina da Perseverança dos santos: 

É muito comum entre os cristãos das mais diferentes linhas doutrinárias e de confessionalidade fazerem determinados comentários ou despertarem algum tipo de dúvida em relação ao tema. Pensando nisso tentaremos responder a algumas das mais frequentes perguntas entre os cristãos e embasaremos todas as respostas em textos que fundamentam tal Doutrina.

1) A quem é garantida a conservação (perseverança dos santos) por meio de Deus em Cristo Jesus?

É garantida a todos e somente aqueles que foram eficazmente:

Chamados por Deus e em Cristo santificados. Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo(Fil. 1.6).

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Fiel é o que vos chama, o qual também o fará. (I Tes. 5.23-24). 

2) O eleito pode cair do estado de Graça?

É impossível para aqueles que um dia foram eleitos em Deus na Eternidade e chamados segundo a sua boa vontade cair do estado de Graça:

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo, Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas. (I Pe.1:3-9)

E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. (Jo. 10.28-29) 

3) Qual o papel da Trindade no desenvolvimento da conservação dos eleitos? 

A ação da trindade na conservação dos eleitos é evidente, a saber:

O livre e imutável amor de Deus o pai 

Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. (Ef 1.4-5) 

Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno. E confiamos quanto a vós no Senhor, que não só fazeis como fareis o que vos mandamos. Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.(II Tes. 3.3-5) 

A eficácia do mérito de Jesus Cristo e a sua intercessão 

Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hb 7.25)

Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. (Hb 9.12-15) 

A permanência do Espírito e da semente de Deus neles. 

Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. (I Jo 3.9)

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. (Jo. 14.16-17) 

4) A perseverança dos santos é coerente com a natureza do pacto e da Graça? 

À medida que somos completamente passivos para a salvação e entendemos que é fruto da Graça de Deus e da sua misericórdia, por conseguinte modo todos os demais processos envolvidos na obtenção da salvação também é fruto da Graça. Somente um Deus que é capaz de salvar, também é capaz de conservar em salvação, logo tanto a salvação quanto a sua conservação são produtos da Graça. 

E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.
(Jr. 32.40) 

Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo; E não ensinará cada um a seu próximo, Nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior. Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais. (Hb. 8.10-12) 

5) O salvo pode ser tentado? 

O Eleito não pode cair totalmente e nem finalmente da Graça, ou seja, voltar ao estado de não-regenerado, mas poderá a medida que negligencia as disciplinas eclesiásticas se submeter a um estado temporário de pecado, o salvo até pode pecar, mas, jamais o pecado terá domínio sobre a vida dele. 

Pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles restante e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas graças e confortos; têm os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicam e escandalizam ou outros e atraem sobre si juízos temporais. (confissão de Fé de Westminster 17:3)

6) Caso o salvo ceda a tentação o que acontece com o mesmo? 

Ele não perde a salvação, mas com certeza sofrerá as consequências temporais do deslize, tais como: 

- Desagrada a Deus (Is. 64.19).
- Entristecem o Espírito Santo (Ef. 4.30).
- Privados da Graça e do conforto de Deus (Sl 51. 8,10,12)
- Experimentam o sofrimento (Sl 32.3, 4; 51.8)
- Prejudica e escandalizam outros (II Sm 12.14)
- Atraem sobre si Juízos temporários ( II Sm 12.10, 14, 15; Sl 89.30-33) 
_______________________________
Bibliografia utilizada: 

Calvinismo – As antigas Doutrinas da Graça – Paulo Anglada.
Teologia sistemática – Wayne Grudem.
Estudos Doutrinários – Eneziel Peixoto de Andrade – Cultura Cristã.



26 de out. de 2014

Indicação de Teólogos Reformados



Estamos chegando próximo de mais um aniversário da Reforma Protestante. Quase 500 anos após este evento, a Teologia Reformada ganhou o mundo e vem sido redescoberta nessa primeira década do séc XXI. 

Por conta disso, a equipe de articulistas do Electus decidiu publicar uma indicação de leitura para todos os que estão descobrindo ou querem se aprofundar nos estudos que se originaram da Reforma. Optamos por indicar apenas teólogos do séc XX. 

Aproveitem!!!

Luciana Barbosa indica o Anthony Hoekema:


"Foi um dos grandes nomes na teologia. Seus livros são tópicos centrais na teologia reformada. Sempre cuidadoso na análise bíblica, e o melhor, textos que qualquer pessoa consegue ler e entender.Um dos melhores autores em antropologia, soteriologia e escatologia.

Bruno Silva indica o Augustus Nicodemus:


Um dos teólogos brasileiros mais prestigiados. Um renomado autor, exegeta e pastor. Gostei muito do seu livro sobre Batalha Espiritual. Seu livro mais recente, lançado pela Fiel chama-se Apóstolos.

Wallace Jaguaribe indica o J.I. Packer:


Eu recomendo o eminente Teólogo, por ser um notável estudioso da Bíblia e um brilhante defensor da Teologia Reformada.

Thiago Azevedo indica o Alvin Plantinga*:


A curiosidade em saber mais de seus escritos é que tem me feito debruçar no estudo do inglês. Atualmente possui apenas duas obras traduzidas para o nosso idioma, mas que já respondem questões fundamentais e complexas da fé como a existência de Deus e do mal não implicando em uma contradição. Recomendo ‘Deus a Liberdade e o Mal’ e ‘O conhecimento de Deus’, sendo esta última em parceria com Michael Tooley.

Morgana Mendonça indica o G.K. Beale:


Recomendo muito os escritos do Doutor e professor G. K. Beale, um grande teólogo com muito o que ensinar em suas obras sobre Teologia Bíblica. Tenho me dedicado a exegese e tenho me aproximado de seus livros. Tenho lido ‘Você se torna aquilo que adora’ e ‘O uso do Antigo Testamento no Novo Testamento e suas implicações hermenêuticas’ é extremamente fantástico. Em cada livro, uma belíssima exposição das Escrituras, aguardando a tradução do próximo "The Temple and Church's Mission" (O Templo e a Missão da Igreja).

Fernando Carvalho indica o John MacArthur:


Indico o John MacArthur pela sua pregação expositiva concisa, abordando dificuldades contemporâneas que a Igreja vem enfrentando ao redor do mundo. É um dos pregadores mais influentes na realidade. ‘Com Vergonha do Evangelho’, ‘Pense Biblicamente’ e ‘Escravo’ são seus livros mais destacados”.

Thomas Magnum indica o Martyn Lloyd-Jones:


Foi um dos grandes se não o maior expositor bíblico do século passado. A leitura de Jones em nossa geração é imprescindível. Além de ser conhecido pelos seus exaustivos comentários de Romanos, Atos e Efésios; ele escreveu sobre teologia sistemática, assuntos atuais em Discernindo os tempos e um livro que é leitura obrigatória para qualquer um que tenha recebido o ministério da pregação: Pregação e Pregadores.

Fred Lins indica o John Piper:


Meus primeiros contatos com a literatura de Jhon Piper foram ainda no seminário, mas lembro ainda hoje a minha reação quando comecei a ler ‘A supremacia de Deus na pregação’. É muito mais que um livro acadêmico. É uma belíssima obra que expõe como poucas a relação de Deus com a sua Glória por meio da exposição da palavra. Indico pela profundidade, pela linguagem acessível e pela belíssima leitura que propicia a todos quantos tem a oportunidade de ler a sua obra.

Samuel Alves indica o Geerhardus Vos:


Indico por ser um teólogo revelacional, assim, ao lê-lo vamos mergulhar na mais profunda das maravilhas da revelação especial de nosso Deus. ‘Teologia do AT E NT’ foi o livro que marcou minha vida acadêmica.

Thiago Oliveira indica o Palmer Robertson:


Recomendo o Palmer Robertson por ser um teólogo de muita profundidade e ao mesmo tempo possuir clareza em suas ideias. Ainda a pouco li ‘O Israel de Deus’ e fiquei maravilhado com o equilíbrio e a precisão de sua exegese. Outros dois livros conhecidos do autor são: ‘A Palavra Final’ e ‘O Cristo dos Pactos’. Palmer é conhecido pelo ensino da Teologia da Aliança."

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*Plantinga é um renomado filósofo cristão, e não propriamente um teólogo. Sua educação reformada, estudou no Calvin College, e endossa a visão de Calvino de que Deus implantou o "senso de divindade" ou "semente da religião" na mente humana. Todavia, por questões filosóficas, faz uma defesa do livre-arbítrio para explicar o problema do mal. Ele entra aqui nessa lista como um filósofo que tem um posicionamento protestante ortodoxo reconhecido pela sociedade norte-americana. 

22 de out. de 2014

Um Mal chamado Soberba


Por Fred Lins

“Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper; e transgrediu contra o Senhor seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso. “
2 Crônicas 26:16

Este é um dos textos que ultimamente tem me provocado uma profunda reflexão. O contexto trata da história do rei Uzias, Talvez, um dos mais bem sucedidos reis de Judá. O avanço que o reino de Judá alcança sobre o governo de Uzias é um dos mais importantes e mais bem estruturados. Ele promove mudanças arquitetônicas, promove atração de investimentos tanto na agricultura quanto na pecuária, devido a construção de poços, cria uma tropa de elite formada por dois mil e seiscentos homens, um exército com mais de trezentos e sete mil soldados, investe nos principais armamentos da época. Devido a todo esse crescimento o seu nome crescia e ele tornava-se cada vez mais poderoso (2 Cron. 28.8).

Fico pensando com meus botões: o que faz com que alguém não reconheça que tudo o que tem, e o que vier a ser é resultado da Graça do nosso Deus e portanto não cabe a nós nos gloriarmos? Mas como manter-se intocável, inatingível quando somos promotores de tão grande crescimento? Talvez a resposta esteja também no comportamento contrário de Uzias. O Texto vai deixar bem claro que o ápice da queda de Uzias acontece quando ele entende que pode fazer algo que somente homens específicos (sacerdotes) poderiam fazer , que era justamente oferecer sacrifício.

Deixa-me chateado o comportamento de algumas pessoas que se acham detentores de todos os dons e tudo o que graciosamente Deus nos dá. Deus não nos deve nada! Portanto as dádivas não são minhas e muito menos são as melhores (para mim mesmo), elas servem para o melhor aproveitamento do Reino e exercício do serviço cristão. Deus capacita a quem quer para determinadas funções e isso nos faz entender que temos limites, temos carências, não conhecemos todas as coisas e não somos os melhores no que fazemos. Esse pensamento altivo é reflexo dessa teologia manchada de humanismo, que diz: “Deus precisa de nós para executar sua obra”. Não! Nós precisamos d’Ele e é exatamente por isso que nos engajamos no serviço do Reino. Necessitamos colocar nosso talentos a serviço de Deus.

O texto de provérbios é muito enfático e se encaixa perfeitamente na construção desse pensamento, quando diz: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda (Pr. 16:18)”. Cuidado meus irmãos com todo conhecimento, toda intelectualidade, toda inteligência. Li esses dias uma frase que não sei exatamente de quem é, mas que fala o seguinte: “A soberba leva ao ser humano a solidão, traz a guerra e desagrada a Deus.” Que o nosso Deus nos ajude a não submetermos o nosso coração a esse sentimento tão sórdido, enganoso e destrutivo, mas sigamos o conselho do apóstolo Thiago: “(...) Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tg 4.6b).

Para nossa reflexão, e quando digo nossa me refiro a todos quantos militam em favor da sã doutrina, pois, muitas vezes nos pegamos achando que temos todas as respostas, ou que todas as respostas estão nos grandes teóricos da Teologia (Calvino, Lutero, Knox... entre outros). Todas as respostas estão no Deus a quem esses homens sempre serviram. Esses homens não precisam que nós afirmemos o que eles já fizeram, pois se fizeram, fizeramporque tinham total convicção de quem serviam. Para pensarmos e refletimos deixo G. K. Chesterton: “Se eu tivesse apenas um sermão para pregar, seria um sermão contra a soberba” .Deus nos ajude e nos livre desse mal! Amém.

10 de out. de 2014

Do que está cheia a nossa boca?


Por Fred Lins

Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. (Salmo 126.2)

Este é um dos textos em que profundamente sou tocado, quando leio, principalmente quando recordo os atos que o povo de Israel (Judá) cometeu contra o seu Deus. As inúmeras vezes que eles foram exortados pelos profetas e os constantes atos pecaminosos e desonrosos. A manifestação do cuidado e de toda proteção de Deus parece que não tinham sido suficientes para eles, resultando na ida deste mesmo povo a uma das páginas mais tristes de toda história de Israel (neste contexto, povo de Judá): O cativeiro babilônico. Após setenta anos de muito sofrimento, mas também de muito reconhecimento do quanto Deus se manifestou e foi benevolente, o salmista compõe esta pérola. 

Convido-te e não somente ler, mas meditar (ruminar) na Graça e na bondade que todos os dias Deus dispensa sobre nós.

“Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico”

Ler este texto e nos reportamos para o contexto pós-exílio nos faz refletir sobre essa expressão e nos leva a seguinte pergunta: De que a nossa boca está cheia? Lucas no capítulo 6, no final do verso 45, vai dizer que a boca fala daquilo que está cheio o coração. Como nós temos chegado diante de Deus? Qual tem sido - diante das pessoas que nós conhecemos - a nossa postura? De gratidão? Entendo que a vida é cheia de altos e baixos, decepções, incertezas, dúvidas, frustrações e tantas outras variáveis, todavia, em todas as coisas Deus nos conserva, nos conduz, e nos providencia todo necessário, logo não posso ter em meus lábios e na minha língua outra atitude que não seja louvar a Deus por seus grandes feitos.

O salmista fala de uma realidade em que na sua boca não existe espaço para outra coisa que não seja cantar ao Senhor e alegrar-se. Olhe para trás e veja como Deus tem providenciado e abençoado de tal maneira a sua vida. É maravilhoso aos nossos olhos! Deus cuida de nós não porque merecemos, e sim por que ele é bom. Sua bondade tem que ser vista por nós com alegria. E por falar em alegria, não me refiro ao sentimento exterior, mas a gratidão em Deus de estar contente e conformado em todas as coisas, em toda e qualquer situação. Faço referência a mais profunda de todas as epístolas, conhecida como a epístola da alegria: Filipenses. O contexto no qual Paulo está inserido e escreve a tal epístola é desolador, desanimador, tenso e completamente deprimente, mesmo assim, Paulo fala do termo “alegria” 16 vezes em apenas quatro capítulos. Que o mesmo sentimento queime o nosso coração, expurgue de nós os ídolos, e nos faça provar verdadeiramente de tal sentimento (Fp 4.13).

Apesar de todas as atitudes imorais, idólatras e ingratas que os filhos de Israel haviam praticado contra Deus, fatos estes que o levaram ao cativeiro, este povo manifestava a consciência de que Deus tinha e estava manifestando a Sua ira sobre eles. Isto fica muito claro no contexto do livro de Esdras. O propósito de Deus estava claro: promover restauração. A ação de Deus e a sua punição por pecados antes cometidos havia de tal forma alcançado êxito, pois os demais povos (gentios) falavam e anunciavam entre si percebendo a ação sobrenatural do Deus e Senhor todo poderoso:

"se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes."

O povo gentio entende-se por pessoas que não gozam da presença de Deus, da Sua comunhão, da oportunidade de ser sua morada. Mas o que me surpreende é que até eles (gentios) olham para tudo o que Deus tem feito e mesmo não aliançados com o SENHOR dizem: "Deus tem feito grandes coisas". Meu irmão, Deus já tem feito grandes coisas em você? Ele tem sido o teu refúgio? Ele tem te protegido e guiado? Glorifique a Deus por tudo isso e lembre-se: há certos momentos para desânimo, tristeza e até desencorajamento, mas nunca seja ingrato. Agradeça e glorifique a Deus em todos os momentos (I Ts 5.18).

2 de out. de 2014

Deus é fiel a mim?

Por Fred Lins

Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo. 
II Tim. 2.13


Deus é fiel a mim?

Quando me deparo com canções e citações com as seguintes frases: “Deus é fiel aqueles que são fiéis”,“ Deus vai honrar a tua fidelidade”, “Fiel, Senhor meu Deus, fiel a mim,”. Fico me perguntando: O que seria de Abraão se Deus não tivesse se manifestado a Ele? O que seria de Moisés? De Davi?  Do colégio apostólico? Enfim, da história progressiva da revelação? Com toda certeza essa história nunca teria acontecido. A verdade que sustenta toda a fundamentação Bíblica é que Deus revelou-se a nós, a sua iniciativa e ação resultou no que somos hoje, logo não há méritos para nós, não há elogio.

A quem Deus é fiel?

O texto citado no início assegura-nos de que a fidelidade de Deus não estar fundamentada em nós, mas fundamenta-se nEle mesmo, em seus decretos, sua palavra e sua Graça (natural e especial). Não há uma só expressão Bíblica que me garanta que a fidelidade de Deus tem a mim como finalidade. A fidelidade de Deus é reflexo do seu caráter, justiça e bondade. Quando sou agraciado com bens espirituais, materiais, ou bens de qualquer natureza é a manifestação da Graça e bondade de Deus em minha vida.

Se Deus não é fiel a mim, logo posso fazer o que fizer e serei abençoado?

Vamos partir do princípio usado no Antigo Testamento. Quando Deus exigia dos homens retidão, justiça e fidelidade não que dizer que Deus estava estabelecendo uma meritocracia, nem muito menos estimulando uma barganha, mas ensinando o princípio da responsabilidade humana. Na nova aliança o princípio é mais sofisticado, mas não exclui o mesmo princípio utilizado antes, logo manter-me fiel a Deus não me garante mais do que realmente Deus possa me agraciar, mas o oposto traz sobre mim profundas consequências. O princípio da fidelidade em Deus não passa por nuances e instabilidades humanas, mas persiste em fundamentar-se no caráter imutável e estável de Deus.

A fidelidade de Deus e o evangelicalismo Brasileiro

Em um contexto onde as características da suposta espiritualidade não passam de misticismo, experiencialismo e subjetivismo. O que esperar em se tratando do conceito acerca de fidelidade? É obvio que neste ambiente sobressai sempre o exclusivismo do “evangelho” egocêntrico, encharcado de si mesmo e muito mais comprometido com suas “vãs” experiências sobrenaturais. A fidelidade em ambientes narcisistas e maquiados de piedade transforma-se em troféu de crente fiel, quando não é usado como enredo do confronto revanchista entre irmãos, mas também é oferecido como um “toma lá da cá” para aqueles que entram nos “desafios”, “carnês” e “campanhas” das arapucas preparadas para fisgar o primeiro que aparecer.

Deus é fiel

Essa frase esta estampada como slogan de uma determinada denominação, mas certamente não evidencia a realidade textual de tão profunda declaração. A fidelidade e a ação de Deus trabalham em conjunto sempre com o propósito de enaltecer a sua glória, de estabelecer a sua vontade, de fazer cumprir os seus estatutos. Há um texto que me faz perceber esta fidelidade de Deus que independe de mim, mas ao mesmo tempo me impõe responsabilidade. É a narrativa de Deuteronômio capítulo 7 e versículo 9 que diz o seguinte:

Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos.

A narrativa em destaque faz parte de uma orientação de Moisés ao povo que estava no deserto, para que eles não se contaminassem com os povos cananeus, mas que se preservassem em favor de cumprir o que Deus estaava exigindo. Mas observe que a narrativa trata Deus como “Deus fiel” muito antes de adentrarem na terra, logo a atribuição de Deus fiel, não depende de mim, mas do próprio caráter de Deus em conjunto com a sua ação. Outra observação pertinente faz parte da responsabilidade humana: ... guarda a aliança e a misericórdia... aos que o amam e guardam os seus mandamentos.Quem guarda a aliança e permanece inalterável é Deus, logo é Ele mesmo que garante a sua palavra. Deus é o penhor daquilo que Ele mesmo fala. Outra observação ocorre na responsabilidade do homem, ou seja, somente aqueles que guardassem os mandamentos provariam a fidelidade de Deus, mas não por causa do homem, mas por conta dEle (Deus) mesmo.