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18 de set. de 2014

Eleitos segundo a Presciência


Por Joel Beeke

Os eleitos são escolhidos “segundo a presciência de Deus Pai”, disse Pedro. Ao usar o termo “presciência”, ele não estava se referindo somente ao intelecto e à onisciência de Deus ou ao seu conhecimento de eventos futuros, incluído seu conhecimento de que certas pessoas creriam. William Perkins escreveu: “Não somos eleitos… quer por nossa fé, quer de acordo com nossa fé, mas para a nossa fé; ou seja, eleitos para que creiamos”.¹ Pedro estava se referindo à presciência referente ao decreto, à determinação de Deus quanto àqueles que ele salvaria graciosamente da condenação justa. A presciência de Deus é inseparável de seu plano e propósitos soberanos (At 2:23), incluindo sua predestinação de pecadores para serem conformados a Cristo. Como diz Romanos 8:29:

“Aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho”.

A eleição de Deus não é impessoal, nem caprichosa. Sabemos que isso é verdade porque, nas Escrituras, a ideia de conhecimento é mais afetiva do que intelectual; e isso é particularmente verdadeiro no conhecimento de Deus. Para Deus, conhecer verdadeiramente é amar verdadeiramente.  Em Amós 3:2, Deus declarou Israel: “De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi”. Isso não significa que Deus ignorava tudo que estava acontecendo na Babilônia ou no Egito. Deus sabe tudo que se passa no mundo, incluindo a queda de cada pardal. Mas o conhecimento de Deus é inseparável de seu amor paternal e especial para com seu povo eleito. Esse amor, por sua vez, é inseparável da seleção e aprovação de Deus. Essa é a razão por que Cristo, embora onisciente, poderá dizer aos impenitentes no Dia do Juízo: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7:23). É claro que eles sabe tudo a respeito dos incrédulos impenitentes; ele os conhece por completo, mas não os conhece afetivamente.

A eleição de Deus quanto a seu povo é o seu selo de que os ama. Visto que Deus os elegeu, ele os amará em Cristo, seu Salvador, o qual os ama de tal modo que os chama de sua noiva. Além disso, havendo Jesus ido à cruz, para morrer por sua noiva, tomou sobre si mesmo todos os débitos dela. A presciência de Deus quanto a seu povo é como o amor de um homem por sua esposa. A presciência de Deus significa que ele ama tão apaixonada e intimamente seu povo, que ofereceu seu próprio Filho para ir ao Calvário por eles.

Assim, Deus, o Pai, elege seu povo com base em seu amor eterno, constrangedor e soberano por eles. Por que ele os ama? Porque escolheu fazer isso. Amor soberano e imutável é a alegria e a realidade crucial do universo. É o alicerça da graça redentora de Deus. Não podemos ir além desse amor soberano, para chegarmos a qualquer outra coisa. O amor é a realidade essencial em Deus mesmo. Deus é amor.

A presciência de Deus significa que ele tem sempre amado o seu povo. Ele os ama desde a eternidade. Assim como um cristão que crê na Bíblia não pode imaginar que Deus não existe, não é eterno, não é trino, assim também ele não pode pensar que Deus não ama o seu povo e não exerce esse amor por meio de seu gracioso plano de salvação. Henry Law disse:

“O amor eterno elaborou o plano; a sabedoria eterna traçou o modelo; a graça eterna veio ao mundo para realizá-lo”.²

O amor de Deus é espontâneo, seletivo e gracioso. Oh! Que glória é compreendemos que Deus é sempre assim! Ele sempre amou sua noiva, a igreja, e sempre foi intensamente apaixonado por sua salvação. Querido crente, permita que esta verdade admirável aprofunde-se em sua alma: Deus escolheu-nos porque ele sempre nos conheceu de antemão, significando que sempre nos amou.

Divulgação: Canal Sal e Luz
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¹ Citado em John Blanchard, The Complete Gatherded Gold, p. 163.
² Henry Law, Christ is All: The Gospel in the Pentateuch (Stroke-on-Trent, U.K.: Tentmaker Publications, 2005), p.253.
Texto retirado do Livro Vivendo para a Glória de Deus: Uma Introdução a Fé Reformada, de Joel R. Beeke. Editora Fiel.
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16 de set. de 2014

A Doutrina da Eleição na História de Jó



Por Thiago de Azevedo


Não é de se esconder de ninguém que estes temas, Livre-Arbítrio e Eleição têm andado juntos por longas décadas. Mas, o que é notório, é que estes temas são muito mais antigos do que se pensa. Analisando de forma atenta a história de Jó, nota-se que a realidade acerca dos dois temas já estava presente ali. Acerca do Livro de Jó em si, há um consenso entre os estudiosos, que os relatos ali apresentados são os mais antigos das Escrituras Sagradas. Por sinal, a Bíblia não segue uma ordem cronológica e sim uma ordem teológica. É por isso que o livro de Jó não encabeça a ordem dos livros canônicos. Também é um consenso entre os estudiosos que a história do Livro de Jó tenha ocorrido numa datação bem próxima do Pentateuco. Assim, este livro possui algo peculiar, os fatos ali narrados não foram contemporâneos ao autor. Ou seja, quem escreveu Jó escreveu coisas que haviam ocorrido muito antes daquele período em que fora escrito. Diferentemente dos livros proféticos que possuem – em grande parte – fatos contemporâneos ao período de seu registro. O estilo literário de Jó é muito próximo do estilo literário do Pentateuco, paralelo a isso, a antiga ocorrência dos fatos ali narrados faz com que as suspeitas de sua autoria recaiam sobre Moisés – a cidade de Uz ficava bem próxima de Midiã, cidade onde Moisés passou boa parte de sua vida, a saber, 40 anos.

Explorando alguns textos do Livro de Jó, é nítido que a Eleição predomina sobre a falácia do livre-arbítrio: 

PRIMEIRO TEXTO - Disse então o Senhor a Satanás: "Repa¬rou em meu servo Jó? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal". Jó 1:8

Deus começa falando de Jó e o adjetiva como Seu servo. Aqui Deus faz questão de dizer que Jó é dEle. Não foi ninguém que escolheu Jó para Deus, e sim o próprio Deus. Aspectos da soberania divina são vistos em todo o livro e principalmente quando Deus interroga Jó perguntando onde ele estava quando Ele lançou os fundamentos da terra e do mundo Jó 38. Outros textos da Sagrada Escritura corroboram com esta ideia (veja Jo 5:19 e 1º Jo 4:19). Deus ainda diz que não há ninguém como Jó em toda a terra. Evidentemente que Deus fala de Jó, mas o diferencia sobre toda a terra. É assim que os eleitos aos céus devem ser notados – distintos – e não se assemelham com os néscios e os ignóbeis – destinados ao inferno. É preciso que se entenda que há dois grupos de eleitos, um ao céu e outro ao inferno. Cada grupo evidencia as características de seus senhores. No texto, ainda é possível ver que os eleitos ao céu possuem algumas características marcantes – integridade, retidão, temor a Deus e se desviam do mal – Estas são as características de um verdadeiro eleito ao céu.

SEGUNDO TEXTO - Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face. Jó 1:10-11

A alegria do eleito não está nos seus bens materiais e nem nas bênçãos, e sim, na certeza e na convicção de sua salvação. Satanás se engana, pois pensa que a ausência de bens materiais é motivo para abdicar da fé. Por sinal, não há nada que faça o eleito abdicar de sua fé (Rm 8: 37-39). Aqui é possível enxergar que Satanás traz o conceito do livre arbítrio para dentro de sua lógica, pois ele diz a Deus que se Jó perder seus bens ele se arrependerá de ser fiel e escolherá blasfemar. O eleito aos céus não comete blasfêmia, não se arrepende de ser fiel, o eleito ao inferno faz isso numa constante.

TERCEIRO TEXTO - E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor. Jó 1:12. / E disse o Senhor a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida. Jó 2:6

Os textos selecionados mostram que há limites na ação satânica, ou seja, isso mostra que nossas histórias foram confeccionadas sob medida e que as vicissitudes que por ventura venhamos passar na vida já estão sob os cuidados divinos, e Este, aprouve em seus decretos. Não há nada mais confortável que isso – ter a plena convicção que Deus já planejou e moldou nossas vidas e tudo que vamos enfrentar no plano terreno. Com isso, nota-se que nossas histórias têm um autor cuidadoso e justo. 

QUARTO TEXTO - E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor. Jó 1:21

Estas palavras foram proferidas por Jó quando começou a ser assolado por todas as setas inflamadas propostas pelo diabo, mas sob a autorização divina. Nesta passagem é notório que o eleito não se atormenta com as perdas e prejuízos, pois Deus é quem dá e Deus é quem tira. Jó usa a nudez – sua situação atual por conta das chagas –chegando a mencionar seu nascimento e sua vinda do ventre da mãe de forma despida, e é assim que voltará ao pó da terra. Aqui Jó demonstra outra característica do eleito – simplicidade e não apego as coisas materiais. 

QUINTO TEXTO - Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Jó 2:9

Em resposta a sua esposa, Jó considera como sendo louca e diz que ela aceitou o bem de Deus, mas não aceita o mal Jó 2:10. Aqui repousa outra característica da ideia do livre arbítrio. A mulher de Jó, ao analisar a situação, acredita que não há mais motivos para Jó se manter íntegro em relação a Deus. Ela acredita que só deve haver integridade se houver riquezas e bênçãos – motivações – como não há, Jó deve escolher blasfemar contra Deus. A mulher de Jó não compreende que não é uma questão de escolhas e sim de decretos divinos – o eleito ao céu entende que não tem escolhas quanto aos decretos divinos e somente deve aceita-los. Aqui Jó demonstra uma lição eterna de que a fidelidade não deve ser só em tempos de fartura e de riquezas, mas em todas as circunstâncias. Paulo nos ensina algo parecido em Fp 4:13. O eleito ao céu não se deixa levar pela correnteza da maré herética, não se ilude com as influências nem com as propostas fajutas e ilusórias dos adeptos da ideia do livre arbítrio ou de quaisquer outros ventos de doutrinas. Os amigos de Jó também são adeptos dessa corrente – a ideia do livre arbítrio ¬– um deles avalia que o que Jó está passando não passa de um pecado cometido possivelmente em oculto Jó 11:14. Estas pessoas que se aproximavam de Jó com diagnósticos falsos e sem conhecimento desapertaram a ira de Deus Jó 38:1-2.

Será que na atualidade Deus também não se ira com falsos profetas que querem resolver os problemas dos outros de forma simples e com palavras sem conhecimento? Qualquer semelhança com o pano de fundo evangelical das igrejas no Brasil não é mera coincidência! 

O fato é que o eleito ao céu não precisa cometer algo para sofrer, basta apenas Deus ter decretado isso. Este eleito não escolhe a Deus, Deus é quem o escolhe. O eleito ao céu não rejeita Deus sob hipótese alguma, mesmo que esteja mergulhado em um transe agudo. Não se ilude com doutrinas frouxas, além disso, é integro, anda em retidão, é temente a Deus e se afasta do mal. Enfim, evidenciam as características de seu Senhor. O eleito ao céu não perverte a graça divina como fizeram os Nicolaítas, mas se apresenta apenas como um mero mordomo de Deus no plano terreno. O outro grupo de eleitos – eleitos ao inferno – faz justamente o oposto. Há de fato uma grande confusão com a palavra livre arbítrio e é preciso que se entenda o real sentido da mesma. 

Teologicamente falando, livre arbítrio é quem tem a capacidade e o poder de cometer e de não cometer pecados. Logo, como todos são pecadores e ninguém pode não pecar (Rm 3:23), logo, ninguém detém o livre arbítrio. Por sinal, esta foi a reportagem capa da revista Galileu de Abril de 2013 nº 261 que trazia o seguinte tema: “VOCÊ NÃO DECIDE – CIENTISTAS DIZEM QUE LIVRE ARBÍTRIO NÃO EXISTE. UMA PARTE DE SEU CÉREBRO FORA DE SEU CONTROLE É QUEM ESCOLHE POR VOCÊ”. 

Esta parte do cérebro pende para o mal – bem como um carro desalinhado – e é esta parte quem decide por todos. Portanto, não só teologicamente, mas também cientificamente, não existe a possibilidade da existência do tão famoso e conhecido livre arbítrio. Muitos confundem o poder de tomar decisões e a livre agência que cada ser humano possui com o livre arbítrio, todavia, eles não são as mesmas coisas. É por isso que neste pequeno insight, considera-se que este tão falado livre arbítrio não passa de uma mosca branca! Ou seja, ninguém vê só se ouve falar!

12 de set. de 2014

A liberdade é um fantasma?


Por Sam Storms

O que dizer então da liberdade humana? Para responder essa pergunta, precisamos fazer distinção entre “liberdade de ação” e “livre-arbítrio”. Dizer apenas, sem qualquer qualificação, “que o homem é livre” ou “que o nome não é livre” é fazer uma afirmação simplista e enganosa. Mas dizer que o homem tem liberdade de ação é dizer que ele é livre para fazer o que quer. Se ele quiser rejeitar a Cristo, ele pode. Se ele quiser aceitar a Cristo, ele pode. Em resumo, a vontade humana é livre para escolher o que quer que o coração deseje. Entretanto, sem a interposição da graça divina, ninguém quer ou deseja ter Cristo em seu pensamento ou em sua vida.

Todas as pessoas rejeitam o evangelho de modo livre, voluntário e espontâneo, porque é o desejo de seu coração fazê-lo. A liberdade de uma pessoa consiste na capacidade de agir em conformidade com seus desejos e inclinações, sem que ela se sinta compelida a agir de outro modo por causa de pessoas ou fatores que não são inerentes a ela. Desde que sua escolha seja fruto voluntário do seu próprio desejo, a vontade é livre. Isso é o que tenho em mente quando digo: “Sim, todas as pessoas são agentes morais livres”.

Por outro lado, dizer que uma pessoa tem livre-arbítrio é dizer que ela tem essa mesma capacidade ou poder para aceitar ou rejeitar o Evangelho. É dizer que ela é tão capaz de crer como de descrer, e que essa capacidade brota dela mesma e nasce dela – ou é o resultado da graça proveniente – não obstante o seu estado caído e pecaminoso. Se é isso que você tem em mente quando me pergunta: “O homem é livre?”, minha resposta, ou melhor, a resposta da Bíblia, é “não”. A vontade de uma pessoa é a extensão e expressão invariável da sua natureza. Assim como ela é, ela deseja. A liberdade que uma pessoa tem para agir, desejar ou escolher de modo contrário a sua natureza não é maior do que a liberdade que uma macieira tem para produzir avelãs.

Mas não é fato que Deus dá a cada um de nós a oportunidade de crer? Não é verdade que ele nos confronta com o Evangelho e diz: “Creia para que você possa ter vida”? Sim, Ele o faz. Mas a humanidade sempre, invariável, inevitável e incessantemente, e também prontamente e de maneira voluntária diz “não”. Note bem. Não estou dizendo que, quando confrontada com o Evangelho, uma pessoa não possa exercer sua vontade. Todos nós temos uma vontade e todos somos capazes de exercê-la na tomada de decisões. O que estou dizendo é que, quando confrontados com o Evangelho, não conseguimos desejar corretamente. Não somos impedidos de crer indo contra as nossas vontades. “Quem vier a mim”, declara Jesus, “eu jamais rejeitarei” (João 6.37). O problema, porém, como Jesus diz em seguida, é que “ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair” (João 6.44; grifo do autor).

Porque ninguém pode vir a Jesus a menos que o Pai o atraia?  Será porque o Pai o impede de fazê-lo? Será porque o Pai ou o Filho ou o Espírito colocou um obstáculo ou uma barreira em seu caminho para impedi-lo de ir quando alguém deseja urgentemente fazê-lo? Deus nos livre! Também não é porque a pessoa não tem as faculdades volitivas e intelectuais necessárias pata fazer uma escolha positiva. Tampouco é por causa de algum defeito físico que ela repudia o Evangelho.

A razão pela qual ninguém pode ir até Jesus é que ir até Ele não está em nossa natureza. Nossa natureza e, portanto, nossa vontade, é fugir de Cristo, não ir até Ele. O fato – e um fato triste – é que não queremos ir. Nossa satisfação está em não irmos. Escolhemos permanecer em nosso pecado e incredulidade por nosso próprio desejo, liberdade e vontade, porque nada encontramos em Jesus que seja sedutor, atraente, verdadeiro ou represente de algum modo uma melhoria daquilo que já somos e temos por esforço próprio. Se um dia chegássemos ao ponto de querer ir a Cristo para obter vida, poderíamos fazê-lo. De fato, Jesus diz que, com toda certeza o faremos (João 6.37)! Mas esse “querer”, esse “ir”, não vem de nós mesmos, mas de Deus. Isso vem do Pai, que na eternidade passada nos “deu” ao Filho e, no tempo presente, nos “leva” a fé. Dizendo de maneira simples, ninguém, por si mesmo, quer ser salvo. Mas quem quer que, por intermédio do poder de Deus, se disponha a ser salvo, o será! 
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Extraído do livro Escolhidos: Uma Exposição da Doutrina da Eleição.
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9 de set. de 2014

O problema do ensino da graça preveniente


Por Sam Storms

Porque os arminianos wesleyanos afirmam a eleição condicional, enquanto os calvinistas afirmam que a eleição é incondicional? A resposta é a graça preveniente. De acordo com essa doutrina, em uma ação sobrenatural de graça e misericórdia, Deus restaura a todos os seres humanos o livre-arbítrio perdido na queda de Adão. A graça preveniente proporciona às pessoas a capacidade de escolher ou rejeitar Deus.

A graça preveniente apenas possibilita a fé salvadora, mas é o próprio indivíduo que faz com que ela seja real. Então, ainda precisamos perguntar: “Quem, em última análise, é responsável por uma pessoa vir a ter fé e outra não?”. No sistema arminiano, a resposta é a própria pessoa, e não Deus.

O arminiano sustenta que Deus prevê tanto que alguns crerão quanto que outros não crerão em Cristo em resposta ao Evangelho. Ele também afirma que Deus sabe por que eles respondem com crença ou descrença, pois Deus é onisciente e conhece os segredos e as motivações internas do coração. Deus também conhece aquilo que, na apresentação do Evangelho, terá êxito em convencer alguns a dizer “sim” e o que não terá êxito em persuadir aqueles que dizem “não”. 

A pergunta, então, é: se Deus realmente deseja que todos sejam salvos como sustenta o arminiano, e se Ele sabe o que entre os meios de persuasão contidos no Evangelho podem levar as pessoas a responderem “sim”, por que Ele não orquestra a apresentação do Evangelho de tal maneira que ela tenha êxito em convencer todas as pessoas a crerem? Não há dúvidas de que o Deus que conhece perfeitamente cada coração humano é capaz de criar um mundo no qual o Evangelho teria êxito em todos os casos. E se Deus desejou que todos sejam salvos da maneira como o arminiano sustenta, por que não levou todos eles a salvação?
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Extraído do livro Escolhidos: Uma Exposição da Doutrina da Eleição.
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