Mostrando postagens com marcador Puritanos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Puritanos. Mostrar todas as postagens
22 de jul. de 2016
Meu Débito Para com os Puritanos
Postado por
Thiago Oliveira
às
10:07

Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
Calvinismo,
História da Igreja,
Josafá Vasconcelos,
Puritanos,
Vídeo
18 de out. de 2015
Os Puritanos e a Responsabilidade do Ministério
Por D.J. MacDonald
Vez após vez os Puritanos escreveram sobre este tema. O reformador Hugh Latimer disse num sermão, “Deus vos tem ordenado a pregar. Se você não alerta o ímpio, ele morrerá em sua impiedade, mas eu exigirei contas do seu sangue, na vossa seara”. “Atentai para isso, marcai bem; Eu pedirei o sangue dele, na vossa seara. Se você não der forma ao seu ofício, se você não ensinar e não alertar aos povos, recebereis a condenação eterna por isso”.[1] Essas breves citações parecem capturar o espírito dos Puritanos, uma vez que eles consideravam terrível a responsabilidade daqueles que pregavam a Palavra de Deus aos seus semelhantes. Nós, na nossa época, faríamos bem em deixar estas palavras penetrarem em nossos ouvidos, pois nossa responsabilidade não é menor do que era a deles, embora vivamos numa época muito mais frívola, na qual a seriedade em cada faceta da vida parece ser dispensada dos pensamentos da maioria dos homens.
11 de out. de 2015
7 de ago. de 2015
Uma introdução sobre arrependimento na perspectiva do Thomas Watson
Por Morgana Mendonça dos Santos
O livro A Doutrina
do Arrependimento (Editora PES) tem marcado minha vida de forma singular, o que
irei expor nesse pequeno rascunho será pontos importantes sobre o que significa
arrependimento numa perspectiva puritana de um teólogo relevante em seu tempo e
super admirado no nosso. Thomas Watson foi ministro da Igreja de Santo
Estevão, Walbrook, no século dezessete. Nascido em 1620, Thomas Watson
estudou em Cambridge (Inglaterra). Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis
anos em Londres. Entre suas principais obras estão o seu famoso Body of
Pratical Divinity (Compêndio de Teologia Prática), publicado postumamente em
1692. Para mais informações sobre Watson pode clicar aqui.
Postado por
Thiago Oliveira
às
07:47

Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
Ensino,
Morgana Mendonça,
Puritanos,
Teologia Reformada,
vida cristã
11 de mar. de 2015
Os Puritanos e o Calvinismo na Prática
Por Thiago Oliveira
Falar
sobre o Calvinismo sem abordar a história dos Puritanos é inviável. Este grupo,
muitas vezes depreciado – injustamente – possui um lugar especial na
historiografia eclesiástica. Nomes como o de John Knox, John Owen, Jonathan
Edwards, Richard Baxter, George Whitefield e João Bunyan estão associados ao
puritanismo, assim como os Catecismos e a Confissão de Westminster, documentos
importantes da ortodoxia protestante, adotados por Igrejas Reformadas de todo o
mundo.
Há
quem pinte o retrato dos Puritanos como pessoas legalistas, austeras, egoístas,
intolerantes e até hipócritas. Todavia, C. S. Lewis nos fornece uma ótica
totalmente diferente:
Postado por
Thiago Oliveira
às
09:49

Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
Calvinismo,
História da Igreja,
Puritanos,
Teologia Reformada,
Thiago Oliveira
26 de fev. de 2015
O Dia do Senhor e o Culto Reformado
Por Ian Hamilton
Até algum tempo atrás, uma
das marcas distintivas do culto reformado era o seu compromisso com a
santificação do Dia do Senhor como o tempo divinamente prescrito para que o
povo da aliança de Deus adorasse esse Deus da aliança.
Esta perspectiva puritana
possivelmente está melhor demonstrada na Confissão de Fé de Westminster:
“Como é lei da natureza
que, em geral, uma devida proporção de tempo seja destinada ao culto de Deus,
assim também, em sua Palavra, por um
preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens, em
todas as épocas, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um
sábado (= descanso) santificado por ele; desde o princípio do mundo, até a
ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição
de Cristo, foi mudada para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é
chamado dia do Senhor (= domingo), e que há de continuar até ao fim do mundo
como o sábado cristão”.
Dizendo isso, os puritanos
estavam em consonância com os reformadores ao dizer que o shabbat (sábado) não
era o único dia em que o povo de Deus se reunia para o culto e também não
estavam dizendo que a adoração é um tipo de atividade exclusivamente
corporativa e que apenas acontece quando a igreja se une para adorar.
Foram os reformadores e
puritanos que resgataram para nós a idéia de que adoração é a resposta do
crente momento após momento à Palavra de Deus. Ao mesmo tempo eles tinham uma
convicção apaixonada quanto a este ponto. Diziam que o culto cristão tem que
ser ancorado e baseado no Dia do Senhor. Existe um debate que sempre está
presente entre os próprios reformados com relação ao Dia do Senhor e o shabbat
(sábado). Devemos considerar o Dia do Senhor como o shabbat? Isso ficará claro
à medida que formos expondo o assunto.
Os que crêem na
perpetuidade do sábado cristão como sendo uma ordenança da graça que é
obrigatória para todo povo de Deus, precisam lembrar que não estamos
simplesmente engajados num conflito para persuadir nossos irmãos em Cristo e
que passagens como Colossenses 2:16-17 não estão abolindo o sábado cristão que
foi instituído na criação. Nossa batalha é muito mais séria que isto, pois
estamos batalhando para resgatar os irmão cristãos dos efeitos corrosivos da
cultura contemporânea. O que estamos dizendo é, que o assunto tratado aqui,
dentro da tradição reformada, não é somente de persuadir nossos irmãos em
Cristo do caráter divino, mandatório do sábado cristão (shabbat) como sendo uma
ordenança vinda da criação e do Evangelho, mas na verdade estamos diante de um
trabalho ainda mais exigente. Ou seja, de persuadir nossos irmãos em Cristo da
sabedoria daquele que nos deu o shabbat, do regozijo que é o sábado cristão e
dos efeitos corrosivos e fatais de permitirmos que nossa cultura contemporânea
venha formatar nossa vida espiritual e dos nossos filhos.
Fiquei extremamente
espantado quando, há alguns anos, passei um período nos Estados Unidos e vi que
o dia da final do campeonato de futebol, o evento esportivo mais enfatizado do
ano, era praticado no Dia do Senhor e que muitas igrejas evangélicas, cristãs,
naquele dia, até mesmo que professavam a fé reformada, cancelavam até os seus
cultos dominicais para permitir que as pessoas fossem assistir este jogo. Quase
não acreditei que isso estivesse acontecendo. Porém, disseram-me que mais
igrejas mudariam até o horário de culto para permitir aos crentes irem a esta
final de campeonato.
Eu tenho um filho que
gosta muito de futebol e gosta muito de jogar. Outro dia ele me perguntou por
que se marcavam tantos jogos exatamente no Dia do Senhor. Meu filho gosta muito
de futebol e por isso fica frustrado quando não pode jogar e sente falta do
jogo, mas mesmo assim não deixa de ir à igreja para participar dos jogos de
futebol e nem ao menos pensa nisso. Mas percebo que esta situação vem
continuamente se projetando para tomar controle sobre a igreja.
Levanto esta questão
porque o problema não é realmente a guarda do sábado cristão, mas é algo mais
profundo que isso. O assunto com o qual nos deparamos é o caráter de Deus, a Sua
autoridade, a verdade de Sua Palavra e a sua suficiência. Se estamos
convencidos que Deus é bom, somente bom, e que todos Seus caminhos para Seus
filhos são sábios e agradáveis, isso nos deveria persuadir a abraçar com
alegria a santificação do Dia do Senhor. Não deveríamos ser levados a pensar
que as leis do Dia do Senhor não são mais para nós hoje e que por isso têm sido
abandonadas por muitos cristãos que professam a fé reformada e que têm se
esquecido de santificar este dia. A razão para isso é que eles não têm
compreendido o sentido do Dia do Senhor.
O problema é mais
profundo. A verdade é que as pessoas perderam o contato de quem Deus é. Creio
que dificilmente poderíamos duvidar que, quando o Dia do Senhor não é uma
ordenança graciosa, o culto na igreja deteriora e em seguida a sociedade
deteriora. O Dia do Senhor é um testemunho da grande benignidade de Deus para
com Seu povo e nos dá um tempo divinamente apontado por Deus para que nós O
adoremos e Deus mesmo nos dá o foco apropriado em relação à Sua adoração.
Quero apresentar dois
aspectos com respeito à guarda do Dia do Senhor.
1) Explicar o caráter
obrigatório do Dia do Senhor para o cristão; essa era a convicção dos
reformados e puritanos e que surgiu de uma compreensão correta das Escrituras.
2) Destacar o significado
e os benefícios de se observar o Dia do Senhor reservando-o para um culto que
honra a Deus.
Caráter Obrigatório
I) Inicialmente gostaria
de dizer que o Dia do Senhor foi instituído por Deus na criação. Lemos em
Gênesis 2 que Deus terminou sua obra no sexto dia e no sétimo descansou do que
havia feito. Deus abençoou o sétimo dia e o santificou porque nele descansara
de todas as obras que havia feito. Antes que o pecado entrasse no mundo Deus já
havia providenciado um sábado (descanso) para Adão e Eva e seus filhos. Nas
palavras do grande presbiteriano John Murray, o sábado é uma ordenança da
criação dada por Deus para o benefício de todas as Suas criaturas. Geralmente
se diz que Calvino ensinava que o sábado, como dia de descanso, havia sido
ab-rogado na dispensação do Novo Testamento. Para apoiar isso, são citados seus
comentários sobre o quarto mandamento e sua exposição em Colossenses 2:16-17.
Sem dúvida existe alguma diferença entre a perspectiva de Calvino e os
puritanos, mas na minha opinião são circunstanciais e pequenas. Quando lemos o
que Calvino escreveu no seu comentário de Gênesis 2:3, escrito em 1561, dois
anos depois da edição final das Institutas, o que é bastante significativo,
encontramos uma exposição que o reformador faz de forma sucinta, da sua
perspectiva do sábado cristão. Calvino disse:
“Quando ouvimos que o
sábado foi ab-rogado pela vinda de Cristo, devemos distinguir o que pertence ao
governo perpétuo da vida humana e o que pertence propriamente às figuras antigas.
O uso destas foi abolida quando a verdade foi cumprida. Descanso espiritual é a
mortificação da carne ao ponto de que os filhos de Deus não devem viver para si
mesmos ou permitir livremente as ações de suas inclinações. Assim, na medida
que o sábado era uma figura desse descanso espiritual, eu digo que isso foi
somente por um tempo (obs: com isso os puritanos concordariam). Mas, na medida
em que foi ordenado aos homens, desde o início, de que eles deveriam se engajar
no culto a Deus, é legítimo que o sábado cristão deva continuar até o fim do
mundo. O sábado é uma ordenação da criação que é perpétua”.
II) A segunda coisa que
tenho para afirmar é que o sábado cristão está baseado no exemplo divino. Esse
é o ponto de Moisés em Êxodo 20:11. O ritmo do homem alternado entre trabalho e
descanso é o sério padrão do ritmo criador. John Murray faz a seguinte
afirmativa: “Podemos pensar no exemplo que Deus nos deu de trabalho e descanso
como sendo um padrão de conduta eterno para a raça humana nas ordenanças de trabalho
e descanso”.
III) A ordem de Deus para
que guardemos o Dia do Senhor está embutida nos dez mandamentos. O quarto
mandamento garante e valida a permanência do mandamento para guardarmos o Dia
do Senhor e estabelece a guarda do sábado cristão no coração da vida de
adoração do povo de Deus. Acho absurdo quando ouço irmãos que, dizendo-se
reformados, tentam me convencer que o “shabbat”, o sábado, foi abolido,
deixando um dos dez mandamentos fora de validade para a vida do povo de Deus.
Na verdade, Deus deu validade à guarda do sábado por colocá-lo dentro do
decálogo.
IV) Nosso Senhor Jesus
Cristo destacou a importância da permanência do shabbat. Jesus nos diz em
Marcos 2.27: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por
causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado”. O
que mais poderíamos dizer com relação a isso? A minha preocupação é
simplesmente mostrar a importância do fundamento da guarda permanente do
shabbat. Deus tem gravado esta verdade em Sua Palavra e nós nos desviamos dessa
ordenança apenas para sermos prejudicados espiritualmente. Pertence nossa
obediência à verdade revelada de Deus e nossa submissão ao nosso Pai amorável.
Tendo estabelecido o fundamento bíblico para o dia do Senhor e considerando a
transição do sábado para o domingo, quero considerar quais os benefícios e o
significado de guardar o dia do Senhor.
Significado e Benefícios
I) O shabbat nos dá uma
oportunidade de buscar o Senhor e adorá-lo sem distração. No ano passado passei
um tempo no Marrocos visitando famílias cristãs. Viver num país muçulmano como
aquele significa não ter liberdade para guardar o Dia do Senhor como os
cristãos gostariam. Mas em países como Brasil e Escócia ainda temos o
privilégio precioso dado por Deus de preservar e guardar o Dia do Senhor como
um dia santo. Irmãos, valorizem o Dia do Senhor; lutem por ele; os assuntos
relacionados com a guarda do dia de descanso são profundos. Essa provisão que
Deus nos faz que o adoremos sem distração alguma é uma visão que vem do próprio
Deus.
II) O shabbat nos dá
oportunidade de adorar coletivamente a Deus e buscá-lO juntos. O shabbat
enfatiza o caráter bíblico e corporativo do culto que se deve prestar a Deus. O
nosso Deus fez uma provisão graciosa por seu povo. Ou seja, que O adoremos
juntos. Esta verdade perece dia após dia em nossa época. Desde o iluminismo, na
cultura ocidental e particular, o indivíduo tornou-se o centro de todas as
coisas e essa preocupação absorvente com o indivíduo desfechou um golpe mortal
no pensamento bíblico com respeito à aliança. Os cristãos não têm mais qualquer
doutrina, não têm mais esta compreensão do caráter coletivo da Igreja, e mesmo
cristãos que se professam reformados não têm mais qualquer sentido do caráter
corporativo do culto da aliança. Estou cada vez mais convencido que o sábado
cristão é talvez o meio principal usado por Deus de educar o seu povo na vida e
no culto do pacto. Guardar o Dia do Senhor, o sábado cristão, é o antídoto
poderoso para aquele individualismo absorvente que marca tanto o mundo que nós
vivemos como a igreja de Cristo.
III) O shabbat coloca
diante de nós os grandes feitos de Deus na criação e na redenção. No sábado
cristão somos graciosamente capacitados por Deus em nos centralizarmos na
criação e na redenção e despertar nossos corações e mentes ao seu louvor.
Calvino coloca o seu dedo exatamente nesse ponto. No livro II das Institutas,
capítulo 8, ele diz:
“Durante o repouso do
sétimo dia, na verdade, quando Deus determinou que se descansasse no sétimo
dia, o legislador divino queria falar ao povo de Israel do descanso espiritual
quando os cristãos devem deixar de lado o seu trabalho para permitir que Deus
trabalhe neles”.
Em outras palavras, o
shabbat nos dá oportunidade de repousar de nossas próprias obras e nos
concentrar nas obras de Deus. Nesse sentido, o shabbat é um símbolo evangélico,
um glorioso símbolo semanal da justificação gratuita. Nós vivemos em uma época
em que os cristãos andam em busca de sinais e símbolos. Demos a eles o grande
símbolo do Evangelho: um dos grandes símbolos e sinais do Evangelho é o shabbat
que nos foi dado por Deus.
IV) O shabbat destaca a
importância dos cultos matinais e vespertinos. Parece muito simplório. Mas
mesmo assim é importante falar deles. Honrem o sábado cristão, não somente uma
parte dele, mas como um todo. Se havia uma coisa que caracterizava a religião
puritana, a prática puritana, era a maneira cuidadosa que brotava de seus
corações e pela qual eles se entregavam alegremente, de forma não legalista, à
guarda do Dia do Senhor.
V) O Dia do Senhor é uma
preparação para o céu. Ouçamos as palavras de Richard Baxter: “Qual o dia mais
apropriado para subir ao céu do que aquele em que Ele ressurgiu da terra e
triunfou completamente sobre a morte e o inferno? Use o seu shabbat como passos
para a glorificação até que tenha passado por todos eles e chegue à glória”. A
religião puritana floresceu no solo regozijante da guarda do sábado cristão. É
por causa destas coisas que somos chamados em Isaías 58, pelo próprio Senhor,
para considerarmos o sábado como um deleite e a isso ele adiciona uma promessa.
Se guardarmos seus sábados como sendo um deleite, encontraremos nossa alegria
no Senhor.
Esse capítulo 58 de Isaías
é mais uma confirmação de que a guarda do sábado cristão deveria ser considerada
como parte da Lei Moral e não simplesmente mais uma observância pertinentes às
leis cerimoniais. Esta passagem de Isaías onde o mero cerimonialismo é
denunciado pelo profeta, há um apelo para a guarda do sábado como sendo
importante para o culto espiritual.
Sei que existe o perigo de
dar ao sábado cristão um lugar central no culto, fazendo com que ele torne-se
um exercício de justiça própria. Sabemos da condenação tremenda feita pelo
Senhor em Isaías 1. Mas os crentes reformados deveriam guardar o Dia do Senhor
de forma santa. Devemos chamá-lo de um deleitoso. Por quê? Por causa de nossa
obediência ao nosso Deus e amor ao nosso Salvador. Jesus disse: “Se vocês me
amam, guardem meus mandamentos”.
Neste sentido a guarda do
Dia do Senhor, o sábado cristão, ou é o resultado da obediência legalista, ou
da obediência evangélica. Se for o produto de uma obediência legalista, a
guarda do dia do Senhor será sem alegria, monótona, formal e alguma coisa que
simplesmente traz auto-justiça e vaidade pessoal. Mas se a guarda do Dia do
Senhor é o resultado de uma obediência evangélica, será profundamente
regozijante. Diremos como o salmista: “Alegrei-me quando me disseram, vamos à
casa do Senhor”. Se for uma guarda por causa de uma obediência evangélica, será
algo refrescante que nos revigora e nos humilha.
John Murray, cujos
escritos trouxeram uma impressão inapagável na minha vida quando moço (Por
exemplo: Redenção, Conquistada e Aplicada (Cultura Cristã ― Obra que considerei
como a melhor peça sobre justificação jamais escrita por alguém), disse: “O
shabbat semanal é uma promessa, um sinal, e um antegozo daquele descanso
consumado. A filosofia bíblica do shabbat é de tal maneira, que negar sua
perpetuidade é privar o movimento da redenção de uma das suas mais preciosas
características”.
Vivemos numa época em que mais do que nunca
precisamos resgatar o shabbat para o povo de Deus, porque amamos o povo de Deus
e desejamos seu bem diante de Deus. Sabemos que Deus quer abençoar Seu povo com
isso. Mas sabemos também que a bênção que Ele deseja dar nunca virá sem a honra
que o povo deve ao Dia do Senhor. Pelo bem espiritual dos nossos filhos devemos
educá-los ensinando a honrar o Dia do Senhor, mas não como uma coisa rotineira
e sem alegria. Como poderia o cultuar a Deus e esperar nEle ser algo monótono
ou cansativo? Na verdade, o Dia do Senhor foi algo criado por Deus para o bem
de Seus filhos. Estou quase convencido que o sucesso dos puritanos pode ser
traçado por seu compromisso de guardar o Dia do Senhor para honra de Deus. Deus
abençoou grandemente seus labores, seus escritos, porque foram homens e
mulheres que honraram o dia do Senhor.
Finalmente cito Baxter
porque creio que suas palavras expressam o coração da compreensão puritana com
respeito ao shabbat: “Que dia é mais apropriado para subir ao céu do que aquele
em que ele ressurgiu da terra e triunfou plenamente sobre a morte e o inferno?
Use seus shabbats como passos para a glória até que tenha passado por todos
eles e lá tenha chegado”.
O Dia do Senhor é para o
povo do Senhor como um antegozo ou penhor do céu que nós tanto almejamos. Nós
desejamos e sonhamos com aquele dia em que estaremos com o Senhor para sempre.
Até que aquele dia venha, façamos do Dia do Senhor tudo aquilo que Deus
gostaria que fizéssemos. Que seja o pulso palpitante da vida espiritual da
Igreja e que partindo de nossa obediência evangélica nos reunamos para o
encontro com nosso Deus e para receber as promessas que Ele decidiu nos dar,
para aqueles que honram o Seu dia, porque assim honram aquEle que instituiu
esse dia.
Amém.
____________________
Fonte: Os Puritanos
14 de jan. de 2015
A Prática da Meditação Cristã e os Puritanos
Por Thomas Magnum
Quando nos colocamos sobre esse rico tema das
Escrituras estamos diante de um vasto material sobre a meditação cristã. Temos
também muita coisa escrita na história da igreja pelos puritanos. Como já foi
dito por um conhecido pregador reformado: “ muitos falam e citam os puritanos,
mas, poucos querem viver como eles”. Os puritanos davam muita importância a
meditação, juntamente com a leitura das Escrituras e a oração. Na verdade, a
oração no prisma puritano rega o crescimento e maturidade cristã.
O salmista disse que o justo tem o seu prazer na
lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Esse meditar nos remete
ao contemplar o celestial, ao ruminar como as ovelhas, ao elevar os pensamentos
as verdades eternas. Como disse Stephen Charnock “à meditação é empregada para
um objetivo mais excelente, ela instrui e conduz à vontade as afeições
eternas”. Os puritanos diziam que a meditação desperta as afeições eternas.
Essa meditação nos leva ao constrangimento da eterna e soberana vontade de
Deus, Paulo diz em Romanos 12:
Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de
Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o
culto racional de vocês.
O teólogo reformado John Murray destaca em seu
comentário de Romanos, que são as misericórdias de Deus que nos constrangem a
uma vida santa, é a reflexão não obra grandiosa de Cristo por nós que nos eleva
a contemplação espiritual. Na agitação dos nossos afazeres diários muitas vezes
até lemos as escrituras, mas, estamos meditando? Temos elevado nossa mente às
coisas que são de cima? Lemos em Colossenses:
Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo,
procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de
Deus. Colossenses 3.1
Veja que esse procurar é buscar as coisas celestes,
e isso é feito pela meditação. Vale frisarmos que a meditação cristã não é o
mesmo que a meditação transcendental que visa esvaziar a mente, a meditação
cristã não esvazia, ela preenche, ela ocupa as mentes com as verdades celestes,
mostradas nas escrituras. George Swinnock diz que a meditação é “uma seria
aplicação da mente a algum assunto sagrado, até que as afeições sejam aquecidas
e despertadas, e a resolução elevada e fortalecida através disso, contra quilo
que é mal, e por aquilo que é bom”. Portanto entendemos que a prática da
verdadeira piedade só é possível com a prática da meditação espiritual nas
Escrituras. Então a meditação tem atuação importantíssima de duas faculdades da
alma, a memória e a vontade. A primeira envolve uma convocação mental que
envolve as verdades teológicas das Escrituras Sagradas, é a mente cativa a
Cristo. A segunda envolve o depósito do coração, quando Jesus ensinou: Onde
estiver seu tesouro aí estará seu coração (tradução livre).
Portanto ao falarmos de meditação, não estamos
defendendo o simples pensar nas coisas espirituais ou transcendentais, a base
da meditação e contemplação cristã são as Sagradas Escrituras. A meditação não
deve ser baseada simplesmente em pensamentos que são fruto da imaginação, mas,
uma reflexão piedosa na pessoa de Jesus e em nosso relacionamento com Ele por
sua Palavra. Como diz Richard Baxter, a imaginação não deve ser mutilada na
meditação, mas, alimentada por sólidas bases Escriturísticas.
Os
Cinco solas e a meditação cristã
Ao trilharmos por essa vertente devemos compreender
que os solas da reforma nos remetem a uma vida cristã salutar e frutífera, e
podemos aplicar a verdade dos cinco solas a nossa pauta. Na meditação devemos
refletir nisso também que de imediato nos levará e nos equipará a aplicarmos
nossa mente nas verdades do Espírito de Deus.
Sola
Scriptura – Como dito
anteriormente somente a Escritura Sagrada é nossa base para meditação cristã,
pois o justo tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de
noite. Salmos 1.2
Solus
Christus – Somente Cristo é o nosso
Senhor, Ele é nosso mediador e nosso salvador. Porque há um só Deus, e um só
Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. 1 Timóteo 2.5
Sola
Gratia – Somente pela graça de Deus
desfrutamos as bênçãos espirituais, e devemos avaliar nossa posição, saber quem
somos, de onde viemos, o que Deus fez em nós. Somente pela graça de Deus. E
todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. João 1.16
Sola
Fide – Somente pela fé podemos
agradar a Deus, somente pela fé fomos salvos, somente pela fé podemos nos
achegar a grande Deus. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é
galardoador dos que o buscam. Hebreus 11.6
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e
isto não vem de vós, é dom de Deus.
Efésios 2.8
Soli
Deo Gloria – Nossa devoção,
adoração, piedade deve somente ao soberano Deus, para sua glória e louvor. Não
adoramos a Deus para evangelizar, não adoramos a Deus porque precisamos de
bênçãos de suas mãos, adoramos porque Ele é digno de Glória pelo que Ele é, e
não somente pelo que Ele faz. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória
e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém. Judas 1.25
O que procuramos através desse artigo não é somente
meditar no meditar, nem pensar no pensar. O objetivo de meditarmos nas
Escrituras é nos elevar a um caminho excelente de vida piedosa e devoção. Que a
meditação bíblica seja constante em nossas vidas. Muitas vezes somos tentados a
um exaustivo estudo teológico, mas negligenciamos uma vida de oração e
meditação, o conhecimento teológico não pode ser mecânico, como simples
conteúdo científico, mas o conhecimento da Escritura cresce em nosso coração
quando o regamos com a meditação e o desfrutamos na oração. Que nosso amado
Senhor aplique essa verdade aos nossos corações.
4 de dez. de 2014
Nisto Pensai
Por John Owen
Estejamos absolutamente certos de que essa glória de Cristo em Suas naturezas divina e humana é o melhor, o mais nobre e o mais útil objeto em que podemos pensar. O apóstolo Paulo afirma que todas as outras coisas são apenas perda e quando comparadas com ela, como estéreo (Filipenses 3:8-10). As Escrituras falam da estultícia das pessoas em gastar "...o dinheiro naquilo que não é pão, e o produto do seu trabalho naquilo que não pode satisfazer" (Isaías 55:2). Eles fixam seus pensamentos em seus prazeres pecaminosos, e se recusam de olhar para a glória de Cristo. Alguns chegam a ter pensamentos mais elevados sobre as obras da criação de Deus e de Sua providência, mas não há glória nessas coisas que se possa comparar com a glória das duas naturezas de Cristo. No Salmo oito, Davi está meditando na grandeza das obras de Deus.
Isto o faz pensar na pobre e fraca natureza do homem, que parece como nada se comparada àquelas glórias. Então ele começa a admirar a sabedoria, amor e bondade de Deus por exaltar acima de todas as obras da criação a nossa natureza humana que estava em Jesus Cristo. O autor sagrado explica isto em Hebreus 2:5-6.
Como são agradáveis e desejáveis as coisas deste mundo — esposa, filhos, amigos, posses, poder e honra! Mas a pessoa que tem todas estas coisas e também o conhecimento da glória de Cristo dirá: "A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti" (Salmo 73:25) pois "Quem no céu se pode igualar ao Senhor? Quem é semelhante ao Senhor entre os filhos dos poderosos?" (Salmo 89:6). Apenas uma olhada na gloriosa beleza de Cristo é suficiente para vencer e capturar os nossos corações. Se não estamos olhando com freqüência para Ele, refletindo sobre a Sua glória, é porque as nossas mentes estão muito cheias de pensamentos terrenos. Desta forma, não estamos nos apossando da promessa de que nossos olhos verão o Rei em Sua beleza.
Uma das atividades da fé consiste em examinar as Escrituras, porque elas declaram a verdade sobre Cristo (veja João 5:39). Vamos ver a glória de Cristo nas Escrituras de três modos:
i. Por meio de descrições diretas de Sua encarnação e Seu caráter como Deus-homem. Gênesis 3:15; Salmos 2:7-9; 45:2-6; 78:17-18 e 110:1-7; Isaías 6:1-4; 9:6; Zacarias 3:8; João 1:1-3; Filipenses 2:6-8; Hebreus 1:1-3; 2:4-16; Apocalipse 1:17-18.
ii. Mediante numerosas profecias, promessas e outras expressões que nos levam a considerar Sua glória.
iii. Pelos exemplos de adoração divina que Deus instituiu no Velho Testamento e pelo testemunho direto dado a Ele do céu no Novo Testamento. Isaías disse: "Eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo" (Isaías 6:1). Esta visão de Cristo foi tão gloriosa que os serafins (criaturas celestiais que assistem nos céus) tiveram que cobrir as suas faces. Contudo, maior ainda foi a glória revelada abertamente nos dias apostólicos! Pedro nos diz que ele e os outros apóstolos foram testemunhas oculares da majestade do Senhor Jesus Cristo.
"Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo, segundo fábulas artificialmente compostas: mas nós mesmos vimos a sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu filho amado, em quem me tenho comprazido" (II Pedro 1:16-17). Deveríamos ser como o que procura por todo tipo de pérolas. Quando ele encontra uma de grande preço, vende tudo o que possui para que possa adquiri-la. (Mateus 13:45-46). Cada verdade das Sagradas Escrituras é uma pérola que nos enriquece espiritualmente, mas quando nos deparamos com a glória de Cristo encontramos tanta alegria que nunca mais desejaremos dispor dessa pérola de grande valor.
O glorioso da Bíblia é que agora ela é a única forma tangível de nos ensinar sobre a glória de Cristo. 3. Devemos meditar freqüentemente sobre o conhecimento da glória de Cristo que obtemos da Bíblia. As nossas mentes devem ser espirituais e santas e libertas de todos os cuidados e afeições terrenos. A pessoa que não medita agora com prazer na glória de Cristo nas Escrituras, não terá nenhum desejo de ver aquela glória nos céus. Que tipo de fé e amor têm as pessoas que acham tempo para meditar sobre muitas outras coisas, mas não têm tempo para meditar neste assunto glorioso?
Os nossos pensamentos devem se voltar para Cristo sempre que haja uma oportunidade a qualquer hora do dia. Se somos verdadeiros crentes e se a Palavra de Deus está em nossos pensamentos, Cristo está perto de nós (Romanos 10:8). Nós O encontraremos pronto para falar conosco e manter comunhão. Ele diz: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3:20). E verdade que há momentos em que Ele Se retira de nós e não podemos ouvir a Sua voz.
E quando isso acontece, não podemos ficar contentes. Devemos ser como a noiva no Cântico de Salomão 3:1-4: "De noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma: busquei-o, e não o achei. Levantar-me-ei, pois e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei. Acharam-me os guardas, que rondavam pela cidade; eu perguntei-lhes: vistes aquele a quem ama a minha alma? Apartando-me eu um pouco deles, logo achei aquele a quem ama a minha alma: detive-o, até que o introduzi em casa de minha mãe, na câmara daquela que me gerou".
A experiência da vida espiritual de um cristão é forte em proporção aos seus pensamentos sobre Cristo que nele habita e seu deleite nEle (Gaiatas 2:20). Se tivermos deixado Cristo ausente de nossas mentes por muito tempo, devemos nos censurar por isso.
Todos os nossos pensamentos sobre Cristo e Sua glória devem ser acompanhados de admiração, adoração e ações de graças. Somos convidados a amar o Senhor com toda a nossa alma, mente e força (Marcos 12:30). Se somos verdadeiros crentes, a graça de Cristo opera em nossas mentes e almas renovadas e nos ajuda a fazer isso. Na vinda de Cristo como juiz no último dia, os crentes ficarão cheios de um tremendo sentimento de admiração por Sua gloriosa aparência — "...quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para se fazer admirável naquele dia em todos os que crêem" (II Tessalonicenses 1:10). Essa admiração se transformará em adoração e ações de graças; um exemplo disso é dado em Apocalipse 5:9-13, onde toda a Igreja dos redimidos canta um novo cântico. "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.
E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhares de milhares e milhões de milhões, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória e ações de graças. E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre".
Há algumas pessoas que têm esperança de ser salvos por Cristo e de ver a Sua glória num outro mundo, porém não estão interessados em meditar, pela fé naquela glória neste mundo. Elas são semelhantes a Marta, que estava preocupada com muitas coisas e não com Maria, que escolheu a melhor parte, sentando-se aos pés de Cristo (Lucas 10:38-42). Que tais pessoas tomem muito cuidado para que não negligenciem nem desprezem o que deveriam fazer.
Alguns dizem que têm o desejo de contemplar a glória de Cristo pela fé, mas quando começam a considerar essa glória, eles acham que é coisa muito elevada e difícil. Eles ficam maravilhados, à semelhança dos discípulos no Monte da Transfiguração. Admito que a fraqueza de nossas mentes e a nossa falta de habilidade para entender bem a eterna glória de Cristo nos impede de manter os nossos pensamentos numa meditação firme e constante por muito tempo. Aqueles que não têm a prática e habilidade de uma santa meditação em geral não terão a capacidade de meditar neste mistério em particular. Mas, mesmo assim, quando a fé não consegue mais manter abertos os olhos do nosso entendimento para refletir sobre o Sol da Justiça brilhando em Sua beleza, pelo menos, pela fé ainda podemos descansar em santa admiração e amor.
Postado por
Thiago Oliveira
às
15:00

Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
Devocionalidade,
John Owen,
Puritanos,
vida cristã
17 de nov. de 2014
A Glória do Senhor Jesus
Por John Owen
A glória do nosso Senhor
Jesus Cristo é por demais grande para que as nossas pequenas mentes a possam
entender. Desta forma, nunca pode- remos dar a Ele o louvor que Lhe é devido.
No entanto, através da fé podemos ter algum conhecimento de Cristo e Sua
glória, e esse conhecimento é melhor que qualquer outra forma de sabedoria ou
entendimento. O apóstolo Paulo disse: "E, na verdade, tenho também por
perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu
Senhor" (Filipenses 3:8). Se a nossa felicidade futura significa estar
onde Cristo está e ver a Sua glória, não há melhor preparação para isso que
encher os nossos pensamentos com ela desde agora. Assim, estaremos gradualmente
sendo transformados naquela glória.
É apenas de Cristo que
podemos nos ufanar e nos gloriar, pelas seguintes razões:
1. A nossa natureza humana
foi no princípio feita em Adão e Eva à imagem de Deus, cheia de beleza e
glória. Todavia, o pecado derrubou essa glória no pó e a natureza humana
tornou-se completamente diferente de Deus, cuja imagem ela havia perdido.
Satanás assumiu o controle e, se as coisas fossem deixadas dessa forma, a
humanidade teria pereci- do eternamente. Mas, o Senhor Jesus, o Filho de Deus,
curvou-Se em grande perdão e amor para assumir a natureza humana. Assim, a
nossa natureza humana, após ter mergulhado nas maiores profundezas da miséria,
agora foi erguida acima de toda a criação de Deus, pois Deus exaltou a Cristo
“... pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e poder, e
potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas
também no vindouro" (Efésios 1:20-21). Aqueles que receberam fé e graça
para entenderem corretamente o propósito da natureza humana, devem se regozijar
porque ela foi elevada das profundezas do pecado para a glória que agora
recebeu mediante a honra concedida a Cristo.
2. Em Cristo, o
relacionamento da nossa natureza com Deus é sempre o mesmo. Contudo, a nossa
amizade original com Deus, na criação, foi rompida pela queda do homem. Os
seres humanos se tornaram inimigos de Deus. Mas a sabedoria e a graça de Deus
planejaram restabelecer novamente a nossa natureza à semelhança da Sua, e
fazê-lo de tal forma que tornasse qualquer separação entre nós e Ele
impossível. Não podemos deixar de nos admirar que a nossa natureza possa
participar da vida gloriosa de Deus. A sabedoria onipotente, poder e bondade
tornaram isso possível através de Cristo. Esta obra de Deus é parte do mistério
da piedade que os anjos desejam perscrutar. (I Pedro 1:12). Quão pecaminosos e
tolos seremos nós se pensarmos muito em outras coisas e não O suficiente nisso.
O grande amor de Deus para com a humanidade é demonstrado pelo fato de o Filho
de Deus não ter vindo à terra como um anjo, e sim como homem — o homem Cristo
Jesus — tendo natureza humana como a nossa.
3. Cristo mostrou que é
possível para a nossa natureza humana morar no céu. As nossas mentes não podem
entender o número e as distâncias das estrelas no céu. Como, então, supomos que
os seres humanos podem morar num céu mais glorioso que o firmamento? Todavia, a
nossa natureza, no homem Cristo Jesus foi para o céu eterno de luz e glória e
Ele prometeu que onde estivesse ali estaríamos com Ele para sempre.
Tentações, provações,
tristezas, temores, medos e doenças são parte desta vida presente. Todas as
nossas ocupações têm problemas e tristezas nelas. Se considerarmos porém, a
glória de Cristo que iremos compartilhar, podemos obter alívio de todos esses
males e ganhar a vitória sobre eles. "Em tudo somos atribulados, mas não
angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados;
abatidos mas não destruídos. Por isso não desfalecemos: mas ainda que o nosso
homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia,
porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de
glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem mas nas que não
se vêem; porque as que se vêem são temporárias, e as que não se vêem são
eternas" (11 Coríntios 4:8-9,16-18). O que são todas as coisas desta vida,
quer sejam boas ou más, comparadas com o benefício a nós da excelente glória de
Cristo?
A condição em que as nossas
mentes se encontram é o que geralmente nos causa os maiores problemas. O
salmista perguntava a si mesmo: "Por que estás abatida, ó minha alma, e
por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação
da sua presença" (Salmo 42:5,11).
A centralização de nossos
pensamentos, pela fé na glória de Cristo, trará paz e calma à mente perturbada
e desordenada. É através de Cristo que “... temos entrada pela fé a esta graça,
na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus...
porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo
que nos foi dado" (Romanos 5:2-5).
Podemos até pensar com
alegria na morte quando fixamos nossos pensamentos na glória de Cristo. Muitos
vivem com receio da morte todos os seus dias. Como podemos vencer estes
temores?
1. Devemos deliberadamente
entregar as nossas almas, ao partirmos deste mundo, nas mãos dAquele que pode
recebê-las e guardá-las. A alma, sozinha e por si mesma, tem que ir para a
eternidade. Ela deixa para trás, para sempre, tudo o que conheceu anteriormente
pelas suas faculdades próprias e naturais.
Deve haver, portanto, um ato
de fé ao entregar a alma à disposição de Deus, como Paulo foi capaz de fazer.
“... eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o
meu depósito até aquele dia" (11 Timóteo 1:12).
O Senhor Jesus Cristo é o
nosso grande exemplo. Quando Ele despediu o Seu espírito, Ele entregou a Sua
alma nas mãos de Deus o Pai, em total confiança que ela não sofreria nenhum
mal. "Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória:
também a minha carne re- pousará segura. Pois não deixarás a minha alma no
inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção" (Salmo 16:9-10). O
último e vitorioso ato de fé acontece .na morte. A alma poderá, então, dizer
para si mesma: "Você está agora deixando o tempo e entrando naquelas
coisas eternas que o olho natural não viu, nem o ouvido ouviu, nem o coração do
homem tem sido capaz de imaginar. Desta forma, em silêncio e confiança
entregue-se à soberana graça, verdade e fidelidade de Deus, c encontrarás
descanso e paz". Jesus Cristo imediatamente recebe a alma daqueles que
crêem nEle, como no caso de Estevão.
Quando morria, ele disse:
"Senhor Jesus, receba o meu espírito" (Atos 7:59). O que poderia ser
de maior encorajamento para entregar as nossas almas nas mãos de Cristo, na
hora da morte, do que conhecer em cada dia de nossas vidas alguma coisa de Sua
glória, do Seu poder e da Sua graça?
2. Como seres humanos, não
somos semelhantes aos anjos que são apenas espírito e não podem morrer. Nem
somos semelhantes aos animais que não possuem alma eterna. Mas Deus designou
para nós uma ressurreição gloriosa do corpo que não mais terá uma natureza
física; seremos mais semelhantes aos anjos. Nesta vida há uma relação tão
íntima entre alma e corpo que nós tentamos tirar da cabeça qualquer pensamento
sobre a sua separação. Como é possível, então, ter tal disposição de morrer, a
exemplo do apóstolo Paulo quando disse: "mas de ambos os lados estou em
aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, por que isto é ainda muito
melhor" (Filipenses 1:23)? Essa disposição só pode ser encontrada se
olharmos pela fé para Cristo e Sua glória, tendo a certeza que estar com Ele é
melhor do que tudo quanto esta vida possa oferecer.
Se quisermos morrer
alegremente, devemos pensar em como Deus nos chamará do túmulo na ressurreição.
Então, pelo Seu grandioso poder, Ele não apenas nos restaurará à glória de Adão
e Eva na criação, como também nos acrescentará ricas bênçãos além da nossa
imaginação. Devemos, também, nos lembrar que apesar do corpo e da alma do nosso
glorioso Salvador terem sido separados na morte (à semelhança que os nossos
também o serão), Ele agora possui grande glória. O Seu exemplo pode nos dar
esperança.
3. Deve haver uma disposição
nossa em aceitar o tempo de Deus para morrermos. Podemos, à semelhança de
Moisés, desejar ver mais da gloriosa obra de Deus em favor do Seu povo na
terra. Ou, à semelhança de Paulo, podemos sentir que seja necessário, para o
benefício de outros, que vivamos um pouco mais. Pode ser que desejemos ver as
nossas famílias e as nossas coisas numa condição melhor e mais estabelecidas.
Mas não podemos ter paz
neste mundo, a não ser que estejamos dis- postos a nos submeter à vontade de
Deus com respeito à morte. Os nossos dias estão em Suas mãos, à Sua soberana
disposição. Devemos aceitar isso como sendo o melhor.
4. Alguns podem não temer a
morte, porém podem temer a maneira como morrerão. Uma longa doença, grandes
dores, ou alguma forma de violência poderiam ser uma maneira de trazer a nossa
vida terrena a um fim. Devemos ser sábios, como se estivéssemos sempre prontos
para passar por qualquer experiência que Deus nos permita passar. Não seria
correto que Ele fizesse o que deseja com o que Lhe pertence? Acaso a vontade
dEle não é infinitamente santa, sábia, justa e boa em todas as coisas? Ele não
sabe o que é melhor para nós e o que trará maior glória para Si mesmo? Muitas
pessoas descobriram que são capazes de suportar as coisas que mais temiam
porque receberam maior força e paz do que podiam imaginar que lhes fosse dado.
No entanto, nenhuma dessas
quatro coisas podemos fazer, a não ser que acreditemos na excelente glória de
Cristo e desfrutemos dela.
Muitas outras vantagens de se meditar na glória de Cristo ainda poderiam ser ditas, porém a minha fraqueza e a proximidade da morte me impedem que eu escreva aqui com maiores detalhes.
Muitas outras vantagens de se meditar na glória de Cristo ainda poderiam ser ditas, porém a minha fraqueza e a proximidade da morte me impedem que eu escreva aqui com maiores detalhes.
__________________________
Fonte: Blog Os Puritanos
Postado por
Thiago Oliveira
às
18:58

Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
Cristologia,
John Owen,
Puritanos,
Teologia Reformada
5 de nov. de 2014
As Aflições do Justo
Por Thomas Magnum
Porque os olhos do Senhor estão
sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos à sua súplica; mas o rosto do
Senhor está contra os que praticam o mal. I Pedro 3.12.
Ao meditarmos
nesse trecho das Escrituras, nos deparamos com algo de tamanha beleza e ternura,
vindo da parte de Deus para seu povo. O texto nos diz que o Senhor põe seus olhos sobre os seus, Ele
está a nos contemplar e guardar. O olhar de Deus para seu povo é um olhar
amoroso, cuidadoso, paterno, acalentador. Diante de tamanha perseguição que os
crentes na época de Pedro estavam sofrendo quando essa epístola foi escrita, a
luta era ferrenha e opressora. Thiago diz em sua carta: Chamamos de felizes os que suportaram aflições. Ouvistes sobre a
paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu. Porque o Senhor é cheio de
misericórdia e compaixão (Thiago 5.11).
As perseguições e desventuras desse mundo, os desapontamentos e
traições, o abandono, a decepção, são presentes na natureza decaída. Mas, temos
conforto vindo de Deus. Felizes são os que suportam tamanhas afrontas dessa
vida, porque tais aflições promovem a paciência no crente. O Apóstolo Paulo nos
disse: Em razão disso, nós mesmos nos
orgulhamos de vós diante das igrejas de Deus por causa da vossa perseverança e
fé em todas as perseguições e aflições que suportais. 2 Tessalonicenses 1.4.
A aflição também é promotora de perseverança, as lutas não afastam o crente de
Deus, mas, ao contrário o trazem para mais perto de seu Senhor e Rei.
Portanto, justificados pela fé, temos paz com Deus,
por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem obtivemos também acesso pela
fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória
de Deus. E não somente isso, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo
que a tribulação produz perseverança, e a perseverança, a aprovação, e a aprovação,
a esperança; e a esperança não causa decepção, visto que o amor de Deus foi
derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado. Romanos 5.1-5
O fato é que não
podemos sondar a mente do Senhor, sua sabedoria e conhecimento excedem nossa compreensão.
Resta-nos compreender o que a Palavra nos diz, que sua vontade é boa, perfeita
e agradável (Romanos 12.2). Como dizia Edwards, nós só vemos parte do mosaico,
nossa visão é limitada, Deus vê todo mosaico. Nosso sofrimento tem um bom
propósito vindo de Deus. Como podemos ler em Romanos 8.28:
Sabemos
que Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam,
dos que são chamados segundo o seu propósito.
O Senhor tem
bons propósitos mesmo na ascensão de calamidades e sofrimentos de nossas vidas,
Ele tem o controle de tudo, Ele governa, Ele é o sustentador de todas as
coisas. Ao estudarmos sobre a providência de Deus descobriremos isso. Vemos
vários exemplos bíblicos dessa providência, no Antigo Testamento vemos o agir
soberano de Deus na vida de José, vendido pelos irmãos, levado prisioneiro para
o Egito, Deus usou todo seu sofrimento para um propósito. Vemos a história de
Jó, Deus sabia quem era seu servo, seus limites, sua estrutura, mas, Deus tinha
um bom propósito com seu sofrimento. Em muitos outros casos na Bíblia vemos
revelados os planos de Deus para a vida do seu povo, mas, também encontramos
casos que o sofrimento não é justificado como no caso de Hemã (Salmo 88). Esse
homem sofreu desde sua mocidade. Padeceu muitas dores, privações emocionais,
clamando ao Senhor por socorro, no entanto Deus não o tira do sofrimento, o
salmo termina sem resposta divina. Vemos também o Apóstolo Paulo clamando para
que Deus tirasse o espinho da carne, qual foi a resposta divina? Não. Deus lhe
garantiu a suficiência da graça, era só o que bastava. Essa graça é que sustenta.
O salmista nos diz:
Foi
bom eu ter passado por aflição, para que aprendesse teus decretos (Salmos
119.71).
Deus tem sempre
uma finalidade pedagógica com o sofrimento em nossas vidas. O sofrimento é o
caminho do aprendizado e da formação do caráter cristão em nós. Essa condição
de aflição trabalha em nós a humildade de espírito, a dependência, a carência
da vida com Deus. O sofrimento é o caminho que nos leva às fontes de Deus, Ele
faz brotar água da rocha na sequidão de nosso deserto. Ele rega nossa terra
árida com vapor celestial. Ele aperfeiçoa em nós o caráter de Cristo. Ele emudece
nossa soberba e humilha nosso ego, para nos ensinar um caminho mais excelente. O
sofrimento nos sobrevém para nosso bem como diz a Escritura:
Sabemos
que Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam,
dos que são chamados segundo o seu propósito. Romanos 8.28
Calvino nos diz acerca do
sofrimento:
"O Bem dos filhos
de Deus é que eles se tornem cada vez mais identificados com o seu Senhor (Rm
8.29,30). Nesse propósito, até mesmo as aflições cooperam para o bem: Os
sofrimentos dessa vida longe estão de obstruir nossa salvação; antes, ao
contrário são seus assistentes. [...] Embora os eleitos e os réprobos se vejam
expostos, sem distinção, aos mesmos males, todavia existe uma enorme diferença
entre eles, pois Deus instrui os crentes pela instrumentalidade das aflições e
consolida sua salvação.¹ As aflições, portanto, não devem ser um motivo para
nos sentirmos entristecidos, amargurados ou sobrecarregados, a menos que também
reprovemos a eleição do Senhor, pelo qual fomos predestinados para vida, e
vivamos relutantes em levar em nosso ser a imagem do Filho de Deus, por meio da
qual somos preparados para a glória celestial". ²
Finalizamos com
o celeste consolo do salmo 46:
Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem
presente na angústia. Por isso, não temeremos, ainda que a terra trema e os
montes afundem nas profundezas do mar; ainda que as águas venham a rugir e
espumar, ainda que os montes estremeçam na sua fúria. Há um rio cujas correntes
alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo. Deus está no
meio dela, e não será abalada; Deus a ajudará desde o amanhecer. As nações se
enfurecem, os reinos se abalam; ele levanta sua voz, e a terra se dissolve. O
SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é nosso refúgio.
Vinde, contemplai as obras do SENHOR, que
devastações fez na terra. Ele acaba com
as guerras até os confins do mundo; quebra o arco e despedaça a lança; destrói
os carros com fogo. Aquietai-vos e sabei
que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus
de Jacó é nosso refúgio.
________________________
1 João
Calvino, Comentário de Romanos, p. 293.
2 João Calvino, Comentário de Romanos, p. 295.
2 João Calvino, Comentário de Romanos, p. 295.
31 de out. de 2014
Marcas da Oração Verdadeira
Por
Joel Beeke
1.A
oração verdadeira faz o céu descer para a alma e eleva a alma para o céu.
2.A
oração verdadeira é o principal exercício da fé, onde todas as graças
salvadoras convergem para o clímax na maior expressão de gratidão (a Deus), na
mais profunda expressão de humildade (com referência a nós mesmos) e na mais
ampla expressão de amor (aos outros).
3.A
oração verdadeira é vida sincera. “É a alma soprando a si mesma no seio do Pai
celeste (Thomas Watson)”.
4.A
oração verdadeira é a resposta do pecador à voz de Deus. A oração do
quebrantado é um presente a Deus em resposta ao presente de Deus que é o
quebrantamento daquele que está orando.
5.A
oração verdadeira é uma arte santa ensinada por um Espírito gemente e lutador
que frequentemente usa as impossibilidades, e evidente “falta de arte” da vida
enredada e manchada pelo pecado do crente, para esboçar sobre ele a imagem do
seu digno Mestre.
6.A
oração verdadeira é ar espiritual para pulmões espirituais. Quando a
oração vazia toma o lugar da oração contrita, o verdadeiro crente se degenera,
se torna indiferente.
7.A
oração verdadeira é o fruto do Deus Trino, O Pai como o Provedor e Decretador?
O Filho como Merecedor e Perfeito, o Espírito como Aquele que Reivindica? E
Aquele que Habita?
8.A
oração verdadeira tem um inexplicável modo de aumentar tanto a dignidade de
Cristo quanto a indignidade do pecador, consequentemente, ambas são partes
principais da gratidão e da humildade (d. Heid. Cat., Q 116).
9.A
oração verdadeira é a maior arma do crente no arsenal de Deus. O puritano
Thomas Lye confessou: “Eu prefiro estar em oposição às leis dos perversos a
estar em oposição às orações dos justos”.
10.A
verdadeira oração não prega para Deus. Não é conduzida pela mão, mas alcança a
mão direcionadora d’Ele.
11.A
verdadeira oração tem mais a ver com Deus do que com o homem. Está envolvida na
aflição santa pela glória e o reino Deus.
12.A
oração verdadeira anseia por avivamento. A sua esperança está unicamente no
Senhor. Quando Adoniram Judson havia trabalhado por oito anos sem nenhum
convertido autêntico, sua junta de missões perguntou-lhe se ainda tinha alguma
esperança. Judson respondeu: “Minha esperança é tão grande quanto as promessas
de Deus”.
13.A
verdadeira oração não está focada em si mesma ou no suplicante. Não se volta
para o interior para uma introspecção mórbida, mas se volta para o interior
para trazer toda a incapacidade e depravação do pecador, para fora e para cima,
para o Deus Todo Poderoso da graça.
14. A
verdadeira oração deixa Deus ser Deus. Ela esvazia as mãos e o coração perante
o acessível trono de Deus. A verdadeira oração não é explanação, mas
petição. Não diz ao Senhor como converter um pecador, mas pede a Ele para
fazer isto, confiando que Ele sabe mais do que qualquer suplicante.
15.A
verdadeira oração expõe tudo diante do Senhor como se Ele não soubesse nada
sobre a condição do pecador, mesmo sabendo que o Senhor sabe de tudo.
16.A
oração verdadeira une a reverência santa e intimidade santa com uma ousadia reverente.
17.A
verdadeira oração não é auto-congratulatória, mas auto-condenatória e
Cristo-congratulatória.
18.A
verdadeira oração reconhece que não muda Deus nem as coisas, enquanto
simultaneamente compreende que Deus frequentemente se agrada de realizar Seus
propósitos por meio da oração.
19.A
verdadeira oração é comunhão com Deus. É uma leve indicação da conversa eterna
no céu.
20.A
verdadeira oração não é uma tempestade de palavras em uma elevação de voz cada
vez maior, mas é uma questão do coração em uma meditação cada vez mais profunda
diante de Deus.
21.A
oração verdadeira sempre sente que não é suficientemente verdadeira, profunda,
terminada e completa.
22.A
oração verdadeira, quando negligenciada, é como um cabo de força sem
eletricidade, um computador desligado, uma falha no sistema. As informações
valiosas não descem nem sobem.
23.A
oração verdadeira é ornada em palavras, mas seu corpo é sem palavras. É um
trabalho do coração. Por isso, Bunyan acertadamente recomenda: “Quando orares
prefira deixar que teu coração fique sem palavras, do que tuas palavras ficarem
sem coração”.
24.A
oração verdadeira não mede necessidades muito grandes ou muito pequenas. Não
aceita probabilidade humana, nem recua diante da impossibilidade humana.
25.A
oração verdadeira agrada a Deus. Mostra a Ele a divina escrita da Bíblia e a
divina assinatura das Suas promessas do pacto da aliança.
26.A
oração verdadeira sente profundamente que só pode ser validada pela oração do
Sumo Sacerdote, Cristo Jesus, aquele que salga as petições imperfeitas com o
sal dos Seus sofrimentos meritórios antes de apresentar as orações da igreja,
sem mancha ou ruga, à vista do Seu santo Pai.
27.A
oração verdadeira traz petições específicas e espera por respostas específicas.
E elas serão respondidas, talvez não imediatamente, mas a demora de Deus não é
a Sua recusa. “Deus nunca recusou nada àquela alma que chegou tão longe quanto
o céu para pedir” (John Trapp).
28.A
oração verdadeira é banhada na fé. A oração incrédula é uma oração infrutífera,
não importa quão sincera possa ser.
29.A
oração verdadeira pelos outros também colhe grandes benefícios para o suplicante
no sentido de se sentir mais íntimo com Deus. A oração verdadeira não pode
interceder explicitamente pelos outros sem estar orando implicitamente por si
próprio.
30.A
oração verdadeira é uma alegria em si mesma, mesmo quando a resposta pareça contradizer
as muitas petições oferecidas.
Fonte: Projeto Os
Puritanos
Assinar:
Postagens (Atom)